
Por unha “reválida” de quarto ano oferecía-me nove mil pesetas; por unha de sexto, doze mil. As asignaturas soltas, segundo as dificuldades, andabam entre dous mil e quatro mil. Aceitei tudo sem protestar, tudo com entusiasmo, como se de golpe a prosperidade tivéra vindo ao meu encontro por unha cabriola do destino. Aquilo podía ser um dinheiral. Eu, non me parei a pensar, se me importaba, os benefícios que aquel esqueleto conseguía . Durante os meses de Maio, Xunho e Xulho fun, sucessivamente, os seguintes indivíduos: primeiro, Jordi Casademunt, ao qual lhe aprobei tudo o que lhe quedaba de quarto e a “reválida”; depois, Manuel Pérez Monzó, ao que se lhe tinham atragantado latím e grego de 5.º; e, por último, Joan Casamajor, a quem resolvím a “reválida” de sexto. Ou sexa, que em apenas cinco meses mudei três vezes de personalidade com lixeiríssimos câmbios de caracterizaçón: unhas vezes com óculos e outras sem eles, em ocasións penteado com raia e, outras com o cabelo rapádo quase a cero. E non me convertím em Nieves Villalba Sabater de puto milágre. A avarícia, ou a necessidade, de Don Antonio non lhe permitía pôr-se limítes. Mas quando o falsificador se meteu no sarilho de substituir a fotografia do libro de estudos, caíu na conta do despropósito e deu marcha atrás. Póida que o examinador non comprobára o libro; mas podía acontecer que sim, era o mais normal. E, a ver quém tragaba que eu, com aquela cara de réprobo e mal barbeáda, me chamaba Nieves. -“Som um professional e non vou xogar-me o tipo por ninguém. Uns canalhas desvergonzados, é o que sois vossas excelências”. Nieves Villalba, tívo que cargar com os “suspensos”, porque o negócio de Don Antonio estaba a meio desarrolhar e ainda non contaba com mulheres tán sabídas em latines. Nem tán pícaras. Nem tanto de fiar, como eu. Total que, entre unhas cousas e outras, afanei um dinheiro que me daba muita seguridade para andar polo mundo. E descubrím que tinha boa manha para dilapidar o que com tanta facilidade ganhaba. Durante um tempo acabárom-se as fámes. Em Septembro dediquei-me a outra “reválida” que apareceu, para um protésico dental, ou sexa mecânico da boca, que necessitaba de um dentista titulado como aval da sua clínica. O aluguer do título custába-lhe um olho da cara. Essa “reválida” saquei-lha com unha nota de dezoito e meio e o home, Arsenio Puig Conde, entusiasmou-se tanto com o seu novo historial académico que quixo conhecer-me. Don Antonio, o zacâna, esteve demorando o encontro mentras púido, até que, ao fím, non tívo mais remédio que ceder. Do encontro com Arsenio Puig, saltou unha cousa: o conhecimento de que o excomulgado quedaba, polas suas labores de tercería, com mais do dobro do que me daba. De certo modo, carecía de razón para pôr-me como me puxem, pois Don Antonio cumpríra com as tarifas pactádas. Mas unha cobíça malvada, que nunca tivéra suspeitádo em mím, encendéu-me o ánimo tanto que por pouco desconxunto o taimado esqueleto. Arsenio Puig tinha-lhe pagado pola “reválida” vinticinco mil pesetas. E, os meus honorários, deshonrosos se queremos, mas honorários pactádos ao fím e ao cabo, eram saldados com seis mil pesetas.
JAVIER VILLÁN E DAVID OURO