
A crítica, a comparaçón da realidade com o ideal, exporá as ilusórias autocompreensóns liberais pola mán de Hegel e de Marx. A esfera pública burguesa revela-se ideolóxica: “unha série de ficçóns, em que se articula a autocompreensón da consciência burguesa como opinión pública, penetra no sistema kantiano (…)”. O interesse comum revela-se como parcial, como unha mentira manipuladora. A aparência harmoniosa é enganadora, o conflicto social irrompe e acusa de hipócrita a boa consciência burguesa. O proprietário privado, o burguês, fica exposto ao cair a fachada do interesse xeral. Denuncia-se unha usurpaçón do universal. A intensa contradiçón que fractura a sociedade burguesa torna-se patente com o seu carácter divisivo e conflictuoso. No início, Hegel assinala o carácter da esfera pública como “meio de formaçón” mediante o qual se pode integrar o suxeito individual na obxectividade estatal. O bem do Estado situa-se acima do indivíduo. Porque como se pode constituir unha autoridade política racional com base nunha “sociedade anárquica e antagónica” como a capitalista? A obsessón hegeliana pola integraçón estatal deixará sem efeito a potência crítica da esfera pública. A ficçón da harmonia conseguida por aqueles que optam polo desdobramento entre o burguês e o cidadán é desafiada; a sociedade revela-se como o campo de batalha da concorrência económica. As suas tendências som desagregadoras e a razón de Estado propón-se como remédio, como encarnaçón do “interesse xeral”. Marx denuncia a opinión pública como falsa consciência: “máscara do interesse de classe burguês”. Ironiza sobre a “independência ideal” de unha opinión pública composta por proprietários privados, por capitalistas. A crítica marxista da economia política dinamita a ideia fictícia da esfera pública politicamente activa e denuncia o “autoengano” interesseiro. Troça da “autonomia” dos proprietários burgueses e destrói as ficçóns burguesas, xulgando-as polos seus próprios padróns: a práctica da exploraçón aniquila a igualdade de oportunidades e, portanto, elimina a ideia de que o acesso à publicidade (propriedade e instrucçón) sexa unha questón de sorte e resoluçón. A equiparaçón do home ao proprietário é posta em causa. Aniquila-se a identificaçón de opinión pública e razón. As relaçóns de domínio entre classes ficaram ao descoberto. Marx vai além da constataçón hegeliana do carácter anárquico da “sociedade civil” e localiza a contradiçón do sistema: a apropriaçón privada dos lucros através da exploraçón económica. Como solucçón propón concretizar-se unha sociedade igualitária através da socializaçón dos meios de produçón. O socialismo pode redefinir a esfera pública e o modelo de autonomia. Criaria a possibilidade de unha convivência informal e íntima entre os seres humanos e faria com que recuperassem o “próprio”: aquilo que lhes foi alienado polo capital, a autorrealizaçón através do trabalho. Habermas aceita o diagnóstico marxista, embora inicie um axuste de contas com o marxismo a partir do contexto histórico das crises do capitalismo tardio.
MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO