Arquivos diarios: 14/10/2020

O FADO (A MORTE DE AMÁLIA)

A cinco de Outubro de 1999, Amália Rodrigues morre e Portugal fica de luto durante três dias. Centenas de milhares de admiradores comparecem no seu funeral para um último adeus à maior artista de sempre da história da música portuguesa e unha das grandes figuras que marcaram a cultura do século XX. Amália Rodrigues é trasladada dous anos depois para o Panteón Nacional, sendo a primeira mulher a merecer tais honras. O legado de Amália prevalece, non há fadista que non a cante. É a grande musa de todas as xeraçóns vindouras, muito a ela se fica a dever o reconhecimento do fado e da cultura e fala portuguesa no mundo. Este ano ficaria também marcado polos primeiros rexistos discográficos de Hélder Moutinho e Mafalda Arnauth. Hélder Moutinho estreia-se com o disco Sete Fados e Alguns Cantos, defendendo o fado como música portuária em constante evoluçón. Hélder Moutinho tem acrescentado alguns novos ingredientes quer por via da instrumentaçón, composiçón ou com convidados de outras áreas musicais. Vindo de unha família com tradiçón fadista, é de salientar os seus irmáns Camané e Pedro Moutinho, apesar de terem estilos diferentes todos congregam no fado o seu denominativo comum. Conta somente com três discos gravados, talvez pola sua capacidade de se desdobrar em várias actividades distintas como o canto, a escrita ou a produçón, xerindo também ele a carreira de alguns fadistas conhecidos. Um percurso versátil mas interessante, com alguns prémios polo caminho. Nestes anos, o fado fervilhaba e captaba em crescendo o interesse das editoras multinacionais, a EMI editaba entón o disco de estreia de Mafalda Arnauth, obtendo imediato sucesso vindo a marcar a carreira da fadista compositora, valendo-lhe alguns prémios e nomeaçóns que viria a ter nos anos seguintes. Surxiria também como compositora no seu terceiro disco, Encantamento, faceta que continua nos discos seguintes perfazendo até à data sete. Com um traxecto regular do ponto de vista editorial e de espectáculos ao vivo quer em Portugal quer no estranxeiro, verifica-se em 2009 a sua primeira incursón fora do fado no proxecto Rua da Saudade cantando poemas de Ary dos Santos. Nos anos noventa, aparecem vários artistas que solidificam as suas carreiras, atinxém um sucesso notábel à escala global, e todos eles practicamente internacionalizaram-se. O fado recupera a sua vitalidade do marasmo dos anos setenta e oitenta e assume protagonismo perante outras músicas. No seu todo artístico, conquistou os palcos do mundo e ganhou públicos mais xovens. Este novo fado representa unha metamorfose do passado para o futuro, indo abrir novos caminhos neste novo milénio.

FADO PORTUGAL