
A cultura de al-Andalus vivenciou um extraordinário desenvolvimento a partir das suas modestas orixens. Desde o século X brilham na Península Ibérica unha plêiade de homes de ciência (matemáticos, médicos, astrónomos) e de letras (poetas, historiadores, filólogos) xuntamente com os primeiros filósofos, Ibn Masarra e al-Kirmani, ambos cordobeses, e o xudeu malaguenho Ibn Gabirol. O século XI distingue-se pola fecundidade dos cientistas, e o século XII polos seus importantes filósofos; a coruxa andaluza, como na Grécia, voltaba a levantar voo ao entardecer. A herança do islán oriental renasce no extremo occidental da Europa com tal criatividade que seria motivo de admiraçón non só no mundo islâmico como também no cristán. Com Averróis deu-se o culminar da filosofia em al-Andalus, mas antes dele outros pensadores notábeis se destacarom neste campo. Refira-se entre eles Ibn Hazm de Córdoba (994 – 1065), espírito enciclopédico, introductor da lóxica aristotélica nas argumentaçóns xurídicas e teolóxicas, e autor da primeira obra andaluza de lóxica que se conserva. Escrebeu também unha xóia da literatura árabe, “O Colar da Pomba”, famoso tratado sobre o amor; um tratado de ética, “A Correçón dos Caracteres”, e unha inovadora história comparada das relixións, “Fisal”. Um avanço importante na consolidaçón da filosofia na Península Ibérica é representado polo zaragozano Avempace (perto do 1080-1138). Dotado dunha grande finura especulativa, foi o primeiro que na Europa medieval comentou os escritos físicos e biolóxicos de Aristóteles, entre eles a “Física” e “Sobre a Alma”. Na sua obra mais conhecida, “O Rexime do Solitário”, oferece unha aguda reflexón sobre a organizaçón social e política, assim como sobre o papel nela desempenhado por sábios ou intelectuais. Averróis admirava-o, e os historiadores da ciência fazem-lhe grandes eloxios. Serve de exemplo o que escrebeu Ibn Abi Usaibia: “Era nas ciências filosóficas o sábio eminente, sem rival na sua época. (…) É probábel que non tenha habido depois de Abú Nasr al-Farabi filósofo como ele”. Além de filósofo, foi médico, redixiu um libro de botânica, escreveu um tratado sobre a melodia, compôs cançóns e poemas (segundo o arabista Emilio García Gómez, foi um dos primeiros a usar o “zégel”, era amante da música e tocaba alaúde maravilhosamente. O ar renascentista começava a respirar-se no Sul.
ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA