“VACACIONES” PARA TEMERÁRIOS

Muito bem amados amigos meus, non podo deixar de assanhar a vossa sangre destemida e aventureira, mas ó mesmo tempo também inocente e cheia da inxénuidade dos bem nascidos, para unha viáxe iniciática pelos mistérios do sul da Entála (tál e como diría um cozinheiro português, que trabalhou com o meu proxenitor em Lisboa). É necessário non pensar muito, ráudo e velóz colher o primeiro avión que haxa cara a Nápoles, mas ó contrário do nosso amigo Camílio, temos de cuspir despectivamente sobre todos os carteis que intentam amedrentar-nos sobre os perigos da cidade. Para unha entrada triunfal, na apesar de tudo fascinante urbe, xá metidos de carne e alma no rodopío diabólico das viélas, erguer os brazos em alto e cantar forte “ó Sole mio”, etc… E depois, de muitas voltas e rebiravoltas, por entre gregos ladróns e mouros mafiosos e xá cansados de tanto deambular. Calmadas as ânsias turísticas, puxamos unha cadeira, e pedimos um pastel de carne (unha monstruosidade, afrancesada, traída pelos Bourbons para marcar a supremacia da gastronomía bárbara sobre a modesta comida napolitana, e non só). Bom, depois de unha séxta sentados na cadeira, e recuperadas as forzas e o feitío, é hora de afirmar-se “tá bem, dexa compadre, que vou d’abalada!” Caminho de unha empinada ribanceira mais ao Sul, que termina no mar. Amalfi, “¡¡Pobre de quêm!!” Nunca sabéra um pobre humano, onde têm segura a curta vida! Ao chegar aquí, um pobre analfabeto da história, diría todo cheio das suas razóns – “Demasiado luxo, para tán modesta povoaçón.” Mas, como diría Platón “A verdade está noutro lugar!” A República Marítima Amalfitana, ó lado da qual Nápoles non passava de unha aldeia, acabou de unha maneira imprevista e cruel. Foi barrida por um enorme maremoto, que destruíu o seu porto, arrasou as suas muralhas, e matou centos de miles de piratas, mercaderes, e xentes mais ou menos inocentes, deixando-a reduzida a unha enorme e empinada ribanceira. Este foi o Fado, do qual nunca mais logrou recuperar-se a República Marítima Amalfitana, somente ainda algo da sua beleza permanece. Algo, de que vós , xamais, tinhades ouvido falar, apesar de frequêntar por bastante tempo as escolas. Agora, debalámos sempre para Sul, para terras de boa xente (terra de bandidos). A Calábria, entramos por desfiladeiros de quilómetros de lonxitude, por territórios de xentes pobres e perseguidas, caminho do mar, onde ímos ver duas estátuas de bronze gregas, que forom recentemente sacadas do mar. Forom encontradas por um pescador, que viu como um brazo teso aparecia do fundo marinho, e loxicamente pensou que era um cadáber. Ambas som de unha técnica depurada em metais e de unha beleza verdadeiramente divina, somente cabe desexar que non acabem no museo britânico de Londres. Logo désta purga artística, estamos preparados para unha terra invulgar, pobre e dura, chamada A Basilicata. Quando um arriba através de torcidos caminhos de polvo, e mira por primeira vez para ésta Babel inimaxinábel, de casas amontoadas até à curucha do monte, unhas feitas sobre as outras, semelha estár noutro mundo perdido dos tempos. Xamais a nossa mente esquecerá estes sítios extranhos e abandonados. Aínda bastante emocionados, escalamos pela bota acima até às férteis terras cerealíferas daPuglia, onde acabaremos todos no “trulho” qual desafortunado Manuel da Canle, comendo xeládos artesanais. Amigos meus, bem amados! Se ainda conservais algúm pecúnio, escondido nas peúgas, e um pouco de cordura nesses cacos, recomendo encarecidamente que, tomemos uns ourizos de mar no Veneto, e passemos uns dias de quarentena-rehabilitatória, antes de retornar ós nossos buracos.

LÉRIA CULTURAL

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