RAWLS (CONTRA O UTILITARISMO)

Toda a filosofía se escrebe contra outra filosofía. Os pré-socráticos inauguraram a filosofía racional contra o pensamento mítico. Aristóteles propôs unha filosofía alternativa à platónica. O Iluminismo pensou o mundo sem Deus. Os filósofos da suspeita (Marx, Nietzsche e Freud) desmascararam a suposta verdade e universalidade moral do Iluminismo. E a obra de Rawls non é excepçón. No seu caso, o combate trava-se contra o utilitarismo. No fim da Segunda Guerra Mundial, a desilusón causada pelo fracasso das utopias políticas e a supremacia da democracia liberal tinham afundado a filosofía moral e política mais académica nunha certa apatia, orientada pelas subtilezas abstractas da filosofía analítica aplicada à linguaxem moral e por unha extensa defesa do pensamento utilitarista de raiz anglo-saxónica, ideias que na Europa contribuíam para a consolidaçón do Estado Social. Nesses anos, e com a axuda dos exilados da Europa continental, os americanos tomariam as rédeas da academia filosófica para se converterem na potência mundial que són hoxe, no que se refere à producçón e à influência de teorías e ideias. Nos anos cinquenta e sessenta do século passado, o xovem Rawls non percebe bem de que forma o utilitarismo pode axudar a entender adequadamente o mundo político e moral que se está a afundar à sua frente, com o auge dos movimentos sociais a favor dos “civil rights” (direitos civis), o feminismo e o medo consciente da bomba atómica. O utilitarismo é unha teoría demasiado técnica para conseguir interpretar bem os enormes desafios políticos da nova época. E, sobretudo, apresenta respostas pouco convincentes para a questón que mais inquieta Rawls: entender o que é a xustiza. Deste modo, para conhecer melhor a obra de Rawls, é preciso entender as principais ideias do utilitarismo e a forma como este aborda a questón da xustiza e da igualdade.

ÁNGEL PUYOL

Deixar un comentario