![](https://guilladenses.com/wp-content/uploads/2024/06/img_4020a.jpg?w=576)
Há mais profunda diferência entre a vida social e os aspectos urbanos de París e de Londres, que entre Lima e Teherán. Parece incríbel que baste unha hora e meia de navegaçón, o espaço que um home atravéssa a nado, para operar unha transformaçón tán completa. Sair dunha rua de París para entrar dez horas depois nunha de Londres, observar o aspecto, a fisionomia moral do Támesis, depois de ter passado um par de horas contemplando o movimento do Sena, dá a sensaçón de haber-se transportado no hipógrifo de Ariosto à rexión das antípodas. Nunca me fatigou a “flânerie” nas ruas de Londres; non há libro mais eloquente e instructivo sobre a organizaçón política e social do pobo inglês. Non intento fazer unha descripçón do que nelas ví, sentín, porque as páxinas sucédem-se à medida que as lembrânças se agolpan, e tenho xá présa por deixar a Europa e afundár-me nas rexións lonxánas dos trópicos. Mas, ainda tenho pressente aquel rápido recorrido polo British Museum, em que empregámos três ou quatro horas acompanhado por Emilio Mitre, cuxa ilustraçón excepcional e elevada intelixência, fán del um amigo admirábel para viáxes. ¡Que luta aquela, de um contra outro, mas quase sempre de âmbos contra nós mesmos! Metídos dentro de Ninive e Babilónia, o tempo corria insenssíbel, mentras o Exípto, a dous passos, nos olhava gravemente com os grandes olhos das suas esfínxes de pedra, ou nos parecía ouvir relinchar os cabalos do Parthenon dentro dos mármores de lord Elguin… ¡Que impressón causan, non xá a inscrípçón grandiosa que conserva em pomposo estilo, a memória dos gloriosos feitos de um Rhamsés ou de um Sennachérib, senón esses simples tixolos roxízos, onde, agora quince ou vinte mil anos, um assírio humilde consignou em carácteres cuneiformes as cláusulas de um abscuro contracto de venda, ou a escritura de unha hipoteca! Os detalhes da vida humana naqueles tempos em que os homes tinham até unha configuraçón de crâneo diferênte da nossa, e polo tanto, moviam o seu espírito dentro de diversas atmôsferas, chamam-nos mais à atençón as narraçóns do dilúvio, que os sábios desenterrarón dos velhos muros de Ninive com gritos de entusiasmo. Logo, a Grécia inimitábel, e nela o inimitábel Fidias. Abaixo, os soberanos pedáços do Parthenon; arriba, as aéreas figurinhas de terracotta, encontradas em Tanagra. Non tenhem mais que dez ou doze centímetros de altura; mas ¡que perfeiçón, que delicadeza exquisita! ¡Como, baixo aqueles velos que as cobrem, como mantos de vestal, se vê, sente-se o movimento harmónico do corpo! Unhas encolhidas, outras caminhando… (…) ¡E todo este museo portentoso, centro, núcleo, panorama, da memória humana, durante o tempo e o espaço! Non há unha fonte de sentimento mais pura, mais alta que a comtemplaçón destas riquezas artísticas e científicas; penetra dentro da alma, é certo, um fundo desconsolo, quando a deficiência da preparaçón intelectual, fai que um mármore sexa mudo para nós; mas, sem dúvida algunha, os horizontes da intelixência ensancham-se a cada visita a um mundo semelhante.
MIGUEL CANÉ