ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR

               “Sem esquecer, que na vida nada é fácil, e que na História, nada é simples.”   António de Oliveira Salazar, home de família humilde, e que vinha do seminário, foi elevado ás mais altas cotas do estado, pelo Xeneral Carmona, que sentia por el um profundo apreço.   Professor de Economia Política da Faculdade de Direito de Coimbra, foi nomeado Ministro das Finanças.  Diputado Católico durante um dia, em mil novecentos e vintium.  Ministro das Finanças durante uma semana, em mil novecentos e vintiseis.  Nunca casou (algo de Príscilianista habitava o seu intre), vivia só, acompanhado de unha criada que trouxera consigo da terra, com ela conversava sobre as cousas da aldeia comun (a sua vontade de ser enterrado em Santa-Comba, foi respeitada escrúpulosamente.  Non como Saramago, que despois de morto fixeron com ele o que lhes deu a gana.)  Um supremo desdém dos homens, abalava todo o seu cerne, “mas estava ainda lonxe o dia em que unha modesta  cadeira, quebrando pos fim a unha carreira política excepcíonal, em mais de um aspecto.  Formacion de um partido político único, em mil novecentos e trinta e um (Uniao Nacional).  E de unha polícia de defensa do estado, célebre em todo o mundo (como lhe gusta ós portugueses), chamada (PVDE) e mais tarde (PIDE)”.  Os orçamentos queriaos equilibradinhos (estava antícipando os nossos tempos “democráticos”), graças á miséria para quase todos, e previléxios desmesurados para um pequeno grupo (“Sempre houve pobres, sempre os há-de haver, é preciso que os haxa.”)  Comiam os dignatários, os grandes industriais e os banqueiros, a igrexa comia por partida dupla ( Os “Certificados de Moralidade”, eram passaportes indispensáveis para recomendas e empregos.)  As “Famílias” dos super-ricos casavam entre sí.  “Os Meninos de Ouro”, os Melos, proprietários da Companhia Uniao Fabril (CUF), empresa de talha mundial.  Os Champalimaud, potentados de Angola, Moçambique e da Siderurxia Nacional.  Os Espírito Santo (que em bons tempos foron os reis da banca).  “Aos favoritos distribuiu prebendas, mercês e para melhor os dominar, permitiu-lhes que roubassem impunemente, conservando para sí a auréola de incorruptibilidade, de desinteresse material e asceptismo.”   “O Espantalho”. “O Sinistro Guarda-livros”.  O que durante quase meio século, fez a “Res Pública Portuguesa”, coisa sua, segundo a version dos seus inimigos.   Para os outros, porem, na verdadeira realidade, Salazar nunca mandou em Portugal, foi sempre um grande negociador, entre os poderosos do país.  Aqueloutros, que muito menos humildes, eran os detentores do mando.   O meu amigo Maquieira, do qual sigo tendo unha grata memória, Quando fixo a sua tésis doutoral, ficou completamente fascinado pela personalidade de Salazar.  Contava que quando faleceu, na sua conta bancária somente habia a módica quantia de quinhentos contos de reis.  Tamén que quando um parente de Franco o veio visitar a Lisboa, o próprio Salazar lhe abriu a porta do palácio, pedindo disculpas porque a sua criada fora visitar unha pessoa da terra, e non se encontrava nesse momento.  O visitante ficou atónito, como este homem poderoso vivia assim, sem guardas nem pompa de qualquer espécie. Que tranquilidade, comparada com o axetreo dos palácios de Madrid.  Famoso foi tamén o caso do Ministro, que lhe foi agradecer a sua nomeaçao, Salazar veio despedilo á porta, colheu um chapéu do cabide e meteulho na man. “Nao uso chapéu, senhor presidente!”,  “Daquí em diante, passa a usar!”   Manuel Gonçalves Cereijeira, Catedrático de Coimbra, e amigo íntimo de Salazar na xuventude, viria a ser Cardeal Patriarca de Lisboa.  No dia seguinte á morte de António Salazar, o Cereijeira largava amarras (entrevistado por um escritor da sua confiança, confessava: “O Presidente Salazar, era um homem de muitas qualidades!  Mas virtudes?  Nao!  Nenhuma!”    Político do Nacionalismo e da Tradiçao,  Xenófobo, sempre se opuxo á venda da “Coca-Cola” em Portugal, e recusava dar licenças para a instalacion de “Snack-Bars”, pois dizia que “Só os américanos e os cabalos, comem de pé”.   Terminado o “Quartelazo” militar em Espanha, com o triunfo das direitas.  “E começada a Segunda Guerra Mundial, com as victórias espéctaculares de Hitler e Mussolini.  Como consequencia, Salazar imforma a Inglaterra de que a Aliança secular, entre os dous países de forma alguma obriga Portugal a entrar na guerra.   E assim foi acontecendo, até que os ventos da História começaron a mudar.   Enton á “querida” Gran-Bretanha, abre em mil novecentos e quarenta e tres, man da base militar das Açores, permitindo aos aliados eliminar rápida e eficazmente a ameaça dos submarinos alemans no atlântico.   O xesto era oportuno, mas tardio, e quando a guerra termina, Portugal é posto de lado pela “Comunidade Internacional”.  Mas posto de lado, é maneira de dizer.  Porque começava a “Guerra-Fria”, reintegrando inmediatamente a Salazar, no campo dos “amiguinhos”, dos anticomunistas fiéis, e Portugal, mais unha vez é elevado á categoria dos bastioes que defendem os sagrados valores do occidente.” Penetrando na NATO em mil novecentos quarenta e nove, e nas Nacions Unidas em mil novecentos e cinquenta e cinco.   Salazar, que foi considerado, por votacion popular (num programa punteiro da RTP, xá bem entrada a “Democrácia” em vinte anos), como “o melhor português de todos os tempos” .

               “O dezasete de Julho de mil novecentos e setenta, no meio das preocupacions de ums, do desvario dos outros, e da desgraça dos muitos, Salazar, morre pela segunda vez.  Defínitivamente.”

Léria cultural

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