Arquivos diarios: 06/10/2020

GALLEIRA (13)

Polo de pronto, a lenda que se conserva na Armórica, referente à Ker-Is e a sua inundaçón, debeu ser conhecida completa na Galiza, posto que os seus principais rasgos encontram-se adxudicados às poboaçóns lacustres que entre nós se suponhem submerxidas. ¿Talvez naquela se reuniron afortunadamente as lendas que sobre o mesmo asunto se conservam em diferentes localidades do país Bretón? A nossa cidade de Reiris, desapareceu misteriosamente, graçás à rápida inundaçón provocada por um mâgo: a de Ker-Is, polo desbordamento do pozo, cuxa porta abríu a filha do rei Gradlon. Este último detallhe encontrámo-lo consignado em Brandomil; também alí um pozo que desborda é causa da ruína da cidade que se asentaba naquela chaira. Convertida a filha do rei nunha sereia, os seus cantos som dolentes como as ondas, segúndo afirma a cançón bretona. Na lagoa do Carragal, é unha dama encantada a que poboa céus e àguas com os seus largos e tristíssimos xemidos. Estas semelhanças adquerem maior importância quando se adverte que no desenvolvimento posterior da lenda, se encontram também pormenores que podem ser equiparados aos que perseveram entre nós. Contando a submersón de Is, um trovador do século XII, asegura que “La damoiselle en eût pitié” do rei Gradlon e o salvou. Na lenda popular de Santa Cristina, a Virxem, despois de librar da inundaçón à pobre que a tinha acolhido, lêva-a consigo e a colma de riquezas. Isto sem contar com que o relincho do cabalo do rei armoricano vale bem, por esta vez, os bramidos do nosso Bruon. Por último, encontra-se a sereia unida a outros recordos mitolóxicos na lenda relativa à nossa hipotéctica ciudade de Veria. Conta Boán que no lago que avecindaba aquela poboaçón, habia unha grande serpente à qual matou Alceo de Verial, é dizer de Veria. Acrescenta que os Saavedras a cuxa família pertencia este herói, tomarom por divisa unha cidade asolagáda e a sêrpe (nos escudos) com unha maza na mán. A esta Veria, situada nas lagoas que deixam o Minho, Támaga e Ladra nas crescidas, destruída por render culto a Baal, com o qual, a nossa tradiçón une-se por sí própria ó recordo das superstiçóns galegas e ao carácter semi-sacerdotal que se adxudíca aos baluros. Com tal motivo ocurre perguntar, se acaso tiverom as nossas lagoas um destino relixioso ou se tán só estabam ligadas por leves reminiscências dos restos persistentes dos antigos cultos. Dous escritores do século XVII, Gándara e Boán, testemunham a crênça, viva ainda no seu tempo, de que, na lagôa de Santa Cristina e na cidade de Veria, prestou-se adoraçón ao velho ídolo de Baal. Non serám estas as únicas localidades em que se conservem semelhantes tradiçóns. Éco de outras anteriores, proba a larga subrevivênça das relixións antigas. Ker-Is, a cidade de Isis, perece pelos seus pecados. Santa Cristina e Veria, cidades de Baal, som igualmente castigadas por persistir na sua idolatría. Villaamil non encontra dificuldade em que nas lagôas de Santa Cristina e a de Antela tivesse habido templos. Pictet, a propósito da inscripçón de Volnay, acredita que nas cidades lacustres habia edifícios consagrados e ainda se alarga a atribuir-lhes a propagaçón do culto das àguas. Natural sería que os que viviam à mercêde das ondas, as mirassem como divindades propícias ou terríbeis, segundo a ocasión. Non obstânte, non consta a adoraçón das lagôas polos antígos galegos.

MANUEL MURGUÍA