![](https://guilladenses.com/wp-content/uploads/2020/12/img_8077.jpg?w=800)
¿Quantos modos há de xeraçón? ¿Quantos de corrupçón? A primeira pode surxir a partir dunha semênte, dos ovos, do estérco, da podredûme, do orválho, da poeira, do barro, do vapor, da descomposiçón e de muitas cousas mais. A segunda pode ser por calor, frío, ruptura, separaçón de partes, esmagamento, sem que acaso sexa possíbel determinar o número de maneiras. Se é verdade o que dizem do fénix, que unha vez queimado o pái, surxe das cinzas deste um vêrme do qual se orixina outro fénix. Os vêrmes que nos proporcionam a seda, terminam por secar-se completamente e, despois de muito tempo, voltam a nascer outros de uns gráncinhos, que som como semêntes. Afirman que a avestruz empolha os ovos mirándo-os fixamente e que o urzo dá forma aos seus cachorros lambêndo-os. Os figos, as nózes e a madeira acabam convertidos em vêrmes e petrificam-se. As folhas de certas árbores que están sobre um rio de Irlanda, se caem a el transforman-se em peixes. As folhas de muitas árbores fam-se animais voadores ao cair a terra. As belotas, o trigo, os folículos do lentisco e do álamo, a médula da cardencha, o queixo, a carne e a cornicabra trocam-se em vêrmes e em pequenos volácteis. E, o que é mais admirábel, no Mar Britânico, se é verdade o que conta Aquel (Aristóteles), unha ave com figura de ánade que se colga polo bico dos restos putrefactos dos naufragos, até que, soltando-se deles, pôm-se a buscar peixes para o seu alimento. Afirman também que os vascos do litoral chamam a essa ave “Craban”, e os bretóns “Bernachia”. Cabe xuntar também a concha que donarom ao rei Francisco da França, no interior da qual habia unha avecinha quase perfeita que adheria aos bordes da ostra com as pontas das asas, com o bico e com as patas. Entre os exípcios, no Cairo, os ovos empolhabam-se em fornos, moderando o calor do fogo, e nalgúm outro país inclúso no estérco. Non duvído de que entre os peixes e entre as aves há muitos modos de xeraçón. E non menos, entre as cousas que carecem de vida. Outros tantos há de destruçón. Entre o nascimento e a morte, ¿Quantos câmbios se producem?
FRANCISCO SÁNCHEZ