Imaxe

DESCARTES (REQUINTADO PRODUCTO DA SUA ÉPOCA)

René Descartes nasceu a 31 de Março de 1596, a escassos metros das turbulentas águas do rio Creuse, nunha pequena aldeia da província de Turena, perto do vale do Loire, no centro de França. Embora ele non o tivesse chegado a saber, a modesta La Haye prestar-lhe-ia unha homenaxem póstuma ao adoptar o seu nome a partir da Revoluçón Francesa de 1789: os que ali nascem chamam-se agora “descartoises”. O pequeno René teve unha infância pouco assinalábel e com o componente traumático de ter perdido a nái, víctima de um parto complicado, quando ele tinha apenas um ano de idade. O pai, um reputado xurista, formou rapidamente unha nova família, mas teve a prudência de deixar os seus anteriores filhos a cargo do tio materno, um político tolerante acostumado a mediar com êxito os conflictos entre católicos e “huguenotes” (como eram conhecidos os calvinistas franceses, partidários da Reforma Protestante) na localidade vizinha de Châtellereault. Descartes cresceu beneficiando das comodidades de unha família católica de clásse média-alta, composta por médicos e xuristas, embora acometido de unha fraxilidade física (manifesta pela sua inseparábel tosse seca), que apenas começaria a superar a partir dos vinte anos. “Preferi ver sempre as cousas do ângulo mais faborábel e tentar que a minha felicidade dependesse principalmente de mim mesmo, e creio que essa predisposiçón venceu gradualmente a minha debilidade”, confessaria anos mais tarde, ao constactar algo xá sabido pelos filósofos de qualquer época: que a saúde do pensamento influi na saúde do corpo. Graças à amizade que unia a sua família aos directores, aos dez anos pôde ingressar na resplandecente escola de La Flèche, xerida pela ordem católica xesuíta. Tratava-se do centro de estudos mais avançado da Europa cristán e, como veremos seguidamente, um bom exemplo da complexa tessitura ideolóxica na qual o pensamento moderno foi abrindo caminho.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

Deixar un comentario