
A muralha que está debaixo do Xardím de Santa Lucia, em Alfama. E a enorme torre, que era ainda mais alta daquela, tal e como pode ver-se nas gravuras da época, e nas que destacaba grandemente. Pode-se admirar a sua magnitude, subindo as empinadas escadas desde Alfama até às Portas do Sol. Abaixo, fora dos muros, vivia unha numerosa e variopinta povoaçón de marinheiros, mercaderes, artesáns, agricultores e demais povoaçón civil. Que rodeaba toda a cidade amuralhada, e estaba composta maioritariamente por cristáns Mozárabes e unha escasa minoría de xudeos, todos conhecidos como a “xente do libro”, que pagaba impostos e gozaba de certa liberdade de culto. Dentro das muralhas protectoras, habitabam os mouros e os seus dirixentes árabes, os ricos homes, e a tropa armada, que defendia e dominaba sobre os outros. Este alto céu de seguridade, ía ascendendo em alturas fortificadas, primeiro estaba a Medina, sobre ésta elevabam-se os fortes muros da Alcaçova, á qual se entraba pela Porta de San Xorxe, e por último había unha acrópolis aristocrática, conhecida como o Castelexo, dividido em duas estreitas prazas, unha para os notábeis e as suas famílias e a outra para os mandos militares. O Castelexo era o último redúcto, um bunker muito difícil de assaltar, pois de feito tardarom várias semanas de combates permanentes para conseguir tomá-lo. A estreita e enrrevessada entrada, estaba feita para evitar um ataque massivo e frontal à porta principal, e também impedir o uso de arrietes e máquinas de guerra contra a entrada. Fora da Cerca Moura, habitaba unha enorme massa de povoaçón composta básicamente por Mozárabes, repartidos ó largo de três rios, ou brazos de mar: o Téxo arrimado a Alfama, outro rio que entrava pela Mouraría e Avenida Almirante Reis (onde había muitas hortas), e um outro que entrava pela Avenida da Liberdade arriba. Éstas xentes defendiam-se dos atáques exteriores e interiores, com o que tinham á mán, paus, pedras, e ferramentas (sobre tudo agrícolas). A pesar de tudo, estabam constantemente à mercê de piratas saqueadores e soldados armados. A opulenta e soberba cidade de Lisboa, terminou também ela sendo víctima da cobiça alheia, e foi saqueada por unha confabulaçón de tropas cristáns, compostas por uns quatro mil cruzados normandos sedentos de botín, que se dirixíam a Terra Santa, e acabarom sacando barbaramente a cidade, com a axuda de unha alta torre de madeira forrada de couros, que afrontou a muralha de pedra da Medina, permitindo-lhes entrar na praza fortificada. Também había tropas inglesas, supostamente mais finas, que lutabam pela fé, um dos cuxos soldados chamado Raul nos deixou unha carta que, permite conhecer muitos detalhes deste acontecimento histórico. E, finalmente, aparece o nosso “conquistador”, Adfonsus D’Anrique, acompanhado de miles de homes armados, mas que por seguridade, decidiu non prantar os seus reais na cidade, e deixar um tempo prudêncial para que o rescaldo se apagara. De todas éstas matanzas horrendas, que forman parte demasiado frequênte da condiçón humana, algo de bom tinha que ficar: o Caldo Mouro de Alfama!
LÉRIA CULTURAL