
O seu proxecto de elaborar unha história da sexualidade, non virá a acontecer. Contrariamente ao previsto, o segundo e terceiro volumes (“O Uso dos Prazeres” e “O Cuidado de Si) serán publicados em conxunto sete anos mais tarde, em 1984. Receberá os exemplares do terceiro volume no hospital, dez dias antes da sua morte. A recepçón de “A Vontade de Saber” foi, unha vez mais, polémica: enquanto os grupos feministas ou gay a aclamarom com complicidade, foi obxecto de ataques furiosos por parte dos círculos psicoanalíticos. Por sua vez, Foucault sentiu-se decepcionado por non ter sido dada atençón suficiente à sua chamada de atençón sobre a biopolítica, noçón que ele considerava cada vez mais fundamental. Lamentou que a polémica tivesse xirado quase sempre sobre questóns menores, secundárias. E o campo de interrogaçón que a noçón de biopolítica abria, prometia ser muito extenso, mas ao mesmo tempo fácil de desenhar nas suas linhas mestras. Além do mais, permitia-lhe reformular de um modo muito mais operacional boa parte tanto do seu entrelaçado conceptual anterior como dos resultados obtidos. Daqui para a frente, Foucault dedicar-se-á exclusivamente a esse assunto, esquecendo a prometida “História da Sexualidade”, polo menos aparentemente. Enfrentará a biopolítica a partir dos dous pontos limite do seu arco, como se ao avançar dos dous extremos tentasse abarcar o arco inteiro. Por um lado, questionará a biopolítica como o xogo das forças que comandam a “existência da espécie”, a biopolítica da populaçón. E, no extremo oposto, questionará as que promovem o surximento da consciência de si como “corpo dotado de sexualidade”, o que a dada altura, chamou as “tecnoloxias do Eu”. Foucault dedicará mais tarde os seus cursos no Collège de France ao avanço de trechos neste percurso.
MIGUEL MOREY