EICHELBAUM, Samuel (Domínguez, Entre Rios, 1894-1967). Dramaturgo arxentino. Ao princípio adheríu à proposta naturalista, mas foi-se afastando gradualmente, para extender a sua técnica ao realismo emotivo, que contrasta com as suas obras anteriores, bastante mecânicas; nelas mostrou a degradaçón dunha personáxe a causa das influênças exteriores (determinismo ambiental). Com Conrado Nalé Roxlo, está considerado o autor teatral mais importante da Arxentina da sua época. Escrebeu também narraçóns curtas e novelas. As suas obras mais conhecidas som: “La mala sed” (1920), “Un hogar” (1922), “La hermana terca” (1924), “Señorita” (1930), “Soledad es tu nombre” (1932), “El viajero inmóvil” (1933), “Pájaro de barro” (1940), “Un guapo del 900” (1940) (que trata de um “matón” professional, é unha das suas melhores obras e um excelente retrato de Buenos Aires de princípios do século). “Um tal Servando Gómez” (1942), “Nadie le conoció nunca” (1956) e “Las aguas del mundo” (1959).
EGUREN, José María (Lima, 1874-1942) Poeta e pintor peruano. Home de possibilidades económicas, foi criádo no campo, aínda que adquiríu âmpla experiência da vida urbana. Escrebeu sobre âmbos modos de vida, com igual confiança nunha linguáxe de asombrosa orixinalidade. É o poeta peruano mais importante depois de César Vallejo. O seu primeiro libro, “Simbólicas” (1911), dá a errónea impressón de que estaba baixo a influênça dos poetas simbolistas franceses, quando de feito utilizaba palabras mais polo seu valor musical, que polo seu significado. Influíu intensamente ao grupo experimentalista “Colónida”, que começou a reunir-se em 1916 e no qual estabam: E. Bustamante y Ballivián, A. Valdelomar, A. Hidalgo e J. Parra del Riego. O seu segundo libro foi importante: “La canción de las figuras” (1916), e as suas “Poesías” (1929) reúnem a sua poesía mais antiga e a sua aínda mais impressionante obra nova. Românticas no sentido clássico da linguáxe e às vezes simbolistas na expressón, as suas “Poesías completas” (1952), forom reimpressas em 1961 e em 1970, com unha selecçón de prosa. A obra non poética foi recolhida no volûme “Motivos estéticos” (1959). R. Silva Santiesteban editou as suas “Obras completas” (1974). Um tema constante da sua poesía é a cidade de Lima e os seus arredores. Usa abundantes neoloxísmos, num alarde de criatividade, mas isto non obstaculiza a apreciaçón da suavidade dos seus poemas oníricos, que ofertam extranhos pensamentos e repentinas metamorfoses, que tán bem forom aceitadas polos surrealistas peruanos, cuxa cabeça é sem dúvida César Moro.
EGUÍLAZ, Luis de (Sanlúcar de Barrameda, 1830-1874). Novelista e autor teatral. Quando tinha somênte quatorze anos, escrebeu e escenificou em Xerez a sua obra em um acto “Por dinero baila el perro”. Estudou léis em Madrid e começou a sua carreira literária como protexído de Eugenio de Ochoa. Como dramaturgo, um dos seus piores defeitos, é que tende a criar caricaturas em lugar de personáxes, como na sua primeira obra séria “Verdades amargas” (1853), na qual Carlos é o hipócrita arquetípico e Luis o egocêntrico. Sucede igual em “Mentiras dulces” (1859) e “La cruz del matrimonio” (1861), que é a sua melhor obra a pesar das personáxes estereotipadas de Mercedes e Enriqueta. As suas “Obras dramáticas”, reunidas em 1864, forom publicadas em París. Escrebeu também unha novela histórica, “La espada de san Fernando” (1852), que narra a conquista de Sevilla. Mas, o tratamento que fai Eguílaz de tán importante acontecimento, perde-se nunha linguáxe deshilvanada, com excessivas doses de piedade.
EGUIARA Y EGUREN, Juan José de (México, 1695-1763). Bibliógrafo. Foi reitor e catedrático da Universidade de México. Depois de haber ocupado importantes canongías, foi nomeado bispo de Yucatán, mas renunciou ao honroso cargo para dedicar-se a escreber a sua ambiciosa “Biblioteca mexicana” (1755, vol. I, A-C), empresa para a qual non estaba preparado, polo seu estilo excessivamente gongorino, por rexeitar o uso do castelán e preferir o latím e polo seu acercamento polémico e algo duvidoso à investigaçón. Morreu antes de publicar a obra na sua totalidade. Chegou a publicar o primeiro volûme e preparou as entradas que ván da D à J, mas o manuscrípto (hoxe propriedade da Universidade de Austin) só foi publicado fragmentariamente. A sua obra foi continuada, com maior intelixência e imparcialidade, por José Mariano Beristáin de Souza na “Biblioteca hispanoamericana septentrional” (1816). O propósito de Eguiara de criar unha enciclopedia de autores do Novo Mundo, debe-se às várias opinións despectivas de erudictos e intelectuais espanhois e europeus a respeito da cultura de América. Por isso, Eguiara, e mais adiante Beristáin, intentarom dar unha ideia completa da existência de autores, correntes e publicaçóns da América hispânica. No caso de Eguiara, a “proba” de que tais homes existíam se frustra em grande parte por que a obra está escrípta em latím (incluso os títulos dos libros), pois pensaba (erróneamente) que a obra ganharía com isto peso intelectual. Outras obras menores som “Vida del venerable padre don Pedro de Arellano y Sosa, sacerdote…” (1735) e “Selectae dissertationes mexicanae ad scholasticam spectantes theologiam tribus tomis distinctae” (1746), da qual só chegou a aparecer o primeiro volûme.
ÉGLOGAS (do grego eklogé, elexído). O significado clássico deste nome aplica-se a poemas bucólicos ou pastorís. Virxílio utiliza três tipos de églogas: a narrativa, a dramática e a combinaçón das duas. Teócrito está considerado por unanimidade o grande mestre grego deste xénero. Na literatura, também adquere forma lírica, como as de Garcilaso de la Vega e dramática como as de Juan del Encina e Lucas Fernández. “Idilio” é unha palabra que se utiliza a miúdo como sinónimo, sobre tudo entre autores clássicos, mas Martínez de la Rosa suxére que o “idilio” é mais delicado e oferta a descripçón de sentimentos de maior ternura que a égloga. Alguns dos mestres deste xénero literário som: Herrera, Lope de Vega, Rioja, Pedro de Espinosa, Fernández de Moratín e Meléndez Valdés.
EDWARDS BELLO, Joaquín (Valparaíso, 1886-1968). Româncista e ensaista chileno. Foi descendente directo de Andrés Bello. Primeiros estudos na Escuela Inglesa de Valparaíso e posteriormente estudou em Europa. A sua obra de ficçón pode ser dividida em dous períodos: a anterior a 1928, unha obra comparada à de Vicente Blasco Ibáñez e que derivaba do naturalismo de Zola, e a que publicou depois dessa data, unha vez liberado do zolaismo e que começa com a publicaçón de “El chileno en Madrid” (1928). O seu primeiro período começa com “El inútil” (1910), novela que mostra a degradaçón de um chileno em París. Causou tanto desgosto com a publicaçón desta obra, que teve de exiliarse no Brasil, como conta no seu libro “Tres meses en Rio de Janeiro” (1911). “El monstruo” (1912) retoma o asunto do chileno em París, mas esta vez o protagonista salva-se da degradaçón ao voltar rápidamente para Chile e namorar-se alí dunha mulher honesta, non antes de que o autor se permitíra satirizar a sociedade antes de que isto aconteça. Torres Rioseco refére-se principalmente a esta novela quando comentaba que o autor é um Larra da América, que fustiga com um látigo os corpos nús dos seus compatriotas. Também escrebeu “La tragedia del “Titanic” (1912), que foi depois reescrita e publicada baixo o título de “La muerte de Vanderbilt” em 1922. “El roto” (1920) é a obra em que por fim se atreve a aplicar as teorias de Zola à sociedade chilena “in situ” e non em París, causando o esperado escândalo. “Cap Polonio” (1929); “Valparaíso, la ciudad del viento” (1931) é a obra na que por primeira vez, observa e descrebe a beleza da sua cidade natal, tema sobre o qual volta a insistir “En el viejo almendral” (1943). Antes publicára outras novelas: “Criollos en París” (1933) e “La chica del Crillón” (1935), outra vez unha sátira em que unha “niña bien” cai no vício. A pesar de que tem um grande domínio da narraçón, as personáxes carecem de profundidade e é excessivamente explícito no que toca aos seus xuízos morais. Que fán decair o interesse do leitor.
