PORTUGALO

                 PORTUGALO

W

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O TEMPO E A ALMA (SAN GREGÓRIO)

Entro em Portugal pela fronteira de Sao Gregório, que escolho por duas razóns: unha razón simbólica e outra, mais comezinha de ordem práctica. O símbolo é o da lactitude: é este o extremo norte, é o píncaro septentrional do território. Quando se fala nos confíns das terras portuguesas – “do Algarve ao Minho” – a ponta minhota é exactamente esta. Pode portanto escrever-se, com rigor xeográfico, que é aqui que Portugal principia. A razón práctica é comezinha: esta fronteira tem pouco movimento, non se perde tempo em longas filas nos carros que escalfam ao sol. De lonxe em lonxe vem um carro lixeiro. e os prolegómenos fronteiriços som aqui rápidos, cordiais, saturados de simpatia. Non chega a ser unha aldeia. Há um pequeno café quase deserto. Três ou quatro fregueses seguem no écran da TV unha emissón espanhola: o espada, de traxe azul e meias vermelhas, submete o touro à sorte da muleta. No balcao tenho de esperar que olhem para mim, porque chegou o instante de matar e o empregado, de olhos fascinados, non quer perder o grande momento. Quando o touro, ferido de morte, axoelha sobre as máns e inicia o estertor, digo que quero só um café.

JOSÉ HERMANO SARAIVA E JORGE BARROS

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

W

           A SERRA D’AGRA

WOOO1 IMG_1639.

WOOO2 IMG_1640.

WOOO3 IMG_1642

                                          CRÓNICA D’UM VIAXE PASSADO

     Foi na páscoa do ano dous mil catorce, a minha amiga queria ir a Guimarans, o meu amigo pretendia descansar durante um dia de pracenteiro viaxe, o seu irman mantinha unha neutralidade discreta e a vontade da nena, sinceramente nunca se tivera em conta.   Pelo que confeso, que mais unha vés acabei abusando das suas infinitas paciencias, adentrando-os num itenerário sumamente catastrófico, dereitinho cara á Serra d’Agra.    

        Como todos os viaxantes precavidos acabamos partindo demasiado tarde na direccion de Ribadávia, para visitar a Bodega do Emilio Rojo em Arnóia, que  segundo a “Prensa Local” raras veces aparece por alí, quedamos desta maneira sem unhas botelhas d’ouro da terra, sol que quentara os nossos corazons.

       Tomamos sem perder mais tempo, raudo o rumo cara ó objectivo primeiro desta nossa andanza, que era nem mais nem menos que fotografar o “Labirinto Pétreo” de Louredo, antes que as hordas “euro-peias” cheguem ó lugar.  Mas é aquí que um impedimento de forza maior, botou abaixo todo o nosso sublime proxecto, !!Xa é a unha da tarde, e a pequena tem que comer!!

      !! Maldicion !!, alá vamos pobres de nòs, meternos aceleradamente na boca do lobo da negacion do òcio, vulgarmente mentada como “negocio turistico”.    Atravessamos despiadadamente pela remota fronteira de San Gregório toda a Serra de Agra, para chegar ó balneário de Melgaço, com a secreta esperanza de que ainda quedara algum cabrito para nós.    Aquilo era o mais parecido ó inferno de Don Simon (O Estagírita), e para colmo de males ainda habia feira porriba, os carros e as xentes eran tantos e tamanhas que non houbo cabida para estes confusos pecadores da gula.    Enton resolutamente, quase de motus instintivo abrimos um trilho xentílicio até ó mercado municipal, alí onde em tempos pretéritos habiamos disfrutado de Lampreas e Grandes Vinhos, sem pensar nas surpresas que o tempo e o desarrolho das “Civilizacions” que tudo o derrumban nos poden deparar.

         Estava tudo cheio, mas milagrosamente alá conseguimos sentarnos á mesa.   Eu que son um Santo Baron Gaélico, sempre sorridente e amante da concordia, levado pelas iras da perplexa íncredulidade, fixen o probe empregado de mesa abrir quatro garrafas de vinho caro, todas elas estragadas pelo tempo e o calor da sala que nada respeitaron.    O tan afamado “Cabrito da Serra d’Agra”, que teóricamente pasta pelas agréstes cumes do monte, non voara a grandes alturas precisamente, inclúso despertou a repugnancia xeral pois fora manifestamente mal depilado, tudo por culpa das  nefástas présas

      Bom, mais tarde, xá bastante mais sossegados e entrados em beatitude, encaminhamos os nossos passos ó mundo do silencio, da tranquilidade da boa vida e da conversacion fraternal.

         Todo um heroico dia, da vida de feras xentes, que finda no recolhimento confuso da poderosa névoa do convento de Fians.

Léria Cultural.

WOOO5 IMG_1643.

WOOO7 IMG_1651.

WOOO8 IMG_1647

.

       A CIDADE DE MELGAÇO

M

Caminho da torre de menagem.

MM

Soberba torre obra d’antano.

MM2

Oliveira Martins, ou a Estória a cores.

img_5860

.

MM3

 Portal de entrada á Villa de Melgaço.

MM4

.

MM5

.

MM6

.

MM7

.

MM8

.

MM9

Fontana da praça maior, pecaminosamente arrinconada e seca.

mm10

A ainda fermosa e acolhedora praça principal, foi brutalmente agredida pelos modernos pavimentadores.

mm11

Quando baixo sol inclemente de vran, um chega a ésta parada de Táxis deixa por breves momentos de desesperar da humanidade.

mm12

Bela casa de negócio.

mm13

Mansion Senhorial.

mm14

Unha Senhora Pousada.

mm15

.

mm16

Um mar de feirantes.

mm17

Neste mercado municipal, existia poucos anos há um dos melhores restaurantes de Portugal chamado Panorama.

mm18

Recordo que chegamos eu, e o grande Carbalhal, meio perdidos a éstas terras e raudos e veloces encargamos ó grande chefe unha lampreia para dentro dunha hora. Despois fomos dar unha olhadela indiscriminada nas senhoras do povoado. O repasto foi verdadeiramente monumental, com copas no aire e vivas escandalosamente acaloradas.

mm19

 OREMOS!

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO

.

               Vamos de longada, para um itenerário de montanha, extenso e desconhecido.  Deberia começar em Castro Laboreiro, caminho do val da Peneda, e depois de passar o rio cheo de penedos redondos, por onde ruxe a áuga no rude inverno, encarar rumo ó Lindoso para descansar ó morno sol da eira de Canastros (a maior de todo Portugal).  Logo seguiriamos para Lóbios, e unha vez aí baixariamos polo Xurês, para comer á sombra do Mosteiro de Amares, despois de cear entrariamos na segunda capital do sul da Galiza (Braccara Augusta, Briga para os amigos), pois a primeira e a mais antiga, era o Porto dos Calaicos ou Porto Galé.   Mas tivemos que recapacitar, ver (cos olhos e o pensamento), e escutar a “Razón Comum” do Universo, aquela que goberna a danza das esferas siderais.

Era demasiado, para unha modesta tarde.  E também “demasiao pá mi cuerpo tio”.  Entón (“que era um home grande, com o seu chaquetón”), entrados em razón, descemos para o mar, para Viana do Castelo, cantando:  ¡¡Se o meu sangue non me engana, como engana a fantasía. Habemos de ir a Viana, ó meu amor dalgúm día!!

.

Cousa rara, mas ó chegar a Viana e dar uns passeios pelo bonito centro, entrou-nos ganas de comer.  E, fomos dereitos á “Tasquinha da Linda”, mas esqueceramo-nos de reservar mesa, a verdade é que non nos esquecemos, senón que sentimos unha aversón conxénita ás reservas.  Así que, fomos comer á “Casa de Armas”, um bom restaurante, que assusta um pouco, non polas armas, mas polo seu aspecto faustuoso.  Por um preço, que é o que pagan todos os túristas em lugares de mala-morte, comemos bem duas pessoas por perto de cinquenta eurônios.  Deliciosa “sopa de mar”, bom bacalhau á maneira da casa, e um bife com patacas excelente, e para finalizar, oremos com “Abade de Priscos” e três bolas de xeado multicolor.  Como despedida, e xá bem alimentados, permitimo-nos unha irreverente reflexón filosófica, sobre a ruína económica que significa o capitalismo, pois um sítio destes só tinha quatro clientes em sala.

léria cultural

.

             PONTE DO MOURO

.IMG_5331

Andei ó recado das bruxas, no Casal Alto da Hortelada. 

IMG_5340Dei-lhes a minha inocência, elas nao me deron nada.

IMG_5343Andei á xiesta ó rosmaninho, na longa regueira do Casal Maninho.

IMG_5345Andei ó Liscranzo ó Alacral, no Pinhal do Mudo, na espera do mal.

IMG_5346Á carocha velha ó coruchao cego, na Mouta da Coxa do Rio Laxedo.

IMG_5347Fui andarilho das bruxas, mozo de San Cipriano.

IMG_5349O Home do Caldeiro, a Galinha dos Pitos.

IMG_5350Os Avexons voadores, e a Cabra da Morte.

IMG_5351Unha mala olhada.

IMG_5352Nunha encruzilhada, á sombra da noite.

IMG_5353Os dedos cruzados, ó Corvo de Tetra.

IMG_5344Lagarto !  Lagarto!

IMG_5332Toquemos Madeira!

IMG_5334O Gato Negro.

IMG_5335Um aire malo.

IMG_5339 A Pedra de Cortar a Ponçonha.IMG_5341                                         uro..

      A CIDADE DE MONÇAO

MON 0 IMG_2951

UNHA DAS PRAÇAS MAIS BONITAS, FOI FERIDA NO XARDIN,  MAS BÁSICAMENTE CONSERVA A SUA BELEZA.

MON 1 IMG_2952

A FONTE DE DANAE.

MON 11 IMG_2960

MON 2 IMG_2953

A VELHA PENSAO CENTRAL.

MON 3 IMG_2986

MON 4 IMG_2954

MON 6 IMG_2956

MON 7 IMG_2957

.img_5537

MON 8 IMG_3009

MON 5 IMG_2955

MON 9 IMG_2959

MON 10 IMG_2961

HAMADRÍADE PROTECTORA, ABRIGA COM A SUA SOMBRA DOS ABRASSADORES CALORES DO VRAN.

MON 12 IMG_2962

NO FUNDO DA PRAÇA, DETRAS DA HAMADRÍADE, HA UNHA VARANDA SOBRE O IRMAN MINHO.

mon 50 IMG_2964

RUAS DA CIDADE

MON 14 IMG_2965

MON 15 IMG_2966

MON 16 IMG_2967

MON 17 IMG_2968

WOOOO99 IMG_4688.

MON 18 IMG_2970

AS TAMPAS DAS SEPULTURAS NO INTERIOR DA IGREXA SON DE MADEIRA, COUSA QUE RESULTA CHOCANTE.

MON 19 IMG_2971

MON 20 IMG_2972

MON 21 IMG_2973

CAMINHO DO BALNEARIO.

MON 51 IMG_2975

MON 52 IMG_2976

MON 53 IMG_2977

MON 54 IMG_2979

MON 55 IMG_2980

MON 55 IMG_2983

MON 56 IMG_2985

MON 57 IMG_2987

MURALHA QUE RODEIA TODA A CIDADE

MON 58 IMG_2989

E QUE NOS ÚLTIMOS  TEMPOS DE CRÍSIS, TEM SIDO ACERTADAMENTE RECUPERADA.

MON 60 IMG_2990

BUNKER PÉTREO E ETERNO.

MON 62 IMG_2992

ANTIGA ALFANDEGA DA GUARDA FISCAL.

MONÇAO UM IMG_3017

TORRE DE LAPELA.

MONÇAO DOUS IMG_3019

PARA VIXIAR TODOS OS PIRATAS QUE VENHEM DA EUROPA E AMERICA.

MONCAO TRES IMG_3021

PORTAL EM LAPELA.

MONCAO QUATRO IMG_3022

O PALÁCIO DA BREIXOEIRA.

MONÇAO CINCO IMG_3023

MANSION VERSAILHESCA, E PREMIER GRAN CRU CLASSÈ DO ALVARINHO.

.img_5549

.

img_5551.

.img_5547

.

.img_5546

.

img_5548

.

MONÇAO SEIS IMG_3015

SOBERBO PORTAL DUNHA QUINTA.

MONÇAO SETE IMG_3016

MEU VERDINHO, MEU VERDINHO, DEIXARTE NAO HÁ MANEIRA.

.

                    GUILHADE

M3Temos que darnos conta dunha vés por todas, que non somos os únicos neste invexoso mundo!

               Valença do Minho

VALENCA UMIMG_1972

O SACO Á PRAZA FORTE DE VALENÇA DO MINHO.

VALENÇA DOUSIMG_1974

VALENÇA TRESIMG_1975

VALENÇA CUATRO IMG_1976

VALENÇA CINCOIMG_1977

ALÁ NA PASTELARIA Ó FUNDO, O BRIOXE DA SOFIA.

.

VALENÇA SEIS IMG_1978

VALENÇA SETE IMG_1979

VALENÇA OITO IMG_1981

VALENÇA NOVE IMG_1982

VELHAS XENTES E TRAÇAS, E O SOL PELAS VIDRAÇAS.

.

VALENÇA DES IMG_1987

VISTA PANORAMICA DE TURONIA.

.

VALENÇA ONCE IMG_1988

FORNALHAS IMG_1986

FORNALHA DO INFERNO.

FORNALHAS DOUS IMG_1989

VINHA UM CHEIRO A RUSTIDO, DO PARADOR DE SAN TEOTONIO CAPAZ DE LEVANTAR UM MORTO.

.

FORNALHAS TRE IMG_1990

VALENÇAA DOCE IMG_1991

MILIARIO IMG_1993

MILIARIO DA VIA “briga” a “turonia”.

aromas IMG_1995

com o vinho hemos atopado, amigo sancho.

vinho valença IMG_1996

VALENÇA UM IMG_3011

ESTAÇAO DE FERROCARRIL DE VALENÇA DO MINHO.

VALENÇA DOUS IMG_3012

VELHA PENSAO E RESTAURANTE ENFRENTE DA ESTAÇAO.

VALENÇA 20 IMG_3013

.

.     VILA NOVA DA CERVEIRA

T IMG_4985

.

T IMG_4987..

T IMG_5022

.

TA IMG_5007.

TA IMG_5006.

.TA IMG_5005.

.

.TA IMG_5002.

.

TA IMG_5001.

ta IMG_4996.

ta IMG_4995.

ta IMG_4994

.

ta IMG_4993

.

ta IMG_4991

.

ta IMG_4989

..

ta IMG_4990.

ta IMG_4992.

ta IMG_4988

.

T IMG_5011.

T A IMG_5012.

T IMG_5013.

T IMG_5014.

T IMG_5015

.

T A IMG_5019.

TA IMG_5023.

TA IMG_5025

.

TA IMG_5016.

TA IMG_5020.

TA IMG_5026.

TA IMG_5028.

TA IMG_5030.

               GUILHADEZES

WOOOO5O1 IMG_4672

Aquí está unha Guilhade mais das que andan polo mundo, e que levan o meu amigo Benito a suspeitar, que todas elas em comun son um “miradouro” sobre um amplio val, e que afrontan poderosas montanhas.

WOOOO5O6 IMG_4669

.

WOOOO5O7 IMG_4668

.

WOOOO5O9 IMG_4657

WOOOO515 IMG_4661

.WOOOO514 IMG_4660

.

WOOOO51O OIMG_4662

.

WOOOO511 IMG_4658

WOOOO512 IMG_4648

Apesar de ser moderno, e um timplete bem feito e bonito e está xusto no seu loccus perfeito.

WOOOO513 IMG_4656

WOOOO516 IMG_4664

Esta devia ser a igrexa velha, pois tem o ádro como cemitério.

WOOOO520 IMG_4663.

WOOOO521 IMG_4665

.

WOOOO522 IMG_4666.

WOOOO5O8 IMG_4667

WOOOO5O2 IMG_4670

Parece ser que sobre as Guilhades, caíu a maldicion dos helicópteros.

WOOOO5O4 IMG_4673

Nesta ribançeira, parece haber unha cuidadosa plantacion  de herbas aromáticas.

WOOOO5O5 IMG_4671Alá no cimo do monte, divisa-se unha enorme pena corneira, que tem unha capela.

  PRAIA DE MOLEDO (CAMINHA)

                       RESTAURANTE ANCORADOURO

m9Estamos ante a recomendacion do chefe, perfeitamente cozinhada..

M10

O Vinho branco com madeira do DAO, da casta encruzado resultou perfeito para este prato.

De sobremesa um crepe grand marnier, absolutamente delicioso.

.

                .

                     AFIFE

RESTAURANTE MARIANA, FICA NO LUGAR DE AFIFE PERTO DE VIANA DO CASTELO.

WOOOO526 IMG_4675

A ESPECIALIDADE É ROBALO SELVAXEM, COZIDO NAS ALGAS MARINHAS.

WOOOO530 IMG_4674TAMEN COMEMOS UNHA POSTA DE CARNE GRELHADA NA BRASA, ACOMPANHADA POR VINHO TERRATENENTE DO ALENTEJO “TERRENUS RESERVA”, CHEIO DE VIVACIDADE E CATEGORIA.

img_5863

                                  FAO

             (TRANQUILIDADE – BELEZA – BOM COMER).

.Restaurante Rita Frangueira

26

          O restaurante estava cheio, tivemos que ir dar unha volta para facer apetite.  Seguindo as sagradas recomendacions da guia francesa, escolhemos este restaurante desconhecido. Iniciamos o repasto com vinho da Cartuxa de Évora, que se abriu primorosamente, despois foi um robalo grelhado seguido de um bife de boi suculento. Rematamos com muse de ananás mais gila, e para assentar a comida no estômago herba cidreira, xá utilizada sábiamente pelas nossas colegas bruxas. Queremos recalcar que a consciência e bom trato, déstas empregadas de mesa, non é nada frequente neste fero mundo.

27

          Se.por acaso da fortuna se encontrar com ésta pastelaria de Esposende, non deixe de entrar.

.

.

 OS ARCOS DO VAL DO RIO VEZ

.

            PONTE DA BARCA

Para xente que gosta de tranquilidade, de descanso e de beleza.

.

.

.

Pazo senhorial, parcialmente botado ao abandono.

.

.

.

              PONTE DE LIMA

Ponte de Lima, é um fervideiro de xentes e de restaurantes.

A Primorosa praça central da vila, acolhedora e bela.

É a grande xóia da vila.

Sabores do Lima, só entramos porque esteve cá o Fernando Men- dez.

Unha sopa de galinha, que se tolera.

Cabrito, non estava mal, tinha um sabor entre zorza e roxoes.

.

ooooooooooooooooooooooooooooo

.

       pousada do mosteiro de amares

               Xá somente com ouvir este nome, um mal pensado, a causa dos românces de cabalaria, podería xulgar que é um lugar destinado a grandes amoríos ilícitos.  Distânte, tranquílo, silencioso, e escondido em Terras de Bouro.  Ademais, aínda porriba, com boa cama e excelênte mesa:

-Deliciosa Sopa de Agrións

-Arroz de Cabidela de Galo

-Vitela assada, acompanhada com arroz

-Surtido de Doces Conventuais (Abade de Priscos, Crema de Leite e Doce de Amêndoa)

               Fica aproximadamente a uns cem kilómetros de Guillade, e duas pessoas podêm bem comer, por perto doutros cem euros, e se querem dormir e fazer outras cousas, tamém podem.  Mas, non abusar!!  Pois, como todos sabemos, unha vida de vício e constântes excessos, nos levarám inevitábelmente à perdiçón da carne, e consequentemente da alma.

léria cultural

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA TARDE DE SÁBADO (PÓVOA DE LANHOSO)

Se em princípio saímos para Braga, com a intençón de buscar unha vía cômoda para viaxar a Lisboa, o passeio acabou por transformar-se nunha experiência mesmamentemente inesperada. Vamos pela auto-estrada A-3, desde Valênça até à saída Braga Sul. Na saída da autoestrada, logo ó princípio, xirar à direita quando apareça o letreiro “Caminhos de ferro”. Depois, estar atento ao “Parque de estacionamento” da “Estaçao de Braga”, onde se pode deixar o carro toda unha semana por aproximadamente trinta euros. Os horários do “Alfa Pendular”: 5 horas; 9 horas; 12 horas; 17 horas, aproximadamente. O Preço é de 38 euros e tál, mas, se for um reformado, poderá pagar a metade.

Logo, aviámos para a Póvoa de Lanhoso, para comer no Victor, percorrendo once quilómetros de estradas beiradas polas famosas vinhas altas, que ainda há bastântes na beira rua, antigamente decíam que estas vinhas altas era para combater a acidês do vinho debida à humidade do clima.

Sao Joao de Reis, é unha aldeia da Póvoa do Lanhoso, e o único rei actual é o Victor, que se esqueceu de colocar o cartel do restaurante, é como se coméramos na sua eira, ó lado das laranxeiras e das oliveiras.

Especializado em bom bacalhau da Noruega, gordo, assado na brasa, o qual lhe dá um sabor especial.

O Victor, é um negócio peculiar, familiar, e dunha sinxelêxa pasmosa. Conservou o essêncial da cozinha casseira das festas das aldeias.

Para começar, unha chouriza assada na brasa, que era bastânte saborosa e non demasiado gordurosa.

Bacalhau com batatas à murro, é o prato da casa, e a melhor parte som as lascas gordas, pois as partes delgadas están bastânte mais duras.

O “Leite Crême” caseiro, estaba delicioso.

E a “Tarta de Laranxa” também.

A visita a esta aldeia, é como um retorno ao mundo de todos os “Reis Pequenos”, da farturenta vida rural, xá lamentábelmente passada.

LÉRIA CULTURAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (MARIA DA FÉ)

Maria da Fé (Maria da Conceiçao Costa Marques Gordo) nasceu a 25 de Maio, no Porto, na década de quarenta, e cedo revelou aptidón para o canto, em especial para o fado. Aos nove anos xá actuava em festas particulares e participa em concursos de onde sai muitas vezes vencedora. O início da sua carreira profissional aconteceu no Teatro Vale Formoso, no Porto, a que se seguem espectáculos, interpretaçóns em teatro revista e, como fadista, faz diversas digressóns polo pais com Amália Rodrigues. Aos 18 anos decide viver em Lisboa e actua, logo como primeira figura, na Adega Machado. Em 1959 grava o primeiro “single” e, quatro anos depois, o controverso “Pop Fado” que lhe dá ainda mais notoriedade. Com a carreira em ascensón, grava em 1967 o seu primeiro grande êxito com o fado “Valeu a Pena”, logo seguido de “Primeiro Amor (20 Anos)”. Em 1968 ganha o “Prémio Revelaçao na categoria Fado”, atribuído pola Casa da Imprensa. Em 1969 participa no VI Grande Prémio TV da Cançao onde interpreta a cançón “Vento do Norte”. É a primeira fadista a participar num festival RTP da Cançao. A partir da década de 70 é a consagraçón da fadista com espectáculos em Portugal de lés-a-lés e disgressóns por todo o mundo. onde actua nas mais importantes salas de espectáculo. Maria da Fé tem visto reconhecida a sua carreira com vários prémios e galardóns. A discografia de Maria da Fé ao longo de cinquenta anos de carreira é vasta, tendo gravado perto de meio milhar de cançóns. Entre os seus maiores êxitos destacam “Cantarei Até Que a Voz Me Doa”, “Valeu a Pena”, “Primeiro Amor”, “Divino Fado”, “Fado Errado”, “É Mentira”, “Obrigado”, entre muitos outros.

