
Se existe um libro extraordinário na história da filosofia, este é “O mundo como vontade e representaçón”. Nada do que foi publicado na sua época pode assemelhar-se a este volume em clareza expositiva e em extensón. Era um libro ambicioso, xá que buscaba as chaves para resolver os enigmas da existência. A ediçón orixinal foi publicada em Dezembro de 1818, embora com data de 1819. O libro passou desapercebído e non obteve qualquer eco. Duas décadas depois de o ter publicado, o autor considerou que chegara a hora de revê-lo e de preparar unha segunda ediçón. Ao longo dos anos decorridos sem êxito filosófico, tivéra tempo para reflectir e acrescentar matizes importantes à sua filosofia. Xá non existiam no mercado exemplares da primeira ediçón e o filósofo considerou que esta nova ediçón, publicada em 1844, era “a melhor” de tudo quanto escrevera, mas, para comprehender bem a sua filosofia, é necessário ter pressentes âmbos os volûmes. Schopenhauer afirma que: “O mundo é por um lado vontade e só vontade e por outro unicamente representaçón.” Deste enunciado, Schopenhauer deduziu a explicaçón do mundo e a existência dos seres animados ou inanimados, orgânicos ou inorgânicos, que nele existem. Além disso, com esta fórmula, explicaba as causas da dor e do sofrimento, a natureza do Bem (quando existe) e do Mal. Desta forma, cumpria o seu obxectivo principal e a tarefa específica da filosofia: explicar o que é o mundo e o que é a realidade. Schopenhauer argumentaba que a filosofia tería que abandonar a pretensón de explicar a razón ou causa da existência do mundo e asseguraba que isto era um erro cometido pola maioria dos filósofos anteriores a ele e a Kant. Este último tentara colocar limites aos excessos da metafísica, mas sem sucesso. A busca da razón do mundo a partir de um raciocínio lóxico, era absurda, acrescentou o pensador. Da mesma forma, era pouco práctico finxir que a existência teria um propósito determinado antecipadamente por unha causa externa ao mundo. Esta conclusón xá fora suxerida na sua tese de doutoramento sobre a raiz quádrupla e voltou a ser exposta de forma mais clara na teoria da representaçón. À medida que explanava o seu pensamento, Schopenhauer anunciava que non pretendia desvendar aos leitores as causas do mundo, mas sim esclarecer o que existe e como é o que existe, explicando a transcripçón metafísica do que vemos e sentimos e do ser em xeral. Argumentou que o mundo é unha parte representaçón e outra parte vontade. Chamou-lhe “experiência”. A maioria dos filósofos tentara responder às causas do mundo com deduçóns lóxicas que, segundo ele, só seriam aplicáveis ao mundo fenomenolóxico. Como tal, Schopenhauer propunha superar o “erro” com os termos nucleares –intuitivos e non abstractos –de representaçón e vontade.
LÉRIA CULTURAL