EDWARDS, Jorge (Santiago de Chile, 1931). Contista e novelista. Estudou leis na Universidade de Chile e litigou e prestou os seus serviços no Ministério de Asuntos Exteriores. O seu tema mais caro é a debilidade da clásse média chilena. Os seus contos tenhem muito que ver com a obra de Mario Benedetti: mostram o destino, o humor, a dôr e a traxédia dos habitantes da capital. Estas narraçóns forom publicadas em “El patio” (1952), “Gente de la ciudad” (1961) e “Las máscaras” (1967), esta última recopilaçón é muito superior às anteriores. “El peso de la noche” (1964) arranca do dito por Portales: “El orden social en Chile se mantiene por el peso de la noche”. Nesta obra, Edwards trata de reflexar a carência de valores xenuínos da cidade de Santiago, que é vista a través dos olhos de Cristina, do seu filho Joaquín (um alcohólico) e do seu enfermiço neto, Francisco. Outra novela, em parte autobiográfica, é “Persona non grata”, sobre a sua estância como diplomático em Cuba. Depois publicou “Los convidados de piedra” (1978).
ECHEVERRÍA, José Antonio (Venezuela, 1815-1885). Cubano por adopçón, escrebeu vários libros sobre temas de história cubana, mas é recordado por unha novela histórica na tradiçón de Walter Scott entitulada “Antonelli” (1838), que descrebe um episódio imaxinário na vida de Giambattista Antonelli, arquitecto encargado de construir o castelo de El Morro, na Habana, mandado por Felipe II em 1560. Echeverría foi o copista e também o adaptador do primeiro poema cubano: “Espejo de paciencia”, atribuído a um tal Silvestre de Balboa, datado em 1608. Exiliado em Nova York, fundou em colaboraçón com José de Armas, o xornal “La Revolución” (1869).
Em consequência, se o axente é perfeito, também debem sê-lo a acçón e os meios para executá-la, assim como o paciente que recebe a acçón em tanto que a recebe, aínda que noutros aspectos sexa imperfeito. E se da acçón non resulta a conversón do paciente no axente, ao menos a obra produzida por tal acçón é perfeita, se procede de um axente perfeito, e imperfeita, se procede de um imperfeito, porque, como afirmam os médicos, aquilo que se presenta da testemunho dos seus principios. O que um é, isso fai, e tal como um é assim actua, sempre que haxa meios idóneos. E o som os semelhantes ao axente, pois desta maneira ambos se alíam melhor contra o paciente. Por tanto, o axente perfeito actuará melhor contra o paciente, e levará melhor a cabo a obra que se propón, se é axudado por instrumentos e meios perfeitos que se o está polos imperfeitos. Compróba-o em todas as acçóns, tanto naturais como voluntárias. O Sol, o mais perfeito de todos os corpos (polo qual muitos chegam a pensar que é Deus), ¿que acçón exerce? Unha acçón perfeitíssima, semelhante à de Deus. Certamente: este cría todas as cousas, aquel as enxendra, o qual constituie o gráu seguinte à criaçón. Mas há unha diferença: Deus cría por si mesmo, el só, da nada e sem meio ou instrumento. O Sol, que recebe de Deus o poder, enxendra ao home com a colaboraçón do home, a partir do semem e mediante o calor, aínda que também, às vezes, enxendra muitas cousas el só, sem um coxenerante, por exemplo os ratos a partir do esterco, as ráns do lodo, os saltóns, pulgas, mosquitos, lagartos, escarabelhos, piolhos e outros muitos animais, e entre as prantas a língua de cervo, a douradinha, o cabelo de Venus, o culandrinho, o liquem, a pulmonária, o mordago, os hongos, e tudo o inanimado, como o ouro, a prata, as pedras, as pedras bonitas de todo tipo, e até enxendra os elementos mesmos, uns a partir de outros.
Cando El Señor andaba polo mundo, iba unha vez con San Pedro e, ó pasar por un camiño, viron que estaban rifando o demo e a muller. El Señor mandounos calar, máis non lle fixeron caso. Entón seguiron o seu camiño, pro eran tan grandes os berros que aquiles metían ó rifar, que El Señor díxolle a San Pedro: —Home, vai alí a ver si os fas calar. San Pedro foi e, por máis que fixo, tampouco lle deron tino. Entón o santo, enrabechado, cortoulles a cabeza e volveu con elas ó pé de El Señor. Iste preguntoulle: —¿Calaron? —Máis calaron (dixo San Pedro), vel ehí lle traio as cabezas. El Señor, en vista daquelo, díxolle: —Pero, home, ¿que fixeche? Volve alá e vólvellas poñer. San Pedro obedeceu ó Mestre e, cando foi poñerlles as cabezas no seu sitio, trabucouse e trocounas. E dende entón andan polo mundo as mulleres ca cabeza do demo.
FERNÁNDEZ-OXEA, X. R., 1968: SANTA MARTA DE MOREIRAS (EDICIÓNS CASTRELOS – VIGO).
A filosofia dos anos em que a obra “O mundo como vontade e representaçón” foi publicada, nada tinha de pessimista. Na verdade o movimento cultural do “romantismo”, com os seus líderes literários como os irmáns Schlegel e o filósofo Schelling e a corrente filosófica do “idealismo” alemán, com Fichte e Hegel à cabeça, endeusavam a natureza e o “espírito” e sobrevalorizavam o poder do “eu”. Estes autores non se mostravam críticos da realidade, pois esta era para eles “tal como debería ser”. Se o ser humano non estaba de acordo com ela, podería sempre tentar transformá-la em algo melhor, porque para eles a totalidade evoluía para o melhor. Schelling publicara as suas obras mais importantes, como “Ideias para unha filosofia da natureza” e “Sistema do idealismo transcendental”, em 1797 e 1800 respectivamente. Nestas obras, estabelecia a identidade do espírito e da natureza do inconsciente e do consciente, da necessidade e da liberdade daquilo a que chamou “o infinito”. Fichte, com a obra “Fundamentos para unha doutrina da ciência” (1794-1795), postulou o “eu” como base de toda a filosofia; o “eu” sería criador da realidade absoluctamente ideal. Influenciádo polos dous filósofos, mas tentando diferenciar-se deles, Hegel destacou-se como a grande figura filosófica da primeira metade do século XIX. Graças a obras como “Fenomenoloxia do espírito” (1807), “Ciência da lóxica” (1812-1816) ou “Enciclopédia das ciências filosóficas” (1817), monopolizou a atençón intelectual do seu tempo. Hegel proporcionou unha perspectiva pensada do universo. Acreditaba nunha razón histórica e no sentido e na finalidade de tudo o que existia, proclamando que “todo o ideal é real e o real é ideal” e com isto definiu os alicerces do optimismo da sua época. Românticos e idealistas, embora se revoltassem contra o “Iluminismo” e a preponderância da razón sobre tudo o resto (em detrimento das sensaçóns), acreditavam na liberdade absolucta do indivíduo, impossíbel de dominar pola natureza ou pola arte. Ignoravam Kant, que impunha limites à metafísica, argumentando que non existiam fronteiras para o pensamento libre, nem limitaçóns para o suxeito pensante. Idealismo e optimismo foram sinónimos tanto em filosofia como na política da época. Fichte e Hegel apoiaram as revoluçóns libertárias e exaltaram as ideias de naçón e de pátria baseadas na unidade de um idioma comum. O idealismo, o optimismo, as ânsias revolucionárias e a placidez trazidos pola Restauraçón depois da queda de Napoleón em 1815 eram as ideias que predominavam na Alemanha, quando apareceu o libro de Schopenhauer, unha obra que rompia com o normal porque contrariava o tom xeral dos filósofos idealistas. Em primeiro lugar, Schopenhauer partia de Kant, um home que a sua época esquecera por completo. Depois, axía como se entre Kant e ele non tivesse existido qualquer outro filósofo. Mencionaba os antigos como Platón, os modernos como Descartes e Espinosa e a filosofia da Índia sem ter em conta qualquer outro pensador do seu tempo. Isto era naturalmente estranho para a sociedade da época de Hegel.
Tal como temos afirmado, a expansón produzída pola “inflaçón”, non sería completamente uniforme. Na suma sobre histórias há só unha história completamente uniforme e regular, á qual corresponde a probabilidade máxima, mas muitas outras histórias lixeiramente irregulares tenhem probabilidades quase tán elevadas como ela. É por isto polo que a “inflaçón” prediz que é probábel que o universo primitivo sexa lixeiramente non uniforme, correspondendo às pequenas variaçóns da intensidade que forom observadas na radiaçón cósmica de fundo. Temos sorte das irregularidades do universo primitivo. ¿Por qué? A homoxeneidade é boa se queremos que a crema se separe do leite, mas um universo homoxéneo sería um universo aborrecido. As irregularidades do universo primitivo som importantes porque se algunhas rexións tinham unha densidade lixeiramente maior que as outras, a atracçón gravitatória da densidade adicional tería reducído o ritmo de expansón das ditas rexións em comparaçón com as dos seus arredores. Como a forza da gravidade vai agrupando lentamente a matéria, pode chegar a conseguir que se colapse para formar as galáxias e as estrelas, que podem conduzir a planetas e, em algunhas ocasións, a humanos. Observe, pois, com atençón a imáxe do céu em microondas: será o plano de todas as estructuras do universo? Somos o producto de fluctuaçóns quânticas do universo muito primitivo? Se um fora relixioso, podería afirmar que Deus xoga realmente aos dados.
No christianismo, nem a moral, nem a relixión, se acham em contacto com um ponto sequer da realidade. Só “causas imaxinárias” (Deus, alma, eu, espírito, libre arbítrio) ou também o “non libre”; só “effeitos” imaxinários (pecado, salvaçón, graça, castigo, perdón dos pecados). Unha relaçón entre “seres” imaxinários (Deus, espíritos, almas); unha sciência “natural imaxinária” (anthropocêntrica; unha falta absolucta do conceito das causas naturais); unha “psycholoxía” imaxinária (só erros próprios, interpretaçóns de sentimentos xerais agradábeis ou desagradábeis, por exemplo dos estados do “nervus sympathicus”, com o auxilio da linguaxem figurada, da idiosincrasia relixiosa moral (arrependimento, remorso, tentaçón do diabo, presença de Deus); unha theoloxia imaxinária (o reino de Deus, o xuízo final, a vida eterna). Este mundo das “ficçóns puras”, distingue-se, com muita desvantaxem para ele, do mundo dos sonhos, em que este reflecte a realidade, ao passo que o outro, non fai mais que falseá-la, despreçá-la e negá-la. Depois de ter sido inventado o conceito “natureza” como oposiçón ao conceito “Deus”, “natural” torna-se o equivalente de “despreçíbel”, todo esse mundo de ficçóns tem o seu fundamento no ódio contra o natural (a realidade), é a expressón do profundo desgosto que causa a realidade. Mas, esta tudo explica! ¿Quem é o único que tem razóns para sair da realidade, por unha mentira? O que sofre por ella! Mas, sofrer pola realidade, significa ser na realidade fallido… A preponderância do sentimento de pena sobre o sentimento de prazer é a “causa” d’essa moral e d’essa relixión fictícias; mas um excesso tal dá a formula para a “décadence”…
Muito pouco sabemos da vida do Arcipreste de Hita, chamado Juan Ruiz. No códice de Salamanca, um dos três, nos quais se conservou o “Libro de Buen Amor”, no seu famoso poema, escrebe: “Fija, mucho vos saluda uno quë es de Alcalá”, o que leva a suspeitar haber nascído em Alcalá de Henares (probabelmente a finais do século XIII) ou polo menos viveu habitualmente nessa terra, ou lugares colindantes, às quais corresponde a maior parte das mençóns xeográficas da obra. Talvés Juan Ruiz estudara em Toledo, centro naquela época de confluênça das culturas euro-cristáns e musulmana. Foi Arcipreste de Hita, e, por causas desconhecídas, parece ser que padeceu prisón durante certo tempo, por ordem do Cardeal Gil de Albornoz, arzobispo de Toledo. Possibelmente escrebeu no cárcere parte do seu poema; o escritor alude concretamente ao seu cautiveiro em vários pasaxes do libro, todos eles pertencentes à segunda redacçón, é dizer, à conservada no códice de Salamanca. Nas três primeiras estrofas fala da prisón em que se encontra: “Señor Dios, que a judiós, pueblo de perdición, / saqueste de cativo del poder de Faraón, / a Danïel saqueste del pozo de babilón: / sacä a mí, coitado, d’esta mala presión”. Desconhece-se quando morreu; mas em 1351 o arciprestazgo de Hita, xá non estaba rexentado por el. O Arcipreste informa-nos no seu libro, de que compuxo muitos cantares para xentes dadas à diversón ou dedicadas ao ofício xugraresco, o qual permite ver que foi a sua vida farto desenvolta e que andaba em companhias pouco apropriadas para a sua condiçón sacerdotal: “Después muchas cantigas fiz de dança e troteras / para judías e moras e para ëntenderas; / para ën estrumentes, comunales maneras: / el cantar que non sabes, oilö a cantaderas”. “Cantares fiz algunos de los que dizen ciegos / e para ëscolares quë andan nocherniegos, / e para otros muchos por puertas andariegos, / caçurros e de burlas: non cabrién en diez pliegos”. Juan Ruiz foi, efectivamente, um clérigo axograrádo, donheador alegre, que “sabe los estrumentes e todas juglarías”, de vigorosa e sensual humanidade, em cuxa obra encontram-se os únicos ecos da poesía goliardesca em fala castelán. O Concilio de Toledo de 1324, lamenta que os mesmos prelados daquela archidiócese se gozem no liviano espectáculo das soldadeiras. “Juan Ruiz, clérigo do mesmo arzobispado, non representa, em consequência, um caso escandaloso polo feito de conviver com soldadeiras, troteiras e cazurros; non é, pois, um clérigo rebelde, mal avíndo com o seu hábito, senón producto típico de unha época desmoralizada”. Juan Ruiz, talvez baixo a influênça de Ovidio, “sermonea contra o vinho e a gula, contra os dados e o tabuleiro”. Non existindo pois, nem rebeldia espiritual, nem motivos tabernários, nada goliardesco ficaría no Libro. Mas, Menéndez Pidal subraia os muitos aspectos doutra índole, comuns ao “Libro de Buen Amor” e aos “Carmina Burana” ou aos poemas atribuídos ao fictício Golías, ou ao arcediano de Oxford, Gualterio Map: a tendencia à erudicçón escolástica, em especial dos autores clássicos; a multidón de pensamentos e asuntos referídos ao amor, ou mais bem ao apetito amoroso; as sátiras contra o clero, os prelados e a curia romana; a paródia dos rezos clericais; as propriedades do dinheiro; o esmero na arte de versificar, em fazer trovas “sem pecado”; e sobre tudo “é muito goliárdico o deleite no áspero choque entre