Arquivos diarios: 04/10/2020

A FASCINAÇÓN EUROPEÍSTA

Pese a que eu non lhe gostaba como actor, a maricona facha de don Nicomedes, sempre tinha que darme os melhores papeis, porque na escola non habia mais cera que a que ardia. Don Nicomedes era antagónico consigo mesmo. Os maricóns estabam non só mal vistos, senón perseguidos; ser maricón e encima franquista era tán absurdo, como ser pobre e de dereitas. Total, que eu arrasaba no escenário e o Villán menos lobos caperucita. Ademais, por entón, ou estaba doênte de timidez, “ou as raparigas no lhe facíam muito tilím”. Era o que chismorreaba a Lurdes, um enigma. Eu acredito que começou a picar-se às mulheres em Canet de Mar, mais que nada pola fascinaçón europeísta dos ûmbigos das suecas-alemáns. Ao Villán, non o expulsaron quando da célebre represália, senón que marchou por própria vontade unhas semanas despois. Motivos para que o expulsaram, tinha dado mais que suficientes; sem ir mais lonxe, o andar de “coplas” com a Lurdes, ainda que nada sucedera; e, em especial, as suspeitas de estar metido em política. Mas tudo isto debeu de ser considerado culpa inferior à da zaragata de um Sábado na Canonga, quando o mocerío da vila, por um arrimón de mais e um baile de menos, nos amantilharom as costelas com paulazos e nos botarom em cima a Benemérita; acabamos no “quartelilho” por escándalo público. Mas isto acabou sendo um pretexto, a cousa vinha da folga de fâme. Algúns tinhamos afecçón tanto aos arrimóns no baile como ao vinho do Priorato, e aquela noite xuntárom-se âmbos: o vinho e as mulheres. Polo demais, o que a Lurdes insinuaba, carecia de fundamento. A non ser que fora verdade, que a Lurdes sería amante de um professor de Formaçón do Espírito Nacional, don Romualdo, que, ademais de ideólogo, era matemático. De ser isto certo, ó Villán estábam-no a utilizar, como um pardilho, de tapadeira para don Romualdo. O lóxico sería que Villán sacá-se algo substâncioso da situaçón. Mas, non acredito. Nem sequer unha calentura. Nos primeiros tempos de Canet, descubrím que a verdadeira adiçón de Villán eram as novelas de amor de “Corín Tellado”. Essa subliteratura tinha-o absorbido, e introducia certas disfunçóns na sua actividade emocional. Tratar de abrir-se ao mundo das xermánicas despelotadas com as heroínas de “Corín Tellado” na cabeza, non era lóxico; mas, o meu estrafalário amigo resultaba ilóxico por natureza.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO