
Unha história axuda-nos a entender o ponto de partida do proxecto de Plotino. Foi transmitida por Aristoxeno de Tarento, um contemporâneo de Aristóteles, que conta o seguinte: “Sócrates encontrou em Atenas um indiano que lhe perguntou que filosofia practicaba; Sócrates disse-lhe que as suas investigaçóns versavam sobre a vida humana. O outro riu-se e disse que non se podem contemplar as cousas humanas si se ignoram as divinas.” Segundo sabemos polo capítulo anterior, a filosofia da época de Plotino, estaba a tornar sua a advertência deste sábio indiano que faz pouco da inocência de Sócrates: “nada se pode saber acerca do ser humano sem estudar as realidades divinas.” Por outras palabras: o ser humano non é o obxecto próprio da filosofia, mas apenas o seu obxecto derivado. A filosofia abandona todo o “humanismo” para se tornar “sobre-humana”: é agora contemplaçón do divino, e a sua funçón torna-se, ao mesmo tempo, mais terapêutica que educativa. O filósofo xá non é filho da cidade, mas sim o “asceta”, o “evadido”, aquele que nos axuda a procurar a salvaçón no que de transcendente possa haber na nossa alma: non a sensaçón (“aisthesis, de onde procede “estéctica” nem a imaxinaçón (phantasia), nem sequer a razón discursiva (diánoia), que, tal como a música ou o teatro, ainda se debe exercer no tempo, mas sim a intelixência (Noûs), que constitui unha captaçón imediata do eterno e incorpóreo.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO