
Quando se ateia em nós um fogo preso,
o corpo a corpo em que ele vai xirando,
faz o meu corpo arder no teu aceso,
e nos calcina e assím nos vai matando.
Essa luz repentina, até perder alento,
e entao é quando, a sombra se ilumina
e é tudo esquecimento, tan violento e branco.
Sacode a luz o nosso ser surpreso,
e devastados nos vamos a seu mando,
aí nessa prisao que perde o peso,
e em fogo preso, as chamas vao falando.
E vao-se libertando, fogo e contentamento,
a voar no vento, de beixos tao sem tento,
que perdemos o comando do nosso pensamento.
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FADISTA: MÍSIA (VASCO GRAÇA MOURA/FONTES ROCHA)