Arquivos mensuais: Decembro 2020

EM NOME DE GUILLADE (AS LUTAS CONTRA O DEBAIXO DE SAN MIGUEL)

ENTREVISTA COM O ALCAIDE DE GUILLADE

Que tal o alumbrado?

Está-se realizando um proxecto (parece ser muito custoso, pois tenho entendido que sobrepassa os cinco milhóns) e estám-se introducindo modificaçóns, bastante mal recebidas polos vecinhos, pois non melhoram em absolucto o proxecto orixinal.

Pode precisar algo em concreto?

Pois sim, precisamente no “torreiro” da fésta, tinha-se proxectado seis farolas, com as suas respectivas lâmparas tipo “globo”, como se pode admirar em alamedas e parques públicos. Quando se iniciarom as obras da instalaçón do alumbrado, desde o poder municipal forom buscar outras pessoas mais manipulábeis. E no “torreiro”, em lugar das seis farolas proxectadas, puxérom unha farola enorme de três brazos, colocada no centro do recinto. Isto, ofendeu grandemente a xuventude, porque tinham unha pista de ténis no centro do “torreiro das féstas”. E, como consequência, da noite para a manhám, apareceu a farola espandilhada no chán. E, logo, pergunto-me quanto custaría trazer éste poste e arrincá-lo do lugar onde estaba, para o qual tivo de vir unha grúa desde Vigo. ¿Non houbéra sido melhor, collocar as seis farolas mais modéstas? Xá que estabam no proxecto, e non incomodaríam a ninguém.

Apesar de tudo isto, non está contento com o novo alumbrado?

Pois, sinceramente non! Acredito que o gasto é excessivo, e o proxecto xamais foi respeitado, pois também estaba previsto iluminar o cemitério, e foi algo que birlarom. Ademais, da “Cruz do Balado”, lugar cêntrico da aldeia, que ficou sem “super-farola” e ás escuras.

Quer despedir-se dos seus convecinhos?

Efectivamente! Um saúdo para todos, desexár-lhes unhas felízes féstas, e decir-lhes que apesar das cousas, que por unhas ou outras razóns se fán mal, a aldeia tem o dereito e a obrigaçón de denunciá-las, para conseguir para todos um futuro melhor.

PUBLICADO EM A PENEIRA (ANO I-1984)

JOHN LOCKE (O ANGLICANISMO)

O rei Henrique VIII, aproveitou as circunstâncias históricas para se separar de Roma e estabelecer o anglicanismo como Igrexa própria, fora da órbita papal. Em linhas xerais, pode dizer-se que a Igrexa anglicana é unha via intermédia entre o catolicismo e o protestantismo. O rei usurpou as funçóns desempenhadas até esse momento polo papa e conservou grande parte da liturxia católica, apesar de seguir muitos dos princípios da Reforma. Criou-se unha espécie de protestantismo de Estado, que pôs no centro o monarca inglês, como governador supremo. O anglicanismo foi, em parte, fruto do desexo de conseguir unha maior autoxestón, de que as decisóns non fossem tomadas em Roma. Num primeiro momento, foi unha amálgama um tanto confusa, que perseguia os fiéis católicos e confiscaba os seus bens, com o mesmo esmero com que enfrentava os luteranos e os mandaba para a fogueira. Um dos teólogos que defendeu e consolidou o corpo teórico do anglicanismo foi o relixioso Richard Hooker, autor com grande influênça em Locke, especialmente nos seus pensamentos sobre tolerância relixiosa. Este princípio, que tán frontalmente chocaba com os excessos fanáticos do século, é, no pensamento lockiano, a principal salvaguarda contra a violência, o fundamento de toda a convivênçia possíbel num tempo convulso.

SERGI AGUILAR

CONTUBÉRNIO (5)

RAÍZ CRÍTICA-ETIMOLÓXICA-DESPIADADA DA PALABRA CONTUBÉRNIO

Tudo parte de um contrícto contrainte, contraforme e contrafeito, contribuidor contributivo. Contrincante contristado, non mais que um tríste controlado. Controverssísta, conturbado. Que se víu envolto no meio de unha controvérsia, controvertíbel. A qual acabou em contubernal, contubérnio. Desatado, expontâneamente, dentro de nefânda taberna. Acabou sendo, irremediábelmente trincado, por atrever-se a trovar, sem a requerída licênça de proximidade.

LÉRIA CULTURAL

VOLTAIRE (A NOSSA CREDULIDADE)

O melhor retrato de Voltaire é o que foi pintado por Nicolas Largillières mal saiu da prisón. Theodore Besterman, o editor da correspondência de Voltaire, adquiriu-o num leilón e descreve-o desta forma: “Os olhos de um castanho brilhante; o nariz comprido e levemente bolboso; a boca larga, sensual, sorridente; a cara magra, mostrando xá as marcas do seu humor e talvez da sua saúde fráxil; tudo isso sob unha testa muito alta e enquadrada por unha grande peruca incrivelmente comprida, solta e desbotada; um colete de camurça vermelha aparece desabotoado com elegância, por cima e por baixo, para mostrar a elegante camisa com peitilho de renda; o casaco é de veludo malva escuro, com largos botóns dourados”. Aparentemente habia três versóns do retrato, e Voltaire ofereceu unha a Suzanne de Livry, embora a partilhasse com o seu amigo Génonville, xovem advogado que morreu prematuramente de varíola nunha epidemia que quase também custou a vida a Voltaire e que o transformou num acérrimo defensor da vacinaçón, tal como testemunham as suas Cartas Filosóficas. Fez com que Suzanne interpretasse Jocasta no seu Édipo, apesar de o seu talento dramático non se destacar muito. A peça teve muito sucesso, sobretudo para um xovem autor de 24 anos, e chegou a representar-se durante quarenta e cinco noites seguidas. Voltaire foi aclamado como merecedor da mesma glória que Racine e Corneille. Além disso, recebeu unha medalha de ouro e unha pensón do Rexente, a quem audaciosamente tinha dedicado o Édipo, unha peça onde se aborda o tema do incesto, ou sexa, aquilo de que tinha acusado esse Rexente que, por esse motivo, o tinha mandado prender na Bastilha. Voltaire xulgaba que a sua versón era superior à do Rei Édipo de Sófocles, ao manter o parentesco de Édipo em segredo até ao fim. Por outro lado, converteu Filoctetes em amante de Jocasta, Voltaire prefería este arqueiro de Hércules, possuidor das setas de Aquiles e víctima dos ardis de Ulisses, a Laio e ou ao próprio Édipo. Xulgou-se ver unha mensaxem subversiva encoberta, quando Filoctetes defende que, por mais que um rei sexa reverenciado como um Deus polos seus súbditos, Hércules e ele non deixarám de o ver como um home comum. Foram muito aplaudidos uns versos emparelhados em que se proclamaba que os sacerdotes som o que a estupidez das pessoas lhes permite ser e que toda a sua ciência está na nossa credulidade. Em 1722, morre o seu pai putativo e ele só fica com o mencionado usufructo de propriedade que passaria para os seus filhos nascidos no seio de unha unión matrimonial lexítima. Perde a sua pensón e recebe unha verba de perto de quatro mil libras. Voltaire sempre se indignou ao ver como Diderot trabalhava para a Enciclopédia por unha retribuiçón bastante modesta. Na sua opinión, se a arte debe ser algo excelso, non se debía negociar com ela como se fosse unha mercadoría. Rousseau escolheu escreber e viver pobre para manter a sua independência, embora também non evitasse pontualmente os mecenatos daqueles que procurabam refúxio nas suas casas de campo. Muito polo contrário, Voltaire será durante toda a sua vida um home de negócios que lidará com unha considerábel fortuna e, entre muitas outras actividades, comercializará relóxios de artesáns suiçós entre todos os seus conhecidos, incluindo em muitas casas reais. Esta circunstância fará com que se torne bastante classista, e defenderá que unha parte da populaçón debe quedar à marxem da educaçón, porque, caso contrário, ninguém serviria para desempenhar as necessárias tarefas agrícolas.

ROBERTO R. ARAMAYO

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (109)

O MISTÉRIO DA LUA

Note-se que os efeitos em Crescente som muito diferentes que os de Minguante. Afirma Plinio (libro 18 capítulo 32) que tudo o que se cortar, tusquear, colher fruta para conservar, debe-se facê-lo em Minguante. Os animais que se castram em Crescente, correm o perigo de morrer. Fructas, madeiras, veigas de milho, que se cortam em Crescente (segundo Paladio) estrágam-se mais de présa, que as cortadas em Minguante. Outro efeito é, para que se enxendrem machos, debem deitar-se os pais com as mulheres em Crescente. Quando se deitem as galinhas, se se quere tirar machos, ponham-nas encima dos ovos no Crescente. Se querem ao contrário esperem ao Minguante. Xirante da Lua. Afirma Jacobo de Palermo (italiano), que quem queira saber o ponto da conxunçón da Lua, tome unha copa de prata, ponha-lhe unha pouca de àgua do mar e cinza de oliveira, e naquel instânte em que se dê a conxunçón, revolverá-se a cinza e a àgua torna-se turba. O mesmo A. A. dá a causa do tal efeito, afirmando que, como a Lua tem domínio directamente sobre a prata, a oliveira e a àgua de mar, ao ponto da conxunçón dan sentimento, dando mostra da natureza que dela recebeu. Tem domínio no fluxo e refluxo do mar. E o A. A. Pedro Aponiense, afirmou que todo animal que morra de morte natural, non morre nunca em Crescente senón em Minguante. O primeiro Equinócio é o dia 21 de Março, entra o Sol baixo o Signo de Aries, e som os dias iguais com as noites. O segundo Equinócio é a 22 de Septembro, entra o Sol baixo o Signo de Libra, e aqui som outra vez os dias iguais às noites. O Solstício de Vrán é a 22 de Xunho, entrando o Sol no Signo de Cancer, e som os dias mais grandes de todo o ano. O Solstício de Inverno é a 22 de Decembro, entra o Sol no Signo de Capricornio, e som os dias mais pequenos de todo o ano.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

HEIDEGGER (AVENTURA ONTOLÓXICA)

O leitor que se aproximasse de “Ser e Tempo” teria de esquecer a aura enganosa da palabra “ser”, elevada na tradiçón como conceito fundamental. O significado filosófico teria de voltar ao seu sentido mais elementar: “ser” é apenas o nome para se referir a cada cousa e non a um conceito. Na verdade, mesmo antes de se definir por um significado, por “cousa” debería entender-se simplesmente “o que é”, e que é o primeiro, o que propriamente delimita unha “cousa” face a qualquer outra: nem sequer a um escudo face a unha espada, mas ao escudo cantado por Homero, quando se encontra no braço de Aquiles ou abandonado nunha esquina da sua tenda, ou até mesmo ao escudo de mísseis apontados a um obxectivo determinado. Na verdade, essa manifestaçón sempre distinta é o fenómeno em cada caso ou, o que é o mesmo, a “cousa”. Por isso, faz sentido falar de um ser universal (substância) e de um nome comum (substantivo), ao qual podemos chamar “ente”, que corresponderia a unha multiplicidade de cousas diversas (“escudo”, “espada”) e que também pretende significar “o que é”? Se fizer, virá sempre depois – recordemos aqui o sentido do irrelevante “antes” – e articular-se-á como algo derivado, a partir daquela “cousa” singular. Sobre o “ente” há, deste modo, unha ambiguidade orixinal: por um lado, constitui esse comum; por outro, na expressón ressoa, sem cessar, o eco daquilo que simplesmente é na sua irrelevância, a “cousa”, que tem lugar no momento exacto em que non reparamos nela, porque quando o fazemos, tal como vimos, se apresenta de outra forma. Imaxinemos os zapatos que trazemos calçados e que, certamente, nos passaram desapercebidos até este momento. Poder-se-ia dizer que o seu ser nada tem a ver com o significado “zapato” e que para nós carece de significado, na medida em que, simplesmente, os trazemos calçados. No entanto, esta situaçón mudará no momento em que, por diferentes motivos, por exemplo, porque se estragam em plena rua, me apertem o pé ou non sexam os adequados para a chuva que acabou de começar a cair, se me apresentam através de outro prisma. Dessa maneira, os zapatos convertem-se noutra “cousa”: nessa nova situaçón, por exemplo, se están estragados, penso neles noutra perspectiva, unha perspectiva que os torna precisamente inúteis para continuarem a ser usados. Os meus zapatos passam a ser assunto do zapateiro, que é quem sabe de zapatos e de como consertá-los. Assím, quem simplesmente calça zapatos, non sabe de zapatos, e quem sabe – o zapateiro ou desenhador de zapatos – non anda, polo menos enquanto exercita o seu saber. Qualquer outro exemplo (a camisa que tenho vestida; o copo que aproximo dos meus lábios para beber, mas no qual só penso como copo quando se parte; o eléctrico em que entro sem parar para pensar no seu funcionamento nem na rede de transportes municipais, excepto quando é interrompida) serviria para ilustrar esta divisón: as cousas “som” precisamente quando non as questionamos, e passam a ser outra cousa, quando, por algúm motivo, interrompemos a nossa relaçón e nos vemos obrigados a reparar nelas. Essa divisón reitera a ambígua questón do ser, xá antes referida. Agora poderíamos completá-la assim: a ontoloxia torna as cousas o seu tema central, mas ao fazê-lo interrompe o seu curso, o seu ser. A ontoloxia começa como interrupçón do ser, como a operaçón que situa as cousas noutro estracto, exactamente naquele em que o seu limite (o seu uso) non é suficiente para diferenciá-las e aparece unha determinaçón acrescida: o seu significado. Agora, o limite deixa de ser o seu para se transformar no que a própria tematizaçón impón. A partir dessa tematizaçón, as cousas podem ser reconhecidas como “entes” e, de passaxem, como conceitos e ideias.

ARTURO LEYTE

LITERATURA CASTELÁN (15)

Um poeta de Córdoba, Abén Guzmán, que viveu a finais do século XI e inícios do XII, compuxo um Cancioneiro, que logrou chegar até aos nossos dias e que foi publicado por Nykl, graças ao qual podemos conhecer à perfeiçón este xénero de poesía, tal como se cantaba naquela época entre as xentes de Al-Andalus. Julíán Ribera e Nykl suponhem que o mencionado “zéjel” àrabe-andaluz, e com el numerosos elementos da ideoloxía amorosa a que servia de vehículo, influírom nos começos da poesía provênçal, e sobre tudo no primeiro dos trovadores conhecidos da referida escola, Guilhermo de Aquitânia. À semelhança de quanto afirmamos no capítulo anterior a propósito das oríxens e difusón da poesía épica, non podemos imaxinar-nos tampouco que o pobo se sentira interessado pola lírica, como unha pura forma literária. A poesía era entón simplesmente – como para infinitas xentes o é ainda hoxe – a letra das suas cançóns, e só considerando-a baixo este aspecto pode ser entendida. Pensamos primeiro que, à falta de outras diversóns, o pobo daquelas épocas debeu sentir a necessidade do canto e da danza como meio irrenunciábel de esparcimento; agora mesmo, nos nossos dias, sobre tudo em certos meios populares e em especial entre as xentes andaluzas, como alívio do tédio ou do trabalho salta unha cançón, e ela só é um motivo de festa. Todavía mais: a poesía, letra de um cantar, brota instintiva e inevitabelmente em circunstâncias inumerábeis da vida; inspirada na ociosidade dos quarteis ou dos campamentos, as festas cívicas ou relixiosas, a solidón do campo ou das suas taréfas, a presença ou a nostalxía do ser amado, o gozo dunha victória, a alegría repousada ou báquica, as romarías, as guardas, a ronda nocturna. A poesía assím entendida, inunda a vida toda, brota em lábios de qualquer como expresón espontânea, cada vez que se acende unha chispa de emoçón e forma um caudal inesgotábel de sentimento lírico popular. Se a épica, como vimos, necessitou para seu vehículo de difusón os “Xograres”, non cabe negar que estes forom também parte muito importante para criar e difundir a lírica (como elemento que era de diversón monopolizado por eles), mas acreditamos que em proporçón infinitamente menor; Qualquer podía inventar ou repetir em infinitas circunstâncias a letra de unha copla. De aquí a existência de um imenso substracto de lírica popular, tradicionalmente conservada e incesantemente renovada, que é necessário supor ainda que faltem os textos que no-lo mostrem. Assim o afirma Menéndez Pidal ao soster para a lírica as mesmas ideias da teoría tradicionalista, que tinha defendido para a épica: “Há que pensar – escrebia num dos seus primeiros trabalhos sobre a lírica castelán – que todo xénero literário que non sexa unha mera importaçón extranha, surxe de um fundo nacional, cultivado popularmente antes de ser tratado polos mais cultos… A indíxena popular está sempre como base de toda a produçón literária de um país, como o terreno onde toda raíz se nutre, e do qual se alimentam as mais exóticas semêntes que a el se levem. A subtileza de um estudo penetrante atopará o popular quase sempre, ainda no fundo das obras de arte mais pessoais e refinadas.”

J. L. ALBORG

HUME (CONFISSÓNS)

Aparentemente, Rousseau e Hume non considerabam que tivessem nada para falar a nível filosófico e, na sua correspondência cruzada, non há diálogo no terreno das ideias, mas se Rousseau necessitaba de proteçón e apoio, Hume estaba disposto a oferecer-lhos. Há xá algúm tempo que Rousseau era perseguido e acossado (em 1762, o Parlamento de Paris tinha ordenado que a sua obra “Emilio” fosse rasgada e queimada e o seu autor, preso), e via-se obrigado a deslocar-se continuamente de um lugar para outro e a viver nunha espécie de exílio permanente. Neste contexto, Hume ofereceu-se para o acompanhar à Gran-Bretanha e aí se ocupar do seu bem-estar. Terríbel erro, posto que, após o entusiasmo inicial, Rousseau chegou a ver esta empresa como unha tentativa de desprestixiá-lo, submetê-lo a cautiveiro e, a unhas quantas maldades mais de concreçón duvidosa. As suas cartas acusatórias, a defesa de Hume sobre a sua inocência, a recepçón de toda esta polémica nos círculos parisienses, os comentários dos xornais daquela altura… Podemos imaxinar o escândalo entre os membros da república das letras. É compreensíbel que Hume – inquieto polo medo de como iria ficar retratado para a posteridade e pola forma como aparecería toda esta história nas “Confissóns” de Rousseau, unha pluma indubitabelmente brilhante – se sentisse compelido a dar a conhecer ao público a sua visón das cousas. Olhando em perspectiva, o triste é que non tivessem comentado as suas respectivas obras filosóficas, porque as similitudes em algúns aspectos e as enormes diferênças noutros teriam feito da comparaçón das suas opinións e da sua respectiva crítica filosófica algo que tería sido magnífico.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

Imaxe

O FADO (AXENTES DA MÚSICA E DO ESPECTÁCULO)

É importante referir a crescente profissionalizaçón e o trabalho desenvolvido pelos vários axentes da música e do espectáculo, incluindo axências de espectáculos, editoras e xestores de carreiras. Muitos destes intervenientes representam-se por sua conta e risco em feiras internacionais de música como Womex ou o Midem, visando a promoçón dos seus artistas xunto de outras entidades da música do resto do mundo. É importante referir que foi na feira internacional Womex que Mariza iniciou o seu percurso internacional. Nestas feiras presencia-se unha forte representaçón oficial através de organizaçóns estatais ou rexionais, mesmo das que non têm vincadas tradiçóns musicais. Os sucessivos governos portuguêses e os seus respectivos ministérios da cultura e do turismo têm estado alheados deste facto. É recorrente ver algúns artistas portuguêses sob o desígnio do fado nos melhores do ano, em revistas ou rádios internacionais e a ser ouvidos em listas ou programas de autor nas rádios dedicados às musicas do mundo. Unha grande parte das salas de espectáculos internacionais passaram a ter regularmente fado no seu programa, augurando bom pressáxio para as xeraçóns vindouras.

FADO PORTUGAL

¡¡QUE NADA SE SABE!! (41)

¿Quantos modos há de xeraçón? ¿Quantos de corrupçón? A primeira pode surxir a partir dunha semênte, dos ovos, do estérco, da podredûme, do orválho, da poeira, do barro, do vapor, da descomposiçón e de muitas cousas mais. A segunda pode ser por calor, frío, ruptura, separaçón de partes, esmagamento, sem que acaso sexa possíbel determinar o número de maneiras. Se é verdade o que dizem do fénix, que unha vez queimado o pái, surxe das cinzas deste um vêrme do qual se orixina outro fénix. Os vêrmes que nos proporcionam a seda, terminam por secar-se completamente e, despois de muito tempo, voltam a nascer outros de uns gráncinhos, que som como semêntes. Afirman que a avestruz empolha os ovos mirándo-os fixamente e que o urzo dá forma aos seus cachorros lambêndo-os. Os figos, as nózes e a madeira acabam convertidos em vêrmes e petrificam-se. As folhas de certas árbores que están sobre um rio de Irlanda, se caem a el transforman-se em peixes. As folhas de muitas árbores fam-se animais voadores ao cair a terra. As belotas, o trigo, os folículos do lentisco e do álamo, a médula da cardencha, o queixo, a carne e a cornicabra trocam-se em vêrmes e em pequenos volácteis. E, o que é mais admirábel, no Mar Britânico, se é verdade o que conta Aquel (Aristóteles), unha ave com figura de ánade que se colga polo bico dos restos putrefactos dos naufragos, até que, soltando-se deles, pôm-se a buscar peixes para o seu alimento. Afirman também que os vascos do litoral chamam a essa ave “Craban”, e os bretóns “Bernachia”. Cabe xuntar também a concha que donarom ao rei Francisco da França, no interior da qual habia unha avecinha quase perfeita que adheria aos bordes da ostra com as pontas das asas, com o bico e com as patas. Entre os exípcios, no Cairo, os ovos empolhabam-se em fornos, moderando o calor do fogo, e nalgúm outro país inclúso no estérco. Non duvído de que entre os peixes e entre as aves há muitos modos de xeraçón. E non menos, entre as cousas que carecem de vida. Outros tantos há de destruçón. Entre o nascimento e a morte, ¿Quantos câmbios se producem?

FRANCISCO SÁNCHEZ

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (O CULTO DAS MUSAS)

O culto das Musas foi introducido por M. Fulvio Nobílior, que construíu um Templum Herculis Musarum para albergar estátuas de Hércules Musaxeta e das Nove Irmáns, traídas com o resto do enorme botín do que foi noutro tempo o palácio de Pirro em Ambrácia. Nobílior e Ennio virom esta fundaçón como um Museo grego, unha “casa das Musas”, e com bastante naturalidade o considerarom o campo das Musas, tal como se entendia no mais famoso dos “Museum”, o de Alexandria. Alí os poetas e erudictos formabam um grupo nominalmente relixioso baixo a presidência do “sacerdote do Museum”, que, non obstânte, nunca se distinguía pola sua erudiçón ou criaçón poética como era o caso do Bibliotecário Real. Este posto tinha sido ocupado por Apolónio e despois por Eratóstenes, que morreu entre o 196 e o 193 a. C., quando Ennio ía forxándo-se um nome, como mêstre e autor dramático. O campo das Musas, defenido polas suas actividades e intereses, incluía non só a criaçón poética e os estudos literários, senón também a ciência, a xeografia e a história, mais que a filosofia e a retórica: o nome de “filólogos” que era o seu especificamente, distingue-os dos filósofos. Nobílior compuxo e depositou no seu templo unha obra descripta como “fasti”, que incluía explicaçóns etimolóxicas dos nomes dos meses. Evidentemente, isto era mais que unha crónica despida: era unha obra de investigaçón cronolóxica e como tal é importante, xá que é o exemplo mais antigo de “investigaçón” específica em latím, e recorda a unha do seu xénero, ainda que humildemente, às mais importantes e famosas “chronographiae” de Eratóstenes. Nestas, Eratóstenes apresentaba sumariamente unha cronoloxía continuada do mundo grego desde a caída de Troya (que situaba por volta do 1184-3 a. C.) até à morte de Alexandre Magno (323 a. C.), e popularizou o sistema das Olimpiadas para as datas gregas. Isto facilitaba muito a composiçón do tipo de história universal à que Polibio aspiraba e daba unha perspectiva mais exacta e profunda à história grega como conxunto que enlazaba a idade mítica com a moderna com passos progressivos. A história grega de Fabio Píctor, escrita probabelmente na década de 190, ainda usaba a dataçón por Olimpiadas. O titulo do poema de Ennio recorda de imediáto aos “Annais” dos sacerdotes, “annais”, instituidos polo rei pitagórico Numa Pompilio e conservados polos “pontifices”. Non obstânte, desde outro ponto de vista, había aquí “chronographiae” de unha nova classe, possibilitadas indirectamente pola erudiçón alexandrina, como a história de Fabio. A forma épica había-se usado em época contemporânea em grego para poemas em torno à fundaçón de cidades (por exemplo, os poemas da “fundaçón” de Apolonio Rodio), as crónicas de um pobo (por exemplo, as Messeniaca de Riano, Mopsopia de Euforión) e a alabanza de reis ainda vivos (o poema de Simónides de Magnesa sobre Antíoco III e o de Lésquides sobre um dos Atálidas de Pérgamo: ver baixo estes nomes a Suda). A concepçón da história poética enniana do pobo romano era de maior escala e conscientemente mais ambiciosa que ningunha anterior ou, pode inclúso afirmar-se, posterior. A sua dívida práctica com Fabio Píctor probabelmente era grande e Ennio non era um históriador científico no sentido actual ou alexandrino ou inclúso no de Catón. Nas suas “Orixens” em prosa, Catón insistia em referir-se aos dirixentes simplesmente como “o cónsul”, “o pretor”, sem nomeá-los: seguía nisto a tradiçón dos “annais dos sacerdotes”, e afirmaba implicitamente a subordinaçón do indivíduo à comunidade.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

ARISTÓTELES (SENTÊNÇA POR IMPIEDADE)

No ano de 323 a. C., produzem-se dous factos destacados na história de Atenas: as mortes de Alexandre Magno e de Demóstenes, o máximo axitador dos atenienses contra os macedónios. As duas mortes marcaram o início de um ressurximento do sentimento antimacedónico na cidade, do qual Aristóteles xá tinha sido víctima algum tempo antes. Nessa ocasión, as sensaçóns negativas concretizaram-se nunha “sentênça por impiedade”, um “delito” que consistia em non respeitar os ritos e as divindades da “polis”, algo muito grave naquela época, polo qual xá tinha sido condenado Sócrates, três quartos de século antes. Aristóteles tinha recebido a acusaçón a causa de um himno que escrevera na honra de Hérmias, o seu amigo e anfitrión durante a sua estada em Assos. No himno em questón, Aristóteles falaba do amigo practicamente como de um deus e isso foi, por certo, considerado polos seus inimigos como unha falta de respeito polas autênticas divindades, digna de ser castigada. Mas Aristóteles, ao contrário de Sócrates, non ficou à espera de ver o que lhe acontecia. Por isso, deixou o Liceu nas máns do seu velho amigo Teofrasto e foi-se embora de Atenas pola segunda e última vez, non sem antes deixar, segundo dizem, esta pérola: “Non permitirei que Atenas peque duas vezes contra a filosofia”, em clara alusón à morte de Sócrates. Se para Sócrates “é melhor sofrer unha inxustiça do que cometê-la”, talvez Aristóteles pensasse que ainda era melhor evitá-la. Tinha sessenta e um anos e é concebível pensar que começaba a sentir-se cansado de ir de um lado para o outro. Tinha abandonado Atenas duas vezes: a primeira, após a morte do seu mestre, Platón, e a segunda, após a onda de ódio aos macedónios que a morte do seu discípulo Alexandre Magno tinha desencadeado. Desta vez, o seu destino foi Cálcis, na ilha de Eubeia, de onde a sua nái era orixinária e onde Aristóteles ainda conservaba algunhas posses. Ali morreu ao fim de uns messes, no ano 322 a. C., aparentemente por causa da doênça de estômago que sofria há muito tempo, talvez a mesma que o levaba a passear de modo regular polo Perípato. Antes de falecer, redixiu um extenso testamento com minuciosas instrucçóns para todos os assuntos económicos e familiares, com o qual demonstrou, pola última vez, o seu carácter práctico e realista, tán aristotélico.

P. RUIZ TRUJILLO

PEDRO MADRUGA (A TOMA DE CASTRIZÁN)

Unha vez que Pedro Madruga é libertado da prisón, em Xulho de 1478, o seu primeiro obxectivo foi derrocar a fortaleza que tantas dores de cabeza lhe estaba a dar. De feito, realizou várias tentativas até ter êxito no seu asédio. Non sabemos a data exacta deste acontecimento, só que em 1479, xá non existia a fortaleza da Peneda. Non obstânte, é um dos asédios mais famosos da história medieval da Galiza, graças a que Vasco da Ponte nos legou unha descripçón bastante pormenorizada, e novelada, dos feitos. Pedro Madruga e o meirinho de Souttomayor, Fernández de Aldao, reúnem unha pequena tropa para tomar Castrizán e controlar o paso de Ponte Sampaio, com o obxectivo de que os sitiados non puidessem receber reforços. Trás horas de enfrontamento, entram no recinto amuralhado e os homes de Álvaro da Barcia refuxiárom-se na torre da homenáxe. Ante a sua delicada situaçón, negociárom a rendiçón, e Pedro Madruga, fai derrocar a fortaleza quase por completo. Pouco despois recupera também as possessóns que lhe arrebataram durante o seu encerro, mas resultou unha victória efímera. Coa chegada dos Reis Católicos ao poder, Pedro Madruga passa a ser um nobre rebelde que era precisso atar curto. A pedra de Castrizán foi reutilizada para construçóns próximas, e inclúso na ermida da Virxe das Neves. Hoxe, à falta da necessária escavaçón arqueolóxica da Peneda, isto é o que sabemos e o que nos queda do castelo de Castrizán. Durante a sua curta mas intensa vida, foi epicentro da história da Galiza e um modelo de fortificaçón, tanto a nível ofensivo como residêncial. Ainda que a sua memória, queda adormecida, podemos rememorar a história de Castrizán quando passeámos polo monte da Peneda e atopamos algúm dos seus perpiánhos

SILVIA CERNADAS MARTÍNEZ

JACQUES DERRIDA (DESCONSTRUÇÓN)

