
Assim, a tese segundo a qual se tería introduzido em Xónia a ideia de que o mundo é transparente à razón, seria maiormente concretizado por Anaximandro? Non entramos na discussón sobre se teríamos de remontar-nos a Tales para defender o mesmo e mantemos a pergunta: além de fazer deles os primeiros cientistas, o que há em tudo isto que os converta nos primeiros filósofos? A chave reside talvez em que “pensar à moda dos gregos”, para além da assumpçón dos dous postulados descriptos, tem unha conotaçón suplementar: precisamente unha suspeita sobre o segundo deles, unha dúvida sobre a neutralidade do pensamento no acto cognoscitivo puro, isto é, non motivado pola finalidade de transformar o conhecido; o suxeito que conhece estaría provavelmente lonxe de ser unha mera testemunha desta verdade escondida. Tal suspeita constitui talvez o sinal maior de que a filosofia tinha aberto o seu próprio caminho. O suxeito dotado de razón e de linguaxe avança hipóteses sobre o grande e sobre o diminuto, sobre os astros e sobre o que se esconde por detrás da forma da carne ou da forma da pedra e fá-lo buscando unha verdade que pensava ser obxectiva, exterior a si mesmo. É possíbel, no entanto, que toda a sua actividade non tenha outro destino que o do herói de Borges, que, guiado pola vontade de ter unha representaçón global do mundo, vai forxando imaxes de rexións, vales, montanhas, barcos, ilhas, instrumentos de conhecimento, estrelas ou galáxias, para, finalmente, próximo xá da hora da morte, descobrir que o labirinto de traçós que foi forxando apenas desenha a imaxe do seu rosto.
VÍCTOR GÓMEZ PIN