Arquivos diarios: 31/08/2020

JACQUES DERRIDA (A UNIVERSIDADE SEM CONDIÇÓN)

Finalmente, 1983 é o ano da fundaçón do Collège Internacional de Philosophie, um centro que Derrida quer nos antípodas do coléxio de elite, nem sequer de ensino superior. Do que se tratava era de abrir-se às “provocaçóns mais irruptivas das “ciências”, das “técnicas”, das “artes”.” E declaraba a esse respeito (entrevista concedida a J. L. Thiébaut, 1983) que no Collège non haberia “nenhuma cátedra, nenhum cargo permanente, apenas contractos de duraçón relativamente breve. Ou sexa: unha estructura leve, companheirismo, mobilidade, abertura, diversidade, prioridade especial às investigaçóns insuficientemente “lexitimadas”, ou muito pouco desenvolvidas em instituiçóns francesas ou estranxeiras…”. Três anos antes, em junho de 1980, Derrida apresentou a sua tese de doutoramento, unha compilaçón de dez textos seus sob o título L’Inscription de la Philosophie: Recherches sur l’Interprétation de l’Écriture (A Inscripçón da Filosofia: Investigaçóns sobre a Interpretaçón da Escrita). Aí, depois de expor o trabalho de vinte anos, concluirá a sua defesa levando a própria noçón de defesa à sua aporia: “Tudo o que foi dito soou ainda demasiado ao balanço de unha contabilidade, unha autoxustificaçón, um autossustentar-se, unha autodefesa. Nela, ouviu-se falar demasiado de estratéxias… (mas a minha) era unha estratéxia sem finalidade. A estratéxia sem finalidade – pois sustento-me nela e ela sustenta-me -, a estratéxia aleatória de quem confessa non saber aonde vai, non é pois, afinal, unha operaçón de guerra nem um discurso da belixerância. Quereria que fosse também, como a precipitaçón sem rodeios rumo ao obxectivo, unha prazenteira contradiçón de si, um desexo desarmado, isto é, unha cousa muito velha e muito astuta, mas que também acaba de nascer, e que goza estando indefesa”. Como non podia ser de outro modo, este aspecto institucional do seu percurso tem ficado rexistado unha vasta série de publicaçóns, entre as quais cabe destacar A Filosofia como Instituiçón (1984), Do Direito à Filosofia (1990), O Direito à Filosofia do Ponto de Vista Cosmopolita (1997) e A Universidade sem Condiçón (2001).

MIGUEL MOREY

FADO (CAMANÉ, CRISTINA BRANCO, JOANA AMENDOEIRA)

No ano de 1995, é editada “Uma noite de fados” de Camané, que passa a contar com a colaboraçón e direcçón de Manuela de Freitas nas letras e José Mário Branco nas composiçóns. Fadista que xá tinha vencido a “Grande Noite do Fado” e gravado discos na adolescência, viria a encarnar o novo fado lisboeta tornando-se a maior referência masculina do fado da sua xeraçón. tem mantido regularidade nas actuaçóns no estranxeiro, contando com alguns prémios, mais de dez discos editados e alguns primeiros lugares nos topos de vendas. Com um estilo próprio e com a capacidade de se renovar a cada disco, agrada às xeraçóns mais novas. Camané é inquestionavelmente unha das grandes figuras do fado da actualidade e um dos novos símbolos da cultura urbana de Lisboa.

Em 1996, Cristina Branco faria a sua estreia profissional ao vivo em Amesterdam, desse concerto nasceu um disco que teve imediato sucesso na Holanda. Desde entón, a sua carreira tem estado pautada por um assinalábel percuso internacional, non só no que respeita a espectáculos mas também a ediçóns discográficas, contando com doze trabalhos editados. Com um elevado requinte poético, Cristina Branco canta muitos poetas portugueses e estranxeiros. Non se assumindo como fadista, consegue dar orixinalidade com a sua forma de cantar e personalidade à tradiçón fadista e ao cancioneiro nacional.

Joana Amendoeira vence a “Grande Noite do Fado do Porto” na categoria de xuvenis e no ano seguinte, apenas com dezaseis anos, publica o seu primeiro álbum “Olhos garotos” em 1998. “A princesa do fado”, como lhe chamam os seus seguidores mais devotos é unha das fadistas com forte presença internacional. Apesar de ter começado muito nova no fado, é a partir do início dos anos 2000 que começa a evidenciar-se xunto do grande público, contando com oito álbuns editados até à data.

FADO PORTUGAL