Arquivos diarios: 13/12/2020

¡¡QUE NADA SE SABE!! (41)

¿Quantos modos há de xeraçón? ¿Quantos de corrupçón? A primeira pode surxir a partir dunha semênte, dos ovos, do estérco, da podredûme, do orválho, da poeira, do barro, do vapor, da descomposiçón e de muitas cousas mais. A segunda pode ser por calor, frío, ruptura, separaçón de partes, esmagamento, sem que acaso sexa possíbel determinar o número de maneiras. Se é verdade o que dizem do fénix, que unha vez queimado o pái, surxe das cinzas deste um vêrme do qual se orixina outro fénix. Os vêrmes que nos proporcionam a seda, terminam por secar-se completamente e, despois de muito tempo, voltam a nascer outros de uns gráncinhos, que som como semêntes. Afirman que a avestruz empolha os ovos mirándo-os fixamente e que o urzo dá forma aos seus cachorros lambêndo-os. Os figos, as nózes e a madeira acabam convertidos em vêrmes e petrificam-se. As folhas de certas árbores que están sobre um rio de Irlanda, se caem a el transforman-se em peixes. As folhas de muitas árbores fam-se animais voadores ao cair a terra. As belotas, o trigo, os folículos do lentisco e do álamo, a médula da cardencha, o queixo, a carne e a cornicabra trocam-se em vêrmes e em pequenos volácteis. E, o que é mais admirábel, no Mar Britânico, se é verdade o que conta Aquel (Aristóteles), unha ave com figura de ánade que se colga polo bico dos restos putrefactos dos naufragos, até que, soltando-se deles, pôm-se a buscar peixes para o seu alimento. Afirman também que os vascos do litoral chamam a essa ave “Craban”, e os bretóns “Bernachia”. Cabe xuntar também a concha que donarom ao rei Francisco da França, no interior da qual habia unha avecinha quase perfeita que adheria aos bordes da ostra com as pontas das asas, com o bico e com as patas. Entre os exípcios, no Cairo, os ovos empolhabam-se em fornos, moderando o calor do fogo, e nalgúm outro país inclúso no estérco. Non duvído de que entre os peixes e entre as aves há muitos modos de xeraçón. E non menos, entre as cousas que carecem de vida. Outros tantos há de destruçón. Entre o nascimento e a morte, ¿Quantos câmbios se producem?

FRANCISCO SÁNCHEZ

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (O CULTO DAS MUSAS)

O culto das Musas foi introducido por M. Fulvio Nobílior, que construíu um Templum Herculis Musarum para albergar estátuas de Hércules Musaxeta e das Nove Irmáns, traídas com o resto do enorme botín do que foi noutro tempo o palácio de Pirro em Ambrácia. Nobílior e Ennio virom esta fundaçón como um Museo grego, unha “casa das Musas”, e com bastante naturalidade o considerarom o campo das Musas, tal como se entendia no mais famoso dos “Museum”, o de Alexandria. Alí os poetas e erudictos formabam um grupo nominalmente relixioso baixo a presidência do “sacerdote do Museum”, que, non obstânte, nunca se distinguía pola sua erudiçón ou criaçón poética como era o caso do Bibliotecário Real. Este posto tinha sido ocupado por Apolónio e despois por Eratóstenes, que morreu entre o 196 e o 193 a. C., quando Ennio ía forxándo-se um nome, como mêstre e autor dramático. O campo das Musas, defenido polas suas actividades e intereses, incluía non só a criaçón poética e os estudos literários, senón também a ciência, a xeografia e a história, mais que a filosofia e a retórica: o nome de “filólogos” que era o seu especificamente, distingue-os dos filósofos. Nobílior compuxo e depositou no seu templo unha obra descripta como “fasti”, que incluía explicaçóns etimolóxicas dos nomes dos meses. Evidentemente, isto era mais que unha crónica despida: era unha obra de investigaçón cronolóxica e como tal é importante, xá que é o exemplo mais antigo de “investigaçón” específica em latím, e recorda a unha do seu xénero, ainda que humildemente, às mais importantes e famosas “chronographiae” de Eratóstenes. Nestas, Eratóstenes apresentaba sumariamente unha cronoloxía continuada do mundo grego desde a caída de Troya (que situaba por volta do 1184-3 a. C.) até à morte de Alexandre Magno (323 a. C.), e popularizou o sistema das Olimpiadas para as datas gregas. Isto facilitaba muito a composiçón do tipo de história universal à que Polibio aspiraba e daba unha perspectiva mais exacta e profunda à história grega como conxunto que enlazaba a idade mítica com a moderna com passos progressivos. A história grega de Fabio Píctor, escrita probabelmente na década de 190, ainda usaba a dataçón por Olimpiadas. O titulo do poema de Ennio recorda de imediáto aos “Annais” dos sacerdotes, “annais”, instituidos polo rei pitagórico Numa Pompilio e conservados polos “pontifices”. Non obstânte, desde outro ponto de vista, había aquí “chronographiae” de unha nova classe, possibilitadas indirectamente pola erudiçón alexandrina, como a história de Fabio. A forma épica había-se usado em época contemporânea em grego para poemas em torno à fundaçón de cidades (por exemplo, os poemas da “fundaçón” de Apolonio Rodio), as crónicas de um pobo (por exemplo, as Messeniaca de Riano, Mopsopia de Euforión) e a alabanza de reis ainda vivos (o poema de Simónides de Magnesa sobre Antíoco III e o de Lésquides sobre um dos Atálidas de Pérgamo: ver baixo estes nomes a Suda). A concepçón da história poética enniana do pobo romano era de maior escala e conscientemente mais ambiciosa que ningunha anterior ou, pode inclúso afirmar-se, posterior. A sua dívida práctica com Fabio Píctor probabelmente era grande e Ennio non era um históriador científico no sentido actual ou alexandrino ou inclúso no de Catón. Nas suas “Orixens” em prosa, Catón insistia em referir-se aos dirixentes simplesmente como “o cónsul”, “o pretor”, sem nomeá-los: seguía nisto a tradiçón dos “annais dos sacerdotes”, e afirmaba implicitamente a subordinaçón do indivíduo à comunidade.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)