LISBOA
Lisboa é o porto dunha basta rexión chamada Lyssytânia, cuxo nome ílustre provêm do rio Lyssos, o qual adentrândo-se pelas Hespérides adentro, goza o dom da eterna xuventude.
O Torreiro do Pazo, foi afrancesado após o terremoto pelo Marqués de Pombal. Aquí estava antigamente o Pazo Real e neste torreiro celebravam-se as féstas, entre elas as famosas “Touradas Reais”, que xa nao-nunca voltam mais.
Actualmente para viaxar a Lisboa desde a Galleira, a melhor maneira é ir de carro pela autoestrada A-3 até á estaçón de Campanhá na cidade do Porto, e depois de colocar o carro na garaxe da estaçón do comboio (seis euros dia), seguidamente colher o Alfa-Pendular que nos deixa em Santa Apolónia, xá no corazón da cidade. (Para mover-se dentro da cidade sem angûstias nem présas, com toda a parsimónia do mundo, están os Taxis (se son várias pessoas, talvés sexa também o mais barato).
A estacion de Santa Apolónia, entra até ó corazon da cidade com o seu Alfa-Pendular, proveniente de Braccara Augusta.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
LISBOA (2025)

Sôbolos rios que vao, por Babilónia m’achei e sentado chorei.

Nas últimas viáxes a Lisboa, o tempo non tem axudado mesmamente nada. Padecemos, fortes ventos e chuva fría. Inclúso, no mes de Xunho, polo Santo António, as noites eram penetradas por vento despiadado vindo do mar, que nos colhía em manga curta.

Desta vez, resolvemos passar por Tomar, para conhecer a cidade dos Templários e da coroaçón de Felipe II como rei de Portugal. Fica mais lonxe que o que sería desexábel, pois pensábamos comer no “Chico Elias”, que tinha um bom aspecto, mas, estaba ocupado por dous grupos numerosos. O outro lugar, era um tubúrio escuro e cheio de belinhas encendidas, que foi inundado por unha marea de visitantes. Perante este panorama desolador, acaparador de tudo, non tivémos outro remédio que comer as migalhas, num restaurante popular, frequentado por xentes do país. A comida, sopa á parte, era regular e suficiente.

Olhai, Senhores, esta Lisboa doutras eras, dos cinco-reis das esperas e das trapalhadas reais. Chove, e há um vento desagradábel, encaminhamos os nossos sofridos passos para os frangos do “Bom Xardím”, que antigamente era a Meca dos frangos assados no carbón.

Segunda-Feira, comemos no bairro da Graça, no “Restaurante Piteu”. A verdade é que me surprehendeu, non esperaba tanto. Non comemos nada mal, a comida era boa e abundante. Mas, há que repassar a conta, porque o seu forte non som as matemáticas. Unha factura de cento cinquenta euros, pode acabar em cento trinta euros somente.

Ái amigos! Quem me déra, viver nos tempos passados! Em que a María Severa, andaba a cantar o fado. Á noite, pensábamos ir a um bom restaurante sito em Arroios, mas, como era Segunda-Feira estaba pechado. Logo, deribámos os nossos passos, para outro da vecinhança, mas, desta vez o falho foi meu, que non soubem escolher bem. Os que pedirom bacalhau, penso que forom bem servidos. A “Carne de Porco à Alentejana”, ademais de estar salgada, era esperpêntica, troços pequenos e ameixoas microscópicas. Só había unha maneira de resuscitar este morto, unha garrafa de vinho alentejano “Mouchao”. Que provocou unha eufória colectiva, tanta e tamanha, digna de unha Assambleia Popular Lexislativa.

Terça-Feira, ráudos e veloces, para o “Xardím dos Frangos” de Cascais. Nesta velha casa, agora remodelada à moda moderna, a comida é boa e bem feita. Um “Caldo de feixón verde” esmerado, e unhas “Pataniscas com Arroz de feixón”, grandes e deliciosas.

Desta vés, deu-nos para Arroios, nunca antes despertára tanto a nossa atençón este bairro da cidade. Ainda conserva algúns rasgos de autenticidade. O Restaurante conserva o discréto encanto da modéstia popular, e da comida caseira. Foi “Garoupa cozida com grelos e brocos” e unha purificadora “Sopa de feixón verde”.

Lisboa, é ainda capaz de despertar disquisiçóns filosóficas e conciliábulos nocturnos, quando nela se encontram os grandes poetas e filósofos galegos. Debaixo das velhas árbores do Xardím do Regedor, nunha noite fría de Marçal, apareceu Chico Candeira, como vindo nas asas da deusa fortuna. Acompanhados por unha “Pucelle”, que se permitia a ousadia de argumentar em presença de desconhecidos. Qual Xoana d’Arque, rodeada de viláns. O nosso ego superlativo levantou-se, as manias da grandeza levedárom, e a desmesura transbordou, levándo–nos a discutir os princípios sagrados da Revoluçón Francesa: a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade. E, como se o anterior non fora suficiênte, também o amor como manía possessiva. Tudo descansa sobre um pilar supremo a Igualdade. Sem Igualdade, non há Xustiça nem existe a Paz. A “Fraternidade Universal” é unha harmonia necessária. Mas, a Liberdade é unha falácia. Nunca ninguém a víu, nos nossos quintais! Todos, estivémos sempre grandemente determinádos pola grande Senhora do universo. A Necessidade! E, como protestantes que somos, fortemente determinádos pola Necessidade, escarnecemos do amor possessivo, diante dunha “Pucelle”, Xoana d’Arque porrera dos nossos tempos.

LÉRIA CULTURAL
A LISBOA LIBERAL DE HOXE (2024)

¡¡ Chico, Chico, do Caixiné. Quem te víu e quem te vê!! Olhai senhores, para esta Lisboa doutros tempos, ameaçada pola ignorância dos seus e a cobiça de extranhos. O Liberalismo, vai acabar contigo e com todos nós também.

Desta vez, a cousa foi diferênte, pois abandonamos os luxos do bom viver, para cair na vida comúm dos portugueses e dos turistas de pé descalzo.

Procuramos restaurantes populares de tradiçón portuguesa, tendo cuidado de evitar os negócios turísticos e os lugares de inspiraçón oriental.

Non vou dizer, que passámos fáme, porque non sería verdade, mas, quase.

A situaçón é mala, apesar da duplicaçón dos preços, quase non há um lugar decente onde se poida comer bem.

Non vale a pena falar destes restaurantes, nem dar-lhes publicidade, pois a mediocridade resulta xeral e absolucta. Somênte no “Corridinho Zaloio”, alá polas Travesseiras, conseguimos sair satisfeitos.

Aos cinquenta anos da “Revoluçón dos cravos” ou do “quartelázo militar”, que trouxo a “democracia” à Península. E propiciou, a integraçón definitiva das Espanhas baixo a órbita norte-americana, na Comunidade Europeia e na OTAN. Non há um lugar modesto onde se póida comer unha comida boa e saudável.

“¡¡Sabe mais o diábo por velho, que por diábo!!”, e sería ocasión para afirmar: “que o pobo está como o MFA”, isto é, âmbos totalmente desmantelados.

LÉRIA CULTURAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
LISBOA-2023 (AVENTURAS GASTRONÓMICAS)

Desta vez, os Deuses non nos forom favoráveis. Um temporal de ventos fortes, bramou durante toda a noite, teimando em levantar o telhado polos aires. Depois, também, a puntualidade espanhola logrou retrassar a viáxe duas horas mais. Apesar de tudo, a desconexón da vida do quotidiano resultou ser total. Dadas as circunstâncias da partída, as ganas de comer, aparecerom à altura de Aveiro, e non podíamos desperdizar a oportunidade de unha “Caldeirada de Enguías” na Praia da Torreira. Debído ao tempo desapacíbel, os melhores restaurantes estabam pechados, a causa do qual aplicámos a regra de “quem tem boca, vai a Roma”. Entramos num restaurante popular, bastânte concorrido polos “Últimos dos reformados” e xentes hispânas viaxeiras. As enguías non eram das melhores, nem das mais gordas, mas saímos satisfeitos e contentes, pela comida agradábel e saudábel (Sopa, Enguías e Manga laminada).



Entrámos em Lisboa pelo rio e deixámos o carro estacionado na “Terminal de Cruceiros” do Campo das Cebolas. E, baixo unha chuva quente, levámos as malas a pé, até ao largo de S. Domingos, centro de reunión da diáspora africana, para falar das cousas da terra. O largo estaba quase deserto, pois a chuva correu com todos eles. Tivem também a extranha sensaçón de que o centro da cidade era muito menos ruidoso que antes.

Essa mesma noite da chegada, sentim saudades da “Sopa de Pato”, do “Tia Matilde”, que estaba simplesmente divina. O “Tía Matilde”, é um bom restaurante, e non é demasiado caro, no qual se pode comer dunha maneira bastânte saudábel (Dupla Sopa de Pato, Pataniscas com arroz de grelos, Perdiz e Manga laminada):



Para ir ao “Tía Matilde”, aconselho tomar um taxi, porque a Rua da Beneficiência é um lugar complicado para quem non conhece. Fica perto da Fundaçao Gulbenkián, mas do outro lado da linha do comboio.

O dia seguinte, fomos tomar o pequeno almorço à “Confeitaria Nacional” da Praça da Figueira. Um lugar tradicional da Baixa Pombalina, cheia de história, encanto, e fabríco próprio.

O dia seguinte, sempre é dia de grandes passeios, lugares, recordaçóns passadas e xente amada que ficou para trás. E xá sabemos, como estas emoçóns abrem muito o apetite. Non sabemos bem como, mas fomos parar ao “Gambrinus”, que xá non é aquel doutros tempos, em que Gabino Gil levaba a comer a Torrente Ballester, mas, apesar de careiro non está mal de todo. Este restaurante sempre teve unha boa cozinha, mas, os tempos som complicados e um turismo de massas acaba por dar cabo de tudo. Désta vez comemos no balcón da entrada, mas, há pequenos detalhes que podem deitar a baixo um prestíxio de décadas:

Ésta sopa era boa, mas necessitaba ter o dobro do volûme, e ser servída nunha cunca em condiçóns, que non aumente a sensaçón de penúria.

Cataplana de marisco e peixe (garoupa), bastânte correcta. Manga lamináda e café de balóm.

O café, parece ser que non era certamente um “Malongo do Sul de Minas”.

De tarde, partímos para Sintra, para visitar o “Palácio da Regaleira”, a quinta do Monteiro dos Milhóns, um banqueiro doutros tempos. E logo de seguída o “Palácio dos Sete Áis”, onde a monarquía portuguesa se rendeu a Napoleón, e lamentábelmente depois, escapou para o Brasil escoltada polo inglês.

De noite, depois de muito buscar, para diante e para trás, tivémos que ir ao “Estoril Mandarim”. A verdade é que levaba anos querendo visitar este restaurante de mais de vinte anos de vida. É o lugar ideal para levar amântes e amigas. Fica no mesmo Casino do Estoril, enfrente dos xardíns, e o lugar é para cair as bragas.

A recepcionista é encantadora! Boa moça, alta, bonita (unha flor do loto), elegante e bem faláda. O local é desafogádo, pode-se falar sem incomodar os do lado, e temos cem pratos chinêses ao nosso dispor. É certo que a cozinha chinêsa é unha das duas melhores cozinhas do mundo, xunto com a francêsa, e bem merece um lugar deste caládo e beleza. É o lugar onde os orientais residentes em Portugal, celebram as suas cerimónias familiares.

Para a “Cozinha Chinêsa”, como para muitas outras cousas, reconheço a minha mais completa ignorância sobre a matéria. Habería que frequentar o local com mais constânça, e ir pedindo pratos diferêntes para saber o que é bom ou non, armado de unha paciência celestial. Ou fazer como nós, ir perguntando ao empregado de mesa, qual é o caminho a seguir:

Primeiro, foi unha sopa deliciosa (Won-Tun), que foi o melhor com diferênça que aquí comémos. Logo uns (Crepes à Cantonês) fritos, que non estabam nada mal. Depois, (Gambas salteadas) similáres às “al ajillo”. E, como prato principal (Pato assado à Pequim), o cuxo non me gostou demasiádo, mas, non obstânte, nos deu de comer a todos. A sobremessa foi (Tapioca com leite de coco), e (Barco de Banana).

A Laurinda, que foi um dos nossos descobrimentos recentes, era a cozinheira da “Flor do Carmo”, o restaurante que tinha o Albino da Rosária na esquina do Quartel do Carmo (famoso pelo quartelazo do 25 de Abril). Tem um restaurante modesto, mas muito limpo, e dado que os restaurantes bons que antes había em Lisboa, están em processo de extinçón, pensamos que ela era a soluçón para esta crise actual. Chamámo-la sempre dous dias antes, e pedímos-lhe que faga o que nós queremos:

Desta, foi, um “Caldo de Couve Lombarda”, muito tradicional e familiar. Um “Cherne com batatas no forno” e melón. Ameaçamos, seriamente com voltar um dia, como Pedro Homem de Melo, ainda que nos chamem traidores!

LÉRIA CULTURAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
LISBOA (2022)

Este ano o tempo estava mau, non obstânte, voltar a Lisboa sempre resulta unha paixón na minha vida. Tudo está cheio de lembrânças, de velhas histórias e de carga sentimental.

Lutando contra a “Vontade”, essa força cega, irracional, que non nos deixa descansar e nos impêle a continuar sempre insatisfeitos com o presente das nossas vidas.

A velha Lyssós, está perdendo beleza e povoaçón nativa, a passos axigantados, o dinheiro abala os cimentos da civilizaçón e corrompe até ao cérne tudo o que é importante para a vida.

RESTAURANTE O REI DOS LEITOES

Para comer a meio do caminho, as cadeiras eram duras (de madeira), e a sala espaçosa permite conversar demoradamente e à vontade. A comida também era boa, dentro do que cabe a um restaurante especializado em “Leitao”.
…

RESTAURANTE ADEGA DA TIA MATILDE

“Canxa de Pato” do Tia Matilde, unha referência obrigatória deste restaurante.

“Robálo grelhado com grelos salteados”, para compartir por três pessoas. A atençón é esmerada, procurando facilitar e orientar ao cliente. Muito boa comida, e a um preço non esaxerado.

O “Bacalhau à Gomez Sá”, estava excelente, muito bem feito, parecia o da Paula.
…

RESTAURANTE DA LAURINDA

O Carlos demandába um restaurante modesto, à maneira da Lisboa antiga, mas hoxe em dia xá non resulta fácil encontrar um. Depois de muito pensar, acordei-me da Laurinda, a antiga cozinheira da “Flor do Carmo”. Lugar pequeno, bom acolhimento, comida caseira, limpeza absolucta, e preço modesto, comemos quatro pessoas por quarenta euros. Duas postas de pescada reboçada cada um, acompanhadas de arroz de feixóns e unha sopa inicial de feixón verde. Negócio familiar, que segue resistindo através dos tempos, mas, se continuam podem encontrar-se com unha chuva de clientes.
…

RESTAURANTE O GALITO

Um restaurante, é um organismo dotado de vida, que pode mudar em qualquer momento. Um, nunca sabe o que se pode encontrar, muda de um ano para o outro sem avisar. Xá sexa, pola cobiça do dono, ou polo mau comportamento de um empregado, ou sobre tudo polos câmbios na cozinha. Este ano o nosso Galito está muito baixo! A comida abandalhada, e o tratamento desconsiderado, por estes importantes motivos, deixamos de recomendar este restaurante.
…

UNHA SOPA DE CENOURA E PASTÉIS DE BACALHAU

No Largo da Graça, um reconforto a meia manhán.
…

Queluz bem merece um passeio distendido, perto da meia manhám e depois do pequeno almorço, um pode colher o “Métro” para Entre Campos, e logo, no mesmo sitio o comboio para Queluz. Chegados à vila, empreendemos unha caminhada de aproximadamente um quilómetro na direçón do palácio. Alí, poderemos visitar o pazo e xardíns, e comer como uns marqueses de Fronteira e Alorna.
…

O RESTAURANTE DEL REI
O Restaurante del Rei, foi unha agradábel surpressa. Pois, tem unha comida altamente gastronómica: Perdíz, Eirós, Arroces, Migas, Carne de Alguidar e peixes grelhados. Situádo em frente do Palácio, bem merece unha visita própria.

A IRMANDADE CIRCULAR
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
O FADO (MARIZA)

Mariza nasceu em Moçambique, filha de pai português e nai moçambicana. Começou a ouvir fado na Mouraria e em outros bairros lisboetas, embora o seu início na música andasse por outros caminhos. Mas o fado chamou-a, e ainda bem! Hoxe, do alto dos seus quase metro e oitenta, é a “coqueluche” das plateias em todo o mundo. Xá cantou no Carnegie Hall, em Nova Yorque, Royal Festival Hall, em Londres, Alte Oper de Frankfurt, Opera House de Sydney, Fhilarmonie de Berlim e o Hollwood de Los Angeles, entre outros. Mas Mariza non é apenas unha “cantadeira de fados”. É muito mais do que isso. Com um potencial de voz notábel, um grande poder interpretativo e unha beleza estranha, producto da mestiçaxem, é unha mulher que pode ir por outros caminhos, cantando outros temas em português, inglês ou francês, que ela domina com grande facilidade. Mas é no fado que Mariza se sente como peixe na água. Em 2002, a BBC Rádio 3 considera-a a “Melhor Artista Europeia” na área da World Music. Em 2003 recebe o galardón das máns de Michael Nyman, no Hackney’s Ocean, que a ouviu cantar, aplaudindo de pé. Nasceu em Moçambique, é portuguesa. Quando está em Portugal adora visitar as “taberninhas” onde se canta o fado. Cresceu a ouvir Fernando Maurício, Amália e tantos outros. Hoxe é a menina dos nossos olhos.
A COZINHA DOS FAMOSOS
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
LISBOA 2022

Continuo pensando que a melhor época para visitar Lisboa, é o famoso “Abril em Portugal”.

Iniciámos o nosso períplo gastronómico, pola famosa rexíon da Bairrada, e os seus “leitonzinhos”.

Este “Caldo de Galinha”, se nasceramos ensinados, debería ser o único prato que teríamos que tomar aquí, e voltar a repetir várias vezes mais.

O “Leitonzinho da Bairrada”, tinha bocado! Quando probei um bocado picante, a sospeita assaltou o meu espírito!

Nunca se debe um fiar, e menos de negociantes!



O “Café Nicola”, é o templo onde os nossos amigos, que sempre andan toureiros, venhem admirar as fermosas ninfas da cidade, xá desde os tempos de José María Barbosa du Bocage. ¿ Quêm és, de onde veis e para onde vais ? ! Sou o Bocage, venho do Nicola e vou para o outro mundo, se disparas a pistola !




O “Galito”, é a “Meca” da cozinha alentejana, apesar de ainda non ter logrado que faga unha “Sopa de Caramuxo”, nunca defrauda.

A “Sopa de Tomate com carne de Algidar”, estaba tán boa que até me esqueceu de tirar a fotografia.

“Costeletinhas de Borrego com Batata frita”, um abundante mimo.



A beleza arquitectónica, é unha constânte, nos passeios por Portugal.

Felipe II, e o San Vicente, acompanhado dos seus dous corvos, âmbos espanhois, deixarom a sua pegada na capital lisboeta. O San Vicente, muito a pesar dos portugueses é o patrón da cidade, e Felipe II, deixou unha das melhores vistas sobre a cidade.


O “Solar dos Presuntos”, este ano, esteve a um nível que rozou a perfeiçón! Eu, recomendo sempre, comer aquí ao meio dia, porque às noites costûma haber muita barafunda.

Unha “Touriga Nacional” bastânte económica, mas de unha excelênte qualidade, o qual confirma que, muitas vezes, o conhecimento vale mais que o dinheiro.

Unha sopa muito boa, como quase todas as feitas em Portugal.

Robalo (Lubina) grelhado, estaba planchado, non se podia pedir mais.



A “Feira da Ladra”, no campo de Santa Clara, é unha das visitas obrigadas, todas as Terças-Feiras há alegria e movimento.

Esta foi unha das escolas da minha vida, da qual guardo muitas recordaçóns na minha memória de elefante.







O “Avenida Palace”, é um dos grandes emblêmas da cidade, alí trabalharom muitas xentes de Guillade. É um lugar sumptuoso, e bom para tomar algo e conversar demoradamente, de vez em quando, sente-se o rumor de um comboio que parte como se fora um terramoto.




O “Tia Matilde”, é um dos restaurantes obrigatórios da cidade, mas, que depende do que vaias pedir fundamentalmente.

A “Canxa de pato” é algo incontornábel, ou sexa obrigatória.

As “Pataniscas de Bacalhau” deixabam muito que desexar. Non obstânte o “Arroz de Pato”, estaba mesmamênte espectacular!


Há que estar preparados, para o mundo moderno!

A Camara Municipal de Lisboa é arquitectónicamente muito bela, e a sua praça também o é, a pesar de terem aparecido unhas formigas de ferro, que non sei muito bem que pintan por alí.

Fermosa praça da zona do “Caixiné”. “¡Ài Chico, Chico, do Caixiné. Quêm te víu e quêm te vê!”




Os “Frangos do Bonjardim”, colheram daquéla unha fama que non mereciam, porque na realidade eram frangos de cidade. Mas, na actualidade a causa das “sançóns económicas” xá están algo careiros.

A “Versailles”, é unha das melhores pastelarias de Lisboa, ó discréto encanto de ser frequentada por senhoras burguesas, suma-se a qualidade dos productos.


O “Procópio”, renasce das suas cinzas, e continua alimentando “Revoluçoes” e conciliábulos nocturnos.


O “Xardím das Amoreiras”, conserva o seu aspecto arcaico d’outros tempos.




O “D’Bacalhau”, este ano, perdeu bastante encânto. Tranformou-se num lugar de batalha, e a qualidade da comida baixou muitos quilates.

A sopa era boa e abundante.

Os “Pasteis de Bacalhau”, eram bons.

Estou de acordo, em que “o melhor de tudo era o serviço”

A beleza da Arantes Pedroso e do Campo de Sant’Ana




“O Celeiro”, foi unha grande descoberta! Está muito bem situado, mesmo no centro da cidade, entre o Rossio e as Escadinhas do Carmo. É “Bio” e “Ecolóxico”.

Pode-se comer dunha maneira bastânte saudábel, a uns preços do terceiro mundo, o qual resulta ideal para xente nova, estudantes por exemplo.


A “Sopa de Agrioes” estaba deliciosa! O “Esparragado de Naviças” também. O sumo com menta, para beber, e a manga de sobremessa, tudo bastânte bom. A “Pescada com Agrioes”, era um pouco seca, mas parecia saudábel, e as “pataniscas” estabam algo duras, mas penso que atesouravam no seu cêrne poder alimentício.



A deusa exípcia do xardím do Torel, “Senhora, meu corazón trême quando vos vexo ao passar.”

A “Calçada do Combro”, é unha râmpa de lanzamento para a noite da cidade.

A “Benard”, é um lugar onde se pode descansar, tomar café ou qualquer refrixério, ou ainda comer algo.

O “British Bar”, é como o Tejo. “É sempre novo!”


O “Restaurante da Praia d’Adraga”, vale a pena o esforço de chegar. Toda a paisáxe verde e cheia de curvas, nos faz recordar a nossa Terra.

A “Sopa de Peixe”, é um monumento gastronómico!

As “Ameixoas”, non som abundantes, e as do ano passado eram diferêntes e muito melhores.

Dous sargos grelhados e uns chocos assados com a sua tinta, forom o colofón deste ano.

O “Convento-Palácio do Buçaco”, é um afamado monumento de Portugal, no qual o Papa doutros tempos, prohibíu a entrada das mulheres, pois a morna beleza do lugar, fazia com que os frádes se atiraram a elas cegamente.




Comemos no centro do Luso, num dos melhores restaurantes da vila.


A sopa era delicada, a carne do país, e o vinho da Quinta do Monte D’Oiro, de Bento dos Santos (um Shiraz, xá com côr de telha).


A IRMANDADE CIRCULAR COMUNAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
MADALENA IGLÉSIAS

Natural de Lisboa, foi unha das mais populares cançonetistas portuguesas. As suas actuaçóns obtiveram grande êxito em Portugal e em numerosos países. Estudou música no Conservatório e na Escola do Canto e, com apenas 15 anos, entrou para o Centro de Preparaçón de Artistas da Rádio da Emissora Nacional. Em 1957 estreia-se na televisón e como cantora efectiva da Emissora Nacional. A sua carreira internacional começa em 1959 com unha actuaçón na televisón espanhola. Representou Portugal em vários festivais internacionais. Foi por diversas vezes “Rainha da Rádio e da Televisao portuguesas”, premiada em festivais e pola crítica, quer em Portugal, quer no estranxeiro. Em 1966 venceu o Festival RTP da Cançao com “Ele e Ela”. Madalena Iglésias tem aproximadamente 110 discos editados em 14 países. A sua carreira passou também polo cinema. Quem non se recorda das suas representaçóns em “Passagem de Nível” (1965) ou “Sarilho de Fraldas” (1966)? A década de 70 marcou o fim da sua actividade artística. Mas o reconhecimento público non parou, tendo recebido em 1991, o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa da Imprensa. Em Outubro de 2008, foi lançada em Lisboa a sua fotobiografia, baixo o título de “O Meu Nome é Madalena Iglésias”, da autoria de Maria de Lourdes de Carvalho.
A COZINHA DOS FAMOSOS
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
SÔBOLOS RIOS QUE VAO

Sôbolos rios que vao,
por Babilónia m’achei
e sentado chorei.
(LUÍS DE CAMOES)
.
AVENTURAS GASTRONÓMICAS (2019)

……………Despois de sair de Guillade sobre as três da tarde de unha terça-feira qualquer, e non tendo mais obxectivo que romper a obstinada monotonia da minha prazenteira e ó mesmo tempo espartana existência, fui de longada até à estaçón de Campanhá (Porto). Daquí, tomei o Alfa-Pendular, que em três horas me porá no centro de Lisboa, como um boneco de corda preparado para andar léguas e léguas sem parar, mas para aguantar tudo isto, é necessária boa gasolina, e disso se trata este artigo gastronómico. Confesso, que sempre saio de Lisboa muito forte de rodas, eu diría que mesmo atlético.

……………A melhor, para todo tipo de introduçóns na vida de Lisboa, sería sem ningúm tipo de dúvidas a bellíssima Paula Moura Pinheiro. Mas, como ela non liga a pelintras, nem a velhos verdes, non nos queda mais remédio que fazer nós mesmos ésta sacrificada labor, com intençón de despertar unha saudábel invexa xunto dos nossos paisanos.

……………Aproveitamos também, para um brindis ao nosso querido Pomar epicuriano, que celébra os seus mil trescentos explêndidos artigos.

O Galito forma parte de uns quatro restaurantes, em que um pobre ainda pode disfrutar de certos vícios reservados á classe alta, e unha comida, que é pura aventura gastronómica. Terça-Feira à noite foi sopa de tomate com garoupa farpada/ perdíz estufada/ manga/ pudim caseiro.

Quarta feira também fomos ó Galito, e comemos canxa de perdíz/ ensopado de borrego/ manga e Fidalgo

No Sábado pola noite, de novo tornamos ó Galito para unha sopa de tomate com carne de algidar/ perdíz de escabeche/ manga e fidalgo.

.

A Adega da Tia Matilde, está em plena forma, a comida melhorou muito mesmo, o preço é modesto e a limpeza é exemplar, tal que se pode comer nos labados. A comida está muito bem feita, mesmo esmerada. Pedimos perdíz, non había; pedimos linguado frito com arroz de grelos, non había; logo filêtes de pescada com arroz de tomate, tampouco xá habia. Em fim, tivémos que comer sopa/ pataniscas com arroz de grelos/ arroz de pato no forno/ manga e folhado de mazán, tudo excelentemente cozinhado


Segunda-Feira voltei ao Tia Matilde, seduzido pela anterior comida, e tomei sopa de pato (que estaba um amor)/ filêtes de pescada com arroz de tomate/ e folhado de mazán.




.

……………Sexta-Feira, fomos ó Solar dos Presuntos, é difícil arranxar lugar, dada a massificaçón turistica, depois da nossa obstinada pertinácia conseguimos que inventaram um lugar no corredor. Boa sopa de lagosta

Bacalhau á portuguesa/ manga/ Abade de Priscos.


Vinho da Quinta da Pellada (Dao), estaba um pouco falto de espírito, non sabemos qual o motivo deste falho garrafal.



O Sacramento (Calçada do Sacramento- Chiado), é um âmplo e acolhedor local, ademais de económico. Tem um menú do día, limpo e saudábel, com o qual se come bem e por pouco dinheiro.

Fomos duas vezes, a primeira comemos unha ensalada de atum e verduras/ massada de garoupa (muito bem cozinhada) /abacaxí com lima ( as sobremessas som raquíticas, e non vale a pena pedílas).


A segunda vez, comim sopa de verduras e Bacalhau á Bráz, que estabam bastânte bem elaborados.


O Varanda de Lisboa é um dos restaurantes do Hotel Mundial, non é caro, a comida está bem elaborada, mas salvo o prato principal, em quantidades algo escássas. Outra cousa que non me gostou, foi que ó entrar habia mal cheiro na sala, despois descobrim que era o queixo dos entrantes.




Comemos sopa de peixe, boa mas pouca para o meu saque. Depois, Arroz de Bacalhau com berberechos e coêntros, que estaba verdadeiramente bem cozinhado. Somente tinha um falho, os berberechos eram demasiado pequenos para o meu gusto. A Creme Queimada non me gostou, non era feita recente, estaba fría e sabía algo a queixo.




O Trigueirinho é um restaurante económico muito popular, que fica no Torreiro do Trigo. É conveniente reservar mesa, senon vai haber que esperar um pouco. A comida era algo trapalheira, mas suficiente. De primeiro, sopa de verduras (algo escassa)/ garoupa grelhada/ e duas mûsses de manga unha e a outra de maracuxá (estaba melhor a de manga).



Há que mortificar o corpo com unha série de experiências, que ván da opulência à mais absolucta miséria humana. Partim para unha longa e enrrevessada caminhada, dessas que a mim me gustam para sentir Lisboa por dentro, e andar polo meio dos poucos portugueses que ainda ressistem barricados nas labirinticas ruas da cidade, caminho da Mexicana. Ésta pastelaria e restaurante, era um dos pontos de engate, nos quais o velhos verdes eram seducidos por estudantas astuctas, que abusabam sexualmente e non só, deles.

Miro ó meu redor, por encima do hombro, e ainda me parece ver por todas partes, raparigas golfas e pervertidas, e velhos inxénuos e inocentes, que serań irremediabelmente devorados.




O Largo de Sao Domingos, é unha praça muito frequêntada pela povoaçón africana de Lisboa, que aquí se concentra para falar das cousas da Terra, e confraternizar com os seus paisanos.

Aquí no Largo de Sao Domingos, foi o meu tio Camilo Argibay preso pela PIDE, quando se xuntou a unha manisfestaçón contra as Guerras Coloniais (pois tinha o seu filho na tropa em Macau nessa altura). Camilo Argibay, abusando da sua soberba oratória, acabou por atrair sobre sí a atençón das autoridades, o que o levou directamente as masmorras da polícia política. E das quais foi sacado imediatamente por unha das suas muitas admiradoras, que era unha alta funcionária do Estado portugês.

Se você anda necessitado, espiritualmente falando, aquí pode conseguir pócimas máxicas, estátuas de ninfas protectoras, rezos e conselhos que o podem levantar, ou talvêz fundir ainda mais na miséria.

Se alguém pensa que os velhos anarquísta xá forom todos exterminados, está completamente enganado, pois aquí está unha proba em plena Avenida Almirante Reis.

Os Pirus, está foi unha das mais emblemáticas casas de Lisboa, pertencía a vecinhos de Guilhade, e todo o mundo conhecia os famosos frangos assados no carbón e regados com molho de limón dos Pirus.


Como diría Ramiro do Pazo, tudo isto que ustedes miram é meu.

A Avenida da Liberdade, “Escavacarom, cavarom, furarom, e acabarom com a liberdade!”

O Ribadouro é unha cervexaría, que eu utilizo às tardes de caminhadas para descansar, acompanhado por uns camaroes de Espinho e unha imperial. Mas também se pode comer, pois tinha um Bacalhau à Brás com unha boa apariência.



O Atheneu de Lisboa, cuitado, xá está convertido nunha drogaría mais, e por muito que eu avise os meus vecinhos de Guillade, que non ponham um bar no Centro Cultural, non há maneira.

A ingrata labor de guardar os bens alheios, este pobre animal foi deixado aquí de noite pechado, e perante a solidón aproxima-se da porta para sentir a companhia dos viandantes.

Ésta é a Rúa do Poço dos Negros, xentes que dominabam o negócio da àgua, antes que chegaram os galegos a Lisboa.

O Hennessy, é um lugar para descansar das caminhadas longas, é tranquilo nas tardes, e pode-se levar unha namorada para falar.



Désta vez, três inglesas xá maduritas, aproveitarom-se de mim, pois, virom-me tocar ó timbre e colarom-se comigo para dentro.

Désta vez, intrometim-me nunha conversaçón de universitários brasileiros, xá bastante maduros e maduras, e bastante cultos por certo, que discutíam a situaçón no Brasil, cousa que é da mala educaçón e que non se debe fazer.

Este Pavilhao Chinês, e um lugar muito agradábel, e ainda conserva algo do seu encanto passado. Tome um Sombrero, pois evita encharcar-se de droga.



A Funerária Gil, xá cá non está o Gabino, aquel que lía libros na secretária, até que vinhera algúm cliente com os pés por diante, e invitaba os escritores a comer no Gambrinus.

O velho cupres do Principe Real, parece dar sinais de agotamento. Desta vez, vinhem passar importunamente pelo meio da grabaçón de um filme, e proboquei unha situaçón ridícula (digna do Senhor Carbalhal), pois confundim o rapaz que me avisaba com um “jinetero”. o qual foi digno de ver.

A Mari-Juana, está definitivamente integrada na sociedade de consumo, e perde todo o seu encanto de rebeldía.

Um alfaiáte para xente importante.


O Chafarís-del-Rei, aquí vinham os aguadeiros da cidade buscar água, e estabam os canos divididos por classes sociais, escrávos, negros, brancos, etc.

Fonte em Alfama, non sei se non será da famosa Àgua das Ratas.


O Café de Sao Bento, é um lugar chic enfrente do parlamento, realmente só entrei aquí unha vez para fisgonear.

A Lontra segue aí, non se sabe se está pechada ou non, o que foi unha autêntica balburdia de xentes e de razas, alerta agora que non se pode entrar com armas, drogas, ou malas intençóns.


O Xardim das Amoreiras, está intocado no seu estado passado, e conserva todo o moviliário antigo, incluso unha cabina de tipo inglês.


O Procópio, aquí afirmam as malas línguas que se forxou a revoluçón do vinticinco de Abril. agora parece pechado a cal e canto, para evitar confabulaçóns futuras.

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Os “Caminhos de Ferro”, unha Babel de “drogarias” e restaurantes.
RESTAURANTE O FAZ FIGURA
Primorosas vistas sobre o rio Tejo.
Sopa de ouriços do mar, muito boa
Excelente “Bacalhau a um xardim português“
As sobremesas som delíciosas, sobre tudo a de tanxerina.
Velha porta em Alfama
oooooooooooooooooooooooooooooo
A CASA DO BACALHAU
Na rua do Grilo, alá polo Beato, onde há anos fun a pé propositadamente, vários kilómetros por esta zona arcaica da cidade de Lisboa, tan chea de lembrânzas para mim e para a minha família, com a intençón de comer um “Galo de Cabidela” feito por um xovém xefe de cozinha, o qual me recomendou que non o comera porque era demasiado pesado. Mas eu, que sempre fun teimoso, e depois da caminhada efectuada, insistin no galo acompanhado de vinho da “Quinta do Peso” (ainda para mais inri), no Alentexo. E confesso, que non me arrependo da minha contumácia, pois ainda hoxe conservo grata memória dessa aventura gastronómica. Hoxe em dia (tempos duros de “eficácia” neo-liberal), nun convento xelado, do qual saim com escalofrios, non sabendo se o mau era eu ou o lugar, está agora a “Casa do Bacalhau”. A sopa “aveludada de verduras” estava deliciosamente boa, e foi o melhor que alí comemos. O “Bacalhau á Brás”, non estava mal. O Irmán Comuneiro Chico pediu um “Bacalhau com natas”, que era unha amassada de queixo e natas, difícil de tragar. Mas como non é homem de voltar a cara ás dificuldades, acabou por comer tudo.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
.
AVENTURAS GASTRONÓMICAS
2O16
O GALITO
Sopa de cazon
Sopa de tomate
Perdiz de escabeche.
Carne de alguidar (porco preto).
Bolo de canela..
Manga e Pao de Rala..
Chá de hortelan.
Este Restaurante, é um dos melhores de Lisboa. Gastronómicamente falando é o melhor de todos, um nunca se vai daquí descontento.
GAMBRINUS
Sinceramente, as ameixoas á “Bulhao Pato” non eran das melhores do mundo.
As perdizes com arroz, estavan muito boas.
E o pudim “Abade de Priscos”, estava demasiadamente delicioso.
É um dos melhores Restaurantes da cidade, mas aconselho comer sentado nas mesas, pois no balcon há uma espécie de “Caça talentos”, que se intrometem nas conversas privadas. E um “capataz”, que fustiga os emplegados com um látigo verbal permanente, o qual causa mal aspecto.
MERCADO DO PEIXE
Lenguado assado nas brasas, acompanhado de batatas ó forno e brocks.
O primeiro prato foi camarons tigre, grandes, assados tamém sobre as brasas.
Restaurante da burguesia trabalhadora, empregados do estado, doutores, advogados, engenheiros, secretárias, turistas, etc. É um lugar grande e desafogado, sito num mercado de peixe antigo, onde o cliente compra o que logo vai comer assado. O lenguado non era do mercado da Guarda na Galiza precisamente, sendo grande era algo seco e sem sabor, mas os acompanhamentos eran bastante boms, sobre tudo os brancos com madeira de Bento dos Santos.
TIA MATILDE
Enguias de escabeche.
Pato ó forno com arroz.
Marmelo assado.
Este é um dos meus Restaurantes favoritos, tranquilo discreto, um templo dos boms comedores. Este ano, é minha impression que a qualidade dos productos baixou algo, que se está a vulgarizar, nada comparado com o que comim o ano passado, e é pena, porque isto poderia levar á morte do Restaurante.
SOLAR DOS PRESUNTOS
Uma referência gastronómica, Quinta da Pellada (DAO)
O “Cabrito ó Forno á moda de Monçao”, é o rei. Está sempre cheio de xente, há “bicha” sempre á porta, paradoxalmente, o melhor é chegar tarde.
MERCADO DA RIBEIRA (SEA ME)
Um mundo de Restauracion moderna, “xentes que van, xentes que venhem, venhem e van, em van”. Aqui comemos duas doses completas de pasteis de bacalhau com arroz de tomate por pessoa, porque tudo estava tan bem feito, que parecian da minha nái.
(Nos princípios do 2017, os empregados xá non eran os mesmos, e a comida tampouco. O azeite repetia no estômago bastante, e os pastéis xa non eram iguais)
BALEAL
Este Restaurante tem duas coisas somente importantes, que son o “Ensopado de Enguias”, e o Camarao de Espinho cozido e espolvoreado com sal gordo porriba, acompanhados âmbos por unha garrafa de vinho branco fresco. Atencion! Antes de sentar-se, non se esqueça de preguntar se há enguias. Se non há, dê meia volta e vá ó Solar dos Presuntos.
CERVEJARIA DA TRINDADE
E um dos locais mais turísticos de Lisboa, agora os empregados andan vestidos de monxes e em vez de chamar “Camarero”, diga simplesmente “Irman”. As instalacions som “im-pressionantes”, dan comida até tarde, assim que se non sabe a onde ir, venha aquí, e pida um “Caldo Verde” bastante raquítico, e depois um “bacalhau á San Brás” que se tolera, ainda que os ovos sexan da granxa.
.
RESTAURANTE UMA
Se quer encher a barriga por once euros, venha aquí. Aseguro-lhe que sairá satisfeito, pelo preço e pela abundância, ainda que para mim o “arroz malandrinho de marisco” está um pouco picante.
CONFEITARIA NACIONAL
Um luxo de confeitaria, com fabrico próprio e doçaria deliciosa.
Vistas previléxiadas sobre as garotas, e o centro da cidade.
Como para trazer um caderno, pedir um café, e por-se a escrever versos toda a tarde.
PASTELARIA SUIÇA
A “Pastelaria Suiça”, está perdendo gás.
FIM
..
Caminho da Quinta dos Peixinhos, onde ficava a Escola Secundária Patrício Prazeres, que era a única mixta com rapaces e raparigas . Tendo em conta que as mozas desarrolhan antes que nós, éstas queridas companheiras resultavan deslumbrantes. Habia um professor a quem chamavan “O Pai da Estória”, o qual metendo as mans nas alxibeiras largava “vocés teêm que se agarrar mas é a isto”.
Escola Secundária Patrício Prazeres.
Rua que leva ó Campo de Santa Clara.
.
Os Escoteiros de Portugal, internacionais, de Baden Pawuel, grupo nº 9, dos quais eu formei parte activa, graças ás malas companhias. Tinham dentro deste portal, o seu pátio e o seu local, de todos os quais conservo innúmeras memórias dentro do meu afortunado cerebélo.
Hospital da Marinha.
Quando eu me queimei, fun levado em volandas correndo pela rua até ó Hospital da Marinha, onde me convertiron nunha mómia vivente. A xente corria até non poder mais e despois passava-me a outro que tomaba o relevo, sempre que recordo isto, a minha misântropia conxénita tambaleia-se fortemente. Graças tamen ó Hospital da Marinha e ós seus primeiros auxilios, o dia seguinte tiveron que descascar-me materialmente, pois a pel saíu todinha agarrada ás vendas.
O Museo Militar, tem peças de grande valor histórico e crema-tístico. (E como é natural nestes tempos, non escapou de ser roubado).
O Português muito a seu pesar, está adornado pela “virtude” farto Hispana da “Invidia”, coloca-se xunto do túrista como um “Xabirú”, largando um basto repertório de “piadinhas”. Non obstante Portugal é um dos países mais discretos e acolhedores, e a sua civilizacion é altamente integradora. (Cousa que se pode estudar, comparando as influências Portuguesa e Inglesa na India)
Museo Nacional do Azulexo, sito num convento do Poço do Bispo. Alberga no seu intre um fermoso relicário, unha cafeteria e unha paz celestial.
O Largo da Graça, lugar de eternos retornos.
CASA DE HOSPEDES
Diante da tua porta. Olhando a tua xanela. Eu passaria as horas, as minhas últimas horas.
“Feita Tan ó gosto d’outrora, como do meu aconchego. Cheia dos boms e maus cheiros, da leve e ténue mas obsidiante memória, d’antigas xentes e trazas, cheia de sol pelas vidrazas e escuro nos recantos…”
Casa de Hóspedes fundada por Perfeuta Sebastian, por aquí passaron multidon de xentes, histórias de vidas infindas e grande parte da minha infância.
.
A VILA BERTA
Vila operária de inspiracion xermanica.
. OS PASSEIOS BRANCOS
Estes passeios brancos, feitos de pedrinhas pequenas, aparte de resultar sumamente agradáveis para os pés e o espírito, son um dos grandes encantos désta cidade.
.
.
. O BAIRRO OPERÁRIO DA ESTRELA DOURO
O Galego Agapito Serra Fernandez, mandou edíficar para os seus operários este arcaico lugar, que permanece perdido no tempo, ainda com os seus quintais cheios de berzas e que a grande maioria dos Lisboetas ignoran a sua existência.
A Escola Secundária Nuno Gonçalves, magnífica escola que representou a minha época de explêndor escolar, com altíssimas notas, e ainda existe unha porta de vidro com o tema do Outono, que foi pintada pela minha turma.
É penoso, ver os ventanais superiores todos podres, metendo água para dentro das magníficas aulas de desenho.
.
Onde moras? Onde moras? Se é numa estrela ilha d’ouro, a Via Lactea é unha ponte!
Nésta faraónica casa particular, assistin eu ós primeiros culatazos dados nas nossas mentes por um dos inventos mais terríveis do nosso tempo, “Desculpen por ésta interrupcao, o programa segue dentro de momentos”.
Este modelo de prédio moderno e funcional, do tipo do anterior, estan maravilhosamente construidos, com boms materiais, e em certa maneira até son bonitos e alegres.
Esta espécie de fortaleza, sempre me tivo intrigado, pois nunca via nela pessoa humana, permaneceu sempre pechada a cal e canto. Parece ser um misteriosamente oculto reservatório municipal de agua.
.
A PRAÇA DE SANTA CLARA
Aquí nestes mercados, deu-se unha das transformacions económicas que mais feriu o País com letras grandes, o que era unha verdadeira mina de ouro nas mans populares, é hoxe em dia algo que foi propositadamente desmantelado, e xace ocupado por negócios insignificantes. Toda a abundância da fortuna foi trânsferida para o grande capital através do negócio megalomano dos centros comerciais.
A Escola Primária de Santa Clara, deixou unha funda marca no meu corazon infantil. Tanto pela sua majestuosidade, como pela “Guerra das belotas tropicais” que se desarrolhava no seu pátio, e tamém o meu triunfo particular nunha conpeticion matemática.
O Tribunal Militar, aquí vem a minha nái protestar porque um malandro empregado nésta casa marchara sem pagar o aluguer do quarto. Passadas poucas horas, xa estava o fulano com o dinheiro na nossa casa.
Aquí também se levou o caso da “campanha moralizadora” contra os homosexuais mais famosos, conhecida como o xuício da “Casa Pía”.
O XARDIM DE SANTA CLARA
É um mirador previléxiado sobre a âncestral “Feira da Ladra”, desde aquí assistiamos ás edificantes disertacions dos vendedores de “Banha da Cobra”, até serem prohíbidos por insúlto á intelixencia humana. Também eram tremebundas as contadoras de romanzas, que despois vendian um papel com as estórias todas. Eu punhame a chorar emocionado com tantas desgrácias xuntas, e a xente protestava decindo que isto devia ser prohíbido porque afectava os pequenos. A senhora intentava correr comigo, mas eu orgulhosamente afirmava que me gustavan os contos, com o qual a xente comentava, este rapaz deve ser masoquista.
A “Banha da Cobra” oriental, foi comprada a um velho chinês, que a vendia pelas ruas de Lisboa, serve para curar tudo.
.
Imponente cason do grémio militar.
Velha Casa de Negócio, que é a negacion do ócio, com a vivenda porriba.
Outra Casa de Negócio de primorosa factura.
SAN VICENTE DE FORA
Mandada facer por Felipe II(recruta de alemánia).
Por putadas cabronas do destino, o patron de Lisboa tinha que ser precisamente espanhol, foi atirado ó rio Tejo durante unha revolucion hispana, e apareceu flutuando nas aguas acompanhado de dous corvos, que é o emblema da capital.
É unha das torres marmóreas que fluctua no céu da cidade branca.
O seu telhado é o melhor mirador sobre a cidade, inclúso melhor que Santa Engrácia. Parece mentira que tendo eu quase nascido aquí, foi precisamente Maquieira de Pontevedra, quem me ensinou este lugar sagrado, e muitas mais cousas sobre Lisboa. Ainda hoxe conservo um grande apreço por este heterodoxo anarquista, que sacou a sua tésis doutoral sobre Salazar, ao qual admirava pela sua honrades.
Vista sobre o Panteon Nacional de Santa Engrácia..
San Vicente, é também panteon real da casa de Bragança.
.
Túmulos do rei e do príncipe real, assessinados por militares repúblicanos na rua do arsenal.
.
.
A VOZ DO OPERÁRIO
É unha poderosa organizacion obreira, de inspiracion Prudhoniana, que sempre irradiou cultura e luta pela xustiça Social.
SANTA ENGRÁCIA
As eternas obras de Santa Engrácia, aquelas que unha maldicion nunca xamais deixava ter fim, um dos soberbos pináculos brancos da cidade.
O Carro Eléctrico, é algo que forma parte íntegra de Lisboa, sem el a cidade non seria a mesma. algo importante faltaria nas nossas vidas. (Cuidado com os carteiristas, e os maníacos sexuais também)
o cortizo de vila sousa na graça
O Cortiço de Villa Sousa, com o seu porton que fechava a certas horas, para garantizar a seguridade nocturna de todas as suas abelhas.
Para ter um conhecimento suficiente sobre o arcaico mundo dos “Cortiços”, bastanos com ler a magnífica obra de Aluísio de Azevedo titulada “O Cortiço”. Aluísio foi viceconsul de Brasil em Vigo, e é um dos xénios da literatura brasileira.
O Botequim, tamen em Vila Sousa, foi rexentado fai anos pela artista e escritora Natália Correia. que facia aquí o seu apóstolado em favor da Cultura, dando paléstras e recitais.
O XARDIM DA GRÁÇA
O Xardin mais bonito do mundo.
Esta é a fonte ideal para a praza frontal do nosso centro cultural.
Aphros-Medea.
O Xardin da sinxela beleza.
AS ESCADINHAS DO CARACOL DA GRÁÇA
Era o caminho mais curto para subir ou baixar desde a Gráça á Baixa da cidade, ainda que hoxe em dia despois dos progressos “democráticos” das drogas e o abandono, um pensa duas veces antes de passar por este lugar de noite.
A Calçada do Monte, sobe da Mouraria atè ó mirador do monte, é unha terrível rampa, despois de subir a qual o meu amigo Fernando Pedrido Mayor, queria meter os dedos no enchufe para evitar unha taquicárdia. Aquí tamén estava o atelier de Mário Cesariny de Vasconcelos.
A Mouraria caminho do Intendente, agora convertido em lugar de prostítuicion para pobres, sobre tudo de xentes traídas de África.
Um perfeito e velho portal da Gráça.
O Convento das Mónicas, que foi antiga prision de mulheres.
Cuidado! Olha que vais p’ras mónicas!

Sao Tomééééé.
.
O CASTELO DE SAO XORXE
Onde moras? Onde moras? Se é num castelo roqueiro erguido na penedia , á beira mar sobranceiro….
.
Que culpa tem o destino? Deste destino que eu tenho!
As Escolas Xerais. Vista da rua onde parece ser aconteceu a primeira Universidade de estudos Portuguesa.
O Bairro do Castelo, um dos lugares mais antigos da Cidade.
O seu sub-solo está cheio de restos arqueolóxicos, que se van escavando agora.
Lugar previléxiado para observar todas as senhoritas que pasan.
É tan discreto, que nunca ningum puritâno ou beata se ensanhou com ele.
.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A CERCA MOURA

A muralha que está debaixo do Xardím de Santa Lucia, em Alfama. E a enorme torre, que era ainda mais alta daquela, tal e como pode ver-se nas gravuras da época, e nas que destacaba grandemente. Pode-se admirar a sua magnitude, subindo as empinadas escadas desde Alfama até às Portas do Sol. Abaixo, fora dos muros, vivia unha numerosa e variopinta povoaçón de marinheiros, mercaderes, artesáns, agricultores e demais povoaçón civil. Que rodeaba toda a cidade amuralhada, e estaba composta maioritariamente por cristáns Mozárabes e unha escasa minoría de xudeos, todos conhecidos como a “xente do libro”, que pagaba impostos e gozaba de certa liberdade de culto. Dentro das muralhas protectoras, habitabam os mouros e os seus dirixentes árabes, os ricos homes, e a tropa armada, que defendia e dominaba sobre os outros. Este alto céu de seguridade, ía ascendendo em alturas fortificadas, primeiro estaba a Medina, sobre ésta elevabam-se os fortes muros da Alcaçova, á qual se entraba pela Porta de San Xorxe, e por último había unha acrópolis aristocrática, conhecida como o Castelexo, dividido em duas estreitas prazas, unha para os notábeis e as suas famílias e a outra para os mandos militares. O Castelexo era o último redúcto, um bunker muito difícil de assaltar, pois de feito tardarom várias semanas de combates permanentes para conseguir tomá-lo. A estreita e enrrevessada entrada, estaba feita para evitar um ataque massivo e frontal à porta principal, e também impedir o uso de arrietes e máquinas de guerra contra a entrada. Fora da Cerca Moura, habitaba unha enorme massa de povoaçón composta básicamente por Mozárabes, repartidos ó largo de três rios, ou brazos de mar: o Téxo arrimado a Alfama, outro rio que entrava pela Mouraría e Avenida Almirante Reis (onde había muitas hortas), e um outro que entrava pela Avenida da Liberdade arriba. Éstas xentes defendiam-se dos atáques exteriores e interiores, com o que tinham á mán, paus, pedras, e ferramentas (sobre tudo agrícolas). A pesar de tudo, estabam constantemente à mercê de piratas saqueadores e soldados armados. A opulenta e soberba cidade de Lisboa, terminou também ela sendo víctima da cobiça alheia, e foi saqueada por unha confabulaçón de tropas cristáns, compostas por uns quatro mil cruzados normandos sedentos de botín, que se dirixíam a Terra Santa, e acabarom sacando barbaramente a cidade, com a axuda de unha alta torre de madeira forrada de couros, que afrontou a muralha de pedra da Medina, permitindo-lhes entrar na praza fortificada. Também había tropas inglesas, supostamente mais finas, que lutabam pela fé, um dos cuxos soldados chamado Raul nos deixou unha carta que, permite conhecer muitos detalhes deste acontecimento histórico. E, finalmente, aparece o nosso “conquistador”, Adfonsus D’Anrique, acompanhado de miles de homes armados, mas que por seguridade, decidiu non prantar os seus reais na cidade, e deixar um tempo prudêncial para que o rescaldo se apagara. De todas éstas matanzas horrendas, que forman parte demasiado frequênte da condiçón humana, algo de bom tinha que ficar: o Caldo Mouro de Alfama!
LÉRIA CULTURAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Ésta rúbicunda de fúria, estátua de San Xorxe, parece querer desesperadamente apretar entre as suas mans o ganhote do artísta, que o representou como um sarxento de cabalaria entrado em vapores etílicos.
É um soberbo “Castela”, primorosamente situado, para dominar os dous brazos do deus Lyssos.
O Torreiro do Pazo, com os astilheiros da Lisnave em frente xá desmantelados pela union europeia ó norteamericana.
O Convento do Carmo, parcialmente derruido pelo grande terramoto e agora esquecido em museo. Ó lado está um primo dos carros eléctricos, o sempre presente ainda que quase nunca se use “Elevador de Santa Justa”.
A Ponte Salazar, que muda de nome segundo o gobernante de turno, foi feita pelos americanos que non sei se ainda a seguirán esplorando.
A Praça do Rossio, é o autentico corazon de Lisboa, parece como um brazo do Lyssos, onde arriban todos os barquinhos que venhem ler o xornal e tomar café.
Os Portugueses, tenhem um gosto delicado para as cores das casas, son acolhedoras e reconfortantemente alegres.(Non como Luis Sebastian, que as pintaria todas de laranxa.)
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
FADO PORTUGAL

Lisboa, em meados do século XIX, non tinha muita oferta de espaços nocturnos, pelo que as tabernas constituíam um ponto de encontro de unha mistura social, onde se reuniam em noites de “fado vadio” trabalhadores de hortas, artistas, estranxeiros, marinheiros, pescadores e fidalgos. O fado, por ser unha cançón nacional, rapidamente atraiu a aristocracia bohémia que era seduzida pelas mulheres e pelo néctar da luxúria e do pecado, da boa má vida, que se levaba nas vielas de Lisboa. E, assim, começou a frequentar os antigos bairros pobres da cidade, como Alfama ou Mouraria, onde xá se tocaba e cantava o fado, adquirindo um especial gosto por este estilo de música tipicamente português. O típico “teatro de revista” lisboeta surxe em 1851, começando a partir de 1870 a integrar o fado com regularidade, contribuindo, assim, para unha popularizacón e consequente enriquecimento da sua forma de escrita e música. É também neste período que a guitarra portuguesa se afirma como a definitiva companheira do fado. No voltar da década de 1880, o fado é levado para os salóns aristocráticos onde passa a ser acompanhado ao piano, voltando a sofrer outra nova evoluçón literária e artística. Os versos populares rebuscados e dramáticos começam a ser substituídos por poemas mais sofisticados. O fado passa, entón, a estar presente na taberna e no salón. Desde o seu aparecimento que mantém a sua expressón sentimental associada à fatalidade do destino, estando marcado pelo “pathos” (é unha palabra grega que significa paixón, excesso, catástrofe, passaxem, passividade, sofrimento e suxeiçón) das traxédias da Grécia clássica. No final do século XIX o fado surxe em Coimbra, encontrando no estudante de medicina Augusto Hilário a sua figura central, autor do respectivo “Fado Hilário” que viria mais tarde a ser interpretado por Amália e muitos outros.
FADO PORTUGAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Prédio de primorosa factura no bairro do Castelo.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
FADO (EVOLUÇÓN)

No principio do século XX, o fado continua a evoluir poética e artisticamente, ganhando complexidade rítmica, maior riqueza melódica e também novos palcos. Com a monarquia em pleno declínio, e atendendo à popularidade do fado, os republicanos passam a usar o fado para fazer passar as suas ideias através de melodias e versos simples. Neste início do século aparecem, entón, as primeiras publicaçóns dedicadas à temática fadista e son editados os primeiros libros; História do Fado de Pinto de Carvalho (Tinop) em 1903; A Triste Cançón do Sul – Subsídios Para a História do Fado de Alberto Pimentel em 1904, e, mais tarde, em 1912 O Fado e os Seus Censores de Avelino de Sousa, contribuindo para unha crescente notoriedad deste xénero musical. Em Coimbra, na segunda década do século XX, o fado tem como figura principal António Menano, que tinha chegado de Lisboa para estudar medicina, ficando conhecido como o “Rouxinol do Mondego”. A sua voz, de entoaçón lírica, levava milhares de pessoas a Coimbra para ouvi-lo cantar. Seguiu-se o estudante madeirense, Edmundo Bettencourt que, curiosamente, nunca viria a acabar o curso de Direito, mas que trouxera ao fado de Coimbra temas populares de outras rexións. Foi também poeta e neste âmbito participou no movimento “Presença”, tendo-se relacionado com este grupo literário, do qual faziam parte Adolfo Casais Monteiro, Miguel Torga, José Régio, Branquinho da Fonseca, entre outros, integrando também um grupo de fados do qual fazia parte Artur Paredes.
FADO PORTUGAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
As escadinhas abundan por toda a cidade..
Outro Cortiço perto da rua da Magdalena.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
APARTIR DA DÉCADA DOS 60 (FADO)

Ainda na década de 60, estando o fado a atravessar um dos seus melhores momentos, dá-se o aparecimento de outros fadistas de referência como Carlos do Carmo, Maria da Fé, Maria do Rosário Bettencourt, Teresa Tarouca, Beatriz da Conceiçao, Joao Ferreira-Rosa ou Joao Braga. Carlos do Carmo (filho da fadista Lucília do Carmo), actua com sucesso fora de Portugal, como no Brasil, França, Espanha ou Alemanha, mantendo unha carreira de sucesso até aos dias de hoxe. Paralelamente ao triunfo de Amália, outros artistas usufruíam de grande popularidade como Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Maria Teresa de Noronha, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Carlos Ramos, Tristao da Silva, Fernanda Maria, Manuel de Almeida, Maria José da Guia, António Mourao, Fernanda Batista, Manuel Fernandes, Mariana Silva, António Rocha e outros. Amália representaba para muitos um dos 3 efes de Salazar (Fado, Fátima e Futebol), porém, sabe-se que apoiaba financeiramente a comissón de apoio e solidariedade para com os presos políticos, organizaçón que tinha conexóns com o Partido Comunista sendo este clandestino. O grande sucesso de Amália prolonga-se até ao início dos anos 70 e retoma nos anos 80. Unha mulher com forte intuiçón artística e que revela um gosto intemporal que marca definitivamente um ponto de viraxem na história do fado, sendo indiscutivelmente o símbolo máximo da cançón de Lisboa
FADO PORTUGAL

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AS PORTAS DO SOL
É um mirador sobre a bairro de Alfama e sobre o rio.
A flor azul do Xacarandá nas ruas primaverais.
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
fado
O vocábulo, é um substantivo masculino, do latím “fatum”, a mesma palabra que deu orixem a “Fada”. Sinónimo de destino, sina, sorte, fortuna ou fatalidade. O destino estabelece a ordem natural do universo, unha forza humanamente insuperábel. É importante perceber este significado, para se entender esta cançón portuguesa. Eu, dada a minha tendência para unha heterodóxia, xá conxénita em mím. Atrevido, como todos os ignorantes, teimo em suspeitar que este xénero musical, vêm de lonxe. Que vêm do “cérne” colectivo, da alma antérga de um povo de “trovadores” e de “bardos”. “Na sua forma habitual é cantado por unha voz – a voz fadista – ; mas também pode ser cantado por mais vozes e “à porfía”, o que caracteriza o diálogo das desgarradas. É acompanhado normalmente por guitarra portuguesa e viola de fado, podendo-o ser também por outros instrumentos como baixo, contrabaixo, piano, violoncelo, violino e até mesmo por orquestra. Quanto à indumentária, a mulher fadista enverga ós ombros um “xaile” sobre um elegante vestido, enquanto o home traxa de fato. Musicalmente, o fado assenta nunha estructura rítmica baseada em compassos de divisón binária. A base harmónica é efectuada pela viola, utilizando os bordóns como acompanhamento de baixo na tónica e na quinta alternadamente, usando as restantes cordas como suporte harmónico. A guitarra portuguesa embora participe na harmonia tem um papel mais melódico de contra-canto, acompanhando a voz ou alternando com esta. A voz, embora ritmicamente estexa suxeita ao suporte rítmico, tende a libertar-se, expandindo-se, por vezes libremente, com ênfase. Os fados terminam na sua maioría em cadência perfeita, havendo algunhas excepçóns no Fado Menor que finaliza em suspensón. A base rítmica e melódica do fado tradicional assenta na trindade do “Fado Menor”, “Fado Corrido” e “Fado Mouraria”. O Fado Menor é triste e melancólico e tem unha toada lenta em xeito de balada, sendo um dos mais interpretados. Apesar de ser composto em tons menores, diz-se ser o “maior dos fados”. O Fado Corrido caracteriza-se por ser alegre, dançábel, ter um andamento rápido e ser composto em tom maior. O Fado Mouraria é saudoso, cuxa composiçón também é em tom maior com um ritmo moderado. Apartir de 1930, aparece o fado cançón, que se distingue por ter refrán, afastando-se da sua xénese e aproximando-se de outras músicas populares mais comerciais. O fado tem a particularidade de poder ser cantado com poemas diferentes na mesma música e de ser cantado de forma diferente com o mesmo poema. Fado é também o nome comúm atribuído à própria cançón, cuxos temas abordados non diferem muito dos orixinais: a saudade e o destino, o amor e o ciúme, a tristeza e o sofrimento, a traxédia e a desgraça, mas também pode ser irónico e divertido, tecendo críticas políticas e sociais. Em suma, a poesia fadista reflecte as venturas e desventuras da história e do quotidiano do povo português. Para além de Amália Rodrigues e Alfredo Marceneiro, as figuras de maior relevo son actualmente: Carlos do Carmo, Camané, Mariza e Ana Moura. Habendo unha predisposiçón natural e um gosto especial por este xénero nas novas vozes que ván surxindo todos os anos.”
Ái amigos, quem me dera,
Viver no tempo passado.
Em que a Maria Severa,
Era a rainha do Fado.
fado portugal
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
Vistas desde as Portas do Sol..
Rua das Escolas Xerais..
Nunha casa désta rua que era do meu amigo Arnaldo, xogabamos nós o hokey-patins na sua cocinha, o corredor era unha enormidade e o quarto do fundo um mundo, estendiamos unha manta no chan e faciamos xogos de futbool com doce berlindes de cada lado e unha bolinha de plástico.
O Eléctrico Nº 28 que parte da Graça e fai o recorrido mais túristico da cidade, algo así como o “Trans-Siberiano” de Lisboa, hoxe em dia terrívelmente superlotado e atacado por bandidos.
.
A”Prisao do Limoeiro”, nesta rua davam-se ás veces, verdadeiros espectáculos esperpênticos, quando o guarda se desganhitava iracúndo intentando manter os presos na ordem, pois estes sentados nas xanelas e agarrados ás grades, piropeavam incendiáriamente todas as tentadoras senhoras que passavam pela rua.
.
Unha monstruosidade urbanistica, que em mans de Mestre se converte em obra luminosa d’arte.
A Fermusura, transmutada filosofalmente em Pátio.
Escadinhas que baixan do Castelo, para as ribeiras da Mouraria.
Rua dos Fanqueiros, na parte baixa da cidade tendes a Camisaria Moderna, onde encontrareis a roupa mais perfeita do universo da moda.
.
TABERNA A BAIUCA
(COMIDA POPULAR E FADO VADIO POLAS NOITES)
NO CORAZON DA NOSSA ALFAMA MOURISCA
Aqui cantaban fai anos, muitos dos fadistas que son agora estrelas no firmamento do Fado.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
AS MAOS QUE TRAGO (FADO)

Foram montanhas, foram o mar,
foram os númens? Nao sei.
Por muitas coisas singulares,
nao te encontrei, nao te encontrei.
.
E te esperaba de chamada,
em teus caminhos me perdí.
Foi nubem negra, maré brava,
e era por tí, e era por tí.
.
Foi nubem negra, maré brava,
e era por tí, e era por tí.
.
As maos que trago, sao estas.
As maos sao estas, elas socinhas te dirao,
se veiem de mortes, ou de festas.
Meu coraçao, meu coraçao.
.
Tal como soam te convido,
a ires para onde eu for.
Tudo o que eu tenho é sofrido,
pelo meu sonho alto e perdido.
e o encantamento arrependido,
do meu amor, do meu amor!
.
Fadista: CLÁUDIA LEAL (Cecília Meirelles/Alain Oulman)
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Vista panorâmica de Alfama, dentro das portas do mar.
Tenhan cuidado!, cada ves há mais vigaristas..Alfama labirinto de escadinhas.
.
.
.
..
.
.
–
.
Unha das portas do mar.
.
.
Outra porta do mar.
.
.
A SÉ PATRIARCAL DE LISBOA
O Cardeal Patriarca de Lisboa D. Antonio Cereijeira, príncipe da Igrexa e “amigo” de Salazar.
O refrescante encanto dos xafarices.
As Noivas de Santo António, davan entrada ás calenturas do vrán, ós tomates cortados em crus e sal, á praia e ás marchas populares (Discretíssimos bacanais de Beltain).
.
AS AGUAS LIVREs
Esta fonte em Alfama, era abastecida pelo Aqueduto das Aguas Libres. OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOAS NEGRAS DO POTE

Quando um, passeando pela cidade de Lisboa ouvia certos nomes, que pareciam non ter sentido, ou pelo menos um sentido oculto pela noite dos tempos. A primeira vista, non se atisbaba o seu significado profundo, só depois de urgar na história se podería adentrar nos segredos da sua raíz: a escravidón. Nos séculos XV e XVI, a maioría da povoaçón lisboeta era negra, tal como afirmaba surpreendido e alarmado um visitante holandês: “Isto é o inferno! Os negros som tantos como os brancos!”. Nunca, durante os longos anos que vivi em Lisboa, e apesar de ter estudado na escola portuguesa, ouvira falar larga e estendidamente sobre este tenebroso assunto. Ninguém me falára dos negros lisboetas, nem presumira das suas orixens africanas, nem da sua laboura em benefício da cidade, nem das suas aportaçóns linguísticas ou toponímicas, ou mesmamente culturais e artísticas em favor déste país. Estes segredos tan bem escondidos no passado da cidade, na infâmia do ofício da escravatura, tán carentes de memória para todos os lisboetas actuais, nunca ninguém mostrou muito interesse por este asunto, talvés para intentar ocultar as misérias da natureza humana, que sempre acabam aflorando à superfície das civilizaçóns. Os crímes passados: Marcelina María, vergastada em público no meio das xentes, por ter mantido relaçóns libres com outro escrávo, Tendo também em conta que, muitas déstas crianças eram filhas dos próprios senhores, que acababam vendendo os seus próprios filhos, xa podemos ter unha ideia aproximada da catadura moral désta xentinha, tendo em conta que a realidade, supéra sempre a ficçón na sua crueldade vital. As pegadas dos negros escrávos, ficarom gravadas pola cidade em nomes como: “O pozo dos negros” e “A Rua das Pretas”, etc… Famosas eram as “Negras Calhandreiras”, que recolhiam os dexectos das casas, para logo os verter no rio Texo, vivendo à custa do saneamento da cidade, e contribuindo para evitar doenças e epidemías, com ésta sufrída labor. E, mais famosas ainda eram, as “Negras do Pote”, que com as suas bilhas de barro à cabeza (e que non podiam pousar o pote no chán (teóricamente para evitar as poéiras, mas na realidade para aumentar o tormento das pobres mulheres), transportabam àgua para a cidade toda. Esta xente buliciosa que se xuntaba nos xafaríces para encher as bilhas, forom os que cederom o negócio ós nossos compatriótas galegos, xente humilde das aldeias galegas, enviados algúns ainda nenos, para ésta cidade. O século XVII, significou um enorme baixón da escravatura, e Lisboa foi perdendo paulatinamente cor. Mas, a partir da década de 1970, depois da independência das colónias, o numero de negros em Lisboa foi aumentando explosivamente, até à actualidade, na que incluso há ministra negra da xustíza. Mas, désta vez o sistema português, que os integraba de forma harmoniosa e relativamente bem na sociedade, foi substituído pola sistema americano, concentrando a povoaçon em barriadas marxinais da perifería da cidade. Trabalham básicamente na “Construçón Civil”, espectáculos para entreter o turismo, e também o desporto é, um campo no qual se desenvolvem bem. Parece ser, que com a retirada dos galegos, estamos talvés entrando nunha nova etapa, unha outra maneira de escravatura.
A IRMANDADE CIRCULAR
Velho Cortiço na ribeira de Alfama.
ooooooooooooooooooooooooooooo
GALEGOS LISBOANOS
A finais do século XIX a presenza galega era corrente nas rúas de Lisboa. O desenvolvemento comercial e industrial fixera atractiva a capital portuguesa para unha emigración que fuxía da miseria e do recrutamento obrigatorio en tempo de conflitos coloniais. Na altura, o número de emigrantes galegos chegou a representar preto dun 70% do total da presenza de estranxeiros en Lisboa (“aínda que poida parecer mentira, poucos forom os que se derom conta que os galegos non eram extranxeiros”). No servizo doméstico, na hostelería, en ocupacións como as de “moços de fretes” ou aguadeiros, a emigración galega facíase presente en toda a cidade, até o punto de dar o seu nome a algúns lugares públicos: a Ilha dos Galegos, ao carón do Chafariz do Loreto, era o enclave onde tradicionalmente os emigrantes agardaban a seren contratados para o transporte de auga ou mobiliario, e tamén alí se relacionaban cos seus paisanos de Lisboa. Quizais algo menos coñecida é a presenza da emigración galega nun sector como era o dos “moços de padeiro”, os empregados das panaderías que, cargando ao lombo con grandes cestas, distribuían o pan desde os obradoiros até os confíns da cidade. En fotografías e postais, a imaxe do “moço de padeiro” representaba unha das estampas máis pintorescas da Lisboa decimonónica. Eran varios milleiros os que todos os días saían dos obradoiros coas súas enormes cestas para facer chegar o pan a todos os fogares. Era unha ocupación que tiña en común coa dos aguadeiros ou “moços de fretes” a dureza do traballo e a súa mobilidade dentro do espazo urbano, o que viña a confirmar que os galegos tiñan que se conformar coas ocupacións máis ingratas dentro do espectro laboral da cidade de Lisboa.
ELISEO FERNÁNDEZ
ooooooooooooooooooooooooooooo
GALEGOS LISBOANOS (A BATALHA DE MONSANTO)

Mais a figura dos repartidores de pan desapareceu, de súpeto, das ruas de Lisboa um 16 de xuño de 1894, a consecuencia dun conflito coas autoridades municípais. O detonante eran as medidas de control que a Cámara Municipal tentaba facer do trabalho dos repartidores, coa imposición de fianzas e carnés de reparto, e o xeito abusivo co que as autoridades gobernativas tentaran levar adiante estas medidas, chegando à detención de repartidores pola falta dos devanditos documentos. A indignación dos trabalhadores era total, pois o motivo de fondo non era outro que a falta de peso dos pans, e eles defendían que non podían responsabilizarse desta fraude pois eran os donos das panaderías os que llos entregaban e, eles non tiñan medios para facer a comprobación de que o peso era o correcto. Despois dunha asamblea mantída polos traballadores no Club Terpsychore da Rua da Conceiçao, decidiuse marchar en manifestación cara ao goberno civil, encabezados por unha comisión nomeada para negociar a supresión dos carnés e as fianzas, e pedir a liberación dos repartidores detídos. Foi precisamente na altura da Ilha dos Galegos, no Largo das Duas Igrexas, onde as forzas da orde tentaron disolver a protesta, provocando enfrontamentos físicos e novas detencións. En consecuencia, os manifestantes tiveron que retroceder cara aos locais da Associaçao dos Operários Manipuladores de Pao, na rúa de Sao Bento, mentres a comisión continuaba a camiño para negociar coas autoridades. A comisión non conseguíu chegar a ningún acordo satisfactorio nin logrou a liberación dos compañeiros presos, polo que a clase continuou mobilizada nos locais sindicais durante todo o domingo 17 de xuño e, organizou unha nova asamblea na mañá do luns. Nesta xuntanza decidiuse enviar outra comisión negociadora, mentres os repartidores “grevistas” elixían como novo lugar de concentración a Serra de Monsanto, onde pensaban que poderían concentrarse libremente sen atrancos por parte das autoridades. Que o problema tiña atinxido xa unha enorme gravidade vén confirmado polo feito de que, a comisión chegou a ser recibida polo Ministro do Reino Joao Franco; mais o político do Partido Regenerador rexeitou modificar os regulamentos e derivou a liberación dos presos ao poder xudicial, polo que foi imposible calquera acordo. Entre 3000 e 4000 repartidores chegaron a concentrarse en Monsanto, baixo a vixilancia das forzas da orde pública. Os panadeiros organizaron un campamento no que ondeaba unha bandeira de cadros brancos e vermellos.
ELISEO FERNÁNDEZ
ooooooooooooooooooooooooooooo
PADEIROS BAIXO A BANDEIRA BRANCA E ENCARNADA

Cando a comisión negociadora deu conta dos fracos resultados obtidos, mais dun milleiro de repartidores tomaron a decisión de declarar a “greve geral” e ficar en Monsanto até que as súas reclamacións foran atendidas, para despois chamar a todos os compañeiros a concorrer ao lugar onde se tiñan situado, na Cruz das Oliveiras. Segundo a prensa, nos días sucesivos entre 3.000 e 4000 repartidores chegaron a concentrarse en Monsanto, baixo a vixilancia das forzas da orde pública. Os panadeiros organizáronse colectivamente e fixeron un campamento no que ondeaba unha bandeira formada por catro cadros brancos e vermellos; diversas comisións controlaban a entrada e saída do recinto, impedindo a entrada de bebidas alcohólicas e mesmo chegaron ao acordo de que aqueles “grevistas” que estiveran casados puideran pasar a noite en Lisboa para retornar de mañá a Monsanto cos seus compañeiros. A iniciativa dos “moços de padeiro” sorprendeu as autoridades e chamou a atención da prensa e do público en xeral. Nunca se vira en Lisboa un movemento proletário desas características. Ao cabo, a iniciativa dos repartidores viña a confirmar a potencia da actuaçión mancomunada da clase operária, nunha época en que o 1º de maio quedara recentemente instituído como data para as demostracións de forza da clase obreira. As autoridades, incomodadas polo campamento dos “grevistas”, tentaron poñerlles dificultades: nun primeiro momento, pecharon o pozo de auga no que se abastecían e comezaron a ameazar aos concentrados con desfacer o campamento e expulsar do país os estranxeiros. Mentres tanto, moitos amasadores e forneiros uniranse ao movemento e algúns deles aos “moços” que percorrían as rúas de Lisboa tentando impedir que os “furagreves” proseguiran co reparto de pan. No propio campamento, os operarios recibían a solidariedade doutras asociacións de clase e de cidadáns que lles enviaban diñeiro, alimentos, tabaco, mensaxes e mesmo arreglos florais en apoio ao movemento. Porén, a actitude dos patróns panadeiros non foi unánime, pois mentres uns se solidarizaron cos seus empregados. houbo outros que seguiron cocendo nos seus obradoiros, empregando os militares que o goberno lles ofreceu para amasar. O Século mesmo criticou con sorna que sendo o motivo da folga a esixencia da Cámara de que o pan fora vendido por repartidores acreditados e sen falta de peso, resultaba contraditorio que como consecuencia da “greve” o pan fora amasado por militares e bombeiros que non conseguían unha calidade mínima nin o peso legal, e que despois ese produto fora vendido ao público sen ser pesado e baixo vixilancia policial. O mesmo xornal concluía que chegara o pan ás casas de Lisboa, mas só ás das familias con recursos, pois a maior parte das familias humildes compraban o pan ao fiado e eran os “moços de padeiro” quen lles daban o pan a crédito cando non tiñan recursos, para cobrárllelo logo cando tiñan cartos.
ELISEO FERNÁNDEZ

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
GALEGOS LISBOANOS (A GREVE DOS PADEIROS)

Na madrugada do día 22, despois de catro noites de acampada, unha forza de cabalería, infantería e policía comezou a actuar para disolver a concentración. En plena noite, as forzas comezaron a cercar o campamento, mentres os “grevistas” se mantiñan en actitude completamente pacífica. Despois, as forzas da orde comezaron a separar os operarios portugueses e estranxeiros, de tal xeito que estes ultimos foron levados en dirección a Lisboa preto das catro da madrugada para ser recluídos no Arsenal da Marinha. O Jornal de Noticias recollía a versión oficial dos feitos: “O cêrco tinha por fim prender os moços de padeiro gallegos que se encontrassem entre os grevistas, pois, na verdade, non se podia admitir que estrangeiros estivessem abusando da hospitalidade que encontraram em Portugal, insurgindo-se contra as leis do reino”. En poucas horas, 285 operarios de orixe galega foron embarcados no vapor África para a súa expulsión de Portugal. Aínda que había algúns da Coruña, Lugo e Ourense, a inmensa maioría eran orixinarios da provincia de Pontevedra, e moi especialmente dos concellos da Cañiza, Covelo, Mondariz e Ponteareas. Mentres tanto, os seus compañeiros portugueses retornaban a Lisboa agochándose das forzas da orde que pretendían impedir que se reconcentraran. Inicialmente, as autoridades tiñan intención de expulsar os emigrantes galegos a Cádiz, mais finalmente cambiaron esa intención e decidiron envialos a Galiza. O dia 24 de xuño, ao tempo que o vapor África partía entre as protestas da colonia galega, a policía disolvía os últimos grupos de folguistas e o movemento remataba; lentamente abrían todos os establecementos e comezaban a circular novamente pola cidade algúns “moços de padeiro”. Ás oito da noite do día 25 de xuño de 1894, tras 29 horas de travesía, o África fondeou no porto de Vigo; ao día seguinte os emigrantes expulsados foron levados en gabarras ao porto e posteriormente ao pazo de xustiza para ser finalmente liberados. A actitude autoritaria dos responsabeis políticos, ao rexeitar calquera negociación cos repartidores, provocou o conflicto, levou à súa prolongación e agravamento, e finalmente concluíu coa arbitraria expulsión dos 285 panadeiros galegos. Mais a realidade era teimuda: nos primeiros días de xullo, aínda non tiña regresado a Lisboa o África, e xa se tiñan producido as primeiras detencións de expulsados que retornaran a Portugal, nas estacíons de ferrocarril de Porto e Lisboa. E a participación dos galegos no asociacionismo sindical do sector da panificación en Portugal perdurou no tempo. Como mostra, basta lembrar a folga dos panadeiros lisboetas do ano 1924, que agravou despois da conmemoración do 1º de maio e que levou ao Goberno portugués a anunciar a determinación de conducir até a fronteira aos panadeiros galegos que tiveran abandonado o trabalho. Trinta anos despois, as autoridades portuguesas aínda gardaban a memória dos feitos de Monsanto, mais tamén os panadeiros orixinarios da Galiza mantiñan intacta a súa combatividade e compromiso.
ELISEO FERNÁNDEZ

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Um novo invento túristico á conta da memória de Saramago.
restaurante a estrela da sé
(fica perto da sede patriarcal de lisboa)
É um Restaurante muito antigo, que permanece milagrosamente intácto, quando eu o visitei há varios anos, a comida non se correspondia com a beleza do local.
As “Máquinas de Petroleo”, eram usada prácticamente por todas as “Amas de Casa” daqueles tempos.
Um Beco de larga tradicion Literária.
A velha Rua do Capelao, e a famosa Rosa Maria..
.
Na Taberna da Calçada dos Cabaleiros, a malandraxem segue presente, sómente faltan o Costureiro, os Galegos, e o Papagaio que fora denunciado ás autoridades por insultar os transeuntes, e que acabou morrendo em Guilhade coitado.
A Calçada dos Cabaleiros, que subian da Mouraria até ó Castelo de San Xorxe.
Nas modernas carabelas, chegam os “tesouros” deslumbrantes dum Oriente cada dia mais presente em certos lugares.
.
O SOCORRO
O Hospital Central da cidade, o socorro das xentes, vai ficando velho e abandonado, e será obxecto de especulacions urbanisticas que non debem demorar.
.
O INTENDENTE
CERVEJARIA RAMIRO 2013
AVENIDA ALMIRANTE REIS, (Á ALTURA DO MERCADO DE ESCRAVAS DO INTENDENTE)
-PERCEBES (MALINHOS COITADOS)
-DUAS CIGALAS GRANDOTAS, MUITO BOAS.
.
rua barros queirós
A Berlenga pechada, sinal inequívoca da decadência Galega em Portugal.
Lugar sagrado dos preguinhos, das bifanas, dos passarinhos fritos, e dos cachorros. Foi comprada pelos Paramêses que amassaron unha fortuna nésta casa, e por aquí passaron muitíssimos trabalhadores galegos.
A Xinxinha da Rua Barros Queirós, agora anda amigada com os túristas.
LARGO DE SAo DOMINGOS
.
PRAÇA DA FIGUEIRA
BALEAL 2013
(RESTAURANTE ECONóMICO)
(RUA DA MAGDALENA, PERTO DA PRAÇA DA FIGUEIRA)
.
Unha abertura de palato feita com 250 gramas de camarao cozido com unhas pedrinhas de sal po’rriba
Nada menos que unha dose do Aristofânico “Ensopado D’Anguias”. Acompanhado de vinho branco com madeira.
.PRAÇA DA FIGUEIRA
D Joao Segundo, com tanta trapalhada de carros, nao conseguiu alinhar o cabalo ó centro.
,
Outro negócio galego, a Ginjinha Espinheira, sempre repartindo drogarias á povoacion.
.
RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTAO
.
RESTAURANTE GAMBRINOS 2014
(HISTÓRICO, COZINHA TRADICIONAL, E MESA DO PODER)
vai adentrando na casa.
Este Restaurante tem o seu requinte na cozinha, que é soberba.
Um copo de Loureiro acompanhando, Ameixoas á Bulhao Pato.
Bacalhau magnificamente cozinhado, com um copo de Dao tinto.
!!Manga!! & Madeira.
Madeira & Abade de Priscos. !!Ámen!!
Fragueiro, um Galego do Planeta Terra em Lisboa.

No interior désta porta, existe um inesperado palácio mourisco.
.
Mas se um profundiza no sonho das xentes, pode levar unha desagradável surpresa. Toda ésta luxúria oriental foi feita para xogar á batota.
Foi feito para um casino! Se polo menos o nosso centro cultural de Guilhade se parecera com isto.
Tem duas salas grandes cobertas de azulexos pintados, que hoxe son útilizadas como comedores dum restaurante demasiado turistizé para a minha parsimónia.
.
Há unha deslumbrante sala de baile, toda cheia de espelhos dourados e um escenario teatral, quando as encantadoras senhoras no outono das suas vidas mas porem sumamente apéteciveis arribam o espéctáculo é soberbo.
.
Quando fai calor, este é o melhor sítio para descansar despois de comer.
oooooooooooooooooooooooooooooo
LISBOA (OS LOUCOS ANOS DA MODERNIDADE)
Atravéz deste artigo, iremos entrando nas profundezas de unha modernidade, que nos trouxo um capitalismo novo, de cunho “bananero”, que aínda que parecía “inxénuo”, e que vinha para liberar-nos, na realidade, ocultava debaixo da sua capa “Beaubeariana” gráves perigos para o futuro. Iremos vendo, como as luxosas mansóns aristocráticas, depois de arruinádos os donos, se ván paulatinamente convertindo em “Clubs”. Alí se xoga, alí se bebe, se come, e se forníca como animais. ¡¡Isso sim, pagando por tudo!! Agora, que xa son inofenssívos, non podo deixar, se for possível ,de recomendar unha visíta a estes ântros do vício, lugares cheios de arte e encanto (as peças de arte xa están em museos, as que se conseguiron salvar). Até ó ponto, de que muitos deles, eram considerados como verdadeiros musêos. Lisboa, aumentára muito a sua povoaçón, chegando a ter perto de meio milhón de habitantes. Nésta sociedade portuguêsa, tán civilizada e xentíl, as meninas ricas e independêntes, chamadas “garçoniérres” (possivelmente, as mulheres mais atractívas de todos os tempos). Non só, pela sua posse estéctica física (cabelo curto, chapêus, vestidos), mas sobretudo, polas idéias e ganas liberadoras. Néstes “Clubs”, luxuosos e refinádos, a “xente deçente”, convivía de natural modo, com prostitutas e malândros (bastânte civilizados, diga-se), intelectuais, artístas, xornalístas, xogadores, bebedores, comedores, tabaquístas e drogadictos (era um negócio, incipiênte). Está claro, que quase tudo o que a modernidade trouxo, foi lixo, xogo, trata de “brancas” e, de “negras”, champán, droga, tabáco, cocaína, ópio, especuladores, e o pior de tudo, as guerras brutáis que se adivinhavam. Estes “Clubs”, estavan todos nas zonas “Chics”, situádos principalmente na Rua das Portas de Santo Antón, nos Restauradores, e no centro da cidade. Verdade é, que o luxo, também alternava ó mesmo tempo, com a miséria xerál da povoaçón, que malvivía em barracas de madeira, nas zonas do Arco do Cégo, e outras mais, ameaçados por doênças epidémicas, como a côlera ou a tuberculose. Mas non viémos aquí, para afundar-nos no fângo de Lisboa, e procuraremos olhá-la, sem mirar muito os seus defeitos e maleitas.
Começamos pelo “Majestic Club”, situado na Rua das Portas de Santo Antón, agora transformado êm “Casa do Alentejo” (recomendo unha visita, pois pode levar unha agradável surpresa). Aquí, vinha-se sobre as nove da tarde, só ou acompanhado, tomáva-se um invento américano chamado “cocktail”, ademais, había cabeleireiros “chics” e manicuras (cachondas). Depois, podia-se comer (pela boca) no restaurânte fino, seguidamente havía espectáculos, champán e baile em abundância. E, muito máis tarde, vinham os verdadeiros problemas, “strip-tease”, xogo, drogas e sexo mercantil, tudo no mesmo sítio e á mesma hora, como agravánte.
Outro, dos grandes “Clubs”, era “O Monumental”, situádo também na mesma zona central de diversón, e com a mesma filosofía, moderna e funcionál.
O “Club Pálace”, que é agora a honésta “Camara de Comércio”, xá foi também em tempos passados, lugar de fésta, desemfréio, e perdiçón. Néste ântro luxoso, foi vendida pela primeira véz em Lisboa cocaína, xá debidamente repartida em doses pessoais, e era de cabalheiros, invitar os seus amigos e as suas amantes. Um dos locais mais afamados do mundo, frequentado por xentes admiradoras de Freud e do Psicanálise. Fica na mesmíssima Rua das Portas de Santo Antón, ó inferno.
Néssa mesma rua, ficava também o “Bristol Club”, que foi “Meca”, alá pelos anos vinte, de intelectuais, artistas e xornalistas, e, coitado, acabou sendo comprado pelo Bêmfica, alá pelos anos vinte, o qual supuxo um enorme retrocesso civilizacionál, pois a cultura caíu nas máns da “trangalháda”. O seu dono anterior, era um “rico-home”, que atesourava nele obras de arte, entre elas unha de José de Almada Negreiros (poéta sensacionísta e narcíso-do-Ejípto). É pelo que coloco aquí no artigo, fotografía déla.
Finalmente, tampouco escapou o maxestuoso “Palácio Fóz” da prostituiçón xeral dos tempos, arruinado também o seu lexítimo dono (seguro que propositadamente). As forzas malébolas da modernidade, erixíron sobre o seu cadáver o “rien plús”, “la Crême de la Crême”, feito para a xente mais fina da cidade, um autêntico “Versailles”, “O Maxims Club”!! Até tinha espectáculos para os nenos (non sexam mal pensádos, pola tarde). Frequentádo pela elít, tinha de tudo o que é imaxinável, tudo o que unha mente retorcida poida pensar, aí estava. Áh!! Mas, héis, que apareceu um monstro!! Um fascísta!! Salazar!! O ôgro rexenerador, acabou com o desemfréio, acabou com a “Coca Cola”, com a loucura das xentes!! Desterrou o vício, para lugáres distântes, para o Estoríl, para Cascáis, para a Madeira. O vício, esse continuou, mas escondido. E sobre tudo, só para xente importânte!! Assím, êm 1930, o último dos grandes “Clubs” de Lisboa, foi finiquitádo ad aeternam.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
Luís Suspiro, nos Frangos do Bonjardim.
.
O ATHENEO DE LISBOA
Aquí vinhem eu facer guarda de honra a uma dama inglesa que era parente de um tal Baden Pawuel, que foi o inventor dos escoteiros. Este foi unha das manchas negras da minha brilhante carreira, só recordo no fundo da memória a frenética actuacion de um poéta ditirâmbico, um pobre mercenário coma min.
.
ooooooooooooooooooooooooooooo
ooooooooooooooooooooooooooooo
António Mário Lopes Pereira Viegas, nasceu em Santarém a 10 de Novembro de 1947. Festexou este ano de 1993, sem alarido mediático e na quase clandestinidade de um xantar na Bénard, os seus 25 anos de vida artística. Foi unha festa de amigos, na qual, à sobremesa, o Mário Viegas anunciou a sua candidatura às próximas eleiçóns para o presidência da república. Non, evidentemente, com o obxectivo de ir habitar o Palácio de Belém, mas tán simplesmente o de ter tempos de antena para falar de cultura aos portugueses. “Anarco-Esquerdista-Romântico”, como em tempos se definiu, muitas e boas cousas o Mário fez nos últimos 42 anos, isto é, desde que aos 4 anos de idade fazia espectáculos com fantoches que ele próprio criava. Começou, portanto, pelo teatro. Mas, a poesia, que viria logo a seguir, iria ser na carreira de Mário Viegas unha prioridade de permanente intervençón cultural. É que, se o Mário elevou o teatro português a unha dignidade e a unha qualidade como muitos poucos fizeram até hoxe no nosso país, foi na poesia que ele encontrou o osixénio da sua respiraçón diária. Aos 16 anos, num espectáculo realizado no Teatro Rosa Damasceno, em Santarém, estreou-se como declamador, a dizer poemas de Manuel da Fonseca, Gastao Cruz e Alexandre O’Neill. Daí para a frente, fosse na rua, nos palcos, na rádio ou na televisón – onde quer que fosse – Mário Viegas transformou-se no maior “diseur” da sua xeraçón e, sem sombra de dúvida, no maior divulgador de poesia que até hoxe Portugal teve. “Caixeiro-viaxante de poemas” – como el próprio se rotulou – o Mário “fez-se à estrada” nos anos 60, na boa companhia de amigos como o Zeca Afonso, o Adriano e o Carlos Paredes. Percorreram Portugal de lés-a-lés, militantes da democracia e da liberdade, axitando as ideias com as palabras dos poetas e a música das guitarras: o que fazia falta era animar a malta… Entretanto, xá passara pelas faculdades de letras de Lisboa e Porto e pelo conservatório. Mas, entre diploma e palco, escolheu definitivamente as luzes da ribalta, passando a viver num eterno camarim. Estreou-se no Teatro de Cascais, em 1970. E até hoxe non parou, deixando a marca impressiva do seu enorme talento em tudo o que fez e por onde passou. Embora xá tivesse feito televisón antes do 25 de Abril (dizendo poesia nas aulas de português da Tele-Escola, ou colaborando nos programas de Pedro Homem de Melo), foi sobretudo a partir dessa altura que se lhe abriram, sem reservas, as portas da RTP, Fosse para colaboraçóns regulares, fosse para programas próprios, como as séries “Peço a Palavra”, “Palavras Ditas”, e “Palavras Vivas”. Também na rádio o mesmo aconteceu, como por exemplo no programa de Júlio Isidro – “Grafonola Ideal” – onde, ao longo de quatro anos, Mário Viegas divulgou o melhor da poesia portuguesa. No cinema com José Fonseca e Costa, Artur Semedo e outros, também o Mário sumou filmes, prémios e sucessos. Na tradiçón de Joao Villaret, Vitorino Nemésio ou do padre Raul Machado – que nos 60 criaram alguns dos momentos mais altos de televisón em Portugal – Também Mário Viegas se transformou num enorme comunicador, levando a poesia e os poetas até mares nunca antes navegados. Conheci-o garoto ainda de calzóns, em Santarém, e via-o passar a caminho da catequese, que a minha nái dirixia (aliás com os resultados que se conhecem…). Mas foi só em 1971 – estava entón ele na tropa a cumprir o serviço militar – que começámos a trabalhar em conxunto, nos sucessivos discos que o Mário gravou, e eu produzi, para a Editora Arnaldo Trindade, Lda. Convenci-o entón, a utilizar a música na encenaçón sonora das palavras e dos poemas, como, aliás, outros declamadores extranxeiros xá faziam em relaçón a Garcia Lorca ou a Jacques Prévert. Ou Vinícius de Moraes e Pablo Neruda, em espectáculos ao vivo. Nos discos que gravámos utilizei sempre o mesmo processo: primeiro, o Mário gravava a voz, com total e plena liberdade; depois, os músicos improvisavam por cima das palavras, criando os climas adequados à encenaçón musical dos poemas. Em 1978 teve lugar a gravaçón do disco que afinal, é motivo desta apresentaçón: “Pretextos Para Dizer…”. O “Manifesto Anti-Dantas”, de José de Almada Negreiros, que acabou de servir de pretexto à gravaçón do disco, é – em meu entender – um dos momentos mais altos da arte de dizer do Mário Viegas: a voz e os pulmóns do Mário están, para este poema, como o Carlos Lopez para a maratona. E non se estranhe que o casamento e a identificaçón entre o texto e o “diseur” sexam tán perfeitos: É que quem conheça o Mário, sabe que se o Almada non tivesse escrito este manifesto, o Mário nem por isso se esqueceria dos dantas deste país do mar…
josé niza (novembro 1993)
ooooooooooooooooooooooooooooooooo.
.
O SOLAR DOS PRESUNTOS 2013
(RESTAURANTE DE TIPO MEDIO)
RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTAO, Nº 150
-BACALHAU Ó FORNO (BOM MATERIAL BEM COZINHADO)
-VINHO TINTO DA QUINTA DA PELLADA, DAO, 2010 (UNHA PAIXON)
-PARA SOBREMESA AS CENTENARIAS MANGAS DE BELEM DO PARÁ
o campo de santana
O elevador do Torel. Sobe para visitar o Centro Galego e o fermoso xardin do Torel. (con a deusa egipcia que adorna a fonte)
O CENTRO GALEGO DE LISBOA
O Centro Galego de Lisboa, reproduce d’unha forma paradigmática todos os males da aldeia Galega, todas as lacras sociais nele están presentes, como se dunha epidémia maléfica que se expande em todos os lugares onde se xuntan as tan trabalhadas “massas humanas” se tratára.
…….Na sua cúspide unha piramidezinha, composta por caçícada política, que reparte medalhas por méritos absurdos, e mângonea burdamente toda unha borregada que se amamanta no bar. Quando um alí entra, sabe logo quem manda, em vez de encontrar-se com carteis que promovan a sua terra e a sua Cultura, non, atopamo-nos com Cordoba, Granada, Sevilha, e unha secretária paga polo centro para atender á promocion do “Baile Flamenco”. ……As cortes dos cavalos, é o sitio mais frequentado, pois alí está a taberna, toda ou quase toda a vida social dos emigrantes se desarrolha neste lugar animalesco. Xogan e beben, narcotizando as xá de por sí escasas faculdades mentais desta xente terceiro mundista. O segundo monarca do vício, o xogo, sempre presente também, impon-se como actividade fundamental, e quase única, queiman o tempo, xogan e xogan, hora trás hora, num tesón inútil e pernícioso de acanalhamento psíquico.
……Non se pode desta maneira, elevar a autoestima dum povo humillado. Fái falta sangre nova que se libere destes engrenaxes de poder, desta canalha parasitária que estrângula toda grandeza de miras. Xente que tenha a valentia de levar de forma digna um Centro Cultural, que promova a Cultura da sua Terra Nái, que peche a merda da taberna e mande o flamenco p’ra casa da tia.
Léria Cultural
Centro Galego de Lisboa..
Vista expectacular do Centro Galego de Lisboa.
Olha, que te vou denunciar ó Torel! (Este era um dos sítios mais temidos durante o Estado Novo de Salazar.
Bonito Aguador do Campo de Santana.
Bom prédio do Campo de Santana.
.
.
.
Aguadeiro do Campo de Santana, que foi meio de vida para muitos galegos, xá completamente saqueado.
Prédio todo renovado.
O monumental Hospital do Desterro, votado ó abandono para maior glória da medicina privada.
O ROSSIO
A Praça do Rossio é o corazon da cidade de Lisboa, as suas ondinhas de pedra recordan que está feita sobre as aguas do Lyssos.
A Praça está encabezada pelo Teatro Nacional Dona Maria II.
Fonte artistica da Praça do Rossio.
PASTELARIA SUIÇA 2013
PRAZA DO ROSSIO
-PASTEL DE BACALHAU (UNHA AMASSADA BASTANTE INDUSTRIAL)
-RIÇOL DE CAMARAO (MUITO BEM FEITO)
-CROQUETA DE CARNE (BOA)
-BOLO INGLES (EXCELENTE)
(PARECE MENTIRA QUE UNHA PASTELARIA DESTA CATEGORIA, SOMENTE TENHA UM QUARTO DE KILOGRAMO DE BOLO INGLES. O QUAL ME FAI SUSPEITAR QUE A NOVA ADMINISTRACION DESTE NEGOCIO DEBE SER DE INSPIRACION NEO-LIBERAL).
A Estaçao do Rossio, ésta era unha das zonas peatonais com maior movimento populacional de Lisboa, antes de ser invadida pelo tráfico a xente que saía do comboio inundava os cafés e demais lugares da cidade.
Este lugar foi tal como a Mouraria, barbaramente ínutilizado, agora só nos quedan galerias comerciais e turistas.
Sou o Bocage e venho do Nicola, vou para o outro mundo se disparas a pistola.
.
O ESPELHO VACIO
Dos lugares que os homens criaram para se abrigar, o café é o que mais rua tem. Por isso, Mário Cesariny gostava tanto de Cafés. Aí, sentia-se onde poesia estava, onde “sempre esteve”. Aí, lembrando Lautréamont, podia fazê-la em comum. Foi em cafés que escreveu os poemas. Foi em cafés que conversou com os amigos e até com os inimigos. Foi em cafés que fitou os corpos com um olhar que os tornava mais visíveis. Era nos cafés, e no que eles tinhan de rua, que se sentia verdadeiramente em casa. Cafés cheios de fumo e de fadiga e de fuga e de fúria. Cafés onde se estava porque nao havia sítio melhor para estar. Cafés que resumiam o seu entendimento da vida: café-manicómio, café-convés, café-asilo, café-escritório, café-quase-salao e, pois claro!, café-de-engate. Viciado em cafés, nunca o vi aí tomar um café. Pedia uma água mineral e, muitas vezes, usava-a para lavar as maos, porque desconfiava que, depois de bebida, a garrafa era enchida pelo dono da casa. Ria e, em quanto a vertia nos dedos em abluçao ritual, olhava á volta para a “malandragem” que habitava as mesas e exclamava: “A água é a única coisa que nao é de confiança neste café”. Nos tempos gloriosos do grupo surrealista, era nos cafés (Herminius, Royal, Gelo) que se incendiavam a eles próprios e era a partir dos cafés que queriam incendiar o mundo. Depois, toda a sua vida foi vivida, nocturnamente, em cafés, até que os cafés acabaram e ele começou a acabar como eles. Passei, durante anos todas as noites, milhares de horas com Mário Cesariny, nos cafés e nas ruas á sua volta. Esse tempo foi o mais lúcido e o mais bem aproveitado da minha vida. Estou a vê-lo chegar, alto, magro e direito, como um fidalgo que nunca perde o porte. Logo que entrava, punha-nos, com o que dizia, á altura do desconcerto do mundo. Se alguém estava a ler um jornal, perguntava: “Fala de nós?! Se nao fala deita fora”. E sentava-se, com o olhar aceso de inteligência, gravidade, assombro, malícia e imaginaçao, a qual, como escreveu, é o contrário da fantasia e, por isso, habita o real. A conversa começava e nao mais parava, a nao ser que el quando ele fazia um silêncio para nos dar a ver melhor, como uma mímica só dele (que, para mim, se tornava uma mnemónica), o que queria dizer. Fazia perguntas para fazer das nossas respostas o chao a partir do qual levantava voo até ás alturas onde o ar era mais puro e rarefeito: ou para descer aos abismos onde o fogo queimava mais. Costumava dizer, cingindo o rosto com as maos, que tinha ardido num incêndio e aquele era o resultado. Esse incêndio era o Portugal da polícia de costumes, da censura, da PIDE, do “respeitinho é que é bonito” e do “trabalho é que educa”, onde viveu (nao o esqueçamos nunca!) cinquenta anos da sua vida, uma parte deles perseguido por “suspeita de vagabundagem”, ele mostrava a perversidade do ataque, lembrando que, se a acusaçao fosse de “vagabundagem”, era fácil provar a sua verdade ou falsidade, mas que uma “suspeita de vagabundagem” nao tinha prova possível e assim podia ser eterna…), e que afrontou da maneira mais intensamente livre que se pode: fazendo do seu corpo um lugar “tenebroso e cantante”, o sítio mais subversivo do universo. É por isso que a sua poesia nos ilumina e aquece e queima como a proximidade de um fogo alto e inextinguível. Para o converso tudo servia: o que acontecia e nao devia acontecer e o que nao acontecia e devia acontecer. Portugal (que, segundo ele, acabou na Segunda Dinastia, e de que desconfiava como se desconfia de alguém que já nos “fez várias”) ou o estrangeiro ( a sua viagem ao México, por exemplo), a política ou o amor, a poesia, que para ele era o contrário da literatura, ou a magia, a pintura ou a filosofia esotérica, os Aztecas, os OVNIS, Sade ou o amor entre Rimbaud e Verlaine. E os Pré-Rafaelitas, Swedenborg, Blake, Breton, Artaud, Gener, Paz. Ou os Cancioneiros Medievais, Gil Vicente, Bocage, Antero, Gomes Leal, Cesário, Sá Carneiro, Pessoa, Raul Brandao, Pascoaes, Botto, E Giotto, Bosch, os painéis de Nuno Gonzalves, Picasso, Miró, Dalí, Bacon, Vieira da Silva, Paula Rego. E também (ora essa!) o senhor Manuel da Hortaliça, o Grande, a Galga, a Doble-Quina, Titânia, o Reinaldo ou o Gato (Quem quiser saber mais leia Titânia história hermética em trés religioes e um só Deus verdadeiro com vistas a mais luz como Goethe queria: está lá tudo demonstrado). Dizia poemas de cor (sabia imensos e sabia-os dizer como ninguém), contava histórias do tempo em que “até os arrebentas tinham boca: queriam ser beijados, falava de sonhos e de pesadelos, de coincídencias e de acasos despectivos. E as troças que faziamos eran esplêndidas. De repente, nele e em nós com ele, era como se comparecessem, todos juntos, os narradores do Decameron, das Mil e Uma Noites e dos Cantos de Cantuária, com as suas vozes ora roucas ora agudas, os olhos ora astutos ora inocentes, as maos ora lentas ora ágeis. Quando a noite atingia o zénite, no meio do barulho do café, erguia-se a voz de Cesariny a declamar o Salve Rainha, dramatizando com gestos lúgubres o que ia dizendo. Ao chegar á passagem “A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas, bradava mesmo, com voz luctuosa e suplicante. Esta oraçao, que sabia toda de cor, era para ele como que uma “vera efígie” de um cristianismo enlouquecido, contra o qual tinha erguido a sua magnífica liberdade de corpo, de alma e de espírito. É verdade: Cesariny adorava ouvir histórias e adorava contálas. Para começar, as da infância, quando ia de férias para a casa da família, na Póvoa do Varzim. Havia um tio, homem “importante dos regimes”, que nao tinha aceite, para nao deixar a terra nem a pacatez, um lugar no goberno de Salazar. A mulher dele, espanhola efusiva e ambiciosa, insultava-o por isso, enquanto ele permanecia silencioso, a trabalhar no escritório. Toda a manha, ela andava pela casa atirando-lhe á cara um nome: estúpido. E, ao mesmo tempo, dizia baixinho, contentissima para o jovem Mário: “Niño, já viste o que é chamar estúpido a um homem desta posiçao!” Beata, esperta e má, quando regressava da missa,inspecionava minuciosamente a limpeza da cozinha e apertava o pescoço das criadas, gritando. “Este tacho nao tem o brilho que devia ter. Há aqui uma mancha. Isto é um pecado. Deus está nos pormenores”. Outra história que o divertia e nos divertia era a do poeta-aristócrata do Tâmega, devotado imitador de Pascoaes, e roído por uma avareza ainda maior do que a sua fortuna. Recebia, ao serao, no grande solar e, todas as noites, a certa hora, aparecia, no salao, uma antiquíssima e idêntica caixa de bolos. Era o dono da casa quem apresentava a lata, abrindo-a e fechando-a, instantaneamente, em frente de cada pessoa presente, sem que alguém se atrevesse a tirar sequer uma migalha, porque sabian que isso o poria rubro de raiva. Certa vez, um convidado desprevenido tentou tirar um bolo e foi imediatamente entalado pela tampa que o poeta, num gesto automático, fechou sobre a sua mao. O conviva deu um grito de dor e o avarento exclamou: “Nunca queres! Nunca queres!” Cesariny contava estas histórias e ria muito, muitíssimo. A sua ironia valia um ensaio literário. Ele gostava dos grandes poemas de Eugénio de Andrade (“Green-god”, “Espera”) e sabia-os de cor. Mas gostava menos de alguns, como dizer?, mais “preciosos”. Assim, quando ás veces se despedia de nós, dizia, mordaz: “Boa noite. Eu vou com as aves”, usando o verso de um desses poemas… Durante anos, o Reimar, na rua das Pretas, foi um templo de visita quotidiana obrigatória. Chegava-se lá e a “coisa” já estava montada. Quero eu dizer: havia sempre “coisa”. Ao pé “daquilo”, Fellini era Cecil B. De Mille. As empregadas, a Mena e a Mina, tinham as vozes sempre no tom e na altura em que a Maria Callas brilhava. Quando chegava a hora do tiroteio, faziam do balcao uma trincheira, deitavam-se no chao e esperneavam como se estivessem ligadas á corrente eléctrica. E, se calhar, estavam! O senhor Manuel da Hortaliça, ou do Bairro Alto, que antes tinha descido o Chiado entre a mulher, dedicada enfermeira dos Hospitais Civis, e o amante, aprumado marujo do Alfeite, ameaçava (ou estaria a oferecer conteúdos?) a tropa especial, agitando a pochette. E dizia para as “amigas”, “Vai com este, que é muito limpinho e nao mexe em nada”. Nesse magníficente antro, havia de tudo: putas e homens “coisa e tal”, chulos e travestis, artistas e ladroes, professores primários em crise de identidade e fadistas (com e sem voz), operários e vagabundos sem eira nem beira, filósofos ocultistas e jornalistas (proibidos, sob ameaça de morte, de falar do que alí se passava), funcionários públicos casados, mas com heterónimos sexuais, milionários em fuga para um Egipto qualquer, poetas e pintores, maiores e menores. E, se Cesariny era um enviado do fogo, havia também, apolíneos e dionisíacos, enviados (alguns fardados) dos outros trés elementos, terra, mar e ar, a que se juntavam, em temível contraste, anoes, gigantes coxos, zarolhos, corcundas, gagos e mudos. “Tudo boa gente”, dizia Cesariny. E acrescentava “Comparado com isto, o que Ulisses viu na viagem de regreso a Ítaca era banal…” Por entre a ginjinha e as ímperiais, de que a Mina e a Mena bebiam golinhos, antes de as entregarem aos clientes (“é para ver se estao fresquinhas”, diziam), falava-se de Nietzsche e do marujo da mesa ao lado. Alí estávamos como se estivéssemos em plena idade Média, o seu tempo histórico do Ocidente preferido (“com tanta treva e tanta peste, deviam querer aproveitar bem o tempo, divertindo-se muito…”, explicava) Mário Cesariny gostava de anarquistas, videntes, usurpadores, blasfemos, xamas, incendiários e revoltosos. E de reis destronados, deuses abolidos, bruxas ameaçadas, fidalgos arruinados, náufragos salvos no último minuto. Gostava de gostar e gostava que gostassem-até dele. Gostava de nao gostar e nao gostava que alguns nao gostassem dele. Nunca conheci ninguém que, ao mesmo tempo, tivesse em tao alto grau o sentimento trágico da vida e o sentimento cómico da vida. A sua palavra era grave e ameaçadora e alegre e ácida e inocente e ameaçado e leve e dura e genial, no juntar tudo isso na sua voz única, no seu olhar-clarao, na altivez, com que se impunha aos medíocres de todas as vaidades, culturas, universidades, classes, terras, aptidoes, idades e especialidades. Gostava de falar da “inteligência estúpida” e da “estúpidez inteligente”; contra o “discurso discursivo” e a “arte artística”. Este Cavafis de uma Lisboa-Alexanddria, que, nas ruas, falava com malucos, tresnoitados, mulheres do trapo ( havia uma de quem dizia “é igual á Vieira”), visionários, apocalipticos e seres de outros planetas que vinham tomar a bica á Avenida da Liberdade. Nessas falas com eles, tinha o dom de as tornar o que eram: poetas. O seu atelier da Calçada do Monte, onde ouviamos incessantemente os concertos para violino e orquesta de Beethoven e de Tchaikovsky, ficava num pátio com diferentes oficinas ( de estofador, por exemplo) e também tinha muita rua. Raro era o dia em que nao acontecesse qualquer coisa que dava uma história para contar, desde o que se passou no pátio, a seguir ao 25 de Abril, com motins, intentonas, escândalo sexual do senhorio, plenário de inquilinos na voz do Operário e chapéu de palha comido por um ser humano, até ao vizinho que ele, uma tarde, descobriu, degolado e frio, atrás da porta, passando pelo estranho caso de um assaltante que lhe entrou no atelier, com as paredes cheias de quadros a que nao atribuiu qualquer valor, e que nao só nao levou nada, como ainda esqueceu lá um guarda-chuva, deixado num canto, sem que Cesariny lhe quisesse tocar. Passado muito tempo, numa noite de súbita invernia, em que o único chapeu que havia era aquele, acabou por usá-lo e, debaixo dele, foi assaltado a caminho do Martim Moniz, onde ia apanhar táxi… Os vizinhos pressentiam-no célebre (até porque Mário Soares ia ao atelier), chamavam-lhe “senhor Mário”, mas tratavam-no como ele gostava de ser tratado: com a franca cortesia medieval praticada entre a gente das várias artes e ofícios… “Tudo isto vive em mim para uma história, de sentido ainda oculto, lapidar e seca, como uma povoaçao abandonada aos lobos, lapidar e seca, como uma linha férrea ultrajada pelo tempo”, digo eu, agora, com versos dele. Houve uma época, já os cafés tinham acabado e ele estava muito em casa, andei ocupado e nao o pude visitar com a assiduidade de que ele gostava e que era própria da nossa amizade. Uma tarde, o Al Berto, tinha morrido e eu fui á Basílica da Estrela. Quando entrei na capela mortuária, plena de gente, Cesariny estava sentado junto do corpo do poeta morto. Ao ver-me, ergueu-se e gritou, no silêncio: “Vens visitar um morto e nao me vais visitar a mim, que ainda estou vivo!” Quando agora o velei no Palácio das Galveias, lembrei-me destas palavras, mas, estranhamente, nao senti que estivesse junto de um morto: vi apenas um espelho Vazio. Mas a sua presença é tao forte em mim que nada, nem a morte, a consegue tocar. Por isso tenho vivido estes primeiros dias da sua ausência como quem olha, de olhos muito abertos, o escuro, perscrutando-o e sabendo que Cesariny é como um desses astros mortos que continuam a iluminar a nossa noite.
José manuel dos santos
..
A Rua do Arco Bandeira.
Animatógrafo da Rua do Arco Bandeira, posto ó serviço da pornografia pelas reformas “democráticas”.
A Rua Augusta, é a artéria principal da cidade.
.
“Arcadas laranxas, retumbam um berro longo.”
O Arco da Rua Augusta.
D José I, o Venturoso.
.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
A CONCEIÇAO VELHA

A porta da Conceiçao Velha, é de estilo Manuelino Tardio, e foi possibelmente edificada pelos mesmos trabalhadores (ou os seus discípulos) que construírom o Mosteiro de Belêm, mas dez ou vinte anos mais tarde, xá quase entrando no “resurximento”.

O tímpano, representa a Misericórdia, baixo cuxo manto se abrigam todos os poderosos. Neste lugar, estaba a Igrexa da Misericórdia de Lisboa, que formaba parte de um vasto conxunto de edifícios de socorro, composto pola igrexa, hospital e asilo para necessitados. Tudo derruíu, a raíz do terríbel terramoto de 1755. E, logo, a misericórdia foi trasladada para a Igrexa de Sao Roque, situada na zona alta da cidade, O Bairro Alto, que non fora afectado pela catástrofe das àguas. Entón, resolveu-se, passar a porta da Conceiçao Velha, que estaba na rua do Arsenal, alá para o Cais do Sodré, e fazer no lugar da velha Misericódia derruída, unha nova igrexa de estilo pombalino, polos anos 1770 ou aproximados.

Fixo-se unha igrexa mais pequena que a anterior, no sentido transversal da nave antiga que era muito maior que a actual. Aproveitando unha das capelas laterais, para fazer o altar mor, capela que fora ofertada à velha Misericórdia de Lisboa, por unha rica senhora do negócio da cana do azúcar em África, em agradecimento à Senhora das Misericórdias.

Para ésta nova igrexa, forom despraçados materiais e estátuas, tanto da Conceiçao Velha, como da Igrexa da Velha Natividade de Belêm, que desapareceu com a construçón do Mosteiro de Belêm. Algunhas estátuas dos nichos da porta e unha virxem com o menino no colo que está no altar-mor.

Despois vinherom para esta igrexa os monxes da Ordem de Cristo, até que em 1830 forom expulsos durante o processo desamortizador. Estes monxes deixarom um Cristo de madeira, que está encima da porta de entrada, e que curiosamente se parece muito com o Cristo de Guillade.

E deixarom támbem um escudo dourado sobre o altar-mor, que ainda que parece de madeira é de pedra recoberta com láminas de pán-de-ouro.
As duas estátuas de Pedro e de Paulo, que están a âmbos lados do altar-mor, e que parecem feitas de pedra, son de madeira pintada.

A virxem da Conceiçao, que está no altar-mor, tem na cabeza a coroa dos reis de Portugal, que lhe foi ofertada polo último rei que a utilizou, e nunca mais foi usada apartir daquela.

As pinturas mais valiosas son a do altar-mor, a da última ceia, e a da Virxem que foi pintada por unha mulher.

Há unha estátua pequena no altar, que é da Senhora da Atalaia, localidade perto do Barreiro, e que todos os anos o Grémio dos Alfandegários, facía unha romaría desde Lisboa em barcos até ó lugar.

LÉRIA CULTURAL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
.
A Excelentíssima Senhora Dona, Câmara de Lisboa.
O Pelourinho, na Praça do Concelho.
O CARMO
A Calzada do Carmo, cheia de lembranças do golpe militar do vinticinco de Abril.
ZECA AFONSO
Um dos grandes Trovadores.
Uma das grandes personaxens, da transicion á “democrácia”..
.
O Convento do Carmo, derrocou durante o terramoto.
O poderoso encanto dos Alfarrabistas.
o chiado
A Confeitaria Benard, é um luxo mantido á velha usanza.
Ó lado da Brasileira do Chiado, mas com unha qualidade infinitamente superior.
.
JOAO VILLARET
Um dos grandes monumentos culturais de portugal.
.
ooooooooooooooooooooooooooooo
JOAO VILLARET

JOAO VILLARET NO SAO LUÍS
Talvez non se ande muito lonxe da verdade afirmando que este disco é mais um documento histórico do que o mero rexisto mecânico de unha voz que se notabilizou na interpretaçón da poesia portuguesa. Se tal afirmaçón nos afoitamos a fazer é porque, só graças a este disco (e a outros que porventura se lhe seguirem), poderám axuizar os vindeiros da perfeiçón alcançada – nestes meados do século XX – por unha arte que quase se xulgaba extinta ou, polo menos, excluída do número de actividades culturais: referimo-nos à declamaçón, como é evidente. Declamaçón ou arte de dizer se lhe chama. E para reabilitar tán difícil quan desprezada arte, necessário se tornaba o advento de um intérprete de xénio que soubesse, pelo seu talento, fazer esquecer tantos e tán ferozes atentados cometidos polo mau gosto e pola ignorância – tal intérprete surxíu na pessoa de Joao Villaret – unha intelixência aguda e desempoeirada, servida por unha voz maleábel, rica, perfeita… Perante factos non há argumentos: o público desconfiado rendeu-se e aderiu à nova causa. Vexa-se (o realismo de reproduçón é de tal ordem que nos faz ver o que ouvimos) como a assistência aplaude após cada poema e como, no final, se move e axita pedindo mais, sempre mais… Documento histórico: um milagre de intelixência ocorrido nestes tempos tán vilipendiados; unha proba que fica e que talvez contribua para que as futuras xeraçóns non nos xulguem com excessivo rigor.
ooooooooooooooooooooooooooooo
oooooooooooooooooooooooooooooo.
A CERVEXARIA TRINDADE
Só têm unha cousa boa, e é que dá comida fora de horas. Así que se te retrassas, sempre podes comer na “Trindade”. O “Caldo Verde”, que antes era normal, e vinha nunha cunca de barro xeitosa, agora, em tempos “neo-liberais” é sub-normal, coitado, ficou completamente minguado, raquítico, non parece para pessoas, parece comida para canários. Local emblemático, bonito e desafogado, grandemente frequentado por “xentes que venhem e ván, em ván”. O “Bacalhau á Brás”, é o único prato que me atrevo a pedir aquí, pode-se comer e até têm bom sabor, claro que os ovos som liberais e dan pálidos reflexos doentios. O “Bife do Lombo”, unha cousa redonda a chorrear sangre, que resignadamente se come. “Melon á maneira Bárbara”, e unha bola de vainilha xelada. A “Teoría de Murphy”, de que tudo era incompetência neste mundo, porque á frente dos negócios, ian ficando aquelas pessoas que non valiam para outra cousa, e por aí se quedavam pilhadas, confirma-se plenamente neste lugar.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
José de Almada Negreiros, poéta sensacionista e narciso do Egipto.
MÁRIO VIÉGAS
Um Homen de ouro, que foi votado ó abandono.
a rua do arsenal
Da Rua do Arsenal, só queda practicamente isto, o demais son tudo merdinhas.
HENNESY
(PUBLIC HOUSE DO CAIXINÉ)
Lugar maravilhoso para descansar, despois de largas caminhadas.
Volvin-me Grego, para pedir duas fatias de salmon afumado com alcaparras.
!! Alavado sexa Guinness e os seus dous filhos, Toiarego e Vindobellugo!!
ARRIBAR A LISBOA DESDE O MAR
.De quem sao éstas quilhas, nas que me roço? De quem sao estas velas, nas que me vexo e ouço?
A Visita desde o mar, talvés sexa unha das mais sobrecolhedoras, a cidade mostra abertamente toda a natureza maternal da sua luz. (Do filme a Cidade Branca)
oooooooooooooooooooooooooooooo. a potugâlia do caixiné
É um sitio maravilhoso para passear xunto das águas do rio tejo, falar, e tomar o sol de inverno. O local é âmplo, vistoso e acolhedor, e sobre tudo há pouca xente. O marisco, non vale grande cousa, pelo que cheguei a recomendar non comer marisco em Lisboa, salvo algunhs pratos tradicionais que vale a pena provar. Por isso, se vêm aquí pida unhs camarons ó alho. bem quentes e acompanhados com cervexa, xá que a “Portugâlia”, era a mais famosa fábrica de cervexa da velha Lisboa, e ficava na “Avenida Almirante Reis” perto da “Praça do Chile”. A qual, era um dos locais mais frequentados e populares da cidade, com o seu famoso “Bife á Portugâlia” regado com a cervexa da casa por dentro e por fora.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo.
O CAIS DO GINJAL
Tal como na cidade do Porto, também Lisboa é mais imponente vista da outra banda do rio.
A sua luz é primorosa.
.
A AVENIDA DA LIBERDADE
CERVEJARIA RIBADOURO 2013
AVENIDA DA LIBERDADE, 155 (Ó LADO DO CONSULADO ESPANHOL)
– DUAS CIGALAS GRANDOTAS (EXCELENTE MATERIAL, MAS DUAS VECES MAIS CARO QUE O RAMIRO)
CERVEJARIA RIBADOURO 2014
(PEIXE E MARISCO, COZINHA POPULAR E PETISCOS)
avenida da liberdade, 155
Fica na Avenida da Liberdade, perto do Parque Maier.
Tem marisco de qualidade.
Camaroes cozidos, com sal e cerveja.
A Avenida da Liberdade, antes de ser invadida pelo tráfico rodado era muito mais bonita, pois tinha xardins com estanques de agua, estátuas e animais chamativos.
O Teatro Maria Victoria, é um dos poucos sobreviventes do Teatro de Revista.
A FLORESTA DO SALITRE 2013
RUA DO SALITRE, 42 (PERTO DO PARQUE MAIER)
(CASA DE COMIDAS)
-BACALHAU COM GRAO (O BACALHAU NON ERA DO MELHOR)
-VINHO DOURO “ODISSEIA” TINTO. (HA QUE RESISTIR A INSISTENTE RECOMENDACION DO EMPREGADO DE MESA, POIS ESTE VINHO PODE PERFORARNOS O ESTOMAGO COM CERTA FACILIDADE)
-MANGA MADURINHA (MUITO SABROSA)
(ESTE RESTAURANTE CASTIÇO E VULGAR DA RUA DO SALITRE)
RESTAURante o delfim 2014
(comida caseira correcta)
Rua nova de San Mamede, 23 a 25
Fica no cimo da rua do Salitre, comunicando a Avenida da Liberdade com o Principe Real.
O comedor é espaçoso e bonito, frequentado por Portugueses e turistas, o qual costuma ser bom sinal.
Meio litro de vinho do Alentejo, da fundacion Eugénio de Almeida.
Queixo fresco salgado, que antes se vendia por todas partes.
Caldo Verde, correcto.
Cabrito no forno, “Gozalo”!
Xardim do Parque Botânico de Lisboa, também conhecido como a Estufa Fria. (Bom sitio para descansar de andainas calorosas)

o leao de rio maior
Aconteceu este drama tráxico-cómico, na localidade Portuguesa de Rio Maior, e ainda hoxe em dia muitos se preguntan se o leon existia realmente, ou era producto da imaxinacion popular.
Os campesinos afirmaban que andaba um leon á solta, e a xente ria-se, incrédula perante tamanha exageracion. O assunto adqueriu tonalidades rocambolescas, e o humor nacional despertou o seu talento, ironizando sobre estas misteriosas aparicions, e creo que ainda ha dúvidas sobre a sua existencia.
Mas o caso que me resultou mais aberrante, e que mais clamaba ó ceu, foi a entrevista que unha das velhas glórias xornalisticas do país, fixo a um rústico labrador, home inxénuo do campo, no sentido daquel que actua sem doblés.
O pimpolho preguntaba todo cheio de superioridade, e com modos burlescos ¿¿Vocé tambem viu o Leao?? ¿¿E pode descreber-mo, que aspecto tinha?? O homen respondia honestamente, detalhando os pormenores como modestamente podia, despertando o falso pírronismo do entrevistador, que sempre terminaba com a célebre frase ¡¿E ESTA HEIN?!.
Pois, como para castigar toda esta presuncion, o Leon de verbo fixo-se carne, e cobrou vida de personaxen tráxico. Escapara dum circo quando era unha cria, e ficara esquecido, abandonado. Posteriormente fora cuidado por um maestro, que o mantinha escondido na sua quinta, até que se fixo grande e sentiu a apremiante necessidade de conhecer mundo, encontrando-se casualmente nos seus passeios com xente do lugar, que fuxia apavorada ó atopar-se imprevistamente com semelhante fera.
Finalmente, o seu amigo, aquel que durante tanto tempo o cuidara, non deixou que ninguem o matara, preferiu ser el a dar-lhe o último adeus, acabando penosamente com dous tiros de carabina, unha terna história que os medos inxustamente acabaron por arruinar.
Eira Comunal
Xardin da Praça da Alegria, este era lugar de diversion, aquí estava o famoso Hot Club de Portugal (jazz), o perfumado Ritz Club (Salon de Dança), o Cabarett Maximes (Putifério fino), e os Teatros do Parque Maier.
Xardin e Miradouro de San Pedro de Alcântara, sito no Bairro Alto. (Antigamente entrava pola parte baixa um brazo do Tejo que continuava por aí arriba.)
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
ALFREDO MARCENEIRO (FADO)

