Arquivos mensuais: Xaneiro 2021

ESCRITORES HISPÂNOS (JOAQUÍN ARDERÍUS FORTÚN)

Arderíus Fortún, Joaquín (Lorca, Murcia, 1890). Novelista e Xornalista. Começou a escreber com técnicas presurrealistas no seu libro de aforismos “Mis mendigos” (1915) e desarrolhou a moderna novelística anarquísta espanhola com “Así me fecundó Zaratustra” (1923); “Yo y tres mujeres” (1924), na qual combina o fetichismo femenino com os temores sexuais masculinos. “Ojo de brasa” (1925) combina um proceso de nihilísmo com um infanticídio gratuíto; “La duquesa de Nit” (1926) trata da decadência de unha família, provocada polas actitudes sexuais da duquesa; “Los príncipes iguales” e “El baño de la muerte” (ambas 1928); “Los amadores de Manqueses” y “Justo el Evangélico” (ambas 1929), esta última é unha paródia que se subtitúla “Novela de sarcasmo social y cristiano”, e “El comedor de la pensión venécia” (1930). Durante a República, o seu nihilismo deu passo a um interesse, algo sarcástico, polos problemas sociais. Em “Lumpemproletariado” (1931), um intelectual famínto e rebelde e unha mulher discutem sobre o dilema entre a pureza de consciência e a necessidade de buscar o imprescindíbel para o de cada dia. “Campesinos” (1931), obra cheia de vulgarismos, é unha exposiçón deliberadamente crua da vida da Espanha rural, na que o anarquismo de Arderíus, non poupa nem aos exploradores, nem aos explorados. “Crimen” (1933?) combina com acerto a novela policíaca e o panflecto socialista. A pesar de ser um escritor solitário, tivo influênça sobre outros escritores como José Díaz Fernández e Manuel D. Benavides.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (CLEMENTINA ARDERIU)

Arderiu, Clementina (Barcelona, 1889-1976). Poeta catalán. Em 1916 casou-se com Carles Riba. Nesse mesmo ano publicou o seu primeiro libro de poemas, “Cançons i elegies”, ao qual seguirom “L’alta Llibertat” (1920), “Cant i paraules” (1936), “Sempre i ara” (1946), “És a dir” (1960) e “L’esperança encara” (1968). A sua poesía – muito alonxada do classicísmo propugnado por Riba – é a expresón do seu mundo quotidiano (em xeral, o poema está motivado por algúm acontecimento familiar, unha lembrança, etc…) e presenta unha grande sinxelêza técnica e unha delicada musicalidade.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (ISMAEL ENRIQUE ARCINIEGAS)

Arciniegas, Ismael Henrique (Curití, 1865- 1938). Poeta colombiano, diplomático e xornalista. Foi editor do “El Nuevo Tiempo”. Poeta prolífico desde a sua xuventude (entre as suas primeiras obras citaremos: “Em Colonia” e o seu libro romântico “Inmortalidad”, no qual se apreça a influênça de Bécquer). Terminou seguindo a moda dos parnasianos em poemas como “Códice antiguo” e “La balada del regreso”. El mesmo fixo a selecçón para a sua “Antología poética” (Quito, 1932), que recolhe desde “Poesías” (1897) e “Cien poesías” (1911). Também traduciu a muitos poétas françêses, entre eles a Hugo, Lamartine e Herédia.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (GERMÁN ARCINIEGAS)

Arciniegas, Guzmán (Bogotá, 1900). Diplomático colombiano e home de letras. Foi professor de socioloxia em Colombia, duas vezes ministro de Educaçón e embaixador do seu país em França. As suas contribuiçóns mais importantes para a literatura som antoloxías e vários ensaios xerais sobre a literatura hispanoamericana. Foi professor invitado de várias universidades norteamericanas. Obras: “Jiménez de Quesada” (1939), “Los alemanes em la conquista de América” (1941), “Este pueblo de América” (1945), “Biografía del Caribe” (1945). Editou: “The green continent: a comprehensive view of Latin America by its leading writers” (Nueva York, 1947), “The state of Latin América” (1953), “El continente de siete colores” (1965) e “Genio y figura de Jorge Isaacs” (Buenos Aires, 1967).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MARGOT ARCE DE VÁZQUEZ)

Arce de Vázquez, Margot (Caguas, 1904). Crítica literária portorriquenha. Os seus melhores libros som: “Garcilaso de la Vega” (Madrid, 1930) e unha biografía crítica, “Gabriela Mistral: persona e poesía” (1958). Dedicou vários ensaios a poetas portorriquenhos como Tomás Blanco, Rubén del Rosario e Luis Palés Matos. Os seus ensaios sobre o seu país publicarom-se em “Impresiones” (1950). Foi unha das mais importantes colaboradoras da revista literária “Asomante” e também profesora da Universidade de Puerto Rico.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (AMBROSIO ARCE DE LOS REYES)

Arce de los Reyes, Ambrosio (Madrid, c. 1621-1661). Autor teatral e poeta. As suas comêdias, escritas num estilo similar ao de Lope de Vega, fixérom-se muito populares no seu tempo, especialmente “Cegar para ver mejor”, sobre a vida de santa Lúcia de Sicilia; “El hechizo de Sevilla”, sobre a escravidón e os resgates; “El Hércules de Hungría”, sobre as guerras húngaras contra os turcos, e “La mayor victoria de Constantino”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (A ARCÁDIA AGUSTINIANA)

Arcádia Agustiniana. Grupo literário de Salamanca, que tomou este nome a causa do sacerdote agustino fray Diego Tadeo González, que adoptou o nome de “Delio”. O grupo sucedeu imediatamente ao Parnaso Salmantino. Os seus membros mais destacados, desta tertúlia forom Iglesias de la Casa (“Arcadio”), Juan Meléndez Valdés (“Batilo”), Fernández de Rojas (“Liseno”) e Juan Pablo Forner (“Amintas”). Jovellanos (“Jovino”) que influía o grupo desde Sevilla. Como o seu nome vêm a suxerir, a Arcádia estimulaba a poesía pastoril, na qual se incluía as “letrillas” e as “odas” ademais das “églogas” anacreónticas.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (A ARCÁDIA)

Arcádia. Área montanhosa do Peloponeso central, que se considera tradicionalmente como a morada do deus Pan. Como nesta zona, non se encontrabam poboados nem cidades, pronto se relacionou a Arcádia com o ideal pastoril de paz e harmonía da natureza. A primeira vez que se documentou a frase “et in Arcádia ego” foi nunha lenda escrita nunha pintura de Guercino (1590-1666), na que uns pastores encontram unha caveira. As palabras, que estám relacionadas com ela, querem decir “eu (a morte) estou na Arcádia”. As xeraçóns posteriores malentenderom a lenda e foi traducida por “eu também vivim na Arcádia”, que implica a ideia que “no passado encontrei a paz”. No nosso país, o tema da Arcádia está relacionado com a tradiçón pastoril, que se mostra por exemplo, nas “Égloga de Plácida y Victoriano” de Juan del Encina e na poesía de Garcilaso de la Vega. Na tradiçón em prosa pode-se encontrar em, desde o “Menosprecio de corte y alabanza de aldea” (1539) de Guevara, até chegar aos ensaios com tema rural de Azorín. A paz do lugar secular, era unha variante natural para voltar ao divino: a obra catalán Espill de la vida religiosa (1515) foi traducida com o título de “Tratado llamado el deseoso” e por outro nome, “Espejo de religiosos” (Sevilha, 1530). “Arcádia, prosas e versos” é unha novela pastoril em prosa, na qual se xuntam algúns versos, foi escrita por Lope de Vega a instâncias de António, duque de Alba, sendo publicada em 1598. Foi o volûmem sexto das “Obras sueltas” de Lope, sendo reimpréssas dez vezes até 1620. Acreditába-se que narraba experiências realmente vividas polo duque de Alba e a sua côrte. Muitos destes libros – como “El pastor de Fílida” (1582) de Gálvez de Montalvo – som novelas em clave. A Arcádia de Lope debe o seu título à de Sannazaro 1504, traducida ao Castelán em 1549, mas pertence mais ao estílo de “Los siete libros de la Diana” (1559?) de Montemayor. “Los cinco libros de la Diana enamorada” (1564) de Gil Polo e “La Galatea” de Cervantes (1585) som outros exemplos do xénero pastoril.

OXFORD

O CONTEXTO ESTRUCTURALISTA

No seminário de Althusser, estaba assim em xogo um assunto muito importante. Assentavam-se as bases para separar a obra de Marx das filosofias da história, começando pola mais importante delas, a do próprio Hegel. É certo que a tradiçón marxista também distinguira Marx dessas filosofias, mas tinha-o feito com unha pretensón bastante patética: se Marx non era um filósofo, era por ser “algo mais” do que um filósofo, um cientista. A teoria da história de Marx tinha supostamente a peculiaridade de ser científica. Mas, no fundo, aceitava-se que a problemática era a mesma: unha ciência da história, unha teoria xeral do acontecer histórico. O seminário de Althusser mudou por completo esta situaçón, afastando Marx das filosofias da história e aproximando-o, por certo, daquilo a que na época se chamaba “estructuralismo”. O que era o estru cturalismo e o que significa a perspectiva estructuralista relactivamente à leitura de Marx? É difícil resumir aqui, em poucas páxinas, um tema tán complexo, mas vamos tentar proporcionar ao leitor algunhas ideias básicas. Foi Claude Lévi-Strauss, com a sua “Antropoloxia Estructural”, que, em 1958, deu o pontapé de saída do movimento estructuralista. Polo seu lado, explicaba que tinha tomado consciência de ser estructuralista ao travar amizade com o linguista Roman Jakobson e entrar assim em contacto com o universo da linguística herdeira de Ferdinand de Saussure. Antes de xulgar as implicaçóns filosóficas que deram orixem a todo o alvoroço “estructuralista” é preciso, de facto, entender claramente que o impulso orixinário proveio da pretensón de introduzir unha sensatez a que se pudesse chamar “científica” – ou mesmo “matemática” – no universo das ciências humanas ou, se se quiser, naquilo a que Althusser tinha chamado o “continente história” em contraposiçón ao domínio próprio das ciências naturais. E o facto do qual se partiu dificilmente pode ser posto em causa: só no terreno da linguística estructural, e em concreto da fonoloxia, as ciências humanas encontraram um caminho científico seguro. Pode explicitar-se facilmente o motivo; o obxecto de que se ocupa o linguista, ao contrário do que parece acontecer – polo menos à primeira vista – no resto do território das ciências humanas, non depende da consciência nem da vontade dos suxeitos sociais, neste caso implicados enquanto falantes. Ao falarmos, nom temos consciência das leis sintácticas e morfolóxicas da língua. A indagaçón científica, por isso, non introduz, neste caso, qualquer modificaçón assinalábel no obxecto estudado, que é, neste sentido, completamente independente do observador. Por outro lado, a linguística estructural tinha mostrado que as unidades linguísticas se definiam exclusivamente polas suas relaçóns com outras unidades do mesmo plano, de modo que podiam ser consideradas como um conxunto “sistemático”, “A língua é um sistema que apenas conhece a sua própria ordem”, tinha declarado Saussure: “Unha comparaçón com o xogo de xadrez fá-lo-á compreender melhor. Aqui é relactivamente fácil distinguir o que é externo daquilo que é interno: o facto de ter passado da Pérsia para a Europa é de ordem externa; é interno, polo contrário, tudo o que concerne ao sistema e às regras. Substituíram-se as peças de madeira por peças de marfim, a mudança é indiferente para o sistema; mas se se aumentar ou diminuir o número das peças, tal mudança afecta profundamente a “gramática” do xogo.” (Saussure, Curso de Linguística Xeral)

CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (11O)

Opinións sobre os sonhos. Há quatro clásses de sonhos: o claro, o confuso, o suxerído, e o natural. Os antigos distinguíam cinco clásses de sonhos: sonho, visón, dráculo, ensonhaçón e apariçón. Ainda que o corpo durma o espírito vela (Hipocrates). O cérebro é o ponto onde están assentes as faculdades intelectuais, e por isso é a fonte dos sonhos. Este orgań quando goza de perfeita saúde enxêndra (se é lícito valer-se désta expresón) as ensonhaçóns, que dán marxém às imáxes e às sensaçóns recebidas durante a noite, ván afectar os nervos, o carácter e o temperamento. Por exemplo: Os Sanguíneos, costuman sonhar com féstas, diversóns, amoríos, ou xardíns. Os Biliosos, com zaragatas, combates, desgrácias etc… Os Flemáticos, com o mar, rios, navegaçóns, naufráxios, etc… Os Melancôlicos, com têbras, passeos nocturnos, fantásmas, mortes, etc… Os Temperamentos Mixtos como: Sanguíneo-Melancôlico, Sanguíneo-Flemâtico, Bilioso-Melancôlico, etc… Misturam nos seus sonhos o próprio de âmbos os temperamentos. Apreçabam muito os antigos a interpretaçón dos sonhos, e os sábios do Exípto valiam-se de tablilhas sagradas para descifrar os mesmos, ainda que non tiveram dados suficiêntes para adivinhar o futuro. Pois, unha das funçóns dos Magos, era precisamente a de explicar os sonhos. No Exípto, a casta sacerdotal estaba dividida em duas partes: Jannés e Membrés, isto é “Esplicador” e “Permutador” (o que efectuaba os prodíxios). Eles anotabam as suas interpretaçóns, descubrimentos e milágres, e unha inemterompida série de memórias, que formabam um “Corpus” de Ciência e de Doutrina, no qual os sacerdotes exípcios basabam os seus conhecimentos phísicos e morais; observando também baixo estes princípios o curso dos ástros, as inundaçóns do Nilo, ademais de outros fenómenos. A história ensína-nos, que o Faraó mandou reunir os Magos do Exípto, com o obxectivo de interpretar um sonho, cuxa glória foi obtída polo patriarca Jossé. Chama-se Sonho: quando baixo certa indirecta imáxem se manifésta a verdade. Visón: se retornado à vixília, lhe reaparece o mesmo que durante o sonho. Oráculo: à rebelaçón ou advertência recebida pola noite. Ensonhaçón: se o sonhado durante a noite, parece que se nos reproduze durante o dia. Apariçón: o que os gregos chamabam “Phantasma”, é ésta unha visón nocturna e quimérica, que costumam experimentar os infântes e os anciâns. Déstas cinco clásses de sonhos, as quatro primeiras tenhem algo de verídico, mas a última resulta enganosa.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

ARENDT (CRÍTICA DA FACULDADE DO XUÍZO)

O pensar está relacionado com a acçón, ou é unha actividade que só se exerce nunha espécie de afastamento do mundo, no ideal de um filósofo isolado no seu pensamento e desvinculado do resto da humanidade? Quais som os efeitos políticos do pensar? E quais som as consequências da sua ausência no mundo em que vivemos? Muitas destas questóns tinham ficado no ar após as suas reflexóns sobre Eichmann e o mal, e o seu obxectivo era analisar se o que se designara por “a vida contemplativa” (própria do filósofo solitário) era também unha vida política, como parecia inferir tanto dos casos de Heidegger como de Sócrates, embora em sentido oposto. As perguntas passaram a ser como pensar e axuizar sobre o que está bem ou mal, sobre o xusto e o inxusto, até nas condiçóns mais adversas, por exemplo, através do isolamento dos indivíduos nas sociedades de massas ou sob o xugo opressor de um rexime totalitário. A questón da responsabilidade do indivíduo, do cidadán, para evitar o mal foi um dos temas importantes neste contexto. Pensar e axuizar non som, portanto, tarefa exclusiva dos filósofos, mas polo contrário, capacidades fundamentais da cidadania, unha cidadania que pensa, xulga e axe. Em contrapartida, a ausência de pensamento e de exercício do xuízo leva-nos a situaçóns de inibiçón moral perante o sofrimento alheio, e ao aparecimento do mal banal, sem motivos. As fontes das quais Arendt se alimentou nesse caminho foram, mais unha vez, a filosofia alemán, e mais concretamente a “Crítica da Faculdade do Xuízo”, de Kant, obra em que consideraba que podíamos encontrar unha explicaçón da capacidade de xulgar como faculdade política do cidadán, ou sexa, do indivíduo em sociedade que se desenvolve num mundo comum partilhado com outros. Arendt non acabou a terceira parte de “A Vida do Espírito”, dedicada à análise da faculdade do xuízo em Kant.

CRISTINA SÁNCHEZ

GRAN HOTEL DO BALNEÁRIO (MERCAR UNHAS RUINAS)

Mercaria vostede quatro pedras em ruina por 80 milhóns de pesetas só por têlas? A bom seguro que nón, por mais que diversos estamentos lhes oferecessem cartos, para que depois de mercadas puidéra arranxálas e convertílas, doutra volta, num Gran Hotel do Balneário? Vostede poderá non facelo, mas há xente que sim. Por exemplo, o senhor Xosé Castro, alcalde quase perpéctuo de Pontareas. Sábe-se que nunha visita do director xeral de actividades turísticas senhor Etxevarri (debe ser este o nome correcto, por mais que escrebo de memória), home do governo central, que vinha ver o que se podia fazer com o queimado estabelecimento, para recuperar a sua importância mundial. O senhor Castro andou ao quite (quite toureiro onde os haxa) e afirmou que o Concelho por el gobernado estaria disposto a pagar 75 milhóns de pesetas para recuperar a industria, sempre e quando o goberno central puxéra os cartos (dalgúm xeito) para restaurar o monumento, que está totalmente queimado. O senhor Etxevarri voltou para Madrid, no convencimento de pôr-se a trabalhar no assunto e aos poucos meses, muito poucos, xá non estaba no cargo (cousas da política). Mas, Castro tinha que seguir adiante com o proxecto. Estaba “empenhado”. E continuou, claro, mas vamos contar o que passou, que non som poucos os anos que demorou este assunto. A campana da igrexa a isso da unha da noite, mentras o povo todo disfrutaba dunha xantarada pagada polas àguas milagreiras, comezou com badaladas enérxicas, raibosas, rápidas a anunciar o que passaba. A essa hora, todo o mundo ficou surpreendido. ¿Que passa? Éra a pergunta. Daló, da banda debaixo, via-se sair um fumo mouro, presáxio de mal agoiro, foi o começo do fim da história. Todo o povo correu cara ao Gran Hotel, nenos, mulheres, homes, velhos, todos… todos com caldeiros na mán, que àgua sobraba. Aqueles minutos, forom suficiêntes para que algúns cairam na conta de que non habia nada que fazer: aquilo era a morte do Gran Hotel do Balneário. A escada, fermosa escada, única no mundo, fixo de tiro do lûme que começou polo faiado. De arriba para baixo, as madeiras nobres, castanho, carbalho, pinho-tea, iam sendo arrassadas; quadros dos melhores pintores, móveis antigos, artísticos, únicos; tapiçarias, cortinas, panos, prata, ouro… tudo quedou reducido a nada. No parque da entrada, todos os setecentos habitantes do Concelho, ou mais, ou menos. ¿Que mais dá? Gritabam, que habia que entrar e salvar algo que puidesse ser retirado do lûme antes que este chegara abaixo, à pranta da entrada. Alguns, entrarom, e salvarom algúm quadro (pensasse) e também um fermoso piano de cauda (o piano, supôm-se, que estará na casa dos donos, mas nunca mais se ouvíu falar dele). Caiam caldeiros d’agua, mas, para nada valiam. Os bombeiros de Pontareas, tardarom meia hora em chegar, estando a oito quilómetros de distância (pola estrada de Pías). Trinta minutos, que se houbéra unha bomba, que puidera sacar àgua do rio, o resultado sería bem diferênte. Botou três dias a arder, muxíca a muxíca no ar, até que só ficarom as pedras das paredes. Esqueleto, inmorredouro, do passado explêndor. Se o poeta americano falára de “explendor na herba”, em Mondariz habia “explendor na àgua”…

XOSE CURRAS (PUBLICADO NA PENEIRA ANO I – 1984)

¡¡QUE NADA SE SABE!! (42)

Entre o nascimento e a morte, quantos câmbios se producem? Inumerábeis! Nos viventes há contínua nutriçón, crescimento durante um certo tempo, permanência neste estado, e declíve; há xeraçón, diversidade de partos, transformaçón, mengua, aumento, aperfeiçoamento de costûmes, acçóns, obras diversas e muito a miúdo contrárias no mesmo indivíduo; em definitiva, non há quietude. E non resulta extranho que non se poida negar de todo (mas bem, talvéz sexa verdadeira) a opinión de algúns, segundo a qual non cabe afirmar de um home determinado que sexa el mesmo, antes e despois de haber transcurrido unha hora. Porque a identidade é tán indivissíbel que, se xuntas ou sacas um só ponto a qualquer cousa, xá non é de todo a mesma. Os accidentes pertencem ao conceito do indivíduo e, como mudam continuamente, resulta que também o indivíduo câmbia. Tú afirmas: sei que, mentras permaneza a mesma forma, o indivíduo seguirá sempre o mesmo (pois em virtude dela afirma-se de algo que é único) e que as menudências destes elementos non modificam a identidade. Mas eu afirmei que: à identidade non se lhe pode cambiar nada; de outro modo, non sería enteiramente a mesma cousa. Unha só forma determina unha só cousa. Tal vez a mesma forma informa sempre, mas non ao mesmo, pois no informado se dá um câmbio permanente, tal como sucede no meu corpo. Mas eu estou composto por ambos, principalmente pola alma e um pouco menos polo corpo; se muda qualquer deles, câmbio eu também, mas isto será tratado nuotra parte com maior amplitude e oportunidade.

FRANCISCO SÁNCHEZ

TABERNA (RAÍZ CRÍTICA-ETIMOLÓXICA- DESPIADADA)

Taberna, tabarrera, tabarra, tabelión, cabana, tenda (armazém de venda ó público), mesón, pousada, caupona, corraleja ou azeiteira. Quando, qualquer ovelha descarriada, ou xovenzuelo imbêrbe, ou talvéz corrichinho teimoso, entram para tabernear em tabânco, astilhaço, pechardino, ostería ou tabes (do latím: corrupçón, putrefaçón, consunçón). Tamém se afirma, que, certos instrumentos musicais: “amam a taberna, e sotar com velhacos”, ou sexa, que, som adequados para bailar com xente de baixa estola. Contubernium de vida, nunha mesma choza, onde a pulcritude (nón só física) deixa muito que desexar. Tudo cheira a vinho rançosso, e graças senón a mexo. Se alguém se quixer queixar? Que, resultou ferido por outro em choza comunal? O referido queixoso, terá de probar com testemunhas, os feitos. Cousa que, tendo em conta o talânte dos frequentadores, estamos lonxe de recomendar. Nestes casos, o melhor será “levantar o tabanque”, isto é “desopilar”, abandonando o lugar o quanto mais rápido melhor. E, tende sempre presente que: “O numero de tabernarum, infinitum est!”

Léria Cultural

NICOLAUS MACHIAVELLI (A FLORENÇA DO RESURXIMENTO)

A Itália renascentista era mais parecida com um tabuleiro de xadrez do que com o país em forma de bota que todos conhecemos. Um tabuleiro em que se disputa unha partida transcendental entre as duas potências continentais em contenda, as poderosas monarquias da França e da Espanha. Estes dous países, encontrabam-se em pleno processo de constituiçón, enquanto Estados nacionais. A Espanha, por exemplo, acabava de reconquistar os seus territórios ao domínio muçulmán, de unificar os diversos reinos sob o domínio dos Reis Católicos e de descobrir um Novo Mundo, que non souberom baptizar. O confronto em terras italianas, destes dous poderosos exércitos estranxeiros produzia-se, além do mais, com o beneplácito do papado que, a partir de Roma, mudaba regular e convenientemente de partido. A Península Itálica tinha-se tornado, assim, num difícil quebra-cabeças territorial (orixinado pola queda do Império Romano, cristalizado na Idade Média e que non se resolveria até finais do século XIX) em que se dirimiam as lutas de poder a nível europeu. Um tabuleiro com pequenas, mas suculentas, peças que os reis espanhóis e franceses disputaram ao longo de todo o Resurximento. Estas cobiçadas fichas eram nada mais que os pequenos Estados italianos, principados e repúblicas que se tinham organizado em redor das cidades, e que apresentabam unha certa semelhança com as “poleis” da antiga Grécia, por extensón territorial, identidade cultural e tipo de instituiçóns políticas. De entre estes Estados, os mais importantes foram Milán, Veneza, Roma, Nápoles e, claro, a Florença de Maquiavel. E a sua fraxilidade, aliada a unha prosperidade comercial sem precedentes, transformou-os num ambicionado “saco” para as ânsias expansionistas das mencionadas coroas estranxeiras. Como resultado, o equilíbrio de forças na Itália renascentista, foi sempre precário.

IGNACIO ITURRALDE BLANCO