
O preceito que intuitivamente parece mais próximo de recompensar o merecimento é o de distribuir de acordo com o esforço ou, talvez, melhor, com o esforço consciente. Porém, mais unha vez, parece evidente que o esforço que unha pessoa está disposta a fazer é influenciado polas suas capacidades e habilidades naturais e polas alternativas de que dispón. O esforço depende da cultura do esforço em que unha pessoa se situa socialmente, da facilidade com que acredita que as capacidades lhe permitiram concretizar a tarefa, da possibilidade real de escolher entre diferentes opçóns, etc… Ou sexa, nem sequer a decissón de se esforçar é completamente própria, pois continua a ser unha circunstância non escolhida. Mas, entón, o que é que merecemos realmente? A pergunta que Rawls coloca é ainda mais concreta: o que é que merecemos, de um ponto de vista moral, quando nos recompensam polo nosso trabalho? E a resposta é a seguinte: merecemos que se confirmem as expectativas que unha sociedade xusta nos permite ter. Os princípios de xustiça definem o que merecemos, e non o contrário. O talento e o esforço non tenhem um valor moral intrínseco que xustifique um determinado modelo de retribuiçón económica, e muito menos de xustiça distribuitiva. Temos direito a obter lucros apenas se com isso melhorarmos a situaçón dos que están pior (estas som as expectativas que unha sociedade xusta nos permite ter), mas non por existir um direito moral segundo o qual os mais intelixentes ou os que se esforçam mais devam, por isso, ganhar mais dinheiro do que os outros.
ÁNGEL PUYOL