Arquivos diarios: 30/11/2020

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (ARQUÍLOCO)

A ELEXÍA E O YAMBO

Em muitos aspectos Arquíloco é o ponto central de qualquer estudo sobre o desarrolho da literatura no século VII a. C., posto que é o primeiro escritor grego que toma quase todo o material do que pretende ser a sua própria experiência e das suas emoçóns, e non da bagaxe tradicional. Por unha coincidência feliz, esta figura central também está datada. Foi contemporâneo de Giges, rei de Lidia. Alude à destrucçón de Magnesia polos cimérios, e parece ser que estaba em idade militar. Também fala de um maravilhoso eclípse total do Sol, o qual (apesar dos recentes intentos de defender os de 711 ou 557) debeu de acontecer o dia seis de Abril de 648 a. C. Arquíloco de Paros presenta-se a si mesmo como um home de poucas ilusóns, um rebelde contra os valores e fundamentos da sociedade aristocrática na qual se encontraba. Unha explicaçón verossímil desta tensón, à que debemos grande parte do interesse da obra de Arquíloco, debe encontrar-se nas circunstâncias da sua vida. Procedia de família encumbrada. O seu avô (ou bisavô?) Telis tinha-se unido ao culto de Deméter em Tasos por finais do século VIII a. C., e haberia de ser inmortalizado em Delfos nunha grande pintura de Polignoto de Tasos. O pai do poeta, Telesicles, também conseguíu honras, como fundador da colónia de Paros em Tasos. Mas se nos fiámos de unha passaxe na qual se cita ao escritor do século V Critias criticando a Arquíloco por revelar informaçóns perxudiciais sobre sí mesmo na sua poesía, a sua nai Enipo era escrava, e a pobreza obrigou a Arquíloco a abandonar Paros e buscar fortuna no extranxeiro. Arquíloco marchou, pois, a Tasos, onde servíu como soldado – na realidade non sabemos se foi um mercenário -, e mais tarde, de volta em Paros, axudou a defender a ilha contra os ataques da vecinha Naxos. Num destes enfrentamentos foi morto por um de Naxos chamado Calondas. Por tudo o que sabemos, Arquíloco foi unha personaxe turbulenta e inclúso de má reputaçón durante a sua vida; mas depois da sua morte a sua memória foi tratada com a veneraçón relixiosa que os gregos outorgabam ós escritores de xénio.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)