
As seitas heterodoxas que baixo o nome de “agapetas” e “priscilianistas” se extenderom pola Hispânia romana eram os últimos aneis da “grande serpente gnóstica”, que desde o primeiro século cristán, vinha enredándose ao robustro tronco da fé, procurando afogálo com os seus pérfidos lazos. E o “gnosticismo”, non é herexía particular ou ailhada, senón mais bem um conxunto ou “pandemonium” de especulaçóns teosóficas, que concordam em certos princípios e se enlazam com dogmas anteriores à predicaçón do cristianismo. Convêm investigar primeiro as doutrinas comuns e logo dar unha ideia das particulares de cada escola, sobre tudo das que de algunha maneira inspirarom a Prisciliano. Todos estes heresíarcas respondíam ao dictado xeral, e para eles honorífico, de “gnósticos”. Aspirabam à ciência “perfeita”, à “gnosis”, e tinham por rudes e ignorantes aos demais cristáns. Chamam-se “gnósticos”, afirma San Juan Crisóstomo, “porque pretendem saber mais que os outros”. Esta portentosa sabiduría non estaba fundamentada no racionalismo nem em ningunha metódica labor intelectual. Os gnósticos non discutem, afirmam sempre, e a sua ciência esotérica ou vedada aos profanos, receberom-na ou da tradiçón apostólica ou de influxos e comunicaçóns sobrenaturais. Chamados “gnósticos” ou “pneumáticos”, apartam-se sempre dos “psyquicos”, suxeitos todavía às trébas do erro e aos estímulos da carne. O gnóstico possee a sabedoría reservada aos iniciados. ¿Era nova a pretensón a esta ciência misteriosa? De ningunha maneira: os sacerdotes orientais, brahmáns, magos e caldeios, exípcios, etc…, tinham sempre, como depósito sagrado, unha doutrina non revelada ao vulgo. Na Grécia, estabam os mistérios eleusinos, no que cabe à relixión, e na filosofía as iniciaçóns pitagóricas e a separaçón e deslinde que todo mêstre, até Platón, até Aristóteles, facía dos seus escriptos em “exotéricos” e “esotéricos” (externos e internos). Indicam em menor gráu a mesma tendência, nascida unhas vezes do orgulho humano, que quere dar mais valor à doutrina, baixo a escuridade e o simbolismo. E, em outras ocasións, do temor ou do desexo de non ferir de frente as crênças oficiais e o rexíme do Estado. O que no Oriente foi orgulho de casta e interesse político, e na Grécia procedeu de algunha das causas ditas, ou talvés dunha intençón “estéctica” de dar maior valor ao ensino, banhando-o nessa penûmbra de mistério.
MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO