Arquivos diarios: 15/04/2020

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (A XÉSTA TROIANA – A ILÍADA)

Esta grandiosa e complexa composiçón, sem dúvida o mais grande de todos os poemas épicos, pode considerar-se críticamente desde muitos pontos de vista. Os leitores que nos seguem probabelmente xa lerom pola sua conta grande parte do poema, polo que unha simples paráfrase resultaria ociosa. Non obstânte, ó final pareceu melhor basar este estudo num análise crítico dos principais temas do poema, libro por libro, e em pasaxes traducidos escolhidos para mostrar os aspectos engrenados da acçón e do linguaxe. Em quanto à estructura básica da Ilíada, ainda que lineal em sí mesma, a miúdo se vê obscurecida por elaboraçóns e disgresóns espessas; e um debe experimentar o efeito de conxunto seguindo a sua ordem se pretendemos que a impresón resultante sexa unificada e monumental e non simplesmente caótica. Nas páxinas que seguem o nosso propósito será construir gradualmente unha opinión non só do plano narrativo e das suas implicaçóns, senon também das qualidades expressivas, estilísticas e sensitivas das quais debe depender qualquer apreciaçón refinada do poema. O poema inicia-se com unha curta invocaçón à Musa para que cante “a cólera de Aquiles”. Isto, com as suas consequências imediatas, será o tema narrativo central, de diferêntes maneiras, a “xesta” troiana toda e as tensóns inherentes ao código heroico mesmo non som menos importantes. A cólera do príncipe Aquiles é provocada polo seu enfrentamento com Agamenón, xefe dos aqueos -gregos- acampados frente a Troia. Indirectamente é iniciado polo deus Apolo; que envia unha praga ao exército sitiador, porque, como revela o adivinho Calcante, Agamenón recusa devolver o seu botín de guerra, a fermosa Criseida, ao seu pai Crises, sacerdote de Apolo. Xá o poema passou do seu prólogo lapidário para um tenso debate entre os dirixentes aqueos; xá exhibe a escala e o detalhe de unha obra singularmente longa e ambiciosa. Agamenón, rexiamente molesto, insulta primeiro a Calcante e despois, mais perigosamente, a Aquiles, que sai na defesa do adivinho. Aquiles replica em termos envenenados que retam a honra e a autoridade do rei, ó qual as forças expedicionárias xurarom fidelidade -tanto por ser o irmán maior de Menelao, e por tanto o responsábel de vingar o rapto de Helena polo príncipe troiano Paris, como por ser o rexedor poderoso da “Micenas rica em ouro”-. Nas suas palabras de enemistade a Agamenón, Aquiles xá revela a invexa e o descontento que están implícitos non só no seu papel particular, senón também em toda a escala heroica de valores.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)