Arquivos diarios: 15/01/2019

BERGSON (A FILOSOFÍA É INSEPARÁBEL DOS SEUS LIBROS)

.

               Foi, sem dúvida, unha aposta na liberdade o que levou Bergson a fixar-se na “duraçón”.  Mas à marxem da inegábel atracón do conceito, que condizia com as inquietudes de unha época (a passaxem do século XIX para o século XX) fascinada pela velocidade e pela chegada do motor de explosón, temos de ver a necessidade com que se lhe impós.  Do modo como o nosso autor concebía a filosofía, non é possíbel alguém sentar-se um belo dia a escrever e decidir que vai criar um conceito filosófico, xá para non dizer escrever um libro. É preciso que, de certa forma, non tenha outro remédio.  Isto pode parecer paradoxal, pois antes dissemos que um autor ou autora non se deduz a partir das circunstâncias da sua época:  é necessário arriscar-se e dar um “salto mortal” por cima daquilo que se espera dele ou dela.  No entanto, dizemos agora que esse acto tem algo que o autor non escolhe.  Como conciliar estas duas afirmaçóns?  Non estaremos lonxe de entender a concepçón do acto libre em Bergson se considerarmos que non há contradiçón entre elas.  Mas non antecipemos acontecimentos.  Neste breve libro, conformar-nos-emos em mostrar, de modo sucinto, a necessidade com que a “duraçón” se impôs ao seu autor e a liberdade com que ela lhe permitiu enfrentar problemas de unha grande variedade sem perder a subtileza que o caracterizou.  Para isso, por conseguinte, non podemos perder de vista os libros que Bergson escreveu.  Unha ideia permanece ainda demasiado vaga enquanto non se destina a solucionar problemas que ela apresentou.  Poderíamos divagar eternamente sobre a “duraçón”, mas non mediremos o seu poder enquanto non soubermos quais son as suas aplicaçóns concretas: o que nos permite ver que antes non víamos, partindo do princípio que, como opinava este filósofo, é apenas a experiência que fornece a garantia de um acordo entre o pensamento e o real. 

antonio dopazo gallego