
Má digestao. Azia. Barriga pesada. Flatulências. E o sal de frutas Eno salvador, que non aparece… Os amigos nunca estao na ocasiao certa. Estao a ouvir o Bruno de Carbalho ou a reouvir o discurso de Donald Pato, enquanto esperam que o sono os vista de pijama. Mas, quando acordam encontram-se com altos muros; com o bizárro em forma de escolha democrática. Com Salazares cosméticos, que pintam o cabelo de loiro, porque non querem que se veja, que a sua cabeça está cheia de neve. E, enquanto a Ana Moura, me enchia a casa de Fado: leva-me aos Fados… “Nao imaxinei nada, nem visionei ou pensei a Morte maiúscula. Nao entrei em Metafísicas. Mas, a poderosa máquina dos Midias, levou-me até ao Norton de Matos; até à Primeira República; até ao Humberto Delgado; até ao Palma Inácio; Salgado Zenha; Almeida Santos; Manuel Alegre; ao Colégio Moderno e a todas as casas de Mário Soares. E, todos diziam bem e chamavam-lhe “Pai da Democracia”. Pensei, um herdeiro mais… E, apareceu o Álvaro Cunhal. E, até estranhei que non aparecesse um dos autores do atentado a Salazar: o anarco-sindicalista Emídio Santana. Mas, apareceram a Amália e o Eusébio. Logo, passou o cortejo fúnebre com honras de Estado”. Fiquei melancólico! Tive a sensaçao de que a minha juventude e adolescência, passavam fechadas num baul! Logo, viérom os reis e os príncipes; grandes governantes e ilustres. Poetas e burocratas. Pastores e sentinelas! Entao, pensei: foi-se o Maretas! O home-político, que impactou no coraçao anónimo, na varanda da Estaçao de Comboios de Santa Apolónia… O vinticinco de Abril foi Liberdade, mas, também golpes de efeito magistrais.
JOSÉ LUÍS MONTERO MONTERO (PUBLICADO EM XORNAL ETC&TAL)