É a este instinto theolóxico que faço a guerra: encontrei vestixios seus por toda a parte. Todo aquelle em cuxas veias corre sangue de theólogo acha-se, desde o princípio, nunha falsa posiçón em frente de todas as cousas, nunha posiçón que carece de dignidade. O “pathos” que delle emana chama-se “fé”: fechamos os olhos unha vez para sempre ante nós mesmos, para non soffermos por causa do aspecto de unha falsidade incurábel. Desta óptica defeituosa fazemos em nós mesmos unha moral, unha virtude, unha santidade, a boa consciência alia-se com a “falsa visón”; esíxe-se que nenhuma outra espécie de óptica possua valor, depois de termos tornado sacrosanta a nossa própria com os nomes de “Deus”, “salvaçón”, “eternidade.” Por onde quer que andei, desenterrei o instinto theolóxico; é a forma mais extensa, a verdadeiramente “subterranea” da falsidade. O que um theólogo tem por verdadeiro debe ser falso, é este quasi um critério de verdade. O seu mais baixo instinto de conservaçón é o que lhe prohibe pôr a realidade a claro, ou conceder-lhe a palabra num ponto qualquer. Onde quer que alcança a influencia theolóxica, están transtornadas as “avaliaçóns” ou necessariamente invertidos os conceitos “verdadeiro” e “falso”: “verdadeiro” é, aquí, aquilo que é mais pernicioso para a vida; o que a eleva, a realça, a affirma, a xustifica e a faz triumphar, chama-se “falso”… Se succede os theólogos extenderem, por meio da “consciência” dos príncipes (ou dos povos), os meios para o poder, non duvidemos do que existe no fundo desse facto: a vontade do fim, a vontade “nihilista” aspira ao poder…
A quinze quilómetros de Valença, nos campos verdes que bordeam o curso do Minho, está Vila Nova de Cerveira, a mais badalada vila que as augas do río regam. As xá famosas bienais deram à pequena vila unha notoriedade semelhante à da cigarra no tempo da ceifa: ninguém a chamaría pequena, mas, essa é a primeira impressón. A terra é muito dispersa, e maior do que apresenta ao primeiro olhar. O nome é, só por si, unha pequena história. Vila Nova, no sentido de povoaçón fundada de novo. O facto de o Minho, coraçón da terra, ter chamado a sí a funçón de fronteira obrigou à criaçón nas marxens de unha série de fortificaçóns: Melgaço, Monzón, Lapela, Valença, Caminha. Aquí o mato debia de ser denso, porque a caça era abundante: dos cervos veio cerveira. Fazer esta vila nova e chamar-lhe dos cervos talvez tivesse um toque de malicia. O humor passou á pedra, e a heráldica municipal conserva a recordaçón do chiste, com a representaçón de um cervo de cornadura farfalhuda na cartela que representa as armas nacionais com a esfera armilar e a cruz de Cristo. A pedra, com a data de 1598, está hoxe incrustada na parede da antiga casa da Câmara. O responsábel polo topónimo é o rei D. Dinis, grande caçador de cervos. Mandou construir o castelo e deu foral à pequena póvoa, concedendo terrenos para atrair xente àqueles breixos ínvios: couto para sete foraxidos, feira franca em San Paio e, principalmente, isençón de impostos, sobre tudo o que se importasse ou exportasse da Galiza. Um porto franco sobre o rio, portanto. Como era o castelo, podemos sabê-lo polos minuciosos desenhos do libro de Duarte das Armas: unha alta muralha com sete cubelos e unha torre de menaxe. Exteriormente corria um outro anel de muro, com os salientes que acompanham a muralha principal. O desenho muito minucioso, mostra o rio Minho até à foz de Caminha, com caravelas que sobem e descem o rio. Dentro dos muros vê-se a aglomeraçón do casario, mas o desenhador mostra xá um populoso bairro a nascer fora do núcleo afortalezado, do lado sul. Era o arrabalde. Tudo isso foi destruído. Unha carta de lei de 1875, autorizou a Câmara Municipal a demolir as muralhas do lado sul, para que a vila se pudesse expandir; o presidente do Ministério era Fontes, o ministro do Reino era António Rodrigues Sampaio. Essas situaçóns forom muito frequentes; tudo o que lembrava a Idade Média aparecia aos românticos como odioso e destructíbel. O apeamento da muralha tem consequências no desenvolvimento do povoado. A vila esbarrondou-se, como um corpo flácido a quem tiram a forma. Espalhou-se à toa, ocupando sem plano o espaço entre o rio e a estrada real. O próprio castelo foi em grande parte desmanchado. Os outros valores locais som modestos: unha igrexa matriz reconstruída no século XVIII, Igrexa da Misericórdia também setecentista e unha outra capela, da invocaçón de San Roque, também muito restaurada por essa época. O castelo era, há alguns anos, um bairro velho entre muros arruinados e descabeçados das torres antigas. Desde 1958, que a Câmara local tinha a pretenssón de fazer daqueles pardieiros unha pousada turística. O proxecto tomou consistência em 1971 e o plano trazia unha novidade: aproveitar os edifícios xá existentes e revitalizar a antiga cidadela, criando assim unha vila-pousada. Aproveitou-se tudo o que podia recriar um ambiente histórico, sem inibiçóns de fidelidade arqueolóxica. O edifício central, onde funciona a casa de xantar, é abertamente de agora, e os autores do proxecto conseguiram demonstrar que o hoxe e o onte non se repelem quando houber talento para os conxugar.