O MUNDO DO XOGO
.
Coimas, mandrachos, palomares ou leoneiras, acostumaba-se a chamar ás casas de xogo a finais do século XVI, amén de garitos. Segundo algúns comentaristas, muitas delas eram propriedade de grandes senhores – e algo parece insinuar Cervantes no seu Quixote sobre este particular – e se o gariteiro era quem representaba os altos interesses. A fauna das casas de xogo, era bem curiosa: o primeiro de todos era o “enganchador”, que estaba encargado de buscar incautos…, para o garito. Logo, aqueles a quêm se lhes chamaba os “pedagogos”, que ofertabam os seus serviços, conselhos e malas artes ós xogadores ricos e inxénuos. Estes chamabam-se “brancos”, em contraposiçón ós “negros”, que xa eran xogadores profissionais e astuctos. Despois vinham os “apuntadores”, que estabam alerta ás cartas de um xogador e as sinalábam ó “tahur”, por meio de sinais e guinhos; polo qual se lhes chamaba também “guinhóns”. Os quais formabam parte da cofradía dos “miróns”, e tomabam nota das perdas ou ganâncias do xogador, por isso se chamabam “contadores”. Estaba tamém o “prestador”, que adiantaba fundos áquel que tinha perdido tudo. Luque Fajardo, escrebeu: “Coimeiro sem prestador, é rei sem capitáns, galera sem remos, navío sem piloto, bolsa sem dinheiro.” Seguidamente, figurabam os “barateiros” que sacabam talhada do dinheiro do ganhador, xá voluntariamente ou por força ou ameazas. Outros, os “capitáns”, chamados por mal nome “estafadores”, que cobrabam este barato, e que actuabam de xuízes nas xogadas duvidosas. Xuízes realmente inxustos, posto que sempre apoiabam aos profissionais seus colegas. Nas últimas escalas da fauna parasitária do garito, contabam os “maulhadores” que levantabam mortos, e eran assí chamados pola sua semelhanza com os gatos, ó atrapar ó voo tudo o que unha distracçón deixara ó alcance das suas garras. Os “modorros”, que debían o nome, a estar nunha esquina finxindo dormir, até passada a meia-noite, logo acabadas as partidas principais, sacabam os naipes como na brincadeira e sempre lograbam enganar algúns maravedís, ós xogadores mais relápsos. E, por fím, o mais víl dos parásitos, aquel que, segundo Quevedo no seu “Buscón”, se afana, e “despabila velas, ou vêm com o orinal, mete naipes e solemniza as cousas do que ganha: tudo por um tríste real de barato.” O dos orinais, era para quem non quería levantar-se da mesa, nem para satisfazer as mais imperiosas necessidades.
ramon fernandez pickford
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.