GALLEIRA (33)

Non lhe faltam tampouco as suas lendas, especialmente as que apresentam concavidades, que simulam um asento ou cadeira. Nos séculos médios existia em Finisterre, na mesma pedra em que, segundo o viaxeiro alemán xá citado, se viam impressas as marcas do Apóstolo, unha espécie de cadeira na qual estabam sentados San Xoán, San Pedro e Santiago, tendo “diante e aos lados o bravo mar” que os circundaba por três partes. Nas confusas palabras deste escritor, bem se transparenta um antigo e desconhecido uso sagrado da dita pedra, perpectuando-se nela unha curiossíssima tradiçón tocante ao mito do Sol, que naqueles mares, se oculta e morre nas turbulentas ondas do cabo. “Dous dias antes de chegar à referida pedra por mar, os marchantes e peregrinos impelidos polo vento e as correntes, ván à estrelar-se contra a rocha. Ningúm deles volta a ver a sua pátria. Aquí pois, acaba a áuga e a terra.” É dizer, aquí acaba o mundo, aquí começam as eternas sombras do Erebo! De igual importância que a de Finisterre é a titulada “A seda d’os reis”, que se atopa nos montes de Manín (Ourense), non só por se sentarem nela os reis de Espanha e Portugal e cada um no seu território, senón porque é de suspeitar que repousa esta tradiçón noutra mais lonxána, fonte e orixem talvés doutra non menos notábel que refére o P. Castro e toca o fabuloso Gatelo, de quem escrebe o nosso douto franciscano, que habendo arribado à Corunha e fundado um reino, “para fazer-se mais temido e mais respeitado o seu solio, fixo-o de unha pedra de extranha corpulência. Decia que aquela pedra estaba fadada polos deuses, que de ela dependia a conservaçón da sua coroa e de quantos desexásem igual fortuna”.

MANUEL MURGUÍA

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