Arquivos mensuais: Decembro 2020

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (A ELEXÍA TEMPRÁN)

A ELEXÍA TEMPERAM: CALINO, TIRTEO, MIMNERMO.

Os contemporâneos de Arquíloco cuxa obra se conservou limitárom-se à elexía. O metro elexíaco parece um híbrido a primeira vista, e foi considerado unha adaptaçón da épica para aproximar-se à lírica. Descripto erroneamente como alternancia de hexámetros e pentámetros dactilicios que formam dísticos, a sua unidade métrica compôm-se de feito de hexámetro seguido de duas hemiepes com divisón de palabra trás cada um dos três elementos; e forom os romanos os que limitarom a liberdade dos primeiros poetas gregos ao insistir em que o final da unidade coincidira com o da frase. A miúdo as distinçóns entre xéneros som mais claras musical que métricamente. Normalmente a elexía estaba acompanhada de caramilho, e por tanto desligada bastante da épica, que era entoada com a profunda cítara, e da lírica, cantada ao som da lira ou “barbitos”: de todas elas, só a elexía requería necesariamente dous recitadores. Sabemos por Homero que o “caramilho” se utilizaba em campanha ou em féstas, e os mais antigos especialistas na elexía cuxa obra se conservou – Calino, Tirteo, Mimnermo – compuxerom precisamente para estas ocasións. Polo nosso conhecimento do seu desarrolho posterior tendemos a pensar na elexía ante tudo como vehículo de lamentaçón e de breves epigramas conmemorativos, funerários, dedicatórios e demais. Non há dactos irrefutábeis de que estes estiveram entre os seus usos primários em datas tán remotas. Arquíloco utilizou esta forma de maneira tán variada que pode duvidar-se se o uso que fixo dela num contexto de dor fora de grande significaçón. Para o epigrama elexíaco os nossos dactos som claros: as primeiras inscripçóns elexíacas som do século VI a. C., e no VII tanto as dedicatórias como as conmemoraçóns dos mortos eram, se tinham forma métrica, frequentemente expressadas em hexámetros contínuos. Os erudictos da Antiguidade afirman infructuosamente que os inventores da elexía som Arquíloco, Calino ou Tirteo, que tenhem respectivamente os seus próprios defensores. O mais que se pode afirmar é que os antigos non tinham elexías anteriores às que nós temos, sem dúvida, pola sinxéla razón de que estes forom os primeiros elexíacos cuxos versos forom consignados por escrito. Calino de Éfeso foi um contemporâneo exacto de Arquíloco, com quem compartíu a sua experiência sobre os cimérios e as suas “pesadas façanhas”. Falou de Magnésia em guerra contra Éfeso antes do saqueo cimério – aquel saqueo que emocionou menos a Arquíloco que os problemas de Tasos – ; e conhecia à tribu ciméria dos treres que matarom a Giges e queimarom Sardes em 652 a. C. O único fragmento seu substancial é de vintium versos. É um canto militar que lanza unha nota discordante nos festexos, unha chamada para que a xuventude xónia se alce da ociosidade para enfrentar-se ao inimigo.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)

RORTY (LINGUAXEM E HISTÓRIAS)

Em 1961, quando Rorty deixou Wellesley e entrou na Universidade de Princeton, algo começou a mudar. Foi contratado para ensinar filosofia grega por Gregory Vlastos, que naquela altura começava a dirixir o departamento de filosofia e tentaba pô-lo ao nível de outras universidades de renome. Em xovem, Vlastos tinha sido pastor congregacionalista e colaborado nunha publicaçón protestante independente, “The Christian Century”. Chegou a Princeton depois de enveredar pola filosofia analítica na Universidade de Cornell e tornou-se nunha figura de referência nos estudos de filosofia clássica. Probabelmente, o facto de Rorty ter feito cursos de grego e de ter combinado Aristóteles e Carnap na sua curiosa tese de doutoramento facilitou a contrataçón, mas ele soube desde o início que a longo prazo non sería o home de que Vlastos andava à procura. Acabou por ensinar Aristóteles, enquanto Vlastos se encarregou de Sócrates e Platón. Ao cabo de alguns meses, efectivamente, Rorty foi substituído, mas para seu espanto Vlastos ofereceu-lhe um contracto por mais três anos e acabou por se tornar efectivo em Princeton, onde permaneceu até 1982. Durante esta etapa Rorty teve como colegas figuras como Thomas Kuhn, Donald Davidson e Saul Kripke, pensadores cuxas ideias teríam unha influênça enorme no campo da história da ciência e da filosofia da linguaxem de anos posteriores. Rorty ministrou cursos sobre Sellars e Quine, e sobre temas como a filosofia da mente. Pouco a pouco, a sua maneira de trabalhar começóu a organizar-se com as técnicas da filosofia analítica. Para fazer parte desse mundo, publicar tornou-se unha prioridade, mas os seus primeiros trabalhos continuaram a ser mais comparativos do que analíticos; xuntaba, por exemplo, Peirce e Wittgenstein. Era como se non conseguisse pensar sobre um tema a non ser imaxinando um contraste entre duas pessoas com temperamentos muito diferentes. Analisava ideias de um lado e do outro, mas ao mesmo tempo comparaba um filósofo com afán sistemático com outro de espírito “desmontador”. O seu primeiro ensaio non comparativo (o ensaio em que tentaba pôr-se à altura do que faziam os seus colegas em Princeton que vinham de Harvard e Oxford) inspirou-se nas ideias de Sellars sobre o carácter linguístico da consciência e versou sobre a diferença entre os processos cerebrais e as sensaçóns vividas. Este ensaio teve unha recepçón favorábel e fê-lo pensar que tinha algum futuro no mundo da filosofia analítica. Publicou mais trabalhos sobre o tema, embora a contribuiçón para a empresa analítica com que ganhou algum crédito tivesse sido a sua introduçón nunha antoloxia de trabalhos intitulada “A Viraxem Linguística” (1967), onde tentou encontrar resposta para a pergunta: ¿O que significa exactamente a filosofia consistir, ou deber consistir, “em análise da linguaxem”?

RAMÓN DEL CASTILLO

ESCRITORES HISPÂNOS (JULIO ARBOLEDA)

Arboleda, Julio (San Vicente de Timbiquí, Barbacoas, 1817-1862). Poeta, político e soldado colombiano. Conhecido polos seus compatriotas como “El Gigante de los Andes”. O seu manuscrito inconclúso, que continha vintiquatro cantos de um poema épico-romântico sobre Gonzalo de Oyón, queimou-se durante a revoluçón de 1851, mas algúns fragmentos sobreviverom e o poema foi reconstruído e publicado por Miguel Antonio Caro em “Poesías” (Nova York, 1883). O poema está bassado em algúns incidentes da conquista espanhola de Popayán e, como Arboleda tinha viaxado por Europa, pode-se perceber a influênça de Byron, tanto no estilo como no vocabulário. Arboleda dedicou grande parte da sua vida à política; acabou encarcerado polas suas ideias liberais, e foi eleito presidente de Nueva Granada. Acabando assassinado nas montanhas Berruecos.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (EDMUNDO J. ARAY)

Aray, Edmundo J. (1936). Poeta, contista, professor universitário e economista venezolano. Formou parte do grupo “Sardo” e colaborou em 1961 na fundaçón da revista “El Techo de la Ballena”. “En La hija de Raghú” (1956), “Nadie quiere descansar” (1961) e “Sube para bajar” (1963). Aray explora os temas universais, novos na literatura venezolana, que preocupam a muitos autores da sua xeraçón, como Alfredo Silva Estrada (1934) e Ramón Palomares (1935).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JOSÉ LUIS LÓPEZ ARANGUREN)

Aranguren, José Luis López (Ávila, 1909). Filósofo, teólogo e ensaista. Professor de ética e socioloxía da Universidade de Madrid. O seu pensamento foi influenciádo por Unamuno e por Ortega y Gasset. Entre os seus muitos libros destacam “La filosofía de Eugenio d’Ors” (1945), “El catolicismo y el protestantismo como formas de existência” (1954). “Crítica y meditación” (1957), “Ética” (1958), “La ética de Ortega” (1958), “La cultura española y la cultura establecida” (1975) e “Estudios literarios” (1976).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JOSÉ LUIS APPLEYARD)

Appleyard, José Luis (1927). Poeta paraguayo da xeraçón de 1950; foi colaborador de “Alcor”. O seu primeiro libro foi “Entonces era siempre” (1946) e o segundo, “El sauce permanece” (1947). Despois colaborou no volûme colectivo “Poesía” (1953) com Ramiro Domínguez e outros. Em 1961 ganhou o prémio municipal de teatro de Asunción com “Aquel 1911”, sobre um tema da independência nacional, e em 1965 publicou o poema largo “Tres motivos de don Carlos” e unha reimpressón revisada de “El sauce permanece”. Foi autor de unha novela “Imágenes sin tierra” (1964).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (O LIBRO DE APOLONIO)

Apolonio, Libro de. Anónimo, que pertence ao mester de clerecía. Trata-se de um poema de 2600 versos, escrito em quaderna vía e ( segundo Marden), composto ó redor de 1235-1240. Está basseado probabelmente nunha versón latina em prossa que se perdeu. O texto está cheio de aragonessísmos. A obra tem características bizantinas: abundam os piratas, os naufráxios, os amantes som separados, mas ao final se reencontram, etc… Muitas dessas lendas bassam-se em Apolonio, rei de Tiro, e a maioria estám tomadas da “Historia Apollonii regis Tyri”. O orixinal carece de forza estructural e têm inconsistências no argumento, que a miúdo resulta totalmente inverossímil, mas o poeta hispânico melhora substancialmente a obra em ambos os aspectos. O manuscrito encontra-se no Escorial. Apolonio é o predecessor do “perfeito cabalheiro” que se impón como herói nos libros de cabalaría. Apolonio descobre o amor incestuoso que existía entre o rei de Antioquía e a sua filha, e vê-se forzado a escapar para Tarso. Desde ahí, o herói vive unha multitude de incríbeis aventuras e coincidências que terminam de unha maneira igualmente arbitrária e que o levam a mostrar constantemente a sua virtude e a sua fé em Deus e na sua recompensa eterna. Como na maior parte das obras medievais, as personáxes non estám trazadas com maniqueísmo; non há bons nem maus, mas a obra carece de um desenho profundo da personalidade do herói, que em câmbio sim posse-e o “Libro de Alexandre”. Existem ediçóns modernas.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (NICOLÁS ANTONIO)

Antonio, Nicolás (Sevilla, 1617-1684). Bibliógrafo e erudícto. Acredita-se que a sua biblioteca pessoal chegou a ter trinta mil volûmes. A sua “Bibliotheca hispana vetus” (Roma, 1672) foi o primeiro intento sério por documentar todos os libros escritos na peninsula, desde tempos romanos até mil quinhentos. A sua “Bibliotheca hispana nova” (Roma, 1696), publicada póstumamente, chega até 1670. A obra de Antonio foi mais tarde revisada e aumentada por Pérez Bayer (Madrid, 1783-1788).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (ANÓNIMAS PERUANAS)

Anónimas peruanas. Duas poetisas peruanas do século XVII, unha das quais é completamente desconhecida. A outra utilizou o pseudónimo de “Amarilis”. Escreberom, respectivamente, “Discurso en loor de la poesía”, publicado por Diego Mexía em “Primera parte del parnaso antártico” (1608), e “Epístola a Abelardo”, dirixida a Lope de Vega, quem a publicou ao final da sua “Filomena” (1621). Menéndez y Pelayo afirmou ter descoberto que “Amarilis” era dona María de Alvarado, unha descendente de Gómez de Alvarado, conquistador que tinha fundado a cidade de León de Huanaco. Asenjo Barbieri e Millé y Jiménez atribuírom a “Epístola” ao mesmo Lope, mas Mendiburu suxeríu a Isabel de Figueroa, Moró Quesada xulgou que era de María Rojas e Garay e Riva Agüero pensarom em María Tello de Soutomayor.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JUAN DE ANDÚJAR)

Andújar, Juan de (século XV). Poeta da côrte de Alfonso V de Nápoles, cuxa obra se conserva no Cancioneiro de Stúñiga. O seu panexírico do rei, escrito em quince coplas de arte maior, entitula-se “Loores al señor rey don Alfonso” e aparece em “Rimas inéditas del siglo XV” (París, 1851), compilado por E. de Ochoa. A influênça que tivo Dante nos poetas espanhois foi menor que a de Petrarca, mas Andújar é a excepçón: a sua “Visión de amor” resulta unha imitaçón directa dos cantos IV e V do Inferno de Dante. Outro poema alegórico, “Cómo procede la fortuna”, conta em octassílabos o destino de várias personáxes lexendárias ou históricas, como Cleopatra, Semíramis, Dido ou Eneas.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (VICENT ANDRÉS ESTELLÉS)

Andrés Estellés, Vicent (Burjassot, Valencia, 1924). Poeta valenciano. Durante muitos anos foi redactor xefe do diário “Las Provincias”. A sua poesía foi ampliamente valorada na década dos setenta. Se bem nas suas primeiras obras utilizou o castelán como fala expressiva, pronto a abandonaria, para adoptar a fala materna. As suas principais obras som: “Ciutat a cau d’orella” (1953), “La nit” (1956), “L’amant de tota la vida” (1966), “Lletres de canvi” (1970), “Primera audició”, “Llibre de meravelles”, “L’inventari clement”, “La clau que obri tots els panys” ( 1971), “L’ofici de demà” (1972), libros que tinha escritos com anterioridade à sua publicaçón, e que integrou mais tarde no ciclo “Els manuscrits de Burjassot. Mais tarde publicou “L’hotel París” (1973), “Hamburg” (1974) e “Antibes” (1976). As suas “Obres completes” comezarom a publicár-se em 1972.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (PADRE JUAN ANDRÉS)

Andrés, Padre Juan (Planes, Valencia, 1740-1817). Erudícto Xesuíta que foi expulsado xunto com os seus companheiros em 1767. Foi nomeado bibliotecário do rei de Nápoles, e ahí escrebeu unha das primeiras histórias de “Europa, Orixem, progressos y estado actual de toda la literatura” (que foi traducida ao castelán polo seu irmán Carlos em dez volûmes, 1784-1806; o orixinal italiano tinha sete volûmes, Parma, 1782-1799). Andrés mostrou a influênça da cultura árabe na civilizaçón europeia em “Cartas sobre la música de los árabes”, obra que se incluíu na “Letteratura turchesca” (Venecia, 1787) de Giovanni Battista Toderini. “Cartas familiares” (1786-1793, quatro volûmes, reeditada em cinco volûmes, 1791-1794) introducíu muitas ideias forâneas em Espanha, continuando com a tradiçón do padre Feijoo. Os seus gostos eram exclusivamente neoclássicos: consideraba a “Gerusalemme liberata” a obra épica mais perfeita escrita até ao seu momento, e non apreçaba nem a Lope nem a Calderón, assim como tampouco gostaba de Dante ou Shakespeare.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (OLEGARIO VÍCTOR ANDRADE)

Andrade, Olegario Víctor (Alegrete, 1839-1882). Poeta e xornalista arxentino nascido no Brasil. A sua poesía, de corte romântico, mostra a influênça de Hugo e de Manuel José Quintana. Foi recolhida em “Obras poéticas” (1887). O verso, cheio de sonoridade, a miúdo chega a parecer trivial, mas em Atlântida e Prometeo o seu estilo repetitivo salva-se pola xenuina visón da grandeza do seu continente. A melhor ediçón das suas obras é a da Academia Arxentina de Letras (1943). Prometeo é, segundo o próprio autor, “um canto ao espírito humano, soberano do mundo, verdadeiro emancipador das sociedades escrávas de tiranías e sperstiçóns”. O seu poema mais conhecido foi “El nido de los cóndores”, para o qual se inspirou no regreso do cadáver de San Martín á Arxentina. Andrade escrebeu também num estilo mais sôbrio “La vuelta al hogar”, “El consejo maternal” e “Las flores del guayacán”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (ENRIQUE ANDERSON IMBERT)

Anderson Imbert, Enrique (Córdoba, 1910). Historiador da literatura, crítico, novelista e contista arxentino. A sua maior obra é a intelixente “História de la literatura hispanoamericana” (México, sexta ediçón, 1971). Com a colaboraçón de Eugenio Florit compilou a “Literatura hispanoamericana: antología e introducción histórica” (1960). As suas novelas som Vigilia (1934), estudio de adolescencia, Fuga (1953) e Victoria (1977). Os seus contos están reunidos em “Las pruebas del caos” (1946), “El grimorio” (1961), “El gato de Cheshire” (1965), “La sandía y otros cuentos” (1969), “La locura juega al ajedrez” (1971), e “Los primeros cuentos del mundo” (1978). A maioria das suas narraçóns breves contenhem paradoxos, fantasía e espíritos, e constituiem um mundo similar ao onírico. Publicou também mais de vinte libros de ensaios e crítica literária. Neste campo destacam “La originalidad de Rubén Darío” (1967) e “Genio y figura de Sarmiento” (1967).

OXFORD

MONTAIGNE (MICHEL SEIGNEUR DE MONTAIGNE)

Som os anos em que no “Reveille-matin des François” se publicam pola primeira vez alguns fragmentos mutilados do “Discurso da Servidón Voluntária”. A segunda tentativa de imprimir o libelo de La Boétie no terceiro volûme das “Mémoires de L’Estat de France” do calvinista Simon Goulart non terá um destino feliz. Em 1577, as “Mémoires” que contêm o texto intacto do “Discurso da Servidón Voluntária” serám queimadas em Bordéus, na praça de l’Ombrière. Agora xá non resta qualquer legado daquela memória. A cunhaxem da famosa medalha que reproduz as insígnias de Montaigne rodeadas polo colar de San Miguel e a lenda de “Michel Seigneur de Montaigne” (no verso, a balança, com os pratos em equilíbrio e o lema “Je m’abstiens”) volta em Xaneiro-Febreiro de 1576. A nomeaçón, por parte de Henrique de Navarra, como xentil-home da câmara do rei chega no ano seguinte, mas começam também os primeiros ataques da “gravelle”, o problema das pedras nos rins que, como o seu pai, o torturará até à morte. Montaigne superou há pouco os quarenta anos e sente mais temor do que dor polos cálculos renais. O seu pai tinha morrido de unha nefrolitíase ( de pedras na bexiga) em 1568, ano dos dous horrores, xá que também perde unha filha. No ano seguinte, será a vez do seu irmán Arnaud, capitán de Saint-Martín, num acidente no “Jeu de Pomme”. Depois da sua morte, debido ao “affaire do colar” de ouro da sua propriedade, que apareceu na caixa-forte da mulher de Montaigne, nasce a suspeita de que tivesse sido amante da sua cunhada, Françoise de La Chassaigne. Antoinette de Louppe pretendeu a sua restituiçón, num acto público subscripto, além de polo notário, por ela própria, Michel e os seus dous irmáns. Em 1568, uns dez anos antes, parece detectar-se também a famosa queda do cavalo, aquela antecipaçón da morte que Montaigne descrebe no capítulo “Do Exercício”: sentia a vida languidescer e deixar-se ir, como nunha doce e infinita nostalxía. Lucrécio transforma-se no intertexto do capítulo e Montaigne insere cinco versos. Mas Lucrécio reclama Epicuro e, no seu exemplar da obra lucreciana, em referência à teoria dos átomos, Montaigne anota que, debido ao seu movimento acidental, non pode excluir-se que, na sua composiçón e recomposiçón, possa nascer “outro Montagne”.

NICOLA PANICHI