Arquivos diarios: 21/03/2020

SUSPEITA SOBRE A NEUTRALIDADE DO SUXEITO QUE CONHECE

Assim, a tese segundo a qual se tería introduzido em Xónia a ideia de que o mundo é transparente à razón, seria maiormente concretizado por Anaximandro? Non entramos na discussón sobre se teríamos de remontar-nos a Tales para defender o mesmo e mantemos a pergunta: além de fazer deles os primeiros cientistas, o que há em tudo isto que os converta nos primeiros filósofos? A chave reside talvez em que “pensar à moda dos gregos”, para além da assumpçón dos dous postulados descriptos, tem unha conotaçón suplementar: precisamente unha suspeita sobre o segundo deles, unha dúvida sobre a neutralidade do pensamento no acto cognoscitivo puro, isto é, non motivado pola finalidade de transformar o conhecido; o suxeito que conhece estaría provavelmente lonxe de ser unha mera testemunha desta verdade escondida. Tal suspeita constitui talvez o sinal maior de que a filosofia tinha aberto o seu próprio caminho. O suxeito dotado de razón e de linguaxe avança hipóteses sobre o grande e sobre o diminuto, sobre os astros e sobre o que se esconde por detrás da forma da carne ou da forma da pedra e fá-lo buscando unha verdade que pensava ser obxectiva, exterior a si mesmo. É possíbel, no entanto, que toda a sua actividade non tenha outro destino que o do herói de Borges, que, guiado pola vontade de ter unha representaçón global do mundo, vai forxando imaxes de rexións, vales, montanhas, barcos, ilhas, instrumentos de conhecimento, estrelas ou galáxias, para, finalmente, próximo xá da hora da morte, descobrir que o labirinto de traçós que foi forxando apenas desenha a imaxe do seu rosto.

VÍCTOR GÓMEZ PIN

GALLEIRA (8)

Na coba denominada do “Rei Cintoulo” em Supena, perto de Mondonhedo, dam-se felizmente estas últimas circunstâncias. Non só o nome que leva, senon também as tradiçóns que a adornam invitabam desde logo ós curiosos a parar e explorar minuciosamente o lugar. Houbo por isso quem desse polo seu estudo, princípio a ésta classe de investigaçóns na Galiza; mas quixo a sorte, poucas vezes propícia entre nós a semelhantes ou análogos trabalhos, que unha vez visitada a referida coba, as condiçóns especiais do terreno non permitiram arribar a grandes resultados. Polo menos non conhecemos outro, aparte da especialmente confusa descripçón que de ela fixo o seu explorador, que o osso de um mamífero encontrado de tamanho regular, “cortado como para extrair o tutâno” e outros mais, misturados com numerosos carbons e pedras pequenas, forman o fundo desta caverna. Acredita-a o Sr. Villaamil prometedora de grandes tesouros prehistóricos e o acompanhamos nas suas presunçóns, sendo muito de lamentar que os inconvenientes de que nos fala, non lhe permitiram chegar à mais fecundos resultados. Segundo informaçóns, tem uns 150 metros de extensón. Na denominada “A furada dos cans”, o material encontrado foi mais importante e curioso, sendo pena unicamente que o que a visitou e deu a conhecer, non tenha logrado fazer menos pesada e enoxosa e sobre tudo mais compreenssíbel a descripçón acometida. Ó que podemos deducir das suas palabras, encontrou na referida gruta carbóns, ossos, dentes de diferentes classes de quadrúpedos e vários caracois de diversas especies do xénero “helix”. Supón que os ossos longos pertenciam ao “bos primigenius” ou ao rengífero; non sabemos se outros também, ó cabalo “pliscidens” e a um carnívoro que non pode especificar, se can ou lobo. Todos estes ossos estabam cortados como para sacar a médula, e apresentabam, na sua maioria, xá sinais inequívocas de ter sido feridos por instrumentos cortantes e contundentes, xá de terem sufrido unha forte acçón do fogo, para cozer o tutâno, melhor que para servir de recipientes e menos ainda para assar a carne que os cubria, que tanto chega a reiterar o Sr. Villaamil. Em ningunha destas duas cavernas atopou o seu explorador obxectos de pedra, metal, ou osso bem caracterizados, cousa de lamentar. Non obstante, recolheu aquél certas pedras que afirma “de formas muito significativas e muito suspeitosas de ser producto da industria do home, e outras com marcadas irrefutábeis mostras, non só de pertencer a essa industria, senon do innato que é no home o sentimento artístico.” Tudo o qual quere dizer sem dúvida algunha, que nos silex atopados na referida gruta, advertíam-se fácilmente as marcas do trabalho humano e ainda que estabam talhados com certa gráça, o que fai suspeitar nos primitivos habitantes das cavernas, um instinto e faculdade artística de que non é muito fácil acreditar dotados. Lendo com atençón o escrito polo Sr. Villaamil, parece-nos que a palabra artístico, non foi nesta ocasión usada no sentido próprio, senon que quixo dar a entender que as pedras e ossos atopados na “Furada dos cans”, estabam trabalhados com bastante destreza, e apropriados para o uso a que se destinabam os obxectos; o que significa habilidade, e non presupón certamente instinto artístico de ningunha classe.

MANUEL MURGUÍA