Categorías
Arquivo
- Agricultura Alimentación Anonymous Arquitectura Astronomía Blogs para curiosear Bos desexos Cine Darío e Breixo Economía Educación Frutais Futuro Historia Humor Indignados Libros Lingua Literatura Medios de comunicación Monte Comunal Natureza Poesía Política Procomún Publicidade Sidra Socioloxía Software libre Tradicións Viaxes Xadrez
Os nosos blogs
Arquivos diarios: 05/01/2019
“IL NASONE” (UM REI PINTORESCO)
Unha das cousas mais incompreenssíbeis, foi que o discreto Carlos III de Espanha tivéra unha descendência tán tríste e mediócre. O nosso Carlos IV; este Fernando IV de Nápoles e primeiro das duas Sicilias; e o inefábel infânte António Pascual. Fernando IV de Nápoles era um Borbón, a quem pola sua superlativa naríz, chamarom “il Nasone”. Era filho do nosso Carlos III e de Amalia de Saxónia e resultou bem diferente do seu grave pái. Quando Carlos III, rei de Nápoles, subíu ó trono espanhol em 1759, leva para Espanha a xóia do seu herdeiro, que será o nosso inimitábel Carlos IV, e deixa o Nasone em Nápoles. Pintoresco personaxem real foi o tál Fernando. A sua educaçón foi descuidada e os seus gostos populacheiros, prefigurabam a garrula imaxem do seu sobrinho, o nosso sinístro Fernando VII. Fernando o das narízes, era um personaxe popular, xá que non polas suas qualidades, mas sim pelas suas formas. Inculto, supersticioso, em lugar de dedicar-se às amenas artes do “ganchilho”, como o seu réxio irmán Carlos IV, era um obsseso da caza e da pesca. Os embaixadores extranxeiros ficabam suspensos ante a sua habilidade para despedazar as grandes pezas de caza e o seu coloreado linguaxem para vender por si mesmo o peixe no mercado. Alí habia que vê-lo, vestido como os pescadores – calzas, camisa aberta sobre o peito peludo, barretina roxa que parecía um gorro fríxio -, apostrofar alegremente ós compradores remissos e insultar aos competidores com um napolitano agressivo e torrencial. Penso que ao leitor pode divertí-lo que nos detelhamos ante este pintoresco personaxe a quem nada puido fazer perder o seu bom humor: nem o desterro, nem as adversidades militares, nem as quebras políticas. Tudo lhe era indiferente e a sua pereza era tal que se negaba até a servir-se do carimbo com a sua firma, que se había imaxinado para evitar-lhe o trabalho de trazála. A xustíza distributiva que acostuma sentar-se detrás dos tronos, fixo que este personáxe casara com unha mulher para quêm a política o era tudo: María Carolina de Austria, filha de María Teresa e irmán de María Antonieta. É dicer, primeiro estivo prometido à sua irmán, a archiduquesa Josefa, mas ésta morreu de vexigas em Viena. O seu prometido decidíu em Nápoles guardar o decoroso luto de um día e deixar os seus prazeres habituais, prazeres da caza e da pesca. Aborrecido no seu palácio, decidíu celebrar os funerais da sua prometida. Para fazê-lo buscou o seu mais xovem chamberlán, que era um mozo adamado e fino. Fixo-o vestir de princesa, meteu-o no caixón, e para melhor finxir as pústulas da varicéla, moteou o seu corpo com manchas de chocolate á espanhola. Logo o cortexo fúnebre, com escoltas e cantando o “gori-gori”, recorreu, com o caixón aberto, à usanza napolitana, útil neste caso, para que o efebo non se asfixiára, nas salas do palácio de Portici. Fernando, gráve e grotêsco, oficiaba como maestre de cerimónias. Aconteceu que o embaixador de Inglaterra se presentou em palácio para expressar o seu pésame e encontrou ésta lúgubre paródia. O pobre embaixador escapou correndo e xurando que em efeito, Fernando tinha narízes. Non esquéçamos, repito, que “el Nasone” era irmán de Carlos IV de Espanha e do infante don António Pascual. Casado com a irmán da archiduquesa Josefina, um irritante animal político, tivo de ver como o seu reino era gobernado por um inglés, o amante da sua mulher, sir John Acteon, e polo embaixador de Inglaterra, milord Hamilton, cuxa mulher, Emma Hart, antiga moza de pousada, foi querida de lord Nelson, a quem “el Nasone” fixo príncipe napolitano de Bronte. Ó fím Napoleón botou do reino toda a tribu. E na adversidade pode advertir-se o paralelo entre dous nécios memorábeis: o rei da Prusia Federico Guilhermo III e este Fernando IV. Ambos se quedaron tán frescos, e foron as suas esposas a rainha Luisa de Prusia e esta María Carolina, as que mantiverom o fogo sagrado. A rainha de Nápoles tivo mais sorte, e por poucos dias viu a derrota de Napoleón (morreu em 1814 em Viena). O seu esposo voltou ó trono e ó cabo de poucos dias da morte da sua mulher, casou com a sua querida de turno, Lucía Migliaccio, à que fixo duquesa de Florida. Passou a ser em 1816 Fernando I rei das duas Sicilias. Reprimíu a revolta do xeneral Guilhermo Pepe com a axuda das tropas pontifícias, perseguíu ós Carbonários, cometeu mil exacçóns e finalmente morreu em1825, deixando um reino em plena descomposiçón, unha duquesa de Florida, feita um mar de lágrimas e um sucesor que, por incríbel que pareça, resultou mais incapaz do que el. Referimo-nos ó seu filho Francisco I.
Publicado en Uncategorized