
A capital do Império Romano de Oriente. A cidade que saca peixes prateados de águas suxas, é o escenário perfeito para o mistério. O viaxeiro, acáso baixou do Oriente Expréss proveniente de París, tomou um galón de cebada e uns pastéis no Hotel Pera Palace. Depois, deitar a vista e o espírito a passear sobre os fieis, que entram ou deixam a Mezquita Azul, para a oraçón das doze horas. O qual, só por si mesmo, resulta um prazer deslumbrante. ¿Quais seram as claves da sua seduçón, hoxe em dia? Penso, que as mesmas de sempre, unha das grandes encruzilhadas do mundo! Terra de pagáns, mouros e cristáns! Unha imponente história nos contempla, o centro do mundo, todos xuntos dérom a ésta cidade um carácter peculiar. A contundência arquitectónica, de mezquitas, palácios, mar e pedra, formam unha amâlgama única. É, verdadeiramente, um xigantesco mercado de almas, a alma das cousas, a alma das xentes, e também as almas vaciádas. Às suas costas, mil anos como capital do Império Bizantino, mais outros quinhentos anos como centro do Império Otomano. Muitos a quixérom para si! Desde Bizas o Mégaro, Constântino o Grande, Justiniano, Mehmet o Conquistador, Solimán o Magnífico e o que mais alto ressôa na actualidade, Mustafá Kemal Atatürk, o home que sacou o país da Idade Média, fai tán só setenta anos. Os Árabes tratarom de conquistála mais de trinta vezes. Os Venecianos também a atacarom em sete vezes. E, por último os Russos em nove vezes. Hattís, Hititas, Frígios, Hurritas, gregos, persas, godos, romanos, françêses, venecianos, osmanties e jenízaros, aquí deixárom fortuna e vida por conquistála. A implacábel peste da modernidade, mudou o aspecto de muitos dos bairros, e o pintoresco que caracterizaba Istâmbul, derruba-se irremediábelmente sem apelaçón. A homoxeinizaçón que acarrea o progresso, acaba com o fértil caos do xénio mediterrâneo, ao mesmo tempo que os veus integristas ocultam o rostro das fermosas, para escárnio do pai de todos os turcos.

Para descansar do axetreo infernal do mundo turístico, non há nada melhor que um banho turco (com tratamento de Sultán), algúns com mais de trescentos anos de antiguidade, resulta unha experiência única, por exemplo o “Hammam de Cagaloglu”, que permanece intácto desde os tempos octomános. Xá bem purificado de corpo e alma, é hora de visitar “Haghia Sophía” , que non tem nada que ver com santas, a confusón vem dos tempos de Constântino, que a dedicou á Sabeduria Divina, sendo o seu interior um dos espectáculos mais sobrecolhedores que se poidam contemplar. Agora, estámos preparádos para aguantar, mais de dez milhóns de habitantes, milhóns de autos, camións, barcos, cargueiros, ferrys, pesqueiros, cruzeiros. Que surcam esta esquina formada polo mar de Mármara o estreito do Bôsforo e o Corno de Ouro.

A ponte Gálata, une as duas partes europeias da cidade, os bairros de Gálata e Pera, separados polo “Corno de Ouro”. O “Grande Bazar” é o principal centro comercial do planeta, há mais de quatro mil postos e mais de dous mil artesáns. Um vendedor nunca perde a calma e os trucos para o regateo som infinitos. Istâmbul é unha cidade cheia de xente nova e de turistas, dous elementos que dán forzosamente lugar a unha animadíssima vida nocturna, tertúlias em cafés, noites de verán perto do mar do Bósforo, fermosas dançarinas, mas, sobre todas as cousas, as mulheres russas, flautistas e violinistas, polas quais mouros e cristáns, perdem fortuna e vida.

LÉRIA CULTURAL