
De rerum natura de Lucrecio, representa um dos mais raros logros literários, um poema didáctico conseguido sobre tema científico. Poucos poetas grandes emprenderom unha obra assim e muitos críticos a partir de Aristóteles, tenhem afirmado que as contradiçóns implícitas no xénero, e certamente em toda a poesía didáctica, nunca podem conciliar-se totalmente. “Abomino a poesía didáctica”. escrebeu Shelley no prólogo ao “Prometheus Unbound”, nada pode expresar-se bem em prosa que non sexa tedioso e insoportábel em verso”, e Mommsen rexeitaba a maior parte de “De rerum natura”, como “matemática rimada”. ¿Qual é, pois, a relaçón entre Lucrecio o poeta e Lucrecio o filósofo? ¿Até que ponto coincidem para formar unha unidade lograda? Otto Regenbogen considerou-a a “questón central” na crítica de Lucrecio, e no seu famoso trabalho “Lukrez: seine Gestalt in seinem Gedicht” intentou resolvê-la por três caminhos: examinando o fundo do poema, a personalidade do poeta e a estructura e qualidade da obra mesma. A maior parte da crítica de Lucrecio, falha num ou noutro destes três aspectos, e combém considerar cada um deles consecutivamente. O fundo do poema: um pode imaxinar que unha obra didáctica e moralizante como é “De rerum natura”, tería raíces profundas na sociedade que a criou. Non obstânte, existe unha grande disparidade de opinións sobre o propósito do poema e o carácter do público para o qual foi composto. Evidentemente, tería sído escríto para o patrón aristócrata do poeta Memio, mas como a convençón literária requería que um poema didáctico fora dirixído a algunha pessoa em particular, podemos supôr que detrás dele estaba o leitor xeral. Ambos están vinculados, com certa torpeza, no famoso pasáxe programático sobre a missón do poeta. “…porque a miúdo / parece trato eu de assuntos trístes / para aqueles que xamais pensarom, / e que ao vulgo dos homes disgustam, / com o suave canto das Musas / quixem explicar o meu sistema todo e enmelarte com música pieria… )”. Este pasáxe non afirma explícitamente que o poema está dirixido ao home corrente, mas implica um público âmplo, que pode ter sído atraído para um tratado puramente técnico. Non obstânte, non deberíamos esaxerar a natureza popular do poema. No século I, non pode ter habído, como hoxe mesmo non o hai, um grande número de pessoas interessadas nas magnitudes indivissíbeis do átomo ou muito interessadas na teoría da “homoeomeria de Anaxágoras”. A pesar da referência de Lucrecio ao “vulgo”, claramente tinha em mente um público preparado para seguir unha argumentaçón longa e complexa. Admitá-mos que o poeta simplifica e que alguns dos seus argumentos estabam dirixidos mais para as emoçóns, que para o intelecto, “De rerum natura”, continua sendo um intento sério de explicar as principais doutrinas da física epicúrea e requere cooperaçón do leitor e concentraçón.
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)