ALFREDO MARCENEIRO
Alfredo Rodrigo Duarte nasceu em 1891. Homem simples, adoptou como nome artístico o do ofício que manteve até aos 52 anos, altura em que se dedicou inteiramente ao Fado. Assinava-o nunha caligrafía incerta: Alfredo Duarte Marceneiro. Do desexo de vir a ser actor (experiência que provou apenas nalgunhas cegadas da xuventude) ficou-lhe a preocupaçón de valorizar a letra, dizendo bem, cuidando de transmitir ao público o que o poeta escrevera. Reconhecendo que non tinha unha voz nem forte nem bem timbrada, provou ser ilusória essa inferioridade graças a outra característica em que foi inigualável: as inflexóns melódicas improvisadas que, em linguaxem fadística, se chamam “estilar”. Acrescentou unha postura altiva, de máns nos bolsos, lenço ao pescoço, cabeza erguida, sobrancelhas levantadas, um esgar de desdém nos lábios finos. Arrebatado pelo conteúdo das letras, xingava, dava pequenos passos, meneava a cabeça, esgotava o fôlego ao ponto de partir palabras para respirar. Mas nele as transgressóns, pessoais como unha impressón dixital, transformavam-se em lei. Foi um inovador: iniciou a tradiçón de cantar de pé e a de escurecer a sala e acender velas. Foi um purista: xamais se lhe ouviu um fado com refrán. Cultivou exclusivamente o Fado Tradicional, puro, descriptivo. Esixiu sempre acompanhamentos simples, para non desviar a atençón do poema. Os guitarristas que reservassem os floreados para as variaçóns, o que motivou algunhas zangas famosas, em cena, com virtuosos non menos famosos. Sem saber música, foi um dos mais importantes compositores de Fado. Compunha de ouvido, cristalizando um ou outro improviso que se impunha pola orixinalidade e alguém passava à pauta, para rexistro autoral. Excepto a “Marcha do Alfredo Marceneiro”, a que deu este título por despique com a “Marcha do Manuel Maria”, baptizou sempre as suas músicas com nomes a propósito, à boa maneira fadista. Hoxe cantam-se inúmeras letras nos seus fados, por vezes sem se saber que son dele: Cravo, Bailarico, Cuf, Laranxeira, Balada, Olhos Fatais, Pierrot, Lembro-me de Ti, Vestido Azul, Mocita dos Caracóis, Odeon, Louco, Paxem, Bailado, Cabaré… Todos eles considerados hoxe, como fados clássicos. Viu-se rodeado pelos melhores letristas do tempo, por feliz acaso os de unha época de ouro do Fado, o que proporcionou unha combinaçón impar de qualidade, à qual se xuntaram os melhores guitarristas. Das suas criaçóns nasceram mitos como o da Lucinda Camareira, iniciaram-se ciclos, como o da Mariquinhas: “A Casa”, de Silva Tavares, “O Leilón” e “Depois do Leilón”, de Linhares Barbosa, “xá sabem da Mariquinhas”, de Carlos Conde… Em 1963 Silva Tavares voltaría ao tema com “50 Anos Depois”. Entretanto, por suxestón lúdica do Almirante Gago Coutinho, o Dr. Lopes Vítor escreve “O Testamento da Mariquinhas”. Alfredo Marceneiro encontra-o, no Rossio, e lamenta-se de “um gaxo qualquer” lhe ter morto a Mariquinhas, sem saber que estava a falar com o próprio. Quando soube, perdoou-lhe. O ciclo non terminou, pois o Dr. Alberto Janes escreveu unha “Mariquinhas” que Amália tornou famosa, e ainda hoxe surxem letras sobre o tema…
DANIEL GOUVEIA (JUNHO DE 1997)

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
O Pavilhao Chinês, lugar de boas copas.
Antiga mercearia convertida em Pub do tipo coleccionista.
Cocktail ” El Sombrero ” (Sumo de ananás, laranxa, limon, grenadine, xelo, shaker, xinxer-ale, copo alto e ornamentos.)
O Bairro popular e Fadista da Bica.
O Famoso Elevador da Bica
Unha das Entradas no Bairro Alto.
Pobre do Correio Velho, dexenerou em Casa de Penhores.
!! Olho ó Xabirú !!
Aquí comprei eu tantíssimos libros de Literatura Brasileira, primorosamente vertida em libros velhos de Alfarrabista.
.
No Príncipe Real estava o Restaurante Conventual, aquí comian-se grandes paparocas de faisao, apesar de ser um sítio algo claustrofóbico.
Avenida de Xacarandás.
Xardin em Sao Bento.
Residência do Primeiro Ministro, Xosé Sócrates.
Palácio de Sao Bento.
.
A “Lontra”, unha discoteca africana que ficou a formar parte das lembrânças dos melhores anos das vidas de muitas xentes. Isto era unha selva tropical, composta por negros que vinham danzar com as suas famílias, e demais fauna humana de todo tipo e maneira, inclúso leve prostitúcion. A gloriosa Bohémia daqueles anos, acabava sempre entre éstas quatro paredes, para despois marchar a pé até a Praça da Ribeira, que era onde se vendia o peixe, ou até a Suiza que abria ás sete da manha.
A “Modesta” cassinha da Excelentísssima Senhora Dona Amália Rodriguês.
Magnífica Casa da Calçada da Estrela, com chaminés e tudo.
A Basílica da Estrela.
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
VENHO FALAR DOS MEUS MEDOS (FADO)

Senhora, eu tenho fé,
de encontrar a minha luz,
nas trévas da escuridao.
Venho falar dos meus medos,
sao vossos os meus segredos,
que eu partilho em confissao.
.
Venho falar dos meus medos,
sao vossos os meus segredos,
que eu partilho em confissao.
.
Senhora, há tanto tempo,
que me assaltam tantas dúvidas,
nao posso viver assim,
num turbilhao de incertezas,
parecem velas acesas,
a queimar dentro de mim.
.
Num turbilhao de incertezas,
parecem velas acesas,
a queimar dentro de mim.
.
Senhora, será o destino,
que me estaba reservado,
desde o meu primeiro dia.
Que faço a meu coraçao,
sofrendo de solidao,
na dor que nao me alivia.
.
Que faço a meu coraçao,
sofrendo de solidao,
na dor que nao me alivia.
.
Fadista: Ana Margarida Pinto (António Laranjeira/Acácio Gomes)
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
O Xardim da Estrela..
.
.
.
.
.
.
O Largo de Luís de Camoes, Poeta Nosso.
O Barbeiro “Cabeleireiro” fino, do Xiado.
O “Turistico” Café, A Brasileira do Chiado.
100 MANEIRAS 2013
(RESTAURANTE DE LUXO)
RUA DO TEIXEIRA, 35 (BAIRRO ALTO)
-BACALHAU DESHIDRATADO (ESPUMANTE TAVORA-VAROSA)
-POLVO CON BACALHAU, ATUM E VERDURAS
-OSTRA CON MARACUXÁ
-SALMAO CON MANXERICAO E CITRINOS (ALVARINHO MURALHA DE MELGAÇO)
-FOI GRASS (FERNAO PIRES DE ALMEIRIN)
-PEIXE PAMPO, SOBRE BASE DE CILANTRO E LIMA
(CARVALHAS, DOURO BRANCO, MUITO AROMATICO ESTE VINHO)
-LIMPA PALATO DE GIN, CEREIXA, NATA E XELO.
(TINTO DA QUINTA DOS CARBALHAIS, DAO, TOURIGA NACIONAL)
-ENTRECOT DE VITELA, MOLHO DE BETERRABA, CENOURA E MILHO
(BICOS DO COTO, DAO, TINTO, TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIS, JAEN )
(ALENTEJO TINTO, PERA MANCA)
-QUEIXO DE CABRA, FIGOS, MELANCIA E PRESUNTO DESHIDRATADO
(BARBEITO MADEIRA MALVASIA)
-CREMA DE CAFÉ XELADO, COM PASTEL DE NATA E CANELA.
(O RESTAURANTE DEBE SER VERDADEIRAMENTE MUITO BOM, PORQUE SAIN DELE COM CHAPEU DE CHUVA, E SÓ MEIA HORA MAIS TARDE ME DEN CONTA DE QUE NON CHOVIA).
ADEGA DA TIA MATILDE 2013
(RESTAURANTE DE TIPO MEDIO)
RUA DA BENEFICIENCIA, 77 (PERTO DA FUNDAÇAO GULBENKIAN)
-PASTEIS DE BACALHAU (DAQUELES QUE FACIA A MINHA NAI)
-EIRÓS ASSADAS (CON O SABOR MAIS NATURAL DO MUNDO)
-VINHO BRANCO VIOGNIER 2011, DA QUINTA DO MONTE D’OIRO, O DONO DESTE “MADRIGAL” É JOSE BENTO DOS SANTOS.
-SOBREMESA MAÇA ASSADA
( ESTE FOI O MELHOR RESTAURANTE DO 2013 )
.
BAIRRO MARINHEIRO DA MADRAGOA
.
Ruas enfeitadas, para as Festas Populares de Lisboa.
Lisboa nao sejas francesa, tu és Portuguesa, tu és ca pra nós.
Quem o Fado calumnía, nao entende, o encanto das vielas de Lisboa.
O Aqueduto das Águas Livres.
.
“Sem esquecer, que na vida nada é fácil, e que na História, nada é simples.” António de Oliveira Salazar, home de família humilde, e que vinha do seminário, foi elevado ás mais altas cotas do estado, pelo Xeneral Carmona, que sentia por el um profundo apreço. Professor de Economia Política da Faculdade de Direito de Coimbra, foi nomeado Ministro das Finanças. Diputado Católico durante um dia, em mil novecentos e vintium. Ministro das Finanças durante uma semana, em mil novecentos e vintiseis. Nunca casou (algo de Príscilianista habitava o seu intre), vivia só, acompanhado de unha criada que trouxera consigo da terra, com ela conversava sobre as cousas da aldeia comun (a sua vontade de ser enterrado em Santa-Comba, foi respeitada escrúpulosamente. Non como Saramago, que despois de morto fixeron com ele o que lhes deu a gana.) Um supremo desdém dos homens, abalava todo o seu cerne, “mas estava ainda lonxe o dia em que unha modesta cadeira, quebrando, pos fim a unha carreira política excepcíonal, em mais de um aspecto. Formacion de um partido político único, em mil novecentos e trinta e um (Uniao Nacional). E de unha polícia de defensa do estado, célebre em todo o mundo (como lhe gusta ós portugueses), chamada (PVDE) e mais tarde (PIDE)”. Os orçamentos queriaos equilibradinhos (estava antícipando os nossos tempos “democráticos”), graças á miséria para quase todos, e previléxios desmesurados para um pequeno grupo (“Sempre houve pobres, sempre os há-de haver, é preciso que os haxa.”) Comiam os dignatários, os grandes industriais e os banqueiros, a igrexa comia por partida dupla ( Os “Certificados de Moralidade”, eram passaportes indispensáveis para recomendas e empregos.) As “Famílias” dos super-ricos casavam entre sí. “Os Meninos de Ouro”, os Melos, proprietários da Companhia Uniao Fabril (CUF), empresa de talha mundial. Os Champalimaud, potentados de Angola, Moçambique e da Siderurxia Nacional. Os Espírito Santo (que em bons tempos foron os reis da banca). “Aos favoritos distribuiu prebendas, mercês e para melhor os dominar, permitiu-lhes que roubassem impunemente, conservando para sí a auréola de incorruptibilidade, de desinteresse material e asceptismo.” “O Espantalho”. “O Sinistro Guarda-livros”. O que durante quase meio século, fez a “Res Pública Portuguesa”, coisa sua, segundo a version dos seus inimigos. Para os outros, porem, na verdadeira realidade, Salazar nunca mandou em Portugal, foi sempre um grande negociador, entre os poderosos do país. Aqueloutros, que muito menos humildes, eran os detentores do mando. O meu amigo Maquieira, do qual sigo tendo unha grata memória, Quando fixo a sua tésis doutoral, ficou completamente fascinado pela personalidade de Salazar. Contava que quando faleceu, na sua conta bancária somente habia a módica quantia de quinhentos contos de reis. Tamén que quando um parente de Franco o veio visitar a Lisboa, o próprio Salazar lhe abriu a porta do palácio, pedindo disculpas porque a sua criada fora visitar unha pessoa da terra, e non se encontrava nesse momento. O visitante ficou atónito, como este homem poderoso vivia assim, sem guardas nem pompa de qualquer espécie. Que tranquilidade, comparada com o axetreo dos palácios de Madrid. Famoso foi tamén o caso do Ministro, que lhe foi agradecer a sua nomeaçao, Salazar veio despedilo á porta, colheu um chapéu do cabide e meteulho na man. “Nao uso chapéu, senhor presidente!”, “Daquí em diante, passa a usar!” Manuel Gonçalves Cereijeira, Catedrático de Coimbra, e amigo íntimo de Salazar na xuventude, viria a ser Cardeal Patriarca de Lisboa. No dia seguinte á morte de António Salazar, o Cereijeira largava amarras (entrevistado por um escritor da sua confiança, confessava: “O Presidente Salazar, era um homem de muitas qualidades! Mas virtudes? Nao! Nenhuma!” Político do Nacionalismo e da Tradiçao, Xenófobo, sempre se opuxo á venda da “Coca-Cola” em Portugal, e recusava dar licenças para a instalacion de “Snack-Bars”, pois dizia que “Só os américanos e os cabalos, comem de pé”. Terminado o “Quartelazo” militar em Espanha, com o triunfo das direitas. “E começada a Segunda Guerra Mundial, com as victórias espéctaculares de Hitler e Mussolini. Como consequencia, Salazar imforma a Inglaterra de que a Aliança secular, entre os dous países de forma alguma obriga Portugal a entrar na guerra. E assim foi acontecendo, até que os ventos da História começaron a mudar. Enton á “querida” Gran-Bretanha, abre em mil novecentos e quarenta e tres, man da base militar das Açores, permitindo aos aliados eliminar rápida e eficazmente a ameaça dos submarinos alemans no atlântico. O xesto era oportuno, mas tardio, e quando a guerra termina, Portugal é posto de lado pela “Comunidade Internacional”. Mas posto de lado, é maneira de dizer. Porque começava a “Guerra-Fria”, reintegrando inmediatamente a Salazar, no campo dos “amiguinhos”, dos anticomunistas fiéis, e Portugal, mais unha vez é elevado á categoria dos bastioes que defendem os sagrados valores do occidente.” Penetrando na NATO em mil novecentos quarenta e nove, e nas Nacions Unidas em mil novecentos e cinquenta e cinco. Salazar, que foi considerado, por votacion popular (num programa punteiro da RTP, xá bem entrada a “Democrácia” em vinte anos), como “o melhor português de todos os tempos” .
“O dezasete de Julho de mil novecentos e setenta, no meio das preocupacions de uns, do desvario dos outros, e da desgraça dos muitos, Salazar, morre pela segunda vez. Defínitivamente.”
Léria cultural
.
Na Ordem dos Médicos, com Luís André Suspiro Marques.
Lugar magnífico, acolhedor e espaçoso.
Creme aveludado de grao, com roseta de Bacalhau fumado.
Creme de Favas Acoentrado, com Almôndega de morcela e compota de cebola avinhada.
Creme aveludado de ervilhas, xema de ovo e presunto estaladiço.
Pezinhos de Coentrada, com legumes e pickles de alhos.
Açorda rica de Bacalhau com Todos..
Sopa de Panela Alentejana, com enchidos á maneira do chef.
Lebre assada no forno, recheada de morcela de arroz e maça com cebolinhas caramelizadas.
Bochechas de porco Alentejano, estufadas com castanhas abóbora e nabo.
Mao de Borrego Mamao, com batatas á Padeiro.
Um Abade de Priscos, cada vez mais rico..
Rendinhas de Beja e morangos, para xentes do Bemfica.
Saude!!–
O Torricado, que foi na Praça de Touros do Campo Pequeno..
Torricado de lombo de porco..
Torricado de sardinha.
Canle interior do Aqueducto das Aguas-Livres.
Aqueducto das Aguas Libres, Magna obra em pedra.
ooooooooooooooooooooooooooooooOOO
GALEGOS LISBOANOS (DIOGO ALVES)
Diogo Alves, nace en 1810 en Santa Gertrude de Samos, en Lugo, un pobo de actualmente pouco máis dun milleiro de habitantes. Atribúenselle popularmente entre 70 e 100 asasinatos durante un período de aproximadamente tres anos, entre 1836 e 1839, aínda que as autoridades nunca conseguiron probar o número exacto. Fillo de campesiños, cuns trece anos múdase a Portugal na procura dunha vida mellor, un camiño que tomaron moitos galegos durante o século XIX. Establécese en Lisboa, onde comeza a traballar en casas de familias ricas da cidade coma mozo de cabalería e cocheiro. Pese a que empeza sendo un traballador exemplar, pronto se converte en afeccionado ao viño e ás tabernas e a ter relación cos criminais da cidade, mentres vai perdendo calquera vínculo cos seus pais e a súa terra. Perde un traballo tras outro, por causa dos seus malos hábitos, e adquire fama na cidade de irresponsable no que non se pode confiar. Tras un episodio agresivo co seu último empregador. Diogo Alves perde calquera posibilidade de traballo coas familias ricas e os comerciantes da cidade. Sen outra forma coa que gañar a vida, xunta a un grupo de criminais e monta unha cuadrilla de ladróns e asasinos que terminarían por sementar o pánico en toda Lisboa. Di a historia popular de Lisboa que por esta época Diogo Alves namórase perdidamente de Gertrudes Maria, a dona dunha das tabernas e casa de fados de mala reputación que o criminal frecuentaba, nunha pequena rúa de nome Águas Boas. Máis coñecida coma “A Parreirinha”, contan que esta muller, no seu anhelo de facerse máis rica, instigaba o galego a cometer estes crimes para poder vivir do roubado. Pese a ser Diogo Alves quen cometera os roubos e asasinatos, nos folletos e xornais da época é ela quen aparece retratada coma a responsable das decisións do galego. O odio popular, en lugar de dirixirse ao asasino, recae na Parreirinha, que é presentada como unha amante malvada que utiliza as súas “armas de mulller” para manipulalo. A sociedade portuguesa do momento, profundamente relixiosa e machista, non ve con bos ollos a Gertrudes Maria, separada do seu marido e con dous fillos, e as crónicas retrátana coma a principal culpable do cambio de vida de Diogo Alves. Quen podería ter sido un ladrón ou un asasino calquera, pasa á historia non só polo exorbitante número de mortos que deixa tras de si, senón tamén polos seus estraños e orixinais métodos. Diogo Alves comete a maioría dos seus crimes no acueduto das Águas Livres, dende onde lanza as vítimas ao baleiro facéndoas pasar por suicidas.
claudia vázquez
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
Sobre o lisboeta Val de Álcantara érguese o acueduto das Águas Livres, construído entre os séculos XVIII e XIX. Ideado para distribuir a auga entre as distintas áreas da cidade, pasa a ser escenario dun dos máis coñecidos episodios criminais do país ao redor dos anos 1836 e 1839. Amais de permitir a canalización de auga para as zonas máis alonxadas do centro antigo da cidade, o acueduto contaba cun paseo peonil que facilitaba a comunicación entre distintas áreas de Lisboa. É aqui onde Diogo Alves leva a cabo a maior parte dos seus asasinatos, segundo as historias por idea de “A Parreirinha”. Agochado nalgún dos moitos recunchos do acueduto, o ladrón esperaba a que pasase unha vítima solitaria, normalmente mulleres novas de boa familia ou comerciantes que voltaban de facer negocios na cidade. Tras sorprendelos, roubaba todo o de valor que levaban con eles e lanzábaos dende un dos arcos principais do acueduto, duns 65 metros de alto, simulando que a persoa saltara voluntariamente. O profesor doutor António José Gonçalves Ferreira, catedrático de Anatomía na faculdade de Medicina de Lisboa, apunta que “se atopaban corpos baixo o acueduto, normalmente de mulleres, que sufriran un importante traumatismo debido a unha forte caída. Durante un tempo pensouse que era unha vaga de suicidios, até que se descubriu que unha cuadrilla de asaltantes estaba a actuar na zona”. Cando as autoridades, alarmadas polo número de aparentes suicidios, comezan a indagar a posible causa, dánse conta do que está a suceder no acueduto. Deciden pechar o paso polo camiño peonil e prohibir o paso de transeúntes, pondo fin á estratexia do grupo de delincuentes liderado por Diogo Alves, que se ven obrigados a buscar outra maneira de seguir cometendo os seus crimes. O acueduto deixa de funcionar como principal fonte de auga para a cidade cara os anos sesenta. Actualmente está considerado Monumento Nacional de Portugal e o museo ofrece paseos guiados por el. Poucos meses despois do peche do acueduto, varios dos membros da cuadrilla, incluído Diogo Alves, son atrapados polas autoridades tras o asalto á casa dun coñecido médico lisboeta no que matan á súa familia. A xustiza condénaos a morrer na forca no patíbulo da cidade, en Cais do Tojo, Pese a que as institucións non conseguen probar todos os asasinatos que se lle atribúen, o criminal xa conta con certa fama entre os lisboetas, que acoden en multitude a ver a execución. Unha vez morto, a cabeza de Diogo Alves é separada do seu corpo e levada á facultade de Medicina de Lisboa onde descansa até agora conservada nun tarro de formol.
claudia vázquez
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
A história popular afirma que a cabeza foi levada alí (à Faculdade de Medicina de Lisboa), para estudar a posible causa da súa maldade. “A finais do século XIX, princípios do XX, houbo unha moda, a da Frenoloxía, que coincidiu co tempo de Diogo Alves. Desenvolveu a teoría de que diferentes configuracións da cabeza deberían corresponder a diferentes temperamentos e modos de comportamento”, explica António Ferreira. A Frenoloxía foi desenvolvida por Franz Joshep Gall, anatomista e fisiólogo alemán, que artellou a teoría de que cada habilidade tiña un lugar no cerebro. Gall pensaba que segundo que área do noso cerebro estivese máis desenvolvida, teríamos unha personalidade ou outra e que este desenvolvemento podería estudarse medindo o cranio para determinar como era cada persoa. António Ferreira conta que “esa arte, porque é máis arte que ciencia, medía a cabeza e vía a súa estructura para dicir que este era máis intelixente nisto ou naquilo. A unha altura foi até unha moda social. As persoas reuníanse en salóns de sociedade medíanse as cabezas unhas às outras e andaban a verse as configuracións das cabezas. Naturalmente despois se verificou que isto non tiña que ver con ciencia ningunha”. Contan as historias populares que un famoso doutor da cidade, José Lourenço da Luz Gomes, requiriu às autoridades que a cabeza fose enviada á Facultade de Medicina, onde el procedería a aplicar os seus coñecementos de Frenoloxía para atopar a raíz da súa maldade. Máis non hai proba ningunha de que este estudo se levase a cabo nin de que o cranio ou o cerebro fosen medicamente estudados. Segundo António Ferreira “a Frenoloxía coincide temporalmente, máis non hai relación de causa efeito co envío da cabeza de Diogo Alves á facultade de Medicina con intención de ser medida. Era só para ser recordado como o último caso de pena de morte en Portugal”. Pese a que os rexistros oficiais indican que máis criminais foron axustizados trás Diogo Alves, ele é simbolicamente considerado o último condenado á morte en Portugal. “Na altura considerouse que sería a última persoa en ser condenada a morte por orde dun tribunal por crime en Portugal. Máis tarde sóubose que houbo casos de persoas condenadas a morte pouco despois noutras zonas do país”. “Os crimes de Diogo Alves foron moi coñecidos no pais, infelizmente é un caso famoso e é por isso que o Ministerio de Xustiza resolve simbólicamente atribuir a cabeza de Diogo Alves á facultade de medicina de entón, no campo de Santa Ana”.
claudia vázquez
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
O MERCADO DO PEIXE
. O lugar é âmplo, desafogado, pode-se conspirar á vontade, falar em alta voz de negócios e ladroáxens várias, grandes carros, Ferráris e Mercêdes. Non obstânte, o melhor desta casa son os bons vinhos na xeleira. Demasiado caro, para o que oferta. O peixe non tem sabor, bastante seco, ainda com as escamas agarradas. Os salmonetes, dos quais a pel que é precisamente o mais sabroso, non se podia comer. Dous camarons grandes grelhados, com certo sabor, mas muito discreto. Isto demostra também, que a burguesia empressarial, e íncluso os turistas, apreçam muito mais a posse social, que a boa comida.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo.
O Palácio Nacional de Belem, residencia oficial do presidente da República Portuguesa.
Actualmente, anda um pouco “encavacada”
Fábrica dos famosos Pastéis de Belem.
Xafarís de bella factura.
oooooooooooooooooooooooooooooo
VELA LATINA
. Estava unha tarde demasiado calorosa, para ser o mes de Outubro. Polo qual, fomos para as bandas do rio Tejo, perto da Torre de Belem, onde fica o restaurânte Vela Latina. Lugar “Chick”, na vaga esperânza de encontrar por lá o nosso Doutor Sócrates, para assistir a unha das suas brilhantes conversas, das quais nos vimos privados, por abuso de autoridade do estado português. Encontro bastante difícil de darse, porque em primeiro lugar el non nos conhece, e apesar do nosso apoio el nunca nos viu mais gordos. Mas, estáva-se bem, é um lugar para o calor, a parsimónia, tomar um xelado de “frutos do pecado”, e sobre todas as cousas falar largamente. E pensar, como o “Leviatán” português, devorou um dos seus filhos mais brilhantes, hoxe em dia, somente comparável a Pablo Iglésias.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo
.
O Mosteiro dos Xerónimos em Belem, monumento de estilo Manuelino. com adornos de temática marítima
.
.
oooooooooooooooooooooooooooooo.
O TIA MATILDE 2017
O “Tia Matilde”, subiu um pouco na qualidade, ainda que nunca mais conseguiu alcançar aquela altura memorável das “Anguias assadas nas brasas”, e do branco “Madrigal” de Bento dos Santos. Mártir, condenado por elitísta. Perdeu o seu programa televisivo. ¡¡Viva a trangalhada!! Muito boas “Pataniscas de Bacalhau”, melhor “Canxa de Garoupa”, e o “Arroz de Pato”, tamém estava quá-quá!
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo.
. O XARDIN ZOOLOXICO
Ésta era unha relíquia dos tempos antigos, quando Portugal era um país rico e obstentoso, antes de cair nas mans do imperialismo occidental. Tesouro ó bom gosto Portugues, perfeitamente criado com esmero, com mimo, um luxo importante, cheio de ternura e beleza.
Un elefante prodixioso, merecedor da medalha ó mérito no trabalho, incansavelmente tocaba a sineta de sol a sol, para a troco dunha moeda comer um molho de cenouras, mantendose desta maneira a el e a dous ou tres homes mais.
O chimpanzé espectáculo, tinha sempre diante del um monton de idiotas, parentes lonxanos seus, que se rian coma parvos, incapaces de comprender a traxédia em que se debatia o soberbo animal. Fuxian espavoridos, quando este em fúria demente os bombardeaba com os seus proprios excrementos.
A estufa das cobras venenosas, lugar sagrado e único, em que elas dormitaban, como se pobres ancians num doloroso asilo estiveran, esperando a dura morte, apartados de todos os seres mais queridos.
Pasados muitos anos voltei a visitalo, xa em época neo-liberal, e chocoume o abandono em que tudo se encontrava, cheiravase claramente que quem mandaba ali agora era o dinheiro, confirmando a famosa teoria de Cornwal, quem afirmaba categoricamente que, quando a economia marcha bem, tudo o demais marcha mal.
Avestruces amontoadas pavorosamente em raquítico recinto, augurando que acabarian possivelmente os seus tristes dias na mesa d’algum restaurante da cidade.
Eira Comunal
Um tigre branco..
Estes malândros son os que mais túristas trincan..
As aves do sol..
Este xa foi liberado do trabalho de tocar a sineta..
A casa d’uns parentes nossos..
Xirafas pescozilongas.
O famoso “Cemitério dos Cans”.
Os epitáfios, son de unha ternura demasiado humana.
Há cans que tenhem sorte!
restaurante O GALITO 2014
(RESTAURANTE DE COMIDA ALENTEJANA)
RUA DA FONTE, 18 (LISBOA)
Este restaurante, apesar de poderse melhorar em muitos aspectos, a sua comida é um autentico prazer.
Os Torresmos do Alentejo.
Um Super Cartuxa, ou sexa unha pera sin mans.
Açorda de Perdiz, o melhor do 2014.
Perdiz de Escabeche. aqui o vinagre mata algo o sabor.
Encharcada e Pan de Rala, doces tradicionais do Alentejo.
CARNIDE
ADEGA DAS GRAVATAS 2013
(CASA DE COMIDAS)
TRAVESSA DO PREGOEIRO, 15 (EM CARNIDE)
-ALHEIRA DE CAZA GRELHADA
-POSTA DE NOVILHO MIRANDES GRELHADA
-VINHO TINTO DE COLARES, UVA ROMISCO, 2005
oooooooooooooooooooooooooooooo
O GALITO
. O “Galito”, segue em frente, marcando o passo firme. Desta vez, xá son demasiados clientes, ruidosos, optimistas, doutores a quem a confusón desta vida, lhes acarrea prosperidade material. Menos mal, que o chefe me conheceu, e nos improvissou um lugarinho discreto, alí nunha esquina. Foi unha “Açorda de Bacalhau” de primeiro, seguida de “Febras de Porco Preto Alentejano no espeto, acompanhadas de patacas fritas, manga e “Pan de Rala”. Se todos puideram comer así, seria um adeus definitivo á fame no mundo.
léria cultural
oooooooooooooooooooooooooooooo.
Palácio Nacional de Quélus.
.
.
.
.
.
.
.
.
..
.
.
CARCAVELOS
restaurante a pastorinha 2014
(HISTÓRICO, PEIXE E MARISCO, COZINHA TRADICIONAL)
Avenida Marginal, (Praia de Carcavelos)
Como se arribando desde o abismo profundo das aguas, despois de atravessar o golfao num veleiro de nove metros, compartida na alma a mais absoluta solidon do mundo, um abalrroa-se pracenteiramente sobre as areias quentes da praia de Carcavelos.
Outono, do Ano 2014.
Este pode ser tranquilamente o Restaurante do ano, a atencion ó Cliente é primorosa, o local e o lugar sobre a praia son magníficos. e a comida é muito boa.
O vinho foi da Region de Lisboa, feito na Quinta das “Cardeais” Cereijeiras.
Lavagante grellado, que se fixo um pouco escaso, dada a fame tormentosa acumulada durante o passeo maritimo.
Decidin comer um “Chateaubriand”enteiro, mas o Chef enganado pola minha baixa estatura, aconselhou-me sábiamente que tivera em conta os tempos actuais, entrara em razon, e pedira somente um Fillette Minhoca. (Aquí para nós, confesso que quedei com fame de vinganza)
Para acompanhar a sobremesa, mandei vir dos infernos tenebrosos da bodega, um vinho inmortal chamado Madeira.
Para compensar comin unha salada de frutas tropicais, e a modo de insulto derradeiro, finiquitei com um rotundo “Trouchas”!
Desta maneira exemplar, é como se serve unha infusion de menta.
CASCAIS
Villa Túristica por excelência.
Restaurante do Manolo do Brasileiro, na avenida central de Portugal.
Um paraíso para Magnates da Banca.
A fermosa baía de Cascais, dona do melhor clima do planeta.
Camara Municipal de Cascais.
RESTAURANTE CIMAS 2014
(HISTÓRICO, COZINHA TRADICIONAL E EUROPEIA)
Av. marginal, monte estoril (cascais)
Este é o comedor mais perfeito, bonito e acolhedor, que eu xamais vi.
Um Alentejo da Tapada de Coelheiros.
Ameixoas á Marinheira, com um molho de natas muito gostoso, mas que a mim pessoalmente non me encanta nada.

Unha Galinhola de Caza, estava algo salgada.
Touzinho do Céu, doçaria regional Alentejana.
Lisboa Gaiata
Publicado o22/01/2012por guilladenses | Deixar un comentario
Esta varina branca com a saia cor do mar, é a nossa segunda nái. Despois da Terra é ela quem mais nos cala, entrou medrada de fascínio n’alma nossa, irmandada na fala e na cultura, mais filha de nosso cerne que ninguem.
Portugal leva nos nomes de arvores das suas xentes, toda a tradicion druídica, todas as Hamadríades protectoras, todo o bosque sagrado Céltico pervive transmutado em homens, que abandonaron as suas raíces.
Cantaron os seus poetas, e os seus trovadores, fados para a alma das xentes nossas. Palabras agarimosas, o rumor harmonioso dos seus falares profundos, percorreron longas distancias de nevoeiros ultramarinos.
A lírica Galaica, atenazou a sua alma de saudade, e a dotou dunha personalidade única. Estas xentes souberon conservar a paixon pelos verdes campos, polas frias aguas, e pela chamada brogadora do fundo mar.
Por imprescrutáveis caprichos da fortuna, que parece que brinca com todos nós, como se de folhas secas se tratara, o patron de Lisboa é Espanhol. Non se sabe porque enrrevessados caminhos d’agua, veio este cadaver acompanhado de dous corvos aqui parar, este San Vicente de fora veio rio abaixo morto para ser bandeira dunha cidade hostil. Talves tudo isto, non queira senon significar a estranxeiria destes credos cristans, vindos de lonxanos imperios Romanos.
Amar a benignidade do teu clima, os perfumados miradouros desta Babilonia atlantica, eterna primavera de manxericos. As “Alfacinhas” quentes, morenas, de siluetas fráxeis, e falas mansinhas.
Tantas lembranzas acomuladas desde a infancia remota, sonhos de nocturna luxúria, de vielas bairristas, e bohémias fadistas da nossa Lisboa. A cidade era regada todas as noites, por almeidas-lavandeiras de Caneças, que a purificaban para o ritual dos “Pregoes Matinais”, que xa nao nunca voltan mais. Ficaron perdidos, mudos nas trevas do tempo, unha teatralizacion xeneralizada da vida quotidiana, que teiman em non morrer nas nossas memorias.
Por um mar de pedrinhas brancas, baixamos por Alfama até o cais, que era daquela um mundo bulicioso e singular, os barcos veleiros das ribeiras do Lyssos, descargaban sobre as costas queimadas polo sol de um exército de estivadores descalzos e de calzas dobradas, todas as abundancias que inundaban a cidade pelo rio. As hortalizas cheirosas, das quintas que rodeaban a cidade. As especiarias orientais, vindas dos lonxanos paraísos de Ala, para embriagar de luxuria os nossos sentidos, alí naqueles templos se confabulaban.
Ir indo, per locca marítima, até o Terreiro do Pazo, onde Pessoa disfrutando da varafunda da multidon das naus, se preparaba para as suas aventuras ultramarinas. Ha que chegar num “casilheiro”, para que a cidade branca entre polos olhos adentro, como seres vindos de perdidas distancias, que a sua melhor estampa, apague a nossa sede de terra segura. Sentados em tabernas arcaicas, regentadas por Galegos, admirando com olhos de Poeta, tudo o que passa por entre camaroes cozidos e a benignidade do vinho branco. Das Tabernas do Socorro, ás quais o negro carbon, que se queimaba nos lares domésticos em gráceis fogareiros de barro, daba um aspecto ainda mais sórdido, conservo ainda grabado na minha memoria o fedor a mexo destas lúgubres moradas.
So estes cheiros, xa abrian os apetitos dos numerosos viandantes, propicios sempre ás tentacions da carne e do peixe, que daquela eran os reis da cidade, e non contaban com a infernal companhia dos automoveis. As casas de Comida, punhan ó dispor da povoacion um amplo abanico de manxares tradicionais, as “Iscas”, os “Passarinhos”, as “Bifanas”, os “Preguinhos”, os “Pasteis de Bacalhau”, a “Sopa de Cazon”, etc…
Os cafés coloniais, de exóticos aromas, vindos para quentar os desleixados animos da Bohémia politico-literaria, as cumplicidades de modernos amores, sítios onde se escrevian as cartas pra familia, lugar de comédias improvisadas, de talentos artistiticos insuspeitados, multitudinarios e baratos. Podian em qualquer momento surxir, conspiracions imprevistas, onde pessoas em fúria, se levantavan de repente e corrian a apedrexar o Banco de enfrente, talvés excitados pela rectórica flamíxera d’alghum literato rebelde.
As suas pastelarias Versailhescas, cheias de meninas doces, tenras, deslumbrantes. O romanticismo, e a louzania das suas miradas, a delicadeza xestual das suas figuras. Um “Dolce fare niente”, unha “Vie en Rose”, non ha nada comparável a viver de rendas, no meio desta lenceria fina. Este era o delicioso mundo dos “Pasteis de Nata”, dos “Bolinhos de Arros”, das “Bolas de Berlin”, do “Galao”, do “Vinho do Porto”, etc…, etc… ¡¡Viva a Marmelada!!, sempre a minha nai me alertaba, contra os perigos desta vida mol. ¡¡Toninho, non te relaxes!!, mas dentro da tension guerreira, um non podia deixar de apetecer este mundo pracenteiro, brando, acolhedor, e farturento, constactando lamentabelmente, que toda virtude, nunca queda impune, pois leva xá incorporada no seu cerne o castigo.
No tempo dos “Santos Populares”, que son as festas grandes da cidade, todos os sentidos despertan para o Beltain, medran nas “Marchas Populares”, unha febre de bacanais antigos, que fan ferver a nossa sangre de lascivia. Nelas o Maretas, escravo-estivador de unhs quarenta anos de idade, desflorou a Altina, unha lontra peixeira menor de idade.
¡¡ Xesus meu Deus, que grande desgraça !!
Como castigo por esta esplendida afrenta á moralidade, foron obrigados a casar. Pois eles bem sabem que a propriedade mata o disfrute, e em question de amores muitissimo mais. Bom, passemos a assuntos menos complicados da festa mundana, as sardinhas assadas á moda antiga, sobre o carbon oloroso, chorreando sobre o pan escuro a sua graxa. O Santo Antonio, casamenteiro das velhas, o San Xoan das fogueiras, e o San Pedro porteiro, pois é ele quem fecha as festas sempre. Despois de todas estas loucuras, xusto seria regar “Manxericos” ó luar, nas sofocantes noites do vrán.
A cidade velha é tan inmensa, tan cheia de graça arquitectonica, que a modernidade ficou perplexa, impotente e apoucada, perante os insuperáveis atrancos, que asfixian a sua vontade de destrucion. Penso que afortunadamente, a cidade será capaz de resistir unhs séculos mais, amparada na sua magnitude, e no colapso capitalista, producido pelas rendas antigas, que impedian qualquer especulacion que puidera por em perigo os tesouros da Urbe. Esta fortuita situacion, impedia qualquer obra, tanto por parte dos senhorios, como por parte dos inquilinos, tal áporia economica, fixo com que a bela Lisboa conservara toda a autenticidade, ha prédios inteiros, portas, xanelas, que ainda hoxe em dia visten as pinturas de cinquenta anos atrás, a romantica poeira dos tempos passados alí pousada. Perviveron os encantos intactos, em amplios lugares desta amada única, desta nái de tantas xentes rememoradas.
Lisboa sofreu abultada destrucion, por causas naturais, e por outras que non se saben abertamente, mas que sempre foron um enigma para mim, como se alguem quixera romper por unha parte da cidade arrasando tudo ó seu paso, um novo Marqués de Pombal conspirador-cabalistico. O terremoto devastou unha parte importante da cidade, mas tamen a man do homen se cebou na sua beleza, unha das feridas mais crueis, de que ainda hoxe non logrou recuperarse, foi na zona do Martin Monis, Mouraria, Praza da Figueira. É como se faltara algo, que nunca xamais poderá ser reposto.
¡¡ AI MOURARIA !!
Fotografias antigas poden dar unha ideia gráfica do que aquilo era, a rua da Mouraria, a velha rua da Palma, o arco do Marqués do Alegrete, a igrexa do Socorro, que foi demolida com diabólica celeridade, o teatro Apolo, mas sobre tudo a Praza da Figueira. A Morte desta Praza, foi um duro golpe, asestado por mans assessinas no corazon da cidade, ela era um mar de vida, unha riada de xentes laboriosas, que tinhan aqui o seu sustento, e inundavan tudo com a sua vitalidade de formigas. No seu lugar ficou um horrendo deserto de cemento armado, coroado pela estátua equestre de “Connan o Barbaro”, cousas da modernidade.
A pobre Mouraria, foi massacrada por várias xeracions de feras, cada década foi sumando despropósitos e mau gosto, chegando ó que os nossos olhos podem ver hoxe em dia, um cadáver carente de vida cidadana, marxinalizado, e que nunca ninguem foi capaz de ocultar. O médico sempre pode enterrar os seus erros, mas ós arquitectos resultalhes bem mais difícil esta labor.
Lisboa velha cidade, na tua contra se conxuraron, o tempo que tudo derruba, e o homen que nada respeita. Mas tu acordate, que o Lyssos que te deu o nome, é sempre novo.
(Ameaço, como Sebastian que sou, voltar unha manhan de nevoeiro acompanhado por Pedro Homen de Melo).
Léria Cultural






























































































































































































































































































































