.

Os anos da xuventude de Platón coincidem com a decadência do esplendor político de Atenas, cuxo ponto final culmina com a derrota da cidade ática na guerra do Peloponeso à mercê de Esparta. Seguir-se-á um período efémero de hexemonía espartana sobre o mundo grego, anos nos quais será cristalizado o pensamento da maturidade de Platón. Non é de estranhar, por conseguinte, que aos olhos do aristócrata e elitista Platón, a nova potência emerxente se converta num modelo e fonte de inspiraçón para a sua teoría política, como se pode comprobar através da comparaçón do Estado ideal descrito em “A República” com muitas das instituiçóns de Esparta. Esparta era a capital da cidade-estado que se estendia pola Lacónia, na rexión sudeste do Peloponeso. As suas orixens remontavam ao século IX a. C., quando unha segunda vaga migratória dos povos dóricos chegou ao Peloponeso, ocupando os territórios nos quais viria a assentar a futura cidade-estado de Esparta. A sociedade espartana estaba presidida por unha clásse de “esparciatas ou homoioi”, chamados os “iguais”, únicos cidadáns de pleno direito, descendentes dos antigos conquistadores dóricos. O outro extremo estaba formado polos “hilotas”, descendentes dos pobos conquistados, que vivian baixo um rexíme de escravatura e absolucta submissón. No meio, estabam os “periecos” (literalmente, os que vivem em volta), pequenas comunidades libres, mas que careciam de autonomia política e militar. Nesta configuraçón, na qual unha reduzida “elite” dominante mantinha baixo o xugo da escravatura a unha populaçón muito mais numerosa, espalhada ao longo de um extenso território, constituía unha permanente ameaça para a casta dos “homoioi”: o risco de rebelión era continuádo. A soluçón que foi adoptada nos tempos arcaicos pola cidade de Esparta iria determinar para sempre o seu futuro, dotando-a das peculiaridades às quais debeu a sua fama, para bem e para mal. Com efeito, a resposta da elite espartana foi a constituiçón de unha sociedade fortemente militarizada, pensada única e exclusivamente para a guerra e para a violência, como única forma de conservar o poder e assegurar-se a submissón do pobo “hilota” conquistado.
E. A. DAL MASCHIO