Arquivos diarios: 24/08/2020

ARÍSTOCLES (A IRONIA SOCRÁTICA)

Foi entón que Sócrates xulgou entender o porqué da resposta do oráculo: ele non era o home mais sábio por possuir unha infinidade de conhecimentos, mas porque ao contrário daqueles que pavoneabam um saber próprio, Sócrates reconhecia non saber nada e aplicaba de forma humilde e honesta a descoberta da verdade. Esta foi a orixe e o sentido de “só sei que nada sei”, síntese da sua actitude conhecida como “ironia socrática”, a profissón sincera da ignorância como primeiro passo para a procura do conhecimento. Contudo, isso non significa que Sócrates acreditasse que o conhecimento fora impossíbel. Era exactamente o contrário. Segundo Aristóteles, “duas som as descobertas que com razón podem ser atribuidas a Sócrates: os raciocínios inductivos e a definiçón universal; e estas descobertas constituiem a base da ciência”. Vamos por partes. Correndo o risco de pôr na boca de Sócrates mais (ou menos) do que, talvés, ele tenha dito, os universais som os conceitos que aglutinam e unificam um conxunto de casos particulares. Um simples exemplo servir-nos-á para ilustrar a ideia e, por sua vez, as dificuldades que equaciona. Ao longo da nossa vida deparámo-nos (e continuamos a deparar-nos nunha base diária) com unha enorme variedade de mesas diferêntes , de unha, três, quatro ou mais pernas; mais altas ou mais baixas; vermelhas, azuis ou negras; de madeira, metal, plástico ou vidro… Pese embora a enorme diversidade, todas elas partilham algunha cousa que fai com que sexam mesa (ou que assim as chamemos). Se nos propuxéramos ( e é algo que normalmente os dicionários xá o fán), poderíamos chegar a definir os elementos e as características que fán com que unha mesa sexa unha mesa e non, por assim dizer, unha escoba de dentes. Chegaríamos assim à definiçón universal do “ser mesa”. Como veremos quando chegarmos à teoria das Formas de Platón, a questón está lonxe de ser trivial e evidencia unha série de questóns fundamentais, tais como o que é a realidade, o que é a verdade, o que significa conhecer… Mas non adiantemos acontecimentos e esperemos por Platón: agora, o mais importante é sublinhar que sexa qual for o estatuto que lhes atribuirmos, Sócrates foi o primeiro a equacionar o problema dos universais que subxacem aos casos particulares da nossa experiência.

E. A. DAL MASCHIO

EM NOME DE GUILLADE (O CASTRO DA CIVIDADE)

“Na nossa primeira visita ao xacimento da Cividade, em 1961, puidémos comprobar que, no extremo Sul entre acácias (mimosas) e tóxo, em efeito, existiam diferêntes restos de vivendas circulares, unha das quais estaba completa e somente fora excavada no seu interior. A uns vinte metros para Norte, localizá-mos unha interesante pía ou alxíbe (elíptico), labrada na rocha viva e non exenta por formar parte d’unhas penas, orientada ó Nascente. Ésta pía tem de longo um metro, de largo 76 cm.; com unha profundidade de 60 cm., unha abertura lateral (portinha) de 38 x 44 cm. Ésta curiosa abertura dotada de unha estría como para encauzar unha porta (comporta), apresenta assím mesmo, na parte mais alta, no borde superior e cabeceira da referida pía, outra singular canela, que sem lugar a dúvidas, tería como obxecto, o facilitar a cobertura ou peche de tal depósito, encaixando algúm tipo de tampa. Polo qual dámos por descartado, que puidéra tratár-se de um depósito para liquidos. Isto nos leva, polo contrário, a pensar nunha arca pétrea para o armazenamento de grán (celeiro), ou de salazón.

PUBLICADO NA PENEIRA (NADAL – 1984)