ARISTÓTELES (ATENAS E A ACADEMIA)

Quando Aristóteles fez dezzassete anos, Próxeno enviou-o a Atenas, para completar a sua educaçón na Academia de Platón, considerada xá naquela altura a melhor instituiçón pedagóxica da Grécia. Tudo parece indicar que, nessa època, Aristóteles mostrava um grande interesse pola ciência empírica e que era um alumno com personalidade, como demonstra unha das alcunhas que os seus colegas lhe atribuíam “o leitor”, non porque lesse muito, mas porque – atençón – lia el próprio os textos, em vez de os mandar ler a um escravo, como era a norma da época. Na Academia entrou em contacto com o pensamento platónico, apesar de ter demorado mais de dois anos até conhecer pessoalmente o mestre, pois, no momento da sua entrada, Platón encontrava-se de viaxem pola Sicília. Escreveu-se muito sobre o hipotéctico choque de titáns e posterior ruptura entre ambos os pensadores. mas custa a acreditar que Aristóteles passasse vinte anos na instituiçón sem se sentir intelectualmente compensado ou simplesmente confortável. Por outro lado, o Estaxirita tornou-se rapidamente no principal discípulo do mestre, aspecto inconcebível quando se afirma que o primeiro defendeu teorías radicalmente opostas às do segundo. Aparentemente, está documentado o carácter polémico e o espírito crítico de Aristóteles, de quem, de acordo com Dióxenes Laércio, Platón tería dito, por exemplo, que “dá couces contra mim, como os potros recém nascidos contra a própria nái”, xerando algunhas tensóns. Apesar de tudo, o mestre estaba perfeitamente consciente do talento do seu discípulo, a quem também dedicaba alcunhas tán lisonxeiras como “a intelixência”. De qualquer forma, a natureza da relaçón pessoal entre os dous xigantes da filosofía continua hoxe a ser um mistério e albo de discusóns. O único facto obxectivo é que, ao longo da sua obra, Aristóteles sempre se referiu a Platón com suma admiraçón, ainda que com frieza. E parece mais do que razoábel inclinarmo-nos para o teoría de que Aristóteles se foi distanciando pouco a pouco das teorías do mestre, especialmente a partir do momento em que abandonou a Academia.

P. RUÍZ TRUJILLO

Deixar un comentario