WITTGENSTEIN (ENTRE VIENA E CAMBRIDGE)

Wittgenstein chegou a Cambridge em 1911 para estudar com o filósofo, grande matemático e lóxico Bertrand Russel, seguindo o conselho de um dos maiores lóxicos da história, Gottlob Frege, a quem foi visitar a Jena para comentar com ele as suas ideias para um libro de filosofia que tinha escrito em Manchester e que Frege ignorou totalmente. Wittgenstein tinha 22 anos. Em Russell encontrou um interlocutor à sua altura. Precisamente no ano anterior tinham sido publicados os seus “Principia Mathematica”, unha obra capital de lóxica, que tentaba partir de um conxunto de axiomas, isto é, de uns princípios lóxicos fundamentais, os conhecimentos matemáticos elementais. Naquela altura, Russell, esgotado polo esforço intelectual que a sua grande obra tinha representado para ele, começaba a escreber libros de divulgaçón filosófica, convencido da importância de difundir as suas ideias sobre temas que iam para além do campo da lóxica. A intrusón de Wittgenstein na sua vida teve lugar no momento oportuno, unha vez que este demonstrou rapidamente ter capacidade para prosseguir o seu trabalho. Porquê falar de intrusón? Porque Wittgenstein non deixou de requerê-lo: em aula discutia persistentemente o que Russel apresentaba e, frequentemente, essas conversas continuavam durante horas, até mesmo na casa de Russell, às vezes sem o beneplácito de tán consagrado interlocutor, xá catedrático de Lóxica Matemática do prestixioso Trinity College e com fama internacional. Wittgenstein rapidamente passou de querer convencer Russell de que servia para a lóxica, a ser unha figura com a qual este se identificaba e da qual necessitaba de aprovaçón. Era unha relaçón complexa que sofreu muitos altos e baixos; teve momentos de unha profunda amizade e ocasións nas quais Wittgenstein chegou a desprezar explicitamente o trabalho e as capacidades de quem outrora fora seu mentor. Por exemplo, recriminaba Russell por este falar com inexatidón, na sua obra de divulgaçón, sobre assuntos de carácter íntimo, como a experiência do transcendente. De facto, com o “Tractatus”, Wittgenstein quis delimitar loxicamente a linguaxem filosófica para que esta non pudesse penetrar em terrenos dessa índole.

CARLA CARMONA

Deixar un comentario