Arquivos diarios: 25/10/2020

ARENDT (PODER + VIOLÊNCIA)

Probavelmente, a palabra “crise” é a que mais se repete no título dos seus ensaios destes anos: “A crise na educaçón”, “A crise na cultura”, “Crise da república”… Torna a ser relevante ter em conta o contexto, pois som libros muito relacionados com a turbulência da política americana e a situaçón mundial do momento. Terminado abruptamente o sonho dourado com o assassinato de Kennedy e a crise dos mísseis de Cuba em 1962, Arendt manifestou-se várias vezes contra a guerra do Vietname. Da mesma forma, escrebeu sobre o papel da mentira na política, quando se soube como o governo de Nixon mentira ao país para xustificar a intervençón militar no Vietname, através da publicaçón dos “Papéis do Pentágono”, num prenúncio do que seria o caso Watergate mais à frente, ou até o caso Wikileaks hoxe em dia. Escrebeu também sobre a desobediência civil de acordo com o movimento de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos e com a resistência cívica à guerra, ou sobre os problemas da segregaçón racial dos afro-americanos. Outro dos problemas candentes do final da década de 1960, muito presente tanto nas discusóns públicas como no activismo político era, sem dúvida, a relaçón entre violência e poder: o poder é a expressón da violência de alguns? Podemos desligar o conceito do poder da violência e da força? O poder é um fenómeno exclusivamente governamental? O seu ensaio “Sobre a Violência” (1969) é, neste sentido, unha das obras fundamentais para comprehender a política – e, consequentemente, o poder – fora da categoria de dominaçón. Em suma, poderíamos dizer que os seus textos de 1960-1970 apelam para unha intervençón colectiva da cidadania no espaço público, entendendo a democracia e o poder como esse exercício cidadán da acçón colectiva, como unha acçón de defesa do público a partir da sociedade civil. Contudo, non debemos pensar que estes ensaios som de forma algunha meros comentários descriptivos dos factos históricos do momento. Polo contrário, encontramo-nos perante unha profunda reflexón filosófica sobre as experiências políticas do seu tempo, um pensamento normativo sobre aspectos fundamentais da política: a responsabilidade inherente à cidadania, o poder, a liberdade pública ou as possibilidades da acçón colectiva, questóns que reaparecem na sua obra de forma recorrente. A sua análise non parte de conceitos prévios, mas das experiências políticas, dos acontecimentos, e é a partir dessas experiências que constrói e reelabora termos como poder, violência ou acçón.

CRISTINA SÁNCHEZ

DILATAÇÓN TEMPORAL (F46)

Os relóxios em movimento parecem retrasar-se. Como isso também se aplica aos relóxios biolóxicos, as pessoas em movimento envelheceram mais lentamente, mas non se faga demasiadas ilusóns: às velocidades correntes, ningún relóxio normal seria capaz de medir a diferença. Para ver como este análise se aplica aos aparelhos que levam a conta do tempo, consideremos dous observadores que están mirando um relóxio. Segundo a relatividade especial, o relóxio vai mais rápido para um observador que está em repouso com respeito ao relóxio. Para os observadores que non están em repouso respeito do relóxio, este anda mais lentamente. Se o observador que está no avión sincroniza um pulso de luz que vai e vem entre a cauda e o morro do avión com o tic-tac do seu relóxio, vemos que para um observador em terra o relóxio vai mais lento, porque no sistema de referência do chan o pulso de luz tem de recorrer unha distancia maior. Mas o efeito non depende do mecanismo concreto do relóxio; aplica-se a todos os relóxios, incluso aos nossos relóxios biolóxicos. O trabalho de Einstein demostrou que, tal como ocurre com o conceito de repouso, o tempo non pode ser absolucto, à diferença do que tinha acreditado Newton. Em outras palabras, non é possíbel, para cada suceso, asignar um tempo para o qual todos os observadores estem de acordo. Ao contrário, cada observador têm a sua própria medida do tempo, e os tempos medidos por dous observadores que se estám movendo um com respeito do outro non coincidem. As ideias de Einstein vam contra a nossa intuiçón porque as suas implicaçóns non som observábeis às velocidades que encontramos na vida corrente, mas forom repetidamente confirmadas nas experiências. Por exemplo, imaxinemos um relóxio de referência no centro da Terra, outro na superfície da Terra, e outro a bordo de um avión que voa ou bem no sentido da rotaçón da Terra ou bem no sentido oposto. Com respeito ao relóxio situado no centro da Terra, o relóxio a bordo do avión que voa para Este – é dizer, no sentido da rotaçón da Terra – despraça-se mais rápido que o relóxio situado na superfície da Terra, e polo tanto debe retrasar. Análogamente, respeito ao relóxio situado no centro da Terra, o relóxio a bordo do avión que voa para o Oeste – no sentido oposto á rotaçón da Terra – despraça-se mais lentamente que o relóxio da superfície, o qual significa que o relóxio do avión debería avanzar respeito do relóxio da superfície. E isso é exactamente o que se observou quando, nunha experiência realizada em Outubro de 1971, um relóxio atómico muito preciso voou arredor do mundo. Assím pois, poderiamos alargar a nossa vida se voá-se-mos constantemente cara ao Este arredor do mundo, aínda que acabaríamos aborrecidos de ver todos os filmes das aerolinhas.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW