
Unha pergunta muito lexítima e pertinente neste ponto seria de onde podería vir o conhecimento a non ser dos sentidos. Qualquer pessoa sensata toma como verdade aquilo que experimenta e a partir daí passa a examiná-lo e a conhecê-lo, com maior ou menor gráu de formalizaçón e abstraçón: desde um cientista ou filósofo até alguém que sabe usar intuitivamente um aparelho sem conhecer a sua estructura e o seu funcionamento internos (por exemplo, sabe usar um computador ou ler um libro sem saber practicamente nada de informática ou de técnicas de impressón). Entón, se colocássemos a pergunta acerca da orixem do conhecimento, quase toda a xente responderia que se encontra nos dactos sensoriais, claro. As pessoas de índole espiritualista responderiam que viria através das vias extrassensoriais, mas a estas non se lhes costuma dar muita credibilidade fora dos seus círculos. Assim, à excepçón destas, todas as restantes, unhas mais do que outras, som bastânte empiristas. Contudo, durante um importânte episódio da filosofia europeia, as cousas non se entenderam assim. Hoube unha corrente principal do pensamento que desconfiou dos dactos dos sentidos, e defendeu que non se podía construir um conhecimento verdadeiro a partir da informaçón sensorial. Do mesmo modo que a visón nos engana quando introduzimos um ramo na água de um tanque e xulgamos ver que está torcido e malformado, os outros sentidos som igualmente falíbeis e enganosos. O que se passaria a chamar linha racionalista da filosofia, cuxas três estrelas som Descartes, Leibniz e Espinosa, mas que contava com precedentes ilustres como Platón ou Parménides, receou que os sentidos fossem merecedores de unha confiança completa ou até mesmo parcial num âmbito de filosofia séria e rigorosa. Como muitas noçóns se entendem melhor quando em contraste (o dia com a noite, a saúde com a doença, etc…), para entender em que consiste o empirismo vale a pena ficar com unha ideia do que foi o racionalismo. Avancemos, para sermos exactos, que as duas linhas filosóficas non som completamente contrárias nem antagónicas entre si, e se tivéssemos de as representar xeometricamente como círculos partilhariam um espaço de intersecçón nada desprezíbel. Mas o que é realmente contrário e oposto entre ambas as linhas é o fundamento, o ponto que ambas consideram como início de toda a sua construçón posterior. E se entender as linhas básicas do racionalismo axuda muito a entender as do empirismo, recordar as ideias principais de Descartes, o criador do primeiro. permitir-nos-á comprehender a novidade radical das concepçóns de Locke, que pôs o segundo em funcionamento.
SERGI AGUILAR