OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
. ÁFRICA
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
ÁFRICA
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
NA SÉDE DOS RIOS AFRICANOS
Nilo, percorre divinalmente, de cabeza esbranquiçada, fertilizante de cheias estivais, naquela tela vista por Fromentino
Niger, uma ponte metálica, perpasa o íntimo caudal do seu coraçao, com destIno a Benin.
Congo, a espessura do seu marulhar, murmura no reinado,com a plubialidade das águas bençidas.
Kuanza, feito símbolo de reposta naçao, aparece caudalosamente reajustado, entre norte e sul, este ou aquel.
Zambeze, pelos ditos de Ketima, levitan proximo do Zumbo, icenerado os seus antepassados, deleita-se lumge-bungue popular.
Orange, ó Gariette, corre, salta, estende-te, desdobra-te, tamen em razao da identidade, autonomiza o sol ó cabo das agulhas.
NA ROTA DE BANGUÍ
Xás cadáver de olhos vivos, na rota de Banguí. Levita levemente a razao dos antepassados.
Do túmulo a mae dele saúda o omnipotente Zindikaghaha. Kilimanjaro está bem perto.
Bebe melhor as águas, na zona dos grandes lagos. Tambem Boalem.
Abemçoe-me Kalumgamgombe, na rota de Banguí.
.
.
LUANDA ANTIGA
.
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
CALUNGA
De Sao Paulo de Luanda,
Me trouceram para cá!
Ái é! Ái é!
Calunga! Calunga!.
Me trouceram para cá!
Ái é! Ái é!.
Calunga! Calunga!
Me trouceram para cá!
Minha mae chorava, Calunga!
Ái é! Ái é!
E eu cantava, Calunga!
Ái é! Ái é!
Maracatú! Maracatú!
Ái é! Ái é!
Calunga!
.
loURENÇO BARBOSA CAPIBA
ooooooooooooooooooooooooooooooo
(Amália da Piedade Rebordao Rodrigues, conhecida mundialmente como Amália Rodrigues. Viu a luz em Lisboa, o vintitrês de Xulho do ano 1920, e morreu o seis de Outubro de 1999. Fadista, e consequêntemente, também artista do cinêma. Chamada a “rainha do Fado”, ainda que muitos considerabam que cantaba o fado à espanhola, foi a Fadista que mais nome deu ó Fado por todo o mundo, pois grabou mais de 170 discos, ao longo da sua vida. Grande embaixadora da Cultura Portuguesa, a sua enorme qualidade expandiu-se por todo o universo. A quinta, de unha família de nove irmáns, nasceu na freguesía lisboeta da Pena, nunha família pobre e numerosa, orixinária da Beira Baixa, perto de Castelo Branco. Quedou em Lisboa com os seus avós paternos, era unha pequena tímida, que cantava para o seu avô e para os vecinhos. Andou na escola primária da Tapada da Ajuda, onde pola primeira vez cantou para o público, com nove anos na festa da escola. Com doce anos abandonou a escola para trabalhar como bordadeira, depois trabalhou nunha fábrica de pastéis (época na que intentou suicidar-se comendo cabezas de fósforos), eram cousas de criânças. Ós quinze anos, xá vendia fruta nas ruas perto do porto de Lisboa, alí ganhou certa fama artistica e conseguíu participar no desfile popular de Alcântara, sendo ouvida por Jorge Soriano (director da Casa do Fado)), a audiçón resultou um éxito, mas perante a oposiçón da família, Amália renunciou. Apaixonou-se pelo guitarrista Francisco da Cruz de 23 anos, pensando suicidar-se por el. Casarom-se os dous, e dous anos mais tarde, o Francisco ficou para trás, pois non puido acompanhar a fulgurante ascensón de Amália na escala artística e social, despertando no marido ciúmes e mau tracto, agrabados pela bebedeira. Francisco da Cruz pedíu o divórcio, e Amália toma veneno dos ratos diante da sua xanela. Foi nésta altura, que canta por primeira véz no extranxeiro, em Madrid 1943. Casa por segunda vez em 1961, com um enxenheiro brasileiro César Seábra, no rio de Xaneiro. A “Revoluçao dos Crávos”, apartou-a da vida artística, acusando-a de colaborar com o rexíme salazarista. Apesar de que algúns considerabam que participou na “Tríple F” de Salazar (Fado, Fátima, e Futbol), outros pensam que non, que axudou presos e políticos exiládos. Ainda hoxe, recordo com grandes saudades, quando passo pela rua de Sao Bento, numero 193, mesminho xunto da para nós queridíssima “A Lontra”.
léria cultural
ooooooooooooooooooooooooooooooooo
.
.
.
.
.
.
.
. .HISTORIA DE UM AMOR.
. Maria Fernanda
. Noite misteriosa de segredos murmurados
no cerrar dos dentes e no pulsar das veias
e uma cançao no ritmo de nós dois
e as algas dos teus olhos no gritar dos nervos
(ah, Maria, quantas vezes morremos?).
Maria de uma cançao de amor
liberta minha solidao secular
a salvo-condutos de ósculos na tua boca
e enquanto minhas maos procuram tua angústia
e cerras outra vez as pálpebras sombreadas de volúpia
ah, Maria, quantas vezes morremos?
Quantas vezes
a dor rebentou feliz
dos teus lábios meus lábios nossos lábios
das tuas maos minhas maos nossas maos
e cada minuto
cada hora
e cada noite febril
vinham redescobrir
os fantasmas da nossa tristeza?
E em cada encontro marcado
em cada beijo mordido
quantas vezes vivemos e morremos
quantas vezes nascemos e renascemos
e com raiva ou sem raiva
quantas vezes chorámos sem chorar
quantas vezes, Maria?
JOSÉ CRAVEIRINHA
. MENSAGEM
. (Para a Carol)
. agora
Ouvi tua cançao distante
tua voz rouca da saudade dos caminhos de nascença
ouvi e guardei no coraçao.
E a tua voz minha voz nossa voz
nao quer grades nem fronteiras
e distância também é grade
também é fronteira dentro de nós.
Ouvi tua voz rouca de saudade
e nao encontrei ave solta dos dias
e das noites de Munhuana
e venho aqui chamar teu sangue meu sangue nosso sangue
venho aqui chamar Carolina
Carolina…! Carolina…!
com a mesma voz minha voz tua voz nossa voz
mesmo sangue teu sangue meu sangue nosso sangue
que saudade enrouqueceu no cantar distante
mas desespero tem que fazer flor em toda a parte.
JOSÉ CRAVEIRINHA
MAMPSINCHA
A mampsincha
é um fruto africano
rasteiro ali onde nasce
e cresce de cor verde
enquanto púrpura se nao torna
e já sazonado o levanta
nas puras maos de ébano
o negrinho na gula do seu caroço.
FÁBULA
Menino gordo comprou um balao
e assoprou
assoprou com força o balao amarelo.
Menino gordo assoprou
assoprou
assoprou
o balao inchou
inchou
e rebentou!
Meninos magros apanharam os restos
e fizeram baloezinhos.
AFORISMO
O preconceito da ave
nao é o tamanho das suas asas
nem o ramo em que poisou
Mas a beleza do seu canto
a largueza do seu voo…
o tiro que a matou.
GREVE
De maos em concha
elas cobriram os bicos dos seios
e cruzaram as pernas
na greve dos sexos.
Sem
os filhos delas
na Coreia a ferrugem
apodreceu as bombas.
POEMAZINHO ETERNO
Os amigos
eram falsos como Judas.
Ah, como Judas, nao.
Judas arrependeu-se.
Os amigos
eram mesquinhos como Judas.
Ah, mesquinhos como Judas, também nao.
Judas vendeu Cristo
e enforcou-se.
CIVILIZAÇAO
(Ao dr. Cansado Gonçalves)
Antigamente
(antes de Jesus Cristo)
os homens erguiam estádios e templos
e morriam na arena como caes.
Agora…
também já constroem Cadillacs.
FELISMINA
Com música
e fogo de luzes como nos circos
desabotoa-te lentamente, Felismina
desabotoa-te ao cúmulo das regras de cabaré
desabotoa-te, Felismina.
Aqui na cidade
a cada milímetro do teu descaramento
vais evoluindo alvejada a focos na barriga
vais evoluindo cada vez mais nua
vais evoluindo com música e tudo
vais evoluindo de mamana mal vestida
em bem despida artista de “Strip-Tease”
vais evoluindo, Felismina!
MAE
Minha Mae:
Trago a resina das velhas árvores
da floresta nas minhas veias
e a sina de nascença
no meio das baladas á volta da fogueira
tu sabes como é sempre uma dor nova
sabes ou nao sabes, minha Mae?
Sabes ou nao sabes?
o misterio de olhos inflamados de macho
que um dia encontraste no teu caminho
de tombasana de pés descalços?
Sabes ou nao sabes, Mae
a resina das velhas árvores plantadas pelos espíritos
as blasfémias do mar salgando as raízes virgens
e as grandes luas de ansiedade esticando
as peles dos tambores enraivecidos
e dando ás folhas verdes das palmeiras
o brilho incandescente das catanas nuas?
.
.
.
.
.
.
.
.
.
oooooooooooooooooooooooooooooo
África caminha para o desástre, e non só nos aspectos humano e político, más também no destino xeolóxico. Os deuses dos infernos, non dormen! Eles trabalhan nas profundidades da Terra, escondidos dos nossos olhares, mas non conseguém enganar o nosso espírito de preocupaçón. O que se avecinha para o Continente Esmeraldo, nos tempos que venhém, leva consigo muita mortandade para a vida da fauna e da flora do planeta. Unha forza destructora, que non se pode parar, avança debaixo de África, e pode provocar as últimas das ruptúras de Panxeia. Unha “Super-Pluma Mantélica”, está situada por debaixo do Val do Rif, e podería levar á ruptura do Continente em duas ou mais partes, brecha ésta que se abriría ás aguas dos Oceanos. A tendência xeral do movimento, é para a formaçón de um “Super Continente” em torno de Eurásia, e com este obxectivo caminhan no tempo dos mundos. Unha das partes de África, vêm na direcçón de colisionar contra Europa, acabando com o Mar Mediterrâneo. Por outra vía, Austrália caminha para norte, na direcçón das costas de China. Nas quais, provocaría unha catástrofe similar á acontecida quando a India, que se encontrába perto de Madagáscar chocou contra a antiga costa de Ásia, aniquilando o “Mar de Têtis” e elevando as placas a mais de oito mil metros de altura. Parece ser, que ésta calamidade foi a que exterminou os famosos “Dinossáurios”, provocando unha das maiores extinçóns de vida acontecida no Planeta Terra. Mas, sobretudo, há que ter em conta, que estes processos, non se dessarrolhan instantaneamênte, senón que transcorren prolongadamente durante muitos milénios, mas que também é verdade que podém aparecer inesperadamente.
léria cultural
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
BONGA (CALULU DE PEIXE)

Barceló de Carvalho, nasceu a cinco de Septembro em Kapiri, na província do Bengo, em Angola. Tem nove irmáns e unha vida cheia de sucesso. A infância foi passada nos bairros pobres de Luanda, onde vive num âmbiente intimista de preservaçón das músicas tradicionais angolanas. Foi no bairro do Marçal que fundou o seu grupo “Kissueia” e afirmou o seu estilo que, mais tarde, o viria a tornar um dos mais populares e famosos cantores africanos. Mas Barceló sempre se sentiu atraído polo atletismo e, depois de ter ganho alguns títulos em Angola, foi convidado polo Sport Lisboa e Benfica. Veio para Portugal e atinxe por sete vezes o estatuto de campeón, batendo vários recordes. Non deixou de cantar e non esqueceu a sua terra. Axudou compatriotas que lutavam pola vida. Para estar a salvo de perseguiçóns políticas resolveu ir para a Holanda, onde lança o primeiro álbum “Angola 72” e passa a chamar-se Bonga. A partir daí, se por um lado se perdeu um grande atleta, a cultura africana ganhou um herói. Cantou África por todo o mundo, gravou mais de 32 álbuns, alguns de ouro e platina e os seus temas xá forom interpretados polos maiores nomes da música brasileira. Mas também na cozinha Bonga non abandona as tradiçóns. Gosta de comer e leva os seus amigos ao “Mae Preta”, onde é muito querido.
CALULU DE PEIXE
200 gramos de peixe fresco; 100 gramos de peixe seco; duas colheres de óleo de palma; 200 gramos de quiabos; 200 gramos de espináfres; unha cebola; dous tomates e sal.
Temperar o peixe com sal, levar ao lume xuntamente com a cebola, o tomate e o óleo de palma. Cobrir com àgua e deixar cozer o peixe. Por fim, xuntámos os espináfres farpados e os quiábos, e deixámos apurar.
BOLO DE BANANA
6 ovos; 100 gramos de azúcar; 50 gramos de farinha de trigo com fermento; 3 bananas grandes; 250 gramos de caramelo.
Untar a fôrma com o caramelo, dispôr a banana cortada às tiras no fundo. Misturar todos os elementos, e verter sobre a banana. Depois, cozer em forno previamente aquecido a 200 gráus, durante 30 minutos.
A COZINHA DOS FAMOSOS
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
.
.
.
..


















































