Arquivos diarios: 03/04/2020

LITERATURA CASTELÁN (DA ORIXE XERMÂNICA DA NOSSA ÉPICA)

Menéndez Pidal defende a orixe xermánica da épica peninsular, idéntico, pois, ó que se admite para a francesa. Os visigodos, o mesmo que os outros povos xermanos, tinham desde antigo os seus cantos guerreiros, cuxa existência está confirmada por diversos históriadores – Tácito, Jordanes -, e que seguirom cultivando despois de estabelecidos na península: “Pasada a época das emigraçóns, os povos xermânicos que se quedarom nas provincias do derrocado império romano occidental, continuarom usando os seus cantos historiais antigos, à vez que fabricarom cantos novos sobre os sucessos recentes, ensalzando os personaxes façanhosos da actualidade, criando novos heróis, e novas lendas, è dizer, continuarom na idade heróica que antes viviram. Salvo que os heróis d’agora xá non alcançam a fama comúm d’antano, extendida às várias estirpes xermânicas, senon que a sua glória quedaba reducida ó âmbito da sua nova naçón particular. Menéndez Pidal documentou minuciosamente os componentes desta épica visigoda que podem rastexar-se logo nos primeiros cantos épicos casteláns. Obxectou-se que os Visigodos, por estar xá muito romanizados ó chegar às Espanhas, tinham perdido os seus cantos épicos antigos; mas Menéndez Pidal tinha rebatido esta dúvida recordando os numerosos elementos xermanos que existem fortemente arraigados em tantos aspectos da cultura medieval, e que penetram até aos mesmos tempos modernos. Polo que à epopeia se refere, afirma: “Esta negaçón, fundada em conceitos românticos sobre a assência da epopeia, non tem hoxe forza algunha. Quando non pensamos que a epopeia tenha unha orixe mítica, senón historiográfica, debemos supor que a cristianizaçón e a romanizaçón dos godos, começada no século IV, no império de Oriente, em tempos de Fritigerno, non contrariaba os cantos históriais de um povo, senón no que acaso tiveram de mitoloxía pagán incidentalmente. E pensando nisto, se os antigos cantos dos franceses estabam em uso ainda no século IX, e os cantos heroicos dos visigodos eram usuais ainda no século V na Aquitania nos funerais de Teodoredo, non é verossímil que tivessem caído no esquecimento entre os godos estabelecidos ò sul dos Pirineos, quando os godos coectâneos de fora das Espanhas seguíam usando esses cantos, segundo testemunho de Jordanes”. Menéndez Pidal aduce logo um texto de San Isidoro, “Institutionum disciplinae”, escrito para a educaçón dos xóvens nobres, donde o santo escriptor recomenda, xunto às ensinanzas de carácter clássico, que “para exercitar a voz debem cantar ó som da cítara gravemente, com suavidade, e non cantares amatórios ou torpes, senón preferir os “cantos dos antepassados” (carmina maiorum), polos quais se sintam os ouvintes estimulados para a glória”; alusón clara -di- aos cantos heroicos que estabam, pois, em uso. E, adxunta mais abaixo: “Século e meio antes que Carlomagno mandase que os cantos bárbaros e antiquíssimos dos francos fossem memorizados, dispunha Isidoro igualmente entre os visigodos que antes de chegar à adolescência cantassem os pupilos nobres as façanhas dos antepassados”.

J. L. ALBORG