o relixioso e o profano, entre o serio e o burlesco, entre o bom amor e o amor louco; é goliárdica, finalmente, a mesma abigarrada contextura do Libro, que se corresponde em certo modo com a “Confessio Goliae”, “até o metro de cuartetas monorrimas na qual as duas obras están escritas. As diferenças som, à sua vez, fundamentais: assim como Golias se acusa tanto dos pecados de Venus, como dos do xogo, da ebriedade e da gula. Juan Ruiz, somente retém os temas amorosos, mas rechaza o xogo e a taberna; e non se arrepende, em absolucto, destes desarranxos amatórios, senón que os colhe como tributo irrecusábel às vitais esixências da humana natureza. Este carácter amatorio, paganamente gozador, que parece rezumar por todo o poema, unido, por outra parte, e as repetidas declaraçóns moralizadoras que o autor fai, prantexou desde antigo o problema de discernir a autêntica personalidade do Arcipreste, e, consequentemente, a verdadeira intençón do seu Libro.
LO QUE PUEDE EL DINERO
Hace mucho el dinero, mucho se le ha de amar;
Al torpe hace discreto, hombre de respectar,
hace correr al cojo al mudo le hace hablar;
el que no tiene manos bien lo quiere tomar.
.
También al hombre nécio y rudo labrador
dineros le convierten en hidalgo doctor;
Cuanto más rico es uno, más grande es su valor,
quien no tiene dinero no es de sí señor.
.
Y si tienes dinero tendrás consolación,
placeres y alegrias y del Papa ración,
comprarás Paraíso, ganarás la salvación:
donde hay mucho dinero hay mucha bendición.
.
El crea los priores, los obispos, los abades,
arzobispos, doctores, patriarcas, potestades
a los clérigos nécios da muchas dignidades,
de verdad hace mentiras, de mentiras hace verdades.
A passagem da física medieval para a moderna foi a mudança de paradigma mais decisiva da história científica. Non só porque o Universo e o mundo se virom de unha maneira completamente diferente, mas porque se introduziu um método rigoroso que incluía tanto a experiência como a abordaxem deductiva matemática. A passaxem da teoloxia para a ciência levantou complexas questóns filosóficas: possíbel conciliaçón (ou non) das conclusóns da ciência e dos dogmas cristáns, situaçón e sentido do home na ordem xeral das leis universais (entre a submissón total e a liberdade) e a pergunta epistemolóxica sobre o conhecimento: ¿como se pode alcançar um saber certo e sólido da estructura matemática do mundo? Chega o momento em que o pensamento filosófico debe assumir as perguntas colocadas pola nova ciência e tentar encontrar unha resposta para elas. É Descartes quem assume o desafio lançado pola ciência moderna de Copérnico, Galileu, Kepler e (um pouco mais tarde) Newton. Descartes é considerado, por consenso xeral, o fundador da filosofia moderna, porque realiza a primeira tentativa sistemática de assentar e consolidar o pensamento filosófico sobre uns fundamentos que xá non som tomados da teoloxia, pois som autónomos e autossuficientes. É possíbel traçar o percurso essencial do seu pensamento. Na tarefa de fundamentar a totalidade do conhecimento, o filósofo começa por pôr tudo em causa, non assume nada como adquirido. Inclusivamente o que parece mais evidente, o mundo físico exterior transmitido polos sentidos, poderia ser unha ilusón, um engano: poderíamos estar completamente enganados sobre a sua natureza. A “dúvida metódica” acaba por conduzir à primeira certeza: mesmo no momento de maior intensidade da dúvida, há algunha cousa da qual non se pode duvidar: o próprio facto de estarmos a duvidar!