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Los “Castigos e documentos”. A prosa didáctico-novelesca, que vemos tán estreitamente ligada aos começos da prosa castelán, segue cultivando-se nos últimos decénios do século XIII: déla é mostra importânte o libro conhecido baixo o título de “Castigos e documentos para bien vivir, que don Sancho IV de Castilla dio a su fijo”. A obra chegou-nos em quatro manuscriptos, aparte algúns fragmentos bastânte extensos. Ningum deles conserva a portada com o título, mas prevaleceu o de “Castigos e documentos”, dado por J. Rodríguez de Castro na sua “Biblioteca Española”, publicada em 1786. A versón orixinal constaba de cinquenta capítulos, mas um dos manuscriptos, o denominado “A” (Biblioteca Nacional de Madrid), foi interpolado depois de meiádos do século XIV com a versón e glosa do “Regimiento de príncipes” de Egidio Romano e com outros materiais de diferênte assunto e orixem; com isto, o número de capítulos eleva-se a noventa. Este foi o único texto publicado (por Pascual de Gayangos, no volûme once da “Biblioteca de Autores Españoles) até à ediçón de Agapito Rey. que nos sirve de guía. A paternidade da obra assim como a data da sua composiçón forom obxecto de discussóns erudictas. Repetidas alusóns, esparcídas polo texto, atribuiem o libro inequívocamente ao próprio monarca Sancho IV. O historiador Zurita y Nicolás Antonio apontarom, com tudo, algunhas dúvidas; Amador de los Ríos aceitou, em câmbio, a don Sancho como autor pessoal da obra; mas Gayangos, no prólogo da sua ediçón, néga-o, basándo-se para isso nalgunhas inexatictúdes cronolóxicas e sobre tudo no carácter do próprio rei, cuxa cultura e condiçóns non parecem avenirse com o conteúdo dos “Castigos”. Em 1906 publicou Paul Groussac um artígo no qual nega decididamente a paternidade do rei “Bravo”, apoiando-se também principalmente na natureza e educaçón do rei, e nega ademais a data de composiçón, que traslada a meiádos do século XIV, basándose em certas alusóns dos “Castigos” a obras e sucesos do referído século. Foulché-Delbosc, noutro artígo do mesmo ano, apoia também as deduçóns de Groussac. Agapito Rey, depois do examém dos quatro manuscríptos existentes, desautorizou a argumentaçón de Groussac, montada somênte sobre a ediçón de Gayangos, que contenhem as interpolaçóns que comentámos, e nas quais se encontram precisamente todos os anacronismos assinaládos polo crítico françês. Agapito Rey, servíndo-se básicamente do manuscrípto do “El Escorial” (o chamado “E”), que non contem interpolaçóns, aceitada a plena paternidade de Sancho IV, ainda que non é necessário, naturalmente, admitir que se trate de unha obra escríta de punho e letra do monarca, sem a axuda nem intervençón alheia; no prólogo afirma don Sancho de sí mesmo: “com a axuda de científicos sábios ordenei fazer este libro para o meu filho”. O procedimento non difére do seguído polo “Rey Sabio” em outras obras que se lhe atribuiem. A principal axuda, ou até mesmo a autor directo, puido ser algum dos capeláns reais, talvez incluso algum dos antigos colaboradores de Alfonso X; segundo temos visto nos recentes estudos de Diego Catalán, a actividade científica em equipo da côrte de Alfonso el Sabio, foi interrumpída durante o reinado do seu filho, mas nada impéde, admitir que certos membros seguiram na côrte e puidéram axudar este trabalho particular. De feito, permanecerom nela muitas personáxes do reinado anterior, e a estreita dependência que guardam os “Castigos” com as obras alfonsinas é argumento de muito peso.
J. L. ALBORG