Costuma dizer-se que a partir de “Glas” a sua obra torna-se mais literária, por vezes explicitamente autobiográfica. O certo é que a partir de entón sucede unha inflexón notábel, em grande parte debido precisamente à recepçón da sua obra. O leque dos seus leitores é muito alargado, universitários de países muito diferentes, mas também literatos e críticos, artistas ou arquitectos. Em consequência, sucedem-se os convites para participar em sessóns de trabalho de âmbitos, em princípio afastados da filosofia, mas interessados em ouvir o que a desconstruçón pode fazer com este ou aquele problema que lhes diz respeito. Por outro lado, para Derrida, pensar que a sua reflexón pode ter utilidade num contexto em princípio tán afastado, transforma o convite em algo semelhante a um desafio. A primeira pergunta é enton: para que pode contribuir a desconstruçón neste contexto? De que modo axuda a remover as oposiçóns e as hierarquias que bloqueiam, que atrapalham o problema que se coloca? Sexa para dar resposta à situaçón histórico-política, ou de compromissos culturais, académicos ou editoriais, ao longo de toda a carreira as suas intervençóns iriam entrecruzar-se intimamente com a dinâmica da sua própria obra. Na maioria dos casos, a sua participaçón consistirá em proceder à descontruçón de um ou vários textos que contenham apreciaçóns relevantes sobre o tema comprometido: um trabalho delicado, carregado de matizes, de ir mostrando a base instábel sobre a qual assentam os antagonismos. E Derrida revela-se um mêstre em levantar cadências inesperadas no texto que lê, toda a dança das diferenças que permaneciam encurraladas no xogo das oposiçóns. Nas suas liçóns nos Estados Unidos, os exercícios de descontruçón que levava a cabo equipararam-se frequentemente a “performances”. Entre os textos que se seguiram a “Glas”, há três que se destacam especialmente, tanto pola grande difusón atinxida como por serem dedicados a Nietzsche (Esporas: Os Estilos de Nietzsche, 1978), a Freud (O Cartón-postal: de Sócrates a Freud e Além, 1980) e a Marx (Espectros de Marx: o Estado da Dívida, o Trabalho do Luto e a Nova Internacional, 1993), cumprindo assim a sua quota na trindade dos “filósofos da suspeita” quota que têm enfrentado igualmente, de unha maneira ou outra, todos os pensadores franceses abarcados pola “French Theory”.

MIGUEL MOREY

A PLENITUDE DOS SENTIDOS

Non respeitába-mos nada e chegába-mos a âmpliar as nossas correrias, quando chegabam os calores, até às praias de Salou e ainda mais abaixo. Alí estabam as raparigas “cursis” da burguesía catalán e algunhas mesetárias de meia alcúrnia; pouca cousa, pois o curso finalizaba em Xunho, antes de que o vrán se manifestára em todo o seu explendor. Alí ainda non tinha chegado o bikini, e os flecos de extranxeiría que se descolgabam desde a fronteira eram mínimos. Sexa verdade, ou traiçón da minha memória, Salou parecía-me o modelo d’unha burguesia decimonónica, um poboado no qual habitara um espírito transnoitado de um “noucentisme” de atrezzo. Quando nos cansába-mos de retozar por Salou, voltába-mos à praia da Universidade Laboral, abarrotada os Domingos por amas de casa gordas, oficinistas calvos e tripudos e nenos com méritos indiscutíbeis para ser assassinados. A esta praia tampouco chegabam as ordas do turismo. Só unha mareia suxa, de resíduos industriais e algum deságüe fecal. O melhor era quando unha tormenta enfurecía o mar e as ondas saltabam por cima da estrada e chegabam aos campos de desporto. Os alumnos do Eugénio D’Ors, que era o coléxio mais próximo da praia, saía-mos para ver o oleáxe encabritado. Como quase todos éramos de secano, da Castela dos pâramos e dos mares cristalizados, aquilo parecía-nos grandioso e espectacular. E ainda melhor, nas noites de calor e mar sosegado, quando o sangre se alborota e brama. Nessas noites, desafiando castigos e burlando interdíctos, algunhas raparigas escapabam dos seus dormitórios e corriam para a praia. Aquilo era o acabou-se da pândega; e o lugar onde desfaleciam as ondas, um lugar orxiástico e sagrado. Num beira-espuma e filigrana de corpos, tecendo um labirinto de xestos e susurros. Nunca sentím o silêncio tam fortemente como naqueles momentos, depois da tormenta de risas; nunca unha ordem tán intênsa como a que sucedía à desordem do “correquetepillo”; xamais as ondas suscitarom em mím, Sebastián Villegas Zapata, unha ideia tán perfeita de liberdade. A lúa rielando no mar, era a beleza absolucta, recomposta e rota a cada instante: era a plenitude dos sentidos.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO