DAVID HUME (DIÁLOGOS SOBRE A RELIXIÓN NATURAL)

O “argumento do desígnio” é, tal como o “argumento cosmolóxico”. um argumento baseado no mundo físico. Mas, ao contrário do “argumento cosmolóxico”, non procura inferir a existência de Deus da existência do mundo e da supósta necessidade de este, como tudo o mais, ter unha causa. Procura antes provar a existência de Deus a partir da ordem e do desígnio que o mundo revela. Além disso, o argumento do desígnio é um argumento a posteriori, isto é, um argumento cuxas premissas som estabelecidas com base na experiência. Por este motivo, pode apenas aspirar a mostrar que a existência de Deus tem um gráu elevado de probabilidade. É costume distinguir duas versóns do argumento do desígnio. consoante o argumento ponha ênfase na ordem do mundo ou na adequaçón dos obxectos aos fins. Á primeira versón do argumento chama-se “nomolóxica”, da palabra grega “nomos”, que significa norma ou lei; à segunda chama-se “teleolóxica”, da palabra grega “telos”, que significa fim ou propósito. Assim, o argumento do desígnio pode ser unha tentativa de probar a existência de Deus a partir da ordem do mundo, caso em que estaremos perante a versón nomolóxica do argumento, ou a partir da existência de um propósito ou fim, sexa no mundo como um todo, sexa nunha clásse de seres do mundo, como os organismos vivos, caso em que se faz apelo à versón teleolóxica do argumento( ). Hume oscila, por vezes, entre unha e outra versón, mas, na maior parte dos casos, non faz qualquer distinçón emtre ambas e é até frequente as duas versóns surxirem xuntas. A apresentaçón que Cleantes faz do argumento na Parte II dos Diálogos é, xustamente famosa: “Olhai o mundo em redor. Contemplai-o no todo e em cada unha das suas partes. Verificareis que é apenas unha grande máquina, subdividida num número infinito de máquinas menores, que admitem novas subdivisóns num gráu que ultrapassa o que os sentidos e as faculdades humanas podem investigar e explicar. Todas estas diversas máquinas, e mesmo as suas partes mais pequenas, están axustadas unhas às outras com unha precisón que fascina todos aqueles que xá as contemplaram. Por toda a natureza, a extraordinária adaptaçón dos meios aos fins assemelha-se exactamente, embora as exceda em muito, às produçóns da invençón, desígnio, pensamento, sabedoria e intelixência humanas. Por consequência, unha vez que os efeitos som semelhantes, somos levados a inferir, por todas as regras da analoxía, que as causas também som semelhantes e que o Autor da natureza é um pouco similar à mente humana, embora dotado de faculdades muito mais vastas, proporcionais à grandeza da obra que executou. Por este argumento “a posteriori” e apenas por este argumento, provamos ao mesmo tempo a existência de unha Deidade e a sua semelhança com unha mente e unha intelixência humanas. (Diálogos, II, 28). Nesta passaxem, a partir da semelhança entre os artefactos, isto é, os obxectos produzidos polos seres humanos, e os obxectos naturais, Cleantes procura estabelecer a semelhança da causa do universo com os seres humanos.

ÁLVARO NUNES (JULHO 2005)

Deixar un comentario