
Além de se consagrar como professor, em Paris entrega-se à árdua elaboraçón do seu segundo libro, o assombroso “Matéria e Memória” (1896), subentitulado “Ensaio sobre a Relaçón do Corpo com o Espírito”. Nele, e valendo-se de abundante material científico, Bergson reivindica o dualismo corpo-espírito contra os psicofisiólogos que pretendem reduzir a consciência a unha mera traduçón de estados cerebrais, hipôtese na qual detecta unha série de erros argumentativos e lacunas experimentais. No entanto, ao mesmo tempo, tenta superar o dito dualismo através de unha orixinalíssima (e difícil) teoria metafísica da interaçón que o aproxima de um novo monismo gradualista em que o corpo é concebido como a “ponta afiada” do espírito. O libro é surpreendentemente bem acolhido entre a comunidade científica, que eloxia a sua extensa documentaçón e a crítica do materialismo mais doutrinário, mas deixa de lado o aspecto propriamente filosófico, que será pouco lido e mal compreendido durante décadas. A fama de Bergson aumenta e a sua ascensón profissional continua imparábel. Após um breve regresso à École Normale, dessa feita do outro lado do púlpito, e depois de ter sido rexeitado em duas ocasións pola Sorbone (os seus dous únicos “fiascos” profissionais), em 1900 é escolhido para o Collège de France, a instituiçón educativa mais conceituada do país. Embora inicialmente ocupe a cátedra de filosofia antiga, em poucos anos trocá-la-á, a seu pedido, pola de filosofia moderna. Théodule Ribot, um dos fundadores da psicoloxia experimental, oficia como membro do xúri e entrega-se a um efusivo elóxio no qual anuncia que Bergson, substituirá a tradicional e esgotada “História dos sistemas” por unha mais rigorosa “História dos problemas”.
ANTONIO DOPAZO GALLEGO