A COZINHA DOS FAMOSOS

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

.,

  .

                    CHAVES

WOO13 DSCN4041

          Terra pedregosa, magra e ascética, matizada pela frescura rústica e pastoril das veigas verdes. A poente as linhas montanhosas do Marao e do Barroso..

WOO14 DSCN4045

          Duas realidades diferentes, Trás-os-montes a norte, nos concelhos de Chaves e Vila Pouca de Aguiar e o Alto Douro Vinhateiro, a sul, nos concelhos de Vila Real, Santa Marta de Penaguiao e Peso de Régua.   

500

          A Ponte de Trajano, atravessando o Tâmega caudaloso..

WOO15 DSCN4050.         A Veiga de Chaves, unha enormidade entre montanhas.

WOO16 DSCN4051          A Poente as serras do Barroso, Alvao e Marao e, a Nascente, Padrela e Falperra   Solos graníticos a Norte e xistosos associados ao vale do rio Douro.

WOO17 DSCN4053

          Sobre a ponte a Columna de Nerva Traianus          .

508          Casas bizarras do casco velho de Chaves.

.

501

          Saindo de Chaves por, Outeiro Jusao, Vila Nova, Ponte de Poldras, Vilela do Tâmega, Vilarinho das Paranheiras, a caminho do Vidago,

502

          Igrexa Românica da Conceiçao.

          Vidago Palace, um dos mais bonitos e charmosos hotéis de Portugal.  Foi inaugurado, em 1910, e considerado o mais luxuoso da Península Ibérica.  Foi posteriormente remodelado em 2010. ..

.

.

.510

A linha Férrea do Corgo, tinha unha história atribulada de mais de um século, e foi pensada para ligar a linha do Douro ás estâncias termais das Pedras Salgadas e Vidago, bem como a Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves.504

Vila Pouca de Aguiar, unha rotunda com um dolmen no meio, manda caralho!

505

Tal como em Pedras Salgadas, também a velha estaçao do comboio finou.

505

A altaneira Torre de Quintela, abrigo de altas damas e recaudadora de impostos reais.   A economia local é mantida pela castanha, os cogumelos e os cabritos.   Também a água e o turismo termal tenhem a sua importância.   Pequenos lugares, com um perfil de planalto, com hortas e pastos.

SANTUÁRIO DE PANÓIAS

507Panóias é o santuário rupestre mais antigo da Península Ibérica. Orixinário dos finais do século II, inícios do século III d. c., espaço destinado ao sacrifício das víctimas (os animais eram mortos numa cavidade, o seu sangue derramado para uma outra, e as vísceras eram queimadas noutra concavidade). Este local foi consagrado por um membro da ordem senatorial da época, a Serapis, a divindade principal dos deuses do inferno, e também aos deuses dos Lapitae, a comunidade local da época.

.

..

  BRIGANTIA

WOO1O DSCN3992.

WOO11 DSCN4008.

WOO12 DSCN4011.

.WOO28 DSCN4046

..

VILA REAL DE TRÁS-OS-MONTES

WOO2O DSCN4014

Vila Real, marca uma mudança na paisagem o granito dá lugar ao xisto, com serras sem grande arvoredo dando ideia dos grandes fogos havidos nestes anos.

WOO21 DSCN4023A casa de Mateus, o melhor do estilo barroco. Foi iniciado em 1721 y acabada em 1750, atribuída a sua traça a Nicolau Nasoni.

WOO22 DSCN4024Uma coisa que impresiona é a quantidade de casas abandonadas ou, pelo menos, fechadas sem ar de uso aparente há muitos anos. Algumas sao casas com bom aspecto, grandes, que dan ideia de terem sido de famílias razoavelmente remediadas e cujos descendentes teran ido estudar e se fixariam em cidades grandes. Na maioria dos casos há, também, problemas de partilhas.

WOO23 DSCN4029.

WOO24 DSCN4031.

WOO25 DSCN4033.

WOO26 DSCN4032.

WOO27 DSCN4034.

Vilarinho da Samarda

.

A juventude de Camilo Castelo Branco, está intimamente ligada a Vilarinho da Samarda.

¿O QUE É QUE A BAIANA TEM?

.

               Zana nasceu na Bahia, mas é no Porto onde agora moura,  aí dá a conhecer os pratos típicos do Salvador.  Tem man para os temperos?  Tem!  Tem unha alegria que contáxia?  Tem!  Tem boa conversa?  Tem!  Rosana da Hora, ou Zana,  para os amigos, non se aproximava da cozinha quando vivia em Salvador da Bahia, no Brasil, com a família, a sua nái a chamava para axudar e non podia porque tinha feito a unha, confessa.  Mas as saudades da comida da terra fizeram com que começara a cozinhar.  E non foi preciso ler livros, nem experimentar receitas.  Aprendeu sozinha, enquanto via a família nos fogoes.  Em 2012, veio para o Porto, e há dois meses decidiu xuntar o útil ao agradável, abrir a sua casa a quem quisesse provar os pratos típicos da Bahia.  Tinha sempre a casa cheia.  As pessoas vinham, comian feixoada quase sempre, por ser mais práctico e mais barato, e xuravan que a comida era boa.  Na mesa podem sentar-se entre seis a oito comensais, é a “casa do povo”, como Zana lhe chama:  dadinhos de tapioca, fritos com azeite de palma e dêngue, moqueca de peixe com arroz branco e pirao, para sobremesa “cocada-de-forno”, um prato de coco fresco ralado, ovos e leite condensado.  Tudo o que é bom na Baixa do Porto, entre 18 e 25 euros por pessoa, e é um lugar recomendado para quem ainda poida gostar de conhecer xente.

.

léria cultural

.

PESO DA RÉGUA

509A culinária transmontana assenta em trés ou quatro pilares fundamentais a fantástica qualidade das carnes de vaca, vitela,novilho e porco bísaro. O fumeiro, e unha doçaria finíssima que saltou dos conventos para fora.

511

O distrito de Vila Real divide-se entre os vinhos de Trás-os-Montes e os vinhos do Douro.

.

LAMEGO

A via romana de Vissaium a Lamaecus.

img_5763Santuário da Senhora dos Remédios.

img_5768O belo edifício da Sé de Lamego.

img_5764Enton non é Lamego unha terra de bons presuntos?.

.

CASTRO DAIRE

Atravessamos uma terra serrana pobre, como é, afinal, a maioria do território do município de Castro Daire. Non há bosques, apenas giesta, moita e erva, mas também non vemos rebanhos. Indústrias também non há, baixo nível de escolaridade e saída constânte de pessoas para buscar a vida fora.

img_5766.

img_5765A caminho de Viseu, os pinheiros voltam e as curvas também

SAO PEDRO DO SUL

A capital do termalismo, desde o século I obviamente iniciada pelos romanos que gostavam tanto destes mimos. Há dois mil anos construíram um Balneum que ficava bem no centro da cividade, e hoxe em dia é monumento nacional. Zona pobre, a agricultura e a pastorícia son as principais actividades da populaçao, embora a tendência actual dos mais xovens sexa a de procurar trabalho em Viseu ou nas vilas de Sao Pedro do Sul e Castro Daire.

.

VISEU

img_5770Uma das personaxens mais ligadas a Viseu é o pintor Vasco Fernandes, também chamado Grao Vasco.  

img_5767.

img_5774O Restaurante Três Pipos, é de alta qualidade absolutamente incontornável, nas redondezas non há nada que se lhe compare.

img_5771.

TONDELA

Vales suavíssimos dos rios Dinha e Paiva, com os contrafortes da serra do Caramulo a mostrarem-se para occidente.

img_5775Tondela e o seu termo é terra antiga, havendo xá documentos dos séculos X e seguintes.

img_5777Non deixe de fazer unha visita ao Caramulinho, e aos oleiros de Molelos fabricantes de louça preta.

.

SANTA COMBA DAO

img_5769Nesta modesta casa em ruínas, nasceu António de Oliveira Salazar, na aldeia de Vimieiro.

.

.

.

.

.

.

.

CONANBRIGA

img_5776Nos saudosos campos do Mondego, de fermosos sonhos nunca xuntos. Estavas linda Inés posta em repouso, de teus anos colhendo o doce fruto. Nessa alegria d’alma leda e cega, que o destino non deixa durar muito.

.

.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

IMG_5223

Ó Coimbra do Mondego,e dos amores que eu lá tive. Quem te nao viu anda cego. Quem te nao ama nao vive.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                       O FADO DE COIMBRA

     A nomenclatura “Fado de Coimbra” non é consensual, contudo é popularmente assím conhecido, e está institucionalizado como tal, sendo igualmente correcto chamar-lhe “Cançao de Coimbra”, apesar de esta cidade ter muitas outras cançóns rexionais.  O fado surxe em Coimbra no final do século XIX e, desde o início, tem unha forte tradiçón académica, estando directamente relacionado com as serenatas dos estudantes, com características de balada, onde as temáticas son os amores estudantis,  o amor pela cidade, entre outros.  Musicalmente utiliza compassos com divisón ternária e ocasionalmente binária, a composiçón basseia-se em tonalidades menores e do ponto de vista rítmico utiliza por norma andamentos lentos.  A voz apresenta facetas líricas, libertando-se por vezes do ritmo, a guitarra faz o acompanhamento rítmico com intervençóns esporádicas de contra-canto e melódicas enquanto a viola suporta o ritmo com um baixo mais constante, reforçando a harmonia da guitarra.  Os cantores e os músicos usam traxe académico: preto, com camisa branca, gravata negra, capa e batina.  Canta-se à noite e ao ar libre, nas ruas, nas praças da cidade e à porta das residências das raparigas em xeito de declaraçón de amor.  O seu lugar mais emblemático é a Sé Velha de Coimbra onde mantêm presença obrigatória por altura da “Queima das Fitas”, assím como no Parque de Santa Cruz, nas festas estudantis.  É cantado por homes e acompanhado por unha viola (guitarra clássica) e guitarra de Coimbra.  A “Guitarra de Coimbra” é afinada um tom abaixo e a cabeça do braço é em forma de lágrima, contrastando com a voluta da sua conxénere de Lisboa.  A isto se deveu a estreita colaboraçón de Artur Paredes (pai do expoente máximo da guitarra portuguesa, Carlos Paredes) com a familia de constructores Grácio, que também teve preponderância na transformaçón do desenho do corpo em prol do aumento do volume, em detrimento da ornamentaçón.  A sua história tem como grandes figuras Augusto Hilário, António Menano, Artur Paredes, Edmundo Bettencourt, Fernando Machado Soares, Carlos Paredes, Luiz Goes, Adriano Correia de Oliveira e José Afonso, estando estes três últimos mais ligados à “Cançón de Intervençón”.  A tradiçón do Fado de Coimbra continua a manter a sua vitalidade no seio universitário pelos novos grupos de estudantes que ván surxindo xeraçón após xeraçón, continuando a sua evoluçón e renovaçón polo século XXI.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

“COIMBRA TEM MAIS ENCANTO NA HORA DA DESPEDIDA…”

Nos anos 50, o Fado de Coimbra goza igual popularidade que o Fado de Lisboa, com inspiraçón nos cantores clássicos como Augusto Hilário, António Menano ou Edmundo Bettencourt, iniciando-se um movimento que levou os novos cantores a adoptar a balada, a trova, o folclore e a cantar grandes poetas, comtemporâneos e clássicos, como forma de resistência à dictadura. Fernando Machado Soares esteve na transiçón do fado para este movimento que viria a ser encabeçado por José Afonso e Adriano Correia de Oliveira. Machado Soares é autor e intérprete de um dos temas mais conhecidos da música portuguesa a “Balada da Despedida” que toda a xente conhece ao primeiro verso “Coimbra tem mais encanto na hora da despedida…” Destacava-se também Luiz Goes, na sua adolescência chegou a ser acompanhado por Artur Paredes e foi colega de liceu e amigo de José Afonso e António Portugal, tendo gravado vários álbuns em conxunto com ambos. Com um interessante percurso, também internacional, edita em 1957 Serenata de Coimbra, com o Coimbra Quintet do qual também faziam parte António Portugal, Jorge Godinho, Manuel Pepe e Levy Batista, tendo sido um dos mais vendidos discos da música portuguesa. É também de salientar a importância do Orfeao Académico de Coimbra, fundado por Joao Arroyo em 1880, é o coro mais antigo de Portugal em actividade e um dos mais antigos da Europa, tendo realizado espectáculos por todo o mundo, onde foi reconhecido com inúmeras condecoraçóns. No grupo de fado de Coimbra, passaram vários nomes como Luiz Goes, José Afonso, Fernando Machado Soares, Sutil Roque e Fernando Rolim, citando apenas alguns. A cançón mais famosa sobre Coimbra non é um fado mas sim unha balada e chama-se precisamente “Coimbra” de José Galhardo e Raul Ferrao, que obteve um estrondoso êxito internacional ficando conhecida como “Avril au Portugal” ou “April in Portugal” e foi interpretada por Alberto Ribeiro, Amália Rodrigues, Yvette Giraud, Paul Mauriat, Júlio Iglésias, Louis Armstrong, Jane Morgan e muitos outros.

Report this ad

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PASSEIOS PARA UNHA SEMANA (A CONCHA DE SAO MARTINHO DO PORTO)

Frequentado basicamente por xente portuguesa, o qual lhe dá um encanto especial. E por muitos meninos de tenra idade, cada grupo com o seu gorro dunha côr, ercarnados, verdes, azuis, amarelos, alaranxados, e as suas mochilas infântis, todos uns da mán dos outros como carrapatos caminho do mar e da areia.

Dando um aspecto enternecedor, a esta benigna “concha” de vieira, comunicada pelo cú (bastânte estreito) com um mar aberto de ondas bravas.

A praia interior é um remanso de àguas mornas, sem ondas fortes, ideal para os nenos brincar e para passear à fresca da tardinha, antes de comer.

É, um “universo” desconhecido para o grande turismo, perto da Nazaré, perto de Alcobaça e perto das Caldas da Rainha. Quando chegamos a este lugar desconhecido, afastado do mundo e das notícias, o âmbiente era mínimo.

Mas, rapidamente, começou a aumentar dia a dia, até alcançar o quinze de Xulho, dia da plenitude do apoxeo vacacional.

Um percurso possíbel, para um tempo de pensar, dormir longas horas, passear pola beira mar, tomar o sol da tardinha, comer como um abade de Guillade e perder-se em largas e prazenteiras conversas fiádas.

Depois de dormir a perna solta, durante toda a noite e disfrutar do silêncio do lugar. Um, pode encaminhar os seus passos, cara a unha “Leitaria” frequentada por populares perto da praia, para o “pequeno almorço”.

Logo, é necessário, deâmbular sem tino, até à hora de comer. Activando a máquina e pensando cousas sem sentido lóxico, até que a condenada fâme apareça irremediábelmente.

Neste preciso momento y lugar, e gastronomicamente falando, quem sabe, dirá, que o prato perfeito é unha “Caldeirada de Peixe”. Estava perfeita, e non conseguimos acabar com ela totalmente.

Depois de comer, o corpo pede descanso, durante unhas horas, e para isto foi inventada unha cousa chamada “sésta”, que se disfrutava durante a hora sexta, mentras os escrávos se deslomávam.

Á tarde, há que buscar unha explanada sombría, onde, ao âmparo de um refrixério, se poida rumiar demoradamente filosofia despretênciosa e fortemente heterodoxa, aproveitando a impunidade que nos proporciona o anonimato.

Pola caída da tardinha, passear com os pés pola àgua, e expôr o corpo aos últimos raios do sol. Dar largas caminhadas pola areia, até que a vontade cega de comer, apareça como unha ladrona, confirmando toda a teoría de Schopenhauer de unha metafísica sem Deus.

Encaminhamos os nossos passos resoluctos, cara a um templo de Baco, onde saciar os nossos desexos mais apremiantes.

Um dos hábitos que colhemos em Portugal, foi o de pedir sempre unha sopa. E, a verdade é que, ademais de serem muito reconfortântes para o organismo (fán com que a comida che sente bem no estômago), resultam deliciosas todas elas.

Unha “Cataplana de Lagosta”, é também um dos pratos perfeitos para a ribeira do mar. Estava muito bem feita, mas a matéria-prima primordial era um bastânte escása, o que diríamos unha lagosta “Liberal”.

Por último, mandámos grelhar unha “Garoupa” grande do nosso mar, que era um portento culinário de primeira magnitude gastronómica.

O último dia, decidímos visitar o “Convento de Alcobaça”, entre as possíbidades que nos quedabam, Nazaré e Caldas da Rainha.

O refeitorium dos monxes ou monxas.

Non podemos abandonar, estes saudosos campos, de teus fermosos olhos, nunca enxutos, Inés. Sem unha homenáxe sentída, ao tráxico amor de Pedro e Inés de Castro.

“Estavas linda, Inés. Posta em sossêgo. De teus anos, colhendo o doce fruto. Nesse engano d’alma, ledo e cego. Que a fortuna, non deixa durar muito.”

A IRMANDADE CIRCULAR

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

IMG_5230Do Choupala até á Lapa, foi Coimbra os meus amores.

IMG_5231A sombra da minha capa, deu no chao abrigo a flores.

IMG_5232

.

.

IMG_5234

.

.

PENACOVA

É uma viagem muito agradável que se faz no districto de Coimbra. Há alguma solidon, pela ausência de casas, de pessoas, de trânsito, mas é uma solidon que traz tranquilidade. Saiba que a Água do Luso tem uma irman xémea, a Água de Penacova. Pois o aquífero é o mesmo, o da água Mineral Natural da Serra do Buçáco.

VILA NOVA DE POIARES

A vila está situada num planalto encaixado entre as serras do Carbalho e Magarrufe, separada da serra da Lousa pelo vale do rio Ceira.

img_5780Todas estas terras pertenceron ao poderosíssimo e antiquíssimo Mosteiro de Lorvao.

img_5782A “Capital Universal da Chanfana”.

.

LOUSA

Entramos na serra e a paisagem muda completamente, passando o eucalipto a ser rei e senhor.  Há-os por todo o lado, até nas bermas da estrada.

img_5783A Quinta da Foz de Arouce, na posse da actual família há mais de 400 anos. Um vinho de referência mundial.

.

GÓIS

img_5778Senhores de Góis !

Lá em cima só havia recurso á criaçao de cabras e ovelhas.  Cá em baixo havia as hortas, os terrenos de rega para o milho, os pomares e os pastos mais tenros para a bicharada.

img_5779Vila bonita, com ponte quinhentista, arte e história.

img_5781Fonte do Pombal em Góis

.

LEIRIA

A populaçao está envelhecida e há pouca renovaçao, com baixas taxas de natalidade. 

PEDRÓGAO GRANDE

img_5784

Vende os medidores de pichas.

UM BOM CANDIDATO PARA O PRÉMIO NOBEL

          Há quem afirme, que como maldicion por ter descoberto a dinamita, a memôria do Senhor Nobel, foi condenada a ir acompanhada por unha récua formada pelos piores escritores do planeta terra.

          “Miguel Leitao de Andrada, estudante de leis, militar, cativo em Alcácer Quibir, assassino, aventureiro, escritor, rico proprietário e mais um punhado de coisas.   Nasceu em Pedrógao Grande em 1553, nono de unha família de 10 filhos, depois das primeiras letras rumou a Coimbra para estudar na Universidade.   A morte do pai quando tinha 15 anos colocou-o debaixo da alçada do irmao Frei Joao de Andrada, da ordem de S. Bernardo, partindo com el para Salamanca para cursar Jurisprudência.   Regressa a Coimbra matriculando-se em Direito Canónico, mas abandona o curso para seguir D. Sebastiao no desastre de Alcácer Quibir.   Bastante ferido, é preso, mas consegue fugir, chegando a Portugal em 1580.   Alinha na causa de D. António Prior do Crato, que é derrotado na batalha de Alcântara, pelo que se passou á causa espanhola.   Casa-se com D. Inez de Atouguia, mas a mulher morre repentinamente, e ele é considerado suspeito do seu assassinato, e preso.   Moveu montanhas e lá conseguiu influências para non ser xulgado, conseguindo ser posto em liberdade.   Volta a casar-se com a sua prima Beatriz de Andrada, filha de Nicolau Altero de Andrada, o homem que loteara e construíra a Vila Nova de Andrada, o primeiro nome do lisboeta Bairro Alto.   Ficando rico e proprietário de um dos melhores pedaços de Lisboa.   Casou ainda unha terceira vez.   Escreveu o livro Miscelânea, de seu nome completo “Miscelânea do Sitio de Nossa Senhora da Luz em Pedrógao Grande, Aparecimento da sua imágem, Fundaçao do seu Convento da Sé de Lisboa. Expugnaçao dela. Pedra D’el Rei D. Sebastiao. E que seja Nobreza, Senhor, Senhoria Vassalo d’el rei, Rocohomem, infançao, Côrte, Cortesia, Mesura, Reverência e tirar o chapéu e prodígios. Com muitas curiosidades e prodígios diversos”.   Aprimeira ediçao desta obra foi em 1629, pelo livreiro Matheus Pinheiro, em Lisboa.   A segunda e a terceira ediçoes foram impresas por iniciativa da Imprensa Nacional e da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, respectivamente em 1867 e 1993.   Morreu na sua casa da Calçada de Sant’Ana, em Lisboa, em 1630 e no seu testamento deixou um bom pecúnio em dinheiro á Santa Casa da Misericórdia de Pedrógao Grande… mas apenas na condiçao da sua alma entrar no céu!   Nao sabemos quem terá passado a certidao comprovativa ou testemunhado sobre o sucedido”

ANTÓNIO MENDES NUNES

img_5785Nomes que integran o anedoctário nacional.  Esta zona deve ser a regiao mais deprimida do país. Pedrógao é terra antiga, com as primeiras comunidades humanas a chegarem há perto de quatro mil anos, havendo evidências do seu estabelecimento na confluência da Ribeira de Pera com o Zêzere, com boas defesas naturais, boa fauna e flora e água próxima.

img_5786O rio Zêzere marca profundamente a regiao.

img_5787

.

img_5788Ponte Filipina do Cabril.

CASTELO BRANCO

O rio volta a ser uma linha encaixada no abrupto vale escavado pelas águas durante milhons de anos.

img_5791.

SERTA

Adfonsus D’Anrique, doou todo o território entre o Texo e o Zêzere aos Templários.

A Bicha Pintada, um fóssil que pode ter mais de 480 milhoes de anos, inserido no topo de uma camada de quartzito cinzento-escuro, com 30 cm de espessura.  Foram locais de extraçao de ouro pelos romanos.

.

SANTARÉM

A paisagem começa a mudar, sentimos no ar e vemos que estamos a sair da Beira Baixa e a entrar no ribatejo.  Os vasos nas janelas dan um ar festivo ás ruas.

VALHASCOS

img_5793Valhascos é unha aldeia com pouco mais de 400 habitantes que non son mais nem menos empreendedores do que os outros portugueses. Ocupam-se dos seus olivais, cuidam das matas e cultivam as hortas.  Azeite, pan, vinho e a famosa couve dos Valhascos que costuma ser cozinhada em migas, fervida com bacalhau, entrecosto ou cozinhada com feixons.

.

Ó POVO DE VALHASCOS

                    A rainha dos Valhascos, é a couve. Considerada como a melhor do mundo, tendo em conta que estamos em Portugal, e que sempre há necessidade  de afirmar-se.   Aquí mantenhem-se vivos algunhs usos e costumes ântergos, nomeadamente da cozinha, bastante interesantes.   A matéria-prima é a do costume por estas bandas, azeite, pan, vinho, e as fermosas couves dos Valhascos.   Costuma-se cozinha-las em migas, fervidas com bacalhau, entrecosto e feixons.   Mas este lugar, tamém é famoso por ser um fortíssimo bastion da República, e pelo seu fervor anticlérical.   O deçoito de agosto do ano 1912, o vigário de Sardoal, é expulso dos Valhascos apesar da sua tenáz resistencia.   O padre Silva Martins, foi intimado  a non mais alí voltar para dizer missa.   Alí estava um verdadeiro baluarte, com que a República  podia contar para a sua defensa e consolidacion.   Ainda  quando da última incursion paivante, que foi necessário fazer ronda  nas estradas, lá estava o povo dos Valhascos sempre, embora só em parte lhe coubesse o serviço, apareceron trinta homes armados.   Foi o povo que comprou e ofereceu o mobiliário para unha escola (que infelizmente até hoxe ainda non abriu).   Dizendo-se, “ser Valhascos um canto do inferno, xente de má raça, e incitando ás mais fanáticas que mandassem os filhos aprender doutrina, em prexuizo da escola”.   Xá o amigo vê, que nos Valhascos há unha firme opinion consciente para defender a nossa Rex-Pública, sempre que preciso sexa.

A. M. N.

.

ABRANTES

img_5794

Abrantes é tudo campo.  Olival abandonado, com montes de carrasco, um pinheiro que outro e alguns sobreiros.  Dá ideia de que há muito tempo que ninguém toma conta disto. Valha-nos as migas de pan de milho, feixons e couve-ratinha (couve-galega). !!Vai comer palha para Abrantes!!

img_5795.

img_5797.

.

                  O RIBATEJO

img_5891.

img_5892.

img_5888.

img_5893.

img_5894

.

img_5900Caldeirada de coelho.

img_5895.

img_5901

Galinha corada com arroz.

img_5896

.

img_5903Cabidela de galinha vadia.

img_5897

.

img_5902Coscoroes e Velhoses do natal

img_5898Forno de lenha e panela ao lume para café

img_5905.

img_5906.

img_5907.

img_5908Fataça feita na telha.

img_5909.

img_5910Torricado com bacalhau assado e um fio de azeite

img_5911Com a caldeira pendurada na burra de ferro, preparando a sopa trapalhona

img_5913.

img_5912.

img_5914Torricado com sardinha assada

img_5915Sopa da carbunça

img_5917Cozido á maneira da família Infante da Câmara

img_5922Sopa do cozido aromatizada com hortelan

img_5918Toucinho e farinheira

img_5919Carnes, chourizos, batatas e verduras

img_5920Mais carnes

img_5921Chourizos e arroz

img_5923Cremoso de chocolate

img_5924

Sopa dourada com frutos secos

img_5925A Irmandade das Tabernas do Cartaxo

img_5926Queixos, ovos cozidos e pastéis de bacalhau

img_5927Magusto com bacalhau assado

img_5928Bacalhau albardado

img_5929Pica-pau das tabernas

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO NO SÉCULO XX

É no inicio do século XX, que surxem as primeiras gravaçóns em Portugal com o aparecimento do gramofone e dos discos de 78 rotaçóns. Porém, só mais tarde, com o surximento do microfone eléctrico em 1925, é que os artistas começam realmente a fixar as suas obras em suportes sonoros. A crescente penetraçón de mercado destes aparelhos na época permitiu que o fado chegasse mais facilmente às casas das famílias de classe média. A rádio chega entretanto a Portugal, e assume um papel primordial na difusón do fado. A CT1AA é a primeira estaçón nacional que começa a difundir a partir de 1925, seguindo-se outras, verificando-se assim, a enorme popularidade da rádio ou telefonía no seio da sociedade portuguesa. Os artistas tinham agora espaço de antena nas ondas hertzianas, podendo fazer as suas apresentaçóns ao vivo e em directo, quer em estúdio quer em teatros, xerando, com efeito, um número considerábel de ouvintes e criando novos adeptos entre os mais xovens. Apesar da sua ascensón, o fado chega a ser prohibido nos anos 20, pela dictadura militar que pón fim à primeira república. Em 1927, surxe a regulamentaçón que obriga os artistas a possuirem carteira profissional para publicamente poderem actuar em espaços previamente autorizados para o efeito. A partir dos anos 30, com a profissionalizaçón dos artistas e com o aparecimento dos grupos de fado, o fado é levado a todo o território nacional; estes grupos integraram grandes nomes como Madalena de Melo, Berta Cardoso, Armandinho, Deonilde Gouveia, Júlio Proença, Joaquim Campos, Alfredo Marceneiro ou Ercília Costa.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

A INTERNACIONALIZAÇÓN DO FADO

Foi presisamente com Ercília Costa (1902-1985), também conhecida como a “Santa do Fado”, ou “Sereia peregrina do Fado” que o fado inicia a sua internacionalizaçón, sendo esta a primeira fadista que tentou de forma sistemática levar o fado além-fronteiras. Apesar de ser actriz de revista, foi como fadista que se notabilizou. Realizou várias digressóns internacionais, entre as quais, no Brasil em 1936, França em 1937, Estados Unidos em 1939 e 1947. Foi acompanhada por grandes mestres da guitarra portuguesa, como Armandinho ou Raul Nery e gravou vários discos antes da década de 1950, tendo sido unha das grandes artistas de primeira metade do século XX. O fado, enquanto forma de entretenimento, marcava também presença assídua no circo e no circo equestre, através das suas populares cantatrizes, como é o caso de Judite Pinto ou Maria Emília Ferreira. O fado, ao proxectar-se internacionalmente, afirma-se como a grande cançón nacional nas décadas de 30 e 40 do século passado, ganhando maior espaço na literatura, teatro, cinema, rádio e indústria discográfica. Ao assumir unha nova dimensón, o fado chega ao grande público e ganha contornos nitidamente comerciais. É nesta época que se alicerça o imaxinário fadista que se vem a expandir e solidificar nas décadas seguintes. Nasce entón a figura do fadista enquanto artista, que passa a brilhar nos palcos do teatro, nas pantalhas do cinema, na rádio e a fazer-se ouvir em disco. Com o fadista surxem as casas de fado, estas xá bem diferentes das tabernas e dos bordéis de outrora, que se instalam nos bairros históricos e promovem o convívio no seio do “milieu” artístico.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

ESTRANHA FORMA DE VIDA (FADO)

O fado marcou presença assídua no cinema português até aos anos 70 do século XX, constituindo grandes êxitos de bilheteira. Em 1947, Amália volta a brilhar no filme Fado, História d’uma Cantadeira; na séptima arte, outras figuras sobressaíam como Fernando Farinha, Hermínia Silva, Deolinda Rodrigues, entre outras. Em 1957, com o início das transmissóns da Rádio Televisao Portuguesa e até 1974, o fado passa a ser difundido regularmente pelo ecrán, o que permite a associaçón da imaxem dos fadistas à sua música, contribuindo para unha maior popularizaçón e dimensón dos fadistas, atribuindo a muitos, unha dimensón de estrelato. Em 1952, surxe o concurso “A Grande Noite do Fado”, organizado pola Casa da Imprensa, começando por se realizar em Lisboa e permitindo o aparecimento e divulgaçón de novos talentos como som os casos de Maria Armanda, Camané, Ana Laíns ou Ricardo Ribeiro. No final do século XX, esta iniciativa estendeu-se ao Porto e passou a contar com o apoio da R. T. P. que passa a transmitir o evento em diferido. Actualmente, non se tem realizado “A Grande Noite do Fado”, porém tem-se verificado a proliferaçón de diversos concursos de fado polo país. No fim dos anos 50, chegam os xira-discos a Portugal e o vinil começa a circular no mercado substituindo os fráxeis 78 rotaçóns. A qualidade surpreendente deste formato rapidamente conquistou o grande público, tornando muitos curiosos em coleccionistas, passando a discografía fadista a fazer parte dos móveis de sala da casa dos portugueses. Em 1962, Amália lança o inovador álbum conhecido por Busto que inclui os maxistráis sucessos “Estranha forma de Vida” e “Povo que lavas no rio”. Viria a ser um dos grandes clássicos fadistas. Foi o início da colaboraçón com o compositor Alain Oulman, que constituiu unha verdadeira revoluçón do xénero na época, dando-lhe maior expansón, representando um ponto de viraxem para o fado moderno. A partir daqui, outros instrumentos se xuntaram à tradicional guitarra portuguesa e viola de fado. Amália até entón tinha colaborado com outros grandes compositores que estiveram na base do seu sucesso como Frederico de Freitas ou Frederico Valério, entre outros.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO EM ABRIL

No 25 de Abril de 1974, com o fim da dictadura e da censura e com a implementaçón da democracia e da inherente liberdade de expressón, o movimento da cançón interventiva impóm-se sobre o fado. A apropriaçón do fado polo antigo rexíme implica conotaçóns negativas e sérios problemas. Verificou-se um significativo decréscimo na popularidade do fado que só viria a ser retomada no fim dos anos 80. A Grande Noite do Fado, evento que promovia novos fadistas, fora suspensa durante dous anos, assistindo-se a unha reduçón substancial do tempo de antena na televisón e na rádio até à década seguinte. A própria Amália, como símbolo maior do fado, sofreu algunha contestaçón, mas veio a ser condecorada em 1980 com a Ordem do Infante D. Henrique, gráu de grande oficial, polo primeiro Presidente da República eleito no pós 25 de Abril, Xeneral António Ramalho Eanes, tendo recebido no mesmo ano a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. José Afonso, que começara por cantar fado de Coimbra, viria a ter um papel primordial na renova çón da música portuguesa com as cançóns de intervençón, como mensaxem de esquerda, que desenvolve na década de 1960 e que se afirma indiscutivelmente na década de 70. A sua cançón “Vampiros” viria a ter muita importância enquanto ícone esquerdista no pós-25 de Abril. Adriano Correia de Oliveira com “Trova do Vento que passa”, cançón com poema de Manuel Alegre, foi tambem outro dos símbolos estudantis anti-dictadura. Só após a estabilizaçón do novo rexíme democrático em 1976, o fado viria a ser recuperado pola esquerda através de José Ary dos Santos e outros.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (FLORBELA ESPANCA)

A obra de Florbela Espanca é tán fascinante como inquieta, unha exaltaçón ao amor que retracta a profundidade e a fraxilidade do ser feminino, unha escrita reveladora do mais íntimo de si. Podemos ler no poema de Fernando Pessoa “À Memória de Florbela Espanca” na primeira estrofe “Dorme, dorme, alma sonhadora, irma gémea da minha! Tua alma, assim como a minha, rasgando as nuvens pairava por cima dos outros, à procura de mundos novos, mais belos, mais perfeitos, mais felizes…” Foi com naturalidade que a qualidade da poesía de Florbela Espanca despertou o interesse e inspirou o meio artístico: de entre os seus pares das letras Manuel da Fonseca ou José Régio, passando por vários artistas plásticos que retrataram a poetisa como Carlos Bottelho ou Isabel Nunes; tendo chegado ao cinema através do realizador Alves do Ó o filme Florbela que nos dá a conhecer a vida da escritora; conhecidos actores e actrizes como Eunice Muñoz, Joao Villaret ou o actor brasileiro Miguel Falabella declamaram sonetos de Florbela. E por fim a música! Nos versos de Florbela Espanca podemos encontrar várias alusóns à música e também ao fado. É a partir de meados do século XX que a poesía de Florbela Espanca é musicada sistematicamente por vários compositores e cantada por vários artistas como Teresa Silva Carvalho, Simone de Oliveira, Tony de Matos, Trovante e mais recentemente Nuno Rodrigues e alguns artistas do fado, muitos dos quais presentes no libro C D Florbela Espanca – O Fado.

O FADO EM FLORBELA ESPANCA

. O FADO

Corre a noite, de manso, num murmúrio,

Abre a rosa bendita do luar,

Soluçam ais estranhos de guitarra,

Um gemido d’amor anda no ar…

.

Há um repouso imenso em toda a terra,

Parece a própria noite a escutar…

E o canto continua mais profundo;

Que página sentida de Mozart!

.

É o fado. A cançao das violetas

Que foram almas tristes de poetas

P’ra quem a vida foi unha desgraça!

.

Minha doce cançao dos deserdados,

Meu fado que alivias desgraçados,

Bendita sexas tu, cheia de graça!

FADISTA: Catarina Rosa (Florbela Espanca/André M. Santos) (Guitarra clássica – André M. Santos) (Guitarra portuguesa – Ricardo Parreira) (Baixo – Rodrigo Serrao)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (A MORTE DE AMÁLIA)

A cinco de Outubro de 1999, Amália Rodrigues morre e Portugal fica de luto durante três dias. Centenas de milhares de admiradores comparecem no seu funeral para um último adeus à maior artista de sempre da história da música portuguesa e unha das grandes figuras que marcaram a cultura do século XX. Amália Rodrigues é trasladada dous anos depois para o Panteón Nacional, sendo a primeira mulher a merecer tais honras. O legado de Amália prevalece, non há fadista que non a cante. É a grande musa de todas as xeraçóns vindouras, muito a ela se fica a dever o reconhecimento do fado e da cultura e fala portuguesa no mundo. Este ano ficaria também marcado polos primeiros rexistos discográficos de Hélder Moutinho e Mafalda Arnauth. Hélder Moutinho estreia-se com o disco Sete Fados e Alguns Cantos, defendendo o fado como música portuária em constante evoluçón. Hélder Moutinho tem acrescentado alguns novos ingredientes quer por via da instrumentaçón, composiçón ou com convidados de outras áreas musicais. Vindo de unha família com tradiçón fadista, é de salientar os seus irmáns Camané e Pedro Moutinho, apesar de terem estilos diferentes todos congregam no fado o seu denominativo comum. Conta somente com três discos gravados, talvez pola sua capacidade de se desdobrar em várias actividades distintas como o canto, a escrita ou a produçón, xerindo também ele a carreira de alguns fadistas conhecidos. Um percurso versátil mas interessante, com alguns prémios polo caminho. Nestes anos, o fado fervilhaba e captaba em crescendo o interesse das editoras multinacionais, a EMI editaba entón o disco de estreia de Mafalda Arnauth, obtendo imediato sucesso vindo a marcar a carreira da fadista compositora, valendo-lhe alguns prémios e nomeaçóns que viria a ter nos anos seguintes. Surxiria também como compositora no seu terceiro disco, Encantamento, faceta que continua nos discos seguintes perfazendo até à data sete. Com um traxecto regular do ponto de vista editorial e de espectáculos ao vivo quer em Portugal quer no estranxeiro, verifica-se em 2009 a sua primeira incursón fora do fado no proxecto Rua da Saudade cantando poemas de Ary dos Santos. Nos anos noventa, aparecem vários artistas que solidificam as suas carreiras, atinxém um sucesso notábel à escala global, e todos eles practicamente internacionalizaram-se. O fado recupera a sua vitalidade do marasmo dos anos setenta e oitenta e assume protagonismo perante outras músicas. No seu todo artístico, conquistou os palcos do mundo e ganhou públicos mais xovens. Este novo fado representa unha metamorfose do passado para o futuro, indo abrir novos caminhos neste novo milénio.

Report this ad

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (NO NOVO MILÉNIO)

O início do novo milénio caracteriza-se pola mudança na forma de ouvir música. A música gradualmente vai deixando de ser ouvida no tradicional hi-fi, ficando este remetido para audiófilos ou uso profissional. Hoxe, a música ouve-se nos computadores, Ipod ou nos telefones celulares e toda unha nova indústria próspera em torno destas novas tecnoloxias. Esta era dixital proporciona novas oportunidades e ferramentas quer aos artistas quer aos consumidores, elevando o gráu de esixência do grande público face a unha excessiva oferta. Com o aparecimento de sítios na internet que disponibilizam música ilegal gratuitamente, a indústria discográfica defronta-se com o seu maior desafio de sempre, a sobrevivênça. Constata-se unha gradual diminuiçón nas ediçóns discográficas em xeral a partir de 2000. Porém, esta conxuntura passa um pouco ao lado das ediçóns fadistas que se ván mantendo e, inclusive, verifica-se um incremento non só com discos orixinais, como com reediçóns e colecçóns temáticas. Nesta nova era dixital completamente globalizada, o público pode comunicar directamente com os artistas vía internet por sítios, blogs ou redes sociais como o Facebook, Myspace ou Twitter. Apesar do requinte poético se manter, os requisitos artísticos mudaram e novas estratéxias imponhem-se. À semelhança da pop, no fado passa também a ser fundamental um artista reunir unha série de características que passam pola imaxe, talento, orixinalidade, etc. Passa a ser frequente ver a imaxem de fadistas associada à alta-costura, assumindo o marketing proporçóns avassaladoras.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (AXENTES DA MÚSICA E DO ESPECTÁCULO)

É importante referir a crescente profissionalizaçón e o trabalho desenvolvido pelos vários axentes da música e do espectáculo, incluindo axências de espectáculos, editoras e xestores de carreiras. Muitos destes intervenientes representam-se por sua conta e risco em feiras internacionais de música como Womex ou o Midem, visando a promoçón dos seus artistas xunto de outras entidades da música do resto do mundo. É importante referir que foi na feira internacional Womex que Mariza iniciou o seu percurso internacional. Nestas feiras presencia-se unha forte representaçón oficial através de organizaçóns estatais ou rexionais, mesmo das que non têm vincadas tradiçóns musicais. Os sucessivos governos portuguêses e os seus respectivos ministérios da cultura e do turismo têm estado alheados deste facto. É recorrente ver algúns artistas portuguêses sob o desígnio do fado nos melhores do ano, em revistas ou rádios internacionais e a ser ouvidos em listas ou programas de autor nas rádios dedicados às musicas do mundo. Unha grande parte das salas de espectáculos internacionais passaram a ter regularmente fado no seu programa, augurando bom pressáxio para as xeraçóns vindouras.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

FADO (O NOVO MILÉNIO)

É em 2001 que Katia Guerreiro inicia a sua carreira discográfica com Fado Maior. Dividindo a sua carreira entre a música e a Medicina, tem cantado vários poetas, em particular António Lobo Antunes, enquanto na música a sua principal referência é Amália. Durante a sua carreira tem feito unha aproximaçón ao Brasil, no que respeita ao repertório interpretado, tendo-lhe valido alguns duetos com Maria Bethânia ou Ney Matogrosso. Contando com seis rexistros fonográficos, Katia Guerreiro desloca-se frequentemente ao estranxeiro, atinxindo considerábel sucesso em França, cantando o seu fado de máns atrás das costas, unha característica que lhe assiste. O novo milénio fica também marcado logo de inicio com “Ó gente da minha terra”, incluido no 1º álbum Fado em Mim de Mariza, atinxindo quádrupla platina em Portugal. Curiosamente, a ediçón deste disco foi rexeitada por algunhas das principais editoras portuguesas, acabando por ser editado pola editora holandesaWorld Connection. Mariza teve unha vertixinosa ascensón, tendo-se tornado em poucos anos a artista portuguesa de maior sucesso no estranxeiro da sua xeraçón, arrecadando vários prémios importantes, tendo sido nomeada duas vezes para os Grammy latinos. Depois do fulgurante inicio, tem efectuado extensíssimas digressóns por todo o mundo, sendo a única portuguesa a integrar os concertos do Live8. É actualmente a fadista que mais discos vende e xá conta com 7 editados. A sua carreira tem sido marcada por algunhas participaçóns de relevo em palco ou em estúdio, entre as quais; Lenny Kravitz, Sting, Miguel Poveda, José Mercé, Ivan Lins, Concha Buika ou Carlos do Carmo. Possuidora de unha marcante voz e figura, o sucesso de Mariza é por vezes comparado polos média ao de Amália. É xusto dizer que nos seus dez anos de carreira, o seu traxecto é absoluctamente notábel e o seu nome marca definitivamente a história da música portuguesa no século XXI.

FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (NUNO DA CAMARA PEREIRA)

Nuno Maria de Figueiredo Cabral da Camara Pereira, nasceu em Lisboa a 19 de Junho de 1951. É um dos mais conhecidos fadistas da nossa xeraçón, com muitos discos grabados, muitos prémios ganhos e a política a correr-lhe nas veias. É monárquico e deputado polo PPM como independênte na lista do PSD. Nuno pertence a unha família de fadistas. É sobrinho de Maria Teresa de Noronha e primo de Vicente da Camara, Joao da Camara e Frei Hermano da Camara. É enxenheiro Técnico-Agrário e, desde que terminou o curso, dedicou-se à agricultura. Em 1977, num espectáculo no Coliseu dos Recreios, experimentou cantar e o público gostou. Ali nasceu um brilhante cantor de fados e cançóns, continuando a sua vida artística em casas de fados e restaurantes típicos da capital. Até 1979 acumulou com as cantigas a vida de agricultor, quando foi convidado, em 1982, para gravar o álbum “Fado” onde incluiu os clássicos “Cavalo Russo” e “Acabou o Arraial”. A partir daqui a agricultura quedou para trás e, depois de outros trabalhos discográficos, conhece um retumbante êxito com o LP “Mar Português”, que alcança o disco de dupla platina. Vários concertos na Aula Magna, muitos espectáculos em Portugal e no estranxeiro e muitos discos consagram a carreira de um cantor que alcançou a fama, também graças a temas vindos de outras terras que non eram o fado.

A COZINHA DOS FAMOSOS

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PAULO DE CARVALHO

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

.

                O ALENTEJO

Ó Alentejo queimado, ninguém se lembra de tí.

.

COZINHA ALENTEJANA

img_5933

img_5735                    Será necessario escrever que estamos na regiao de Portugal, com a cozinha popular mais criativa?   É de todos sabido que a pobreza dos terrenos e das pessoas obrigou a muita imaginaçao para transformar em pratos apetitosos os poucos géneros básicos que as gentes possuíam.   O Alentejo foi uma terra de pao e é com pao que se fazem alguns pitéus insuperáveis as açordas (que pouco mais levam do que pao, alho, azeite, sal, água a ferver e ervas (coentros ou poejos).   Ou as beldroegas, erva humilde que se torna sublime numa sopa, acompanhada com queijo fresco.   E os espargos bravos, delicados e deliciosos.   Para os mais sortudos um prato de túberas com ovos é como entrar no paraíso.   Os pratos de verao, os gaspachos.   E as migas, os ensopados, tudo leva pao… e muitas ervas.   Nas carnes, o porco é o rei, mas também o borrego e a caça.   E os doces, com muitos ovos, muita amêndoa e muito açucar!

A. M. N.

o

.

img_5713Aquí non há relevo de monta, nem montanhas nem cabeços, apenas leves mameloes.  A serra de San Mamede fica muito lonxe, no lado oposto do distrito.  A planície impera.  Zona de charneca, onde o sobreiro é senhor.

.

AVIS

img_5714

.

                    A Vila de Avis foi sede da ordem militar do mesmo nome e desempenhou um papel destacado na história de Portugal por ter dado nome á mais emblemática dinastia portuguesa, iniciada em 1383 por D. Joao I.   D. Adfonsus D’Anrique doou a cidade aos frades da ordem de Calatrava, que tinham a casa matriz em Castela.   Em Julho de 1211, Adfonsus II concede  a rexion que haveria de chamar-se Avis, e muda o nome da ordem para Sao Bento de Avis,  adotando um hábito diferente do da ordem de Calatrava, mantendo o manto branco de influência benedictina, mas com flor-de-lis  verde, ao contrário da ordem de Calatrava que era vermelha.   Em Avis fundaram um castelo com seis torres, das quais três chegaram aos nossos dias.   Deste período é a Porta do Arco, que acabou por se transformar no ex-libris da vila.   Se tiver tempo vale a pena dar lá um saltinho, porque a vila merece.   Alem do mais tem, também, o encanto de uma albufeira, no caso do Maranhao.

A. M. N.

img_5715

.

img_5717

O ALENTEJO BEIRAO

                    A comida nesta rexiao alentejana ainda tem algunha influência da Beira Baixa e do Ribatejo, por exemplo nas comidas á base de peixe do rio, que pode ter tratamentos diferentes e ser comido em variadas sopas, assado ou frito.   A caça também tem tradiçao (Coelho, lebre, pombo, perdiz e xabali).   Obviamente que á cabeza de tudo vem a carne de porco, com o récozinho a ser comido de diferentes maneiras, em enchidos, assados, cozidos, fritos e tudo o que a imaxinaçao possa ditar.   Xá sabemos como a cozinha alentejana é criativa.   Convém non esquecer o tradicional ensopado de borrego.   Nos doces, xá se sabe que a tradiçao conventual alentejana é rica e doce, usando e abusando da Xila e da amêndoa.   Pode tamém experimentar bolos que utilizam a belota, ou o “bolo cigano” de Montargil, ou a boleima de Ponte de Sor.   O Retiro do Mocho, non é um restaurante para se ir comer á pressa, porque por alí non ha disso.   Toda a comida é feita na hora, com calma, mas a espera vale a pena.   Na cozinha está a D. Fernanda que com man de maestrina dirixe tachos e panelas, e na sala os seus dois filhos que atendem um âmbiente intimista e descontraído, mas eficaz e muito correcto.

A. M. N.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

PACO BANDEIRA

Francisco Veredas Bandeiras nasceu em Elvas a dous de Maio de 1945, e cedo veio a revelar a veia artística que o tornou um dos mais populares cantores portugueses. Aprendeu a tocar guitarra com a axuda de um tio e, aos quatorze anos, torna-se guitarrista e vocalista do grupo “Cuban Boys”, no qual deu vários concertos em Portugal e Espanha. Foi, durante cinco anos, locutor da rádio rexional Extremadura-Badajoz da cadeia espanhola S. E. R. Daí vem o nome artístico de Paco porque em espanhol o nome de Francisco é, normalmente, modificado para Paco. A partir de 1972, após o serviço militar, começa a compor os seus próprios temas e só entón passa a cantar em português, como solista. O primeiro e seu maior sucesso foi “A Minha Cidade” (mais conhecida por “Ó Elvas, Ó Elvas”) seguindo-se outros êxitos que o levaram a iniciar unha carreira internacional xunto das comunidades portuguesas, actuando em palcos e televisóns de Espanha, Itália, E. U. A. Austrália, Canadá e Brasil, entre outros países. Em 2007, Paco Bandeira realizou um concerto no Coliseu de Elvas, que considerou um ponto final na sua carreira musical. Será?

“SOPA DE CAÇÓN” À MINHA MANEIRA

INGREDIENTES PARA QUATRO PESSOAS: 750 g de caçón; dous dentes de alho; dous dl de azeite; 100 g de farinha; um molho de coentros; vinágre; pimenta e sal. (mais quatro rabanádas de pán de trigo).

Cozem-se as postas de caçón em água e azeite. Fazer unha pasta com os dentes de alho esmagados, coentros, sal e pimenta. Derrete-se a farinha em água com vinágre e mexe-se até ficar com aspecto cremoso. Na água onde se cozeu o caçón deita-se a pasta cremosa xá diluída com o alho, o vinágre etc… Depois de cozinhado o caldo, colocam-se as postas de caçón em pratos fundos com rodelas de pán e deita-se o caldo cozinhado por cima.

A COZINHA DOS FAMOSOS

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

img_5718

.

ÉVORA

No distrito de Évora a planície domina a paisagem.

img_5724

MORA

img_5721.

                    A Guia de Portugal de Raúl Proença, ediçao da Biblioteca Nacional de 1927 (reeditada em fac-simile em 1988 pela Fundaçao Gulbenkian nao dedica mais do que meia dúzia de linhas a Mora e mesmo assim lá vem com parte de ditado popular “em Mora nem uma hora, omitindo a frase completa.”  “Em Mora nem uma hora, no Cabeçao nem um serao e em Pavia nem um dia”.   Com isto, ao que parece, se quis dizer que das trés vilas Pavia seria a menos pior”.   Pois talvez.   O nome tem ressonâncias italianas e também se diz que terá tido origem numa colónia de imigrantes lombardos, originários de Pavia, chefiada por um certo Roberto. a quem no final do século XIII terao sido dadas algumas benesses para se fixarem no que é  a mais antiga vila do actúal concelho de Mora.   Á medida que nos aproximamos de Mora as árvores começam a rarear e o montado da lugar a campos de cultivo onde crescem pastos, na primavera atapetados com umas plantas vermelhas que dao um colorido inacreditável á paisagem, com muitas ovelhas a pastar.   Mora é uma vila muito arrumadinha com uns arrabaldos muito simpáticos, com vivendas e quintais.   Uma típica vila alentejana com as casas caiadas de branco.   Também é verdade que se foi ao centro de Mora, qualquer rua lhe serve para voltar á estrada N2.

A. M. N.

img_5731

.

ALCÁÇOVAS

img_5733                    Voltaram as grandes retas ladeadas por campos de seara.   Há sobreiros, mas poucos.   Junto a uma linha de água (nota-se mais pela existência de uma pequena ponte e pelo verde da vegetaçao do que pela água que lá se veja correr).   Uma placa anuncia a entrada na freguesia de Alcáçovas, que também marca a entrada no concelho de Viana do Alentejo.   Alcáçovas tornou-se famosa por causa de um seu producto artesanal, os chocalhos.   Segundo Mário Saa, na sua obra Vias Romanas da Lusitânia, Alcáçovas está situada sobre um antigo itinerário romano que ligava Ébora a Salacia (Alcácer do Sal) e nessa altura chamar-se-ia Castreleucos (Castelos Brancos).   Esta antiga povoaçao foi invadida pelos Mouros.   Nesse período a palavra (Alcáçova) foi uma das introduzidas pelos invasores (Al-Qasbah) uma arquitectura militar localizada numa cota mais alta.   Terá sido transformada em palácio por D. Dinis, que abrangia uma grande panorámica a norte da vila.   Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contractos nupciais da princesa Dª Isabel, com o Rei de Castela, D. Joao II, e em 1457, os esponsais da princesa Dª Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do rei D. Duarte.   Destes casamentos, entre Dª Isabel de Avis que casou com o tal  Rei D. Joao II veio a nascer a grande Rainha Isabel a Católica, que terá um papel determinante em Espanha.  Por outro lado, a infante Dª Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mae do Rei D. Manuel, de cgnome, o Venturoso.   O tratado de Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos, em que Afonso V de Portugal desistia para sempre das suas pretensoes ao trono de Castela, num momento em que âmbos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico, e das terras até entao descobertas na costa africana.

A. M. N.

img_5740

.

.

img_5942Espargos bravos com ovos mexidos

FRANCISCO SIM SIM

img_5736                    Francisco Sim Sim Galvao, escrivao de Direito aposentado, serralheiro enquanto novo, combatente na guerra colonial, atleta federado de ténis de mesa aos 75 anos, avô de dois netos, aprendiz de organista e escritor iniciante, tudo epítectos com as suas próprias palavras.   Um girasol gigante á porta de uma pequena loja de presentes, brindes, linhas, brinquedos e outras bugigangas chamou-me á atençao e foi aí que conheci Francisco Sim Sim Galvao, que estava a tomar conta da loja da filha.   Contou-me milhentas histórias e foi por ele que soube que o apelido Sim Sim é o mais comum em Alcáçovas.   Vendeu-me um exemplar do romance de sua autoria Sexo e Realidades (Sinapis Editores, Lisboa), que el gentilmente nao se cansou de repetir tratar-se de pura ficçao, mas que cheira a autobiografia a léguas…

img_5726A. M. N.

.

BROTAS

img_5728                    Os pinheiros mansos desapareceram por completo e os sobreiros dominam a paisagem.   Como é interesante esta mudança de panorama a cada meia dúzia de kilómetros, ás vezes ainda menor.   E chegamos a Brotas.   Aqui a minha referência é outro restaurante, O Poço, que faz belíssimos pratos de caça.   Esta freguesia, estende-se por uma pequena colina, como quase todas as terras desta regiao, claramente por uma questao de defesa.

A. M. N.

img_5743

.

.

REGUENGOS

img_5730                    Reguengo ou realengo (do latim tardio regalengu) era a qualificaçao jurisdicional que possuíam os lugares dependentes directamente da autoridade do rei, ou seja, terras cujo senhor era o próprio rei.   É uma figura típica do Antigo Regime em Portugal e Espanha, apesar de situaçoes semelhantes ocorrerem em toda a Europa Ocidental.   A extinçao dos reguengos (como de outras mordomías do regime absolutista para com os senhores da terra) deve-se sobretudo ás leis de Mouzinho da Silveira em 1834, com o triunfo dos Liberais.   Os reguengos pertenciam ao rei e para seu usufruto era necessário pagar-lhes direitos e foros.   Eram obtidos por presúria, leia-se a ocupaçao de um território deixado vago pela expulsao dos muçulmanos,  e com o tempo viram-se reduzidos devido a grandes doaçoes ao clero e á nobreza.

A. M. N.

img_5723

DIFÍCIL É ESCOLHER

img_5727                    Manuel Azinheirinha, durante duas décadas trabalhou com os irmaos Fialho no seu conhecido restaurante de Évora.   Depois mudou-se para Santiago do Escoural onde abriu um restaurante de referência e que leva o seu nome.   A mulher complementa-o.   A sala é pequena nao levando mais do que 30 pessoas e a afluência aconselha que se faça marcaçao prévia.   O espaço é acolhedor, luminoso, com as paredes brancas e as toalhas e guardanapos de pano de uma alvura impecável.   Os petiscos de entrada sao uma tentaçao e os pratos restantes nao lhe ficam atrás.   Numa pequena amostra registamos os pezinhos de porco de coentrada, sopa de caçao, lebre de cabidela, javali estufado com puré de maça, perdiz estufada, bochechas de porco assadas no forno com migas de espargos.   Nas sobremesas, o doce de mel e nozes, encharcada ou manjar do príncipe.   Boa garrafeira com os alentejanos á cabeça.   Sobre tudo muito bem escolhidos.

A. M. N.

img_5746

,

img_5729.

O RESTAURANTE AFONSO

img_5745                    O Restaurante Afonso, fundado por Afonso das Neves Mendes e pela sua mulher, Dª Bia.   Hoje com os seus filhos Afonso Manuel chefe de cozinha e Nicolau Mendes gerente, que irao continuar esta casa com a Gastronomia Alentejana no seu melhor.   Tendo ganho vários primeiros prémios, todos os anos participa na maior Mostra Gastronómica de Caça do País que se realiza em Mora.   Vale a pena perder-se pelos vários bacalhaus, pela açorda de perdiz, pela perdiz á Dª Bia, pelo pombo bravo ou pelas variadas maneiras de cozinhar a lebre, pelas migas de espargos bravos, ou pelas muitas entradas, frias e quentes.   Neste particular, atençao aos pezinhos de coentrada (que também podem ser servidos como prato principal).

A. M. N.

img_5729

img_5934.

img_5943Sopa de cazon

img_5936.

img_5940Queixos a secar

img_5937.

img_5941Torresmos do rissol

img_5938.

.img_5944

Carne de porco de alguidar e as migas do pingo

.

SETÚBAL

img_5945.

ERIO

img_5747                    Para quem for mais distraído e nao reparar nas placas é capaz de atravessar do distrito de Évora para o distrito de Beja sem dar conta de que passou pelo distrito de Setúbal.   Creia que também aqui há razoes geológicas para esta ponta do distrito de Setúbal (concelho de Alcácer do Sal e freguesia do Torrao) se prolongar para o Leste, intrometendo-se entre os distritos de Évora e de Beja.   Geólogo amigo disse-nos que há realmente diferenças, porque enquanto os solos da freguesia de Alcáçovas, sao xisto-argilosos, os da freguesia do Torrao sao vermelhos calcários, enquanto imediatamente a sul, na freguesia de Odivelas, concelho de Ferreira do Alentejo, os solos sao vermelhos férricos.   Já tinhamos visto um caso semelhante, quando uma ponta do distrito de Santarém (concelho de Coruche, freguesia do Couço) entra pelo Alentejo  dentro, entre o distrito de Portalegre e o distrito de Évora, intrometendo-se entre os concelhos de Ponte de Sor e Mora.   A estrada é feita de longas retas, ladeadas de pastagens.   Azinheiras e sobreiros vao começando a rarear, aparecendo algum pinheiro manso e depois cada vez mais oliveiras até se tornar na árvore dominante durante alguns quilómetros.   Assinale-se que durante os  catorce quilómetros que medeiam entre a saída de Alcáçovas e a entrada no Torrao nao há uma única casa á beira da estrada. Torrao, vem de Torregem, que significa torre grande.   Na época islâmica, o nome era Hisn Turrus.   Parece que por volta do século V, a. C., na época da civilizaçao celta, o Torrao se chamava Erio.   Pois que seja.   Bernardino Ribeiro, autor de Menina e Moça, nasceu nesta vila no final do século XV.

a. m. n.

.

img_5947Crustáceos e bivalves.

img_5952.

img_5946Peixes preparados para ser amanhados

.

OS ESCRAVOS DO TORRAO

img_5748                    Conta-se que foi na área da actual freguesia do Torrao, mais propriamente em Rio de Muinhos, lugar a sul da freguesia, o primeiro local em Portugal Continental onde foi utilizada mao-de-obra escrava, com negros vindos de entreposto da feitoria portuguesa do Senegal, corria o século XV.   A razao principal deste comércio de escravos para a zona foi a alta taxa de mortalidade verificada na zona pantanosa de Vale do Sado por causa das febres ou sezoes, que mais nao era do que o paludismo, nos campos onde a heranza árabe favorecia o plantio de arroz.   A introduçao nos rios de um pequeno peixe que comia os ovos e larvas dos mosquitos, e a utilizaçao em larga escala, de DDT (quimico que posteriormente  viria a ser prohíbido) disminuíram a incidência da malária em Portugal, que todos os anos ceifava dezenas de milhares de vidas.   Há quem diga que após tantos séculos ainda há traços desses antepassados negros que se foram cruzando com habitantes locais, visíveis em cabelos encrespados, nariz mais largo e pele mais escura.

 ” Quem quiser ver moças, da cor do carvao, vá dar um passeio até Sao Romao.”

A. M. N.

img_5948Sardinhada com salada de tomates e pimentos

img_5949Caldeirada dos pescadores de Sesimbra.

img_5950Espadarte em tomatada

img_5951Fumegante e perfumado arrozinho de polvo

.

BEJA

.

ODIVELAS

img_5750                    Até Almodôvar sao retas e estrada plana.   Depois até á entrada no Algarve, é a estrada das 365 curvas.   Um belíssimo troço para quem gosta de conduzir.   Chegamos a Odivelas, a sede da freguesia, necessário é subir porque a aldeia se desenvolve toda lá em cima, no alto do cabeço.   É terra pequena com uma particularidade que até pode ser novidade mundial:   os troncos das oito árvores da praça central, estao vestidas com trabalhos de tricot, creio que executadas pelas idosas do Centro de Dia.

A. M. N.

.

.

.

.

img_5953Sopa de tomate com ovo escalfado

.

img_5954Carapaus alimados

CASTRO VERDE

img_5751                    Depois seguem-se retas e mais retas e ao kilometro 631 entra-se no concelho de Castro Verde, que está situado no coraçao do chamado Campo Branco, por entre as planícies do Alentejo que encostan á serra do Caldeirao, embora a montanha só se sinta a sério com a entrada no concelho mais a sul, o de Almodôvar.   Com uma área de 567,2 Km2 e uma populaçao aproximada de 8000 habitantes, distribuída em cerca de uma vintena de localidades de pequena e média dimensao.   A paisagem é pouco acidentada, como maioria  mesmo muito plana, e uma altitude média a rondar os 200 metros.   Os solos sao pobres, por isso a agricultura é bastante limitada, tendo sido uma autêntica desgraça ecológica a campanha do trigo no tempo do Estado Novo.   Nao só porque a produçao era baixíssima, mas porque provocou a erosao da muito fina camada arável.   Para se ter uma ideia mais rigorosa, apenas 0,05% dos solos do concelho sao classe A, e mais do 80%, solos que apenas sao aconselhados para pastagens e montado de azinho e sobro.

A. M. N.

img_5752.

.

.

.

img_5955Cataplana de polvo, com batata-doce de Aljezur

ALMODÔVAR

img_5754                    A paisagem mantém-se, com muita esteva.   Atravessando a povoaçao de Rosário a estrada começa a apresentar um belo tapete liso.   Ao Km 655,2 encontra-se a saída para as Minas de Neves Corvo, jazigo descoberto em1977 com mineral excepcional quer em qualidade quer em quantidade (cobre e zinco).   Há limite de velocidade, necessário por causa do gato pardo ou do gambuzino de três assobíos.   Pois que seja!   Também muitos vestígios de ocupaçao desde a Pré-história, que segundo muitos eruditos, aqui surgiu a primeira escrita no território do que é hoje a actual Europa Ocidental, chamada como Escrita do Sudoeste.

A. M. N.

img_5753

.

.

COMER EM ALJUSTREL

img_5755                    O Restaurante Fio D’Azeite, fica mesmo no centro da vila, no rés-do-chao do Hotel Villa Aljustrel.   e é uma referência gastronómica no concelho de Aljustrel.   Destaque para as migas á alentejana com a carne de alguidar ou a perna de javali estufada em vinho com castanhas e maça reineta.   Nos peixes, nao há que enganar com o polvo salteado em azeite e alho, acompanhado por meia desfeita de batatas e tomate.   Éstas mençoes sao reductoras, porque a oferta é bem mais  extensa, privilegiando sempre os productos da regiao, representando a riquíssima gastronomia alentejana, desde a entrada, até á sobremesa.   O pessoal de sala é competente e o chefe de sala pode aconselhá-lo bem.   A oferta é boa e pensada para casar com os sabores da terra.

A. M. N.

FARO

.

A SERRA DO CALDEIRAO

img_5760                    A nascente do Vascao situa-se na vertente nordeste do Cerro do Zebro, na freguesia de Salir, já na Serra Châ, este curso de agua é conhecido como Córrego do Vascao.   Este troço final da N2 que atravessa de Norte a Sul o Algarve e apenas tem pouco mais de 55 Km de extensao é o menos povoado de toda a estrada desde Chaves até Faro.   É também a mais deserta, já que as povoaçoes á beira da estrada sao muito raras, apenas Sao Brás de Alportel, parece ter uma feiçao urbana, sendo todas as outras de efectiva matriz rural.   Sao terrinhas pequenas, pobres, muito pobres mesmo, áridas, mas que mesmo assim, conseguem ter umas pequenas hortas ao pé da casa.   O miradouro do Caldeirao é um punto de paragem obrigatório.

A. M. N.

.

O BARROCAL

img_5758                    Para apreciar o Barrocal o melhor é andar quilómetros para sul  e parar no adro da igreja do Barranco do Velho.   Dai terá uma ideia muito mais precisa do que é o Barrocal,   afinal a transiçao de terrenos essencialmente xistosos para o calcário.   O termo Barrocal deriva das formaçoes calcárias chamadas barrocos que raramente ultrapassam os 400 metros de altitude.   Aqui o coberto vegetal é constituído por azinheiras, zambujeiros, e vao começando a aparecer árvores de fruto, cada vez em maior quantidade, á medida que se avança para sul, alfarrobeiras, figueiras e oliveiras.   É para guardar a memória das gentes do Barrocal da Serra, e presenciar o passado de uma comunidade que sempre viveu fundamentalmente da cortiça.

img_5759A. M. N.

.

CORTELHA

img_5757                    A aldeia serrana, nao é grande, mas tem genica.   Há um local de referência para comer e para ficar, a Casa dos Presuntos, que tem loja de presuntos, café, garrafeira, alojamento local com nove quartos e, do outro lado da estrada, uma bomba de combustível.   Esta Casa dos Presuntos é propriedade de duas irmas gémeas e de outro irmao, que já a herdaram dos pais que já a tinham herdado pelo que está na posse da família há mais de 100 anos, sempre com o mesmo nome.   Os pratos mais famosos sao a caça grossa (javali e veado) e o borrego que cozinham de muitas maneiras, sendo as mais nomeadas o ensopado e o borrego assado no forno.   Depois há o polvo e, no tempo dela a caça, perdiz e coelho.

A. M. N.

.

.

ALPORTEL

img_5761

                    Sai-se do concelho de Loulé e entra-se no de Sao Brás de Alportel e também na zona do barrocal, deixando para trás a zona da serra, começam a aparecer os primeiros pinheiros.   Alportel era um forte centro do negócio da cortiça, uma espécie de entreposto entre o Alentejo e o Algarve.   A serra já ficou definitivamente para trás começam a encontrar-se a vinha, os pomares de citrinos e oliveiras, entrando em Sao Brás de Alportel.   Depois de sair de Sao Brás continua-se por uma zona cada vez mais verdejante, na chegada a Faro grandes pomares de citrinos, nomeadamente limoeiros.   A actualidade vê-se num supermercado, porque de resto, esta zona estará pouco mais ou menos como há 50 anos, terras de cultivo, pomares de limoeiros, laranjas e estufas.   Á beira da estrada muros velhos escuros.   Um final sem honra nem grandeza.

A. M. N.

.

.

.

.

.

.

img_5956A imponente doçaria Algarvia

img_5957Docinhos de amêndoa

img_5958Estrelas de figo e amêndoa

img_5939Figos de San Xoan acabados de colher

.

.

.

.

.

.

.

.

.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

O FADO (MEU PORTUGAL MEU AMOR)

MEU PORTUGAL MEU AMOR

Ai, meu país.

Donde veis, para onde vais?

Com tanta xente a fazer,

dos teus dias os meus ais.

Ai, meu país

Minha terra portuguesa.

De Camoes que tu tiveste,

pelo ventre da tristeza.

Todos os dias te canto,

na condiçao de ser tua.

Neste fado, neste pranto,

eu por tí ainda canto,

descalza por qualquer rúa.

Nao sei, se te cante ou chore.

Nao sei, se te grite um dia.

Que na forza deste canto,

rasgo a alma e digo em pranto,

que eu por tí, ainda morria!

Ai, meu país.

Que trazes nos olhos fado.

desse rei que non voltou,

ao seu povo desexado.

na minha boca trago,

sempre o teu sabor.

Por isso, te canto e digo.

Meu Portugal. Meu amor.

Todos os dias te canto,

na condiçao de ser tua.

Neste fado, neste pranto,

eu por tí ainda canto,

descalza por qualquer rúa.

Nao sei, se te cante ou chore.

Nao sei, se te grite um dia.

Que, na forza deste canto,

rasgo a alma e digo em pranto,

que eu por tí ainda morria!!

(Fadista: Rute Soares, Autores: José Luis Gordo/Fontes Rocha).

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

                 

img_5868

Deixar un comentario