
- Gadamer foi, na verdade, o axudante non remunerado de Heidegger à chegada deste a Marburgo (explosiva, orgulhosa: há provas escritas, por exemplo, do seu propósito de varrer, imediatamente, Hartmann dalí). A esposa de Gadamer, ansiosa por vida social, abríu a sua casa aos amigos filósofos que se tinham mudado em massa com o mestre de Friburgo (e que o mestre em questón xá non recebia em casa, como tinha feito muito pouco tempo antes). Em casa dos Gadamer, tomava-se o pequeno-almoço após a licçón das 7 da manhán e, depois desta ter sido discutida durante horas, lia-se literatura em voz alta no resto do dia. O caso é que, quando agora lemos os textos preparados por Heidegger para aquelas licçóns, custa-nos um pouco sentir empatía por semelhante tipo de adoraçón; devemos ser discípulos demasiado privilexiados da posterior hermenêutica gadameriana… Em relaçón ao próprio Gadamer, é muito interessante que o seu primeiro trabalho como axudante de Heidegger fosse comprar textos de Tomás de Aquino, dos quais – embora sexa quase incrível da nossa perspectiva – se sentia falta nos seminários de filosofía de Marburgo. Mas algunha coisa terá notado na aptitude de Heidegger para com ele, quando adoptou a humilde resolucçón de estudar sistemáticamente filoloxía clássica e esperar a posiçón de professor, que, depois, demorou a chegar. Os seus amigos mais íntimos de entón eram, na verdade, partidários do esoterismo de George, do qual alguns extraíram consequências políticas que os aproximavam dos nazis (naquela cidade universitária tiveron 18% dos votos, xá em 1924). Em termos humanos, constituiu unha axuda maravilhosa para o de novo desalentado Gadamer ser acolhido no âmbito quase familiar do grande teólogo Rudolf Bultmann. Em casa de Bultmann, durante 15 anos, foi possíbel reunir-se a ler textos gregos de todo o tipo, que só alguns podíam seguir no orixinal (íam sendo constantemente traduzidos). Em seguida, o platónico Paul Friedländer imitou estes exercícios (Graeca) e dirixiu com cordialidade os ensaios filolóxico-filosóficos de Gadamer.
MIGUEL GARCÍA-